A segunda-feira começou com um silêncio desconfortável. Clara acordou antes de mim e saiu de casa sem dizer muito. Não pediu beijo, não desejou bom dia — só fechou a porta com um “volto mais tarde” jogado no ar, como quem não sabia exatamente pra onde tava indo.
No celular, nada. Nenhuma notificação dela.
Mas, por volta das dez, o Gordo mandou.
“Irmão… ela me chamou. Disse que precisava conversar. Tô indo encontrar agora. Sozinho. Só escutar.”
Respirei fundo. O coração disparou. A palma da mão suou. Mas a única resposta que consegui digitar foi:
“Escuta direito.”
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O resto da manhã foi um inferno. Não consegui trabalhar, não consegui comer. Fiquei com o celular na mão, atualizando a tela a cada minuto, como se isso fosse acelerar o tempo.
E então, meio-dia e quarenta, mais uma mensagem dele.
“Sentamos num canto do parque. Ela tava com óculos escuros, calada. Fumou um cigarro. Disse que fazia anos que não fumava. E aí soltou: ‘Você tá me confundindo toda, Renato.’”
“Eu falei: ‘Então me deixa te confundir de vez.’”
“Ela não respondeu. Só olhou. Mas irmão… o olhar dela… era pedido. Era súplica.”
Pedi mais.
“E aí?”
“Ela levantou, deu um beijo no meu rosto e foi embora. Só isso. Mas deixou o perfume. O cheiro dela ficou em mim. Como se dissesse: ‘Volto se você me puxar de novo.’”
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Aquela noite foi estranha. Quando Clara chegou, tava diferente. Olhar distante. Corpo presente, mas alma longe. Sentou no sofá, tirou os sapatos e ficou ali, quieta, olhando pra televisão desligada.
— Como foi seu dia? — perguntei, tentando soar casual.
— Cansativo.
— Saiu?
— Andei um pouco.
— Sozinha?
Ela hesitou. Um segundo.
— Sim.
Eu não pressionei. Mas ela sabia que eu sabia. E isso bastava.
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Na hora do banho, fui atrás. Entrei no banheiro e abracei por trás. O corpo dela estava quente, relaxado… e entregue. Passei as mãos pelo quadril, pela barriga, subi até os seios. Os mamilos já estavam duros. Beijei o pescoço e senti um arrepio percorrer a espinha dela.
— Cê tá tão diferente esses dias…
— Diferente como?
— Tá mais… viva. Mais ligada. Mais perigosa.
Ela riu, mas não respondeu. Só se virou, tirou minha toalha e ajoelhou de novo.
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Chupou com mais vontade do que nunca. Com mais língua, mais saliva, mais pressão. Como se quisesse apagar rastros. Ou substituir algum sabor.
Quando gozei, ela engoliu tudo, olhou pra cima e disse:
— Eu sou sua, tá?
Mas a forma como disse… parecia mais um pedido de perdão do que uma afirmação.
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Na terça, o Gordo foi direto.
“Hoje, ela me mandou um áudio. Disse que sonhou de novo. Dessa vez, a gente tava num quarto. Ela de lingerie. E eu deitado, só olhando. Ela dizia no sonho: ‘Se você encostar, eu não volto mais pra casa.’”
“Eu perguntei: ‘E encostei?’ Ela respondeu: ‘Acordei antes.’”
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Fiquei duro só de ler aquilo.
Clara sonhava. Clara falava. Clara se envolvia.
E eu assistia tudo sem poder parar.
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Na quarta, notei uma mudança pequena, mas significativa. Quando cheguei do trabalho, ela tava na frente do espelho, experimentando roupas. Saiu do quarto com um vestido preto curto, colado, e perguntou:
— Você acha que esse vestido tá vulgar?
— Pra onde você vai?
— Só um vinho com as meninas.
— E precisa ir vestida pra matar?
Ela deu de ombros, mas o sorriso de canto entregava tudo.
— Às vezes é bom se sentir olhada.
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Antes de sair, veio até mim e deu um beijo demorado. O corpo colado, a mão na minha nuca. A boca quente. A língua preguiçosa. Como se estivesse dizendo “não esquece que ainda sou tua” — mas sem prometer nada.
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Quase meia-noite, ela voltou.
Vestido amarrotado, batom borrado, olhos fundos.
— Como foi? — perguntei, da cozinha.
— Intenso.
— Com as meninas?
Ela hesitou.
— Nem todas.
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Fui atrás, puxei pela cintura.
— Tua boca tá com gosto de vinho… e de algo mais.
— Tá com ciúme agora?
— Tô com tesão.
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No quarto, Clara tirou o vestido devagar. Debaixo, uma calcinha fio-dental vermelha e um sutiã rendado do mesmo tom. Peças que ela não usava fazia meses.
— Comprou isso hoje?
— Ganhei.
Meu coração travou. Mas o pau endureceu na mesma hora.
— De quem?
— Não interessa.
Aquilo foi um tapa.
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Deitei ela de bruços. Passei a língua pela bunda. Mordi, lambi, explorei. Ela gemia mais alto, mais suja. Rebolava com fome. Quando enfiei o pau, ela gemeu como se estivesse quebrando uma regra.
— Tá se sentindo safada, né?
— Muito.
— Imaginou ele hoje?
Ela não respondeu. Só gemeu mais forte.
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Gozei gritando, com raiva, com tesão, com dor.
Ela deitou ao meu lado, o corpo tremendo, os olhos fechados.
E no silêncio que veio depois, entendi tudo.
Ela tava escorregando.
E gostando da queda.
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Na quinta, o Gordo resumiu:
“Ela experimentou a lingerie ontem no banheiro do meu trabalho. Disse que queria saber se me deixava duro. Eu não encostei. Só olhei. Mas quase gozei na calça.”
“Ela quer sentir o perigo. Tá se viciando nisso. Tá jogando com fogo… e rindo das chamas.”
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Na sexta, Clara acordou antes de mim. Deixou um bilhete na mesa:
“Preciso ficar longe de tudo hoje. Não me liga. Não me manda mensagem. Se eu voltar… é porque ainda dá tempo.”
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E eu fiquei ali, com o papel na mão, o coração acelerado, e o pau duro. Sem saber se a mulher que ia voltar no fim do dia ainda era minha.
Ou se já era dele.
No sábado à noite, Clara voltou mais tarde do que nunca.
E dessa vez… nem tentou esconder nada.
Entrou pela porta devagar, o salto na mão, a roupa amassada. O batom borrado. E o cabelo… preso de qualquer jeito, como quem já tinha vivido mais do que devia em poucas horas.
Me encarou da porta da sala. Não disse nada.
— Você tá bem?
Ela assentiu, sem falar. Foi direto pro quarto, como se estivesse fugindo do próprio corpo.
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Dez minutos depois, meu celular vibrou.
Notificação do WhatsApp.
GORDO 📹
Um vídeo.
Sem legenda.
Sem aviso.
Só o arquivo.
Abri com o coração disparado.
A tela escureceu por dois segundos. Depois, a imagem apareceu.
Ela.
A Clara.
Totalmente nua. Deitada de costas na cama, os cabelos bagunçados no travesseiro, o peito arfando, os olhos entreabertos. As pernas abertas.
E o Gordo… de joelhos entre elas.
O pau dele… grosso, pesado, escuro, batendo na barriga dela antes de entrar.
— Você quer, loirinha? — ele pergunta, com a voz rouca.
Ela morde o lábio, os olhos quase fechados.
— Eu… não devia…
— Mas quer.
Ela balança a cabeça. Fraca.
E então ele entra.
Devagar, fundo, com um gemido abafado.
Ela geme alto.
— Porra… — sussurra — é… muito grosso…
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O vídeo continua.
Clara de quatro agora, com a bunda empinada. Ele filma de cima, batendo com força, a bunda dela tremendo a cada estocada.
— Tá me sentindo, né, safada?
— Tá muito fundo… ai… porra…
Ela joga a cabeça pra trás. Geme alto, como nunca gemeu comigo.
— Tua buceta me abraça toda vez que eu meto — ele fala, segurando firme na cintura dela.
Clara não responde.
Só rebola.
Desesperada.
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A câmera gira.
Ela agora por cima, sentada no pau dele, descendo com vontade, os peitos balançando, os olhos revirando. Ela grita.
— Não para… não para…
— Vai gozar?
— Tô quase… tô quase… ai, Gordo… caralho…
Ele segura nos peitos dela e senta com força.
— Grita pra mim, safada. Diz de quem é esse pau.
Ela hesita. Morde o lábio.
Depois explode:
— É teu… porra… é teu!
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O vídeo termina com ela deitada, suada, o corpo mole. E ele gozando por cima dela, no peito, na boca, na cara.
Ela fecha os olhos. Deixa escorrer.
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Fechei o vídeo com as mãos tremendo.
Fiquei em silêncio.
Sentado.
Pálido.
E duro.
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Pouco depois, Clara saiu do quarto. Veio até mim, só de calcinha e camiseta larga. Os olhos vermelhos, o corpo ainda marcado pelas mãos dele — eu via os dedos no quadril, a vermelhidão nas coxas, o cabelo sem forma.
Sentou do meu lado. Não falou.
Só encostou a cabeça no meu ombro.
— Você me odeia?
— Não.
Ela fechou os olhos.
— Foi só hoje. Não devia ter ido. Eu… eu perdi o controle.
— Foi bom?
Ela ficou em silêncio.
Depois respondeu, quase num sussurro:
— Foi.
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E ficou ali.
Respirando fundo.
Com o corpo ainda quente dele.
Com o cheiro dele entre as pernas.
Com o vídeo ainda vivo na minha mente.
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E comigo…
Com o coração em pedaços.
E o pau duro.