Me chamo Deborah, tenho 24 anos, e resolvi criar esse perfil para contar meus relatos reais. Sou branca, cabelos castanhos, seios e bunda grandes. 1,67m. Segue o primeiro relato...
A chuva escorria pela vidraça como dedos inquietos. Senti o som ritmado contra a janela enquanto girava o vinho na taça, perdida na dança lenta do líquido rubro. A casa estava mergulhada num silêncio pesado, só interrompido ocasionalmente pelos estalos do aquecedor ou pelas minhas próprias respirações.
Guilherme estava viajando de novo. Mais uma reunião, mais uma semana fora, mais uma desculpa que vinha embrulhada em promessas de “é só por agora”. E eu… eu estava cansada de esperar. De fingir que a ausência dele não me deixava vazia.
Foi ideia dele convidar o Lucas pra jantar. “Vai te fazer companhia”, ele disse ao telefone, com aquela voz que tenta parecer natural, mas já soa distante demais. Lucas, o melhor amigo do meu marido desde os tempos da faculdade — o tipo de homem que sempre me olhou tempo demais, mas nunca disse uma palavra fora de lugar.
Até hoje.
Depois do jantar, Lucas subiu para tomar banho. Tinha bebido um pouco mais do que o habitual, mas não o suficiente para justificar o jeito como me olhava. Como se quisesse despir mais do que só a minha roupa.
Quando ele desceu, ainda com o cabelo molhado, vestindo só uma calça de moletom frouxa e uma toalha nos ombros, senti algo apertar dentro de mim. Meu corpo reagiu antes da minha mente formular qualquer pensamento racional. Era o silêncio. Era a ausência. Era o jeito como ele me olhou.
— Você tá diferente, Déborah — ele disse, parando diante de mim. — Sempre foi linda… mas agora tem alguma coisa no seu olhar.
Eu deveria ter rido. Ou mudado de assunto. Mas tudo em mim parou. Minha pele formigava sob o olhar dele, como se um campo invisível vibrasse entre nós. Ele se aproximou mais um passo. Eu não recuei.
— Guilherme… — comecei, num fio de voz.
— Não fala dele agora — ele cortou, a voz baixa, mas firme. — Só olha pra mim. Só sente.
Quando ele me beijou, foi como se algo que eu vinha reprimindo há meses tivesse rompido. O beijo não era gentil — era urgente. Um pedido e uma confissão ao mesmo tempo. As mãos dele subiram pelas minhas costas, e eu me deixei ir, me esquecendo por um instante de tudo que estava em jogo.
Naquele momento, entre o toque e o desejo, eu já não sabia mais se era culpa o que eu sentia... ou liberdade.