Depois da sessão com Gabriela, ainda atendi mais um paciente antes de encerrar o expediente. Quando o último se despediu e fechei a porta do consultório, percebi uma movimentação incomum na recepção.
Gabriela ainda estava lá. Sentada no sofá, pernas cruzadas, rindo alto com Ana, minha esposa e secretária. As duas pareciam velhas amigas, entregues a um papo solto, íntimo. Aquilo me deixou curioso e, de certo modo, excitado. Mas não interrompi. Apenas desejei boa noite, disfarçando o olhar atento, e fui embora.
Mais tarde, em casa, Ana já estava me esperando na cozinha. O cabelo preso de maneira despreocupada, vestida apenas com uma camisa social minha, longa o bastante para cobrir o essencial — e curta o suficiente para provocar.
— Você viu a Gabriela na recepção? — perguntou, com um sorriso que escondia segredos.
— Vi. O que era aquele papo?
Ela se aproximou, me serviu uma taça de vinho e disse:
— Ela me contou tudo. Cada detalhe. Cada orgasmo. Cada fantasia. Tudo o que vocês trabalharam. Tudo o que ela sentiu no consultório... e até fora dele.
— Tudo?
Ana assentiu, encostando-se em mim, o hálito doce roçando meu pescoço.
— E eu contei tudo também. Sobre aquela noite. Quando a gente fantasiou que estava com ela e com o marido dela. Contei como você imaginava ela gritando no consultório e como eu imaginava aquele bonzinho do marido me deixando louca.
— E como foi essa conversa?
— Leve. Acolhedora. Engraçada. Sem culpa. Foi como se... a gente já tivesse vivido isso. E quem sabe... um dia, a gente viva mesmo.
Aquelas palavras me incendiaram. Meu pau já estava duro sob a bermuda.
— Vamos pra piscina — disse Ana, pegando minha mão com firmeza.
Já era noite, e a água refletia as luzes dos prédios ao redor. Alguns apartamentos tinham janelas abertas. De onde estávamos, era fácil imaginar que alguém pudesse nos ver. E isso só deixava tudo mais quente.
Ana tirou a camisa que usava e ficou nua. O corpo dela iluminado pela luz azul da piscina parecia uma miragem. Os mamilos endurecidos, a pele arrepiada.
— Finge que sou ela — sussurrou, de costas pra mim. — Me chama de Gabriela. Me toma como se fosse ela, do jeitinho que ela gosta.
— Vem cá, sua policialzinha gostosa — falei, invadido pela fantasia.
Puxei Ana pelos quadris, encostando-a na beira da piscina, debruçada, com as mãos apoiadas no chão frio. Fiquei de joelhos atrás dela e afastei suas pernas com firmeza. Passei a língua devagar entre suas coxas, sentindo o gosto da excitação que já escorria. Ela gemeu alto.
— Mais — pediu. — Me bate. Me xinga. Me faz sua vadia.
Dei um tapa gostoso em sua bunda, o som ecoou pela noite. Me posicionei e a penetrei de uma vez, forte. Ana arqueou as costas, empinando ainda mais. A água da piscina balançava ao nosso lado, quase silenciosa, como se respeitasse aquele momento.
— Tá gostando, Gabriela? — sussurrei ao pé do ouvido, com a voz carregada.
— Tô... muito — respondeu Ana, rebolando contra mim. — Me fode como se alguém estivesse vendo. Como se quisessem estar no meu lugar.
O ritmo aumentou. Meus quadris batiam contra os dela com estalos precisos. Ela se apoiava com força na borda da piscina. Um dos vizinhos acendeu uma luz. Vimos a silhueta de alguém se mexendo na janela.
— Acho que tão vendo a gente — ela provocou.
— Então olha pra cima. Olha pra eles enquanto eu te como — mandei.
Ela virou o rosto e encarou a janela com um sorriso depravado.
— Olha como eu sou sua. Olha como eu gosto.
Agarrei seus cabelos, puxando de leve. O gozo se aproximava. Mudei de posição, deitei-a de costas na espreguiçadeira ao lado. Levantei suas pernas e voltei a penetrá-la com força. Ana se contorcia de prazer. Beijei sua barriga, seus seios, sua boca. Tudo com fome.
— Me enche. Goza em mim — implorou, suada, olhos revirando.
E eu gozei. Com intensidade. Dentro dela. Forte. Longo. Ana gozou junto, se agarrando em mim como se quisesse me engolir. As luzes da cidade agora pareciam estrelas ao redor da nossa cena. O mundo parado.
Ficamos ali, suados, exaustos, colados. O cheiro da noite misturado ao cloro e ao sexo. O coração batendo alto. A mente ainda perdida nas confissões trocadas entre duas mulheres... que talvez um dia venham a se tocar de verdade.
Depois de tanto prazer ao ar livre, entre respirações ofegantes e sorrisos saciados, caminhamos juntos até o chuveiro externo. A água morna escorria pelos nossos corpos ainda colados, enquanto nos lavávamos com carinho, rindo baixinho de tudo que tínhamos feito e do risco delicioso de alguém ter visto. Cada toque era ainda mais íntimo agora, não mais de urgência, mas de presença.
Subimos para o quarto, exaustos e entregues. Nos deitamos lado a lado, e ela se encaixou nas minhas costas, como só ela sabe fazer. Aquele momento, depois da tempestade de prazer, era pura paz. Beijei sua mão, puxei o lençol e ficamos ali, de conchinha, ouvindo o silêncio cúmplice da noite.
Entre a safadeza e o romantismo, adormecemos como amamos: juntos, completos e em paz.