A semana começara com o coração de Rodrigo acelerado. O cinto de castidade, frio e apertado, lembrava-o a cada movimento da aposta feita com seu cunhado. A lembrança vinha a todo instante: a chave brilhava no peito de Igor, pendurada em sua corrente prateada. Rodrigo só podia imaginar o quanto seria humilhante pedir por ela, implorar por alívio.
Na segunda-feira, Igor mandou uma mensagem curta: "Não se esqueça de que está sob meu comando. Se tocar, perde." Rodrigo tentou ignorar, mas bastava lembrar-se da sensação do toque de Igor, da voz dele no ouvido, para que o desejo crescesse. A prisão física se tornava uma prisão mental.
Ele mal conseguia dormir. Os sonhos eram vívidos, cheios de imagens de Igor de sunga na beira da piscina, do toque acidental no banheiro, do cheiro de seu perfume misturado ao suor. Pela manhã, acordava suando, tenso, frustrado.
Na terça, Igor apareceu de surpresa no flat de Rodrigo. Trouxe uma sacola com frutas e um suco natural. Sem aviso, invadiu a cozinha, agindo como se fosse dono do lugar. Rodrigo tentou manter a compostura, mas quando Igor, com aquela camisa regata colada ao corpo, se aproximou e disse em voz baixa: "Você está sendo um bom menino?", ele quase desabou. Igor riu da reação e foi embora deixando um rastro de feromônio e caos.
Na quarta-feira, Rodrigo decidiu se trancar em casa e evitar qualquer interação. Mas isso não adiantava. O cinto pressionava, provocava. O desejo não diminuía, só crescia, se alimentando do silêncio, do isolamento.
Mais tarde, ainda na quarta-feira, Rodrigo recebeu uma nova mensagem. Era uma selfie enviada por Igor direto da academia. Na foto, Igor estava suado, o corpo bronzeado e musculoso reluzindo sob as luzes do ambiente. O peito definido, os braços fortes e a corrente prateada com a chave pendurada no pescoço destacavam-se contra a pele úmida. O olhar dele, direto para a câmera, era um convite silencioso e ao mesmo tempo uma ordem:
"Faltam quatro dias. Não esqueça: a chave está comigo."
Rodrigo respirou fundo, sentindo o calor subir pelo corpo. Aquele lembrete cruel o fez perder minutos preciosos tentando afastar imagens que insistiam em invadir sua mente. Aquele objeto metálico, tão pequeno, carregava um poder imenso sobre ele.
Na quinta, Igor não apareceu nem mandou mensagem. Rodrigo entrou em desespero. Sentiu falta da provocação, do controle. Estava sozinho com sua fome. Sentiu-se ridículo por esperar, como um viciado por atenção. Passou horas no chuveiro tentando distrair a mente, mas tudo o que conseguia pensar era: "Por que ele não veio hoje?"
Apertado pelo desejo e pela saudade, Rodrigo decidiu visitar Amanda. Sabia que ela não estaria de plantão naquela noite. Vestiu-se com capricho — camisa justa, perfume marcante — e dirigiu até o apartamento dos pais dela. Tocou a campainha, e quem o recebeu foi Amanda, com carinho e surpresa pela visita inesperada. Porém, seus olhos vagavam discretamente, como se procurassem por outra pessoa.
— Que bom que veio hoje, amor. Ia te mandar mensagem mais tarde. Estava pensando... que tal passarmos o fim de semana na chácara da minha família? A casa vai estar vazia, meus pais não vão, e o Igor sugeriu que a gente aproveitasse o lugar um pouco. — disse ela, sorrindo.
Rodrigo hesitou por dentro, mas respondeu com um sorriso controlado:
— Pode ser... parece uma boa ideia.
Amanda se animou com a resposta e seguiu comentando sobre o fim de semana, enquanto Rodrigo digeria o detalhe mais provocador de todos: foi Igor quem teve a ideia.
Quando Rodrigo entrou na casa, logo viu Igor encostado casualmente na entrada da cozinha, um sorriso malicioso desenhado nos lábios. A luz da cozinha realçava os contornos do rosto dele e o brilho discreto da corrente prateada em seu pescoço. Rodrigo sentiu a respiração prender por um segundo.
Igor não se mexeu, mas seus olhos diziam tudo. Um olhar de posse, de antecipação, como se cada passo de Rodrigo tivesse sido previsto. Ele cruzou os braços lentamente, os músculos sob a camisa esticando com o movimento.
— Você aceitou, hein? — Igor comentou, como se tivesse ganho uma aposta.
Rodrigo tentou disfarçar o nervosismo, mas a presença do cunhado próximo já era o suficiente para acelerar seu coração. Sentiu o rosto esquentar, como se estivesse sendo despido por aquele olhar.
Igor se aproximou, a voz baixa e cheia de intenção.
— Devíamos ir amanhã cedo, assim aproveitamos o dia todo. — Ele se aproximou mais, ficando a centímetros de Rodrigo. — O que você acha, Rodrigo? Não é uma boa ideia?
Rodrigo hesitou, sentindo a respiração presa no peito.
— É... parece uma boa ideia.
Igor sorriu, satisfeito com a submissão silenciosa.
— Ótimo. Quero ver você aproveitar bastante. A piscina vai estar limpa, o sol vai estar forte… e eu, bem, vou estar lá. O tempo todo. — A voz dele caiu para um sussurro. — Observando você.
— Pensando melhor, Rodrigo, por que você não dorme aqui essa noite? Assim não nos atrasaríamos muito.
Uma gota de suor escorreu pela nuca de Rodrigo. Ele pigarreou, desconfortável, tentando buscar uma desculpa plausível:
— Ah, eu… deixei umas coisas ligadas em casa. E ainda tenho que separar umas roupas…
Igor sorriu, aquele sorriso que já antecipava o próximo movimento.
— Então vamos buscar. Eu te levo. Vai ser mais rápido assim.
No carro, o trajeto foi um campo minado de provocações. Igor dirigia com uma mão só, a outra frequentemente roçando o joelho de Rodrigo, ou pousando casualmente em sua coxa, como se fosse natural. Apesar de nas primeiras vezes Rodrigo ter tentado retirar, depois de um tempo ele deixou e começou a sentir um sentimento bom e uma sensação de alívio.
— Acho que você deve levar também aquela bermuda rosa — Rodrigo sabia qual bermuda Igor estava falando, foi uma que ele ganhou da Amanda, só que era de um tamanho menor. Ela era curta e bem justa, o que deixava a sua bunda bem arrebitada.
Chegando na casa, Igor entrou junto, ignorando qualquer limite. Caminhou direto até o quarto, abriu o armário e começou a inspecionar as roupas.
— Essa regata branca... essa bermuda jeans... a sunga azul... — dizia, jogando as peças sobre a cama.
Rodrigo hesitou por um momento diante da gaveta aberta, mas Igor foi mais rápido. Abriu a gaveta de roupas íntimas, puxou uma peça de renda verde e segurou entre os dedos.
— Leva essa aqui também. Achei sexy. — O olhar encontrou o de Rodrigo, desafiador.
A pressão de Rodrigo quase caiu. Ver seu cunhado segurando aquela calcinha quem dele pertencia, com aquele olhar de desafio, era mais do que ele podia suportar. O coração acelerou e o rosto ardeu, mas ele permaneceu imóvel.
Igor colocou a peça sobre as outras roupas já separadas, depois lançou um olhar firme:
— Vai guardando tudo isso na mochila.
Com os movimentos lentos e desconectados, Rodrigo foi dobrando as peças e as colocando na bolsa, tentando não tremer demais. Estava quase terminando quando Igor se aproximou do guarda-roupa, abriu a porta com um gesto fluido e puxou uma última peça — quase escondida entre os cabides.
Era a bermuda rosa. Curta. Justa. Escandalosamente provocante.
— Você bem que podia vestir ela agora, não acha?
O olhar de Igor era um convite e uma ordem ao mesmo tempo. Rodrigo, com o pouco de autocontrole que ainda possuía, apenas estendeu a mão, pegou a bermuda sem dizer uma palavra e a colocou dentro da mochila, como quem admite silenciosamente a rendição.
O silêncio entre os dois era pesado, carregado de eletricidade e promessas não ditas. Quando enfim saíram do apartamento, Rodrigo evitou olhar para trás — como se fechar aquela porta fosse mais do que apenas o fim de uma visita. Era o início de algo que ele ainda não conseguia nomear.
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De volta à casa da família Santana, Amanda já estava dormindo profundamente, seu sono tranquilo preenchendo os cômodos com um silêncio quase sagrado. Rodrigo, com as mãos ligeiramente trêmulas, pegou suas coisas em silêncio, tentando não fazer barulho para não acordá-la. O peso da noite e a antecipação do que viria o deixavam tenso, quase sufocado por um desejo que já não conseguia controlar.
Ele caminhou em direção ao quarto de hóspedes, o coração batendo acelerado, cada passo marcado pela ansiedade e um arrepio que subia da nuca até a ponta dos dedos. Estava prestes a abrir a porta, quando a voz firme e inesperada de Igor o surpreendeu, ecoando no corredor quase vazio:
— Esse é meu quarto. Você vai dormir em outro local.
Rodrigo se virou lentamente, sentindo o impacto daquela sentença direta. Seu corpo reagiu antes da mente — o peito apertou, o ar pareceu rarefeito, e os olhos de Igor brilhavam com aquela mistura de comando e promessa que deixava qualquer resistência impossível.
— Eu vou dormir onde? — Rodrigo perguntou, a voz quase falhando, cheio de confusão e uma ansiedade que ele não sabia como disfarçar.
O sorriso predador de Igor apareceu novamente, com uma segurança fria, como quem conhece cada movimento do tabuleiro e já venceu o jogo.
— Infelizmente, cunhadinho, você vai dormir no meu quarto. Onde estão as minhas coisas. Vai dormir na cama que carrega meu cheiro, onde os lençóis ainda guardam o calor do meu corpo. Isso… se você conseguir dormir.
As palavras caíram no ar, lentas e carregadas de uma tensão que fazia o sangue de Rodrigo ferver. O convite, tão simples e ao mesmo tempo tão provocativo, fez seu corpo inteiro vibrar, misturando medo, desejo e uma necessidade quase desesperada.
Mesmo hesitante, ele entrou no quarto. O momento em que cruzou a soleira foi como atravessar uma fronteira invisível, onde tudo que ele conhecia cedia lugar a um território de sensações que ele não podia controlar.
Imediatamente, Rodrigo foi tomado pelo cheiro de Igor, um aroma masculino e forte, misturado com um perfume que exalava poder e posse. Era como se o quarto tivesse sido moldado pela presença dele — o cheiro impregnado em cada centímetro da mobília, das roupas cuidadosamente dobradas na cadeira, dos itens pessoais no criado-mudo. Tudo conspirava para deixar Rodrigo exposto, vulnerável e profundamente desejado.
A pele formigava com o contato invisível daquele cheiro, e o coração disparava cada vez mais rápido, como se o corpo não pudesse aceitar o convite silencioso que o rodeava.
Quando finalmente se deitou, o colchão cedeu sob seu peso, e uma sensação estranha chamou sua atenção. Algo estava sob o travesseiro, incomodando. Rodrigo estendeu a mão, puxou devagar, e seus dedos tocaram um tecido macio e familiar.
Era uma cueca usada de Igor.
O coração de Rodrigo acelerou, quase como um aviso do que estava por vir. Ele hesitou, a mente se perdendo entre o desejo e a razão, entre o medo e a vontade.
Mas não resistiu.
Com um impulso quase instintivo, ele levou a peça ao rosto e inalou profundamente. O cheiro era intenso, íntimo, impregnado da essência de Igor — forte, possessivo, como uma marca invisível que afirmava a posse, o controle.
Um gemido baixo e involuntário escapou de seus lábios, um som carregado de desejo reprimido e frustração.
O pau pulsava, rígido e aprisionado dentro do cinto, latejando com uma urgência cruel, cada batida ecoando como uma tortura deliciosa. Rodrigo apertou os olhos com força, tentando dominar o turbilhão que o consumia, mas o desespero queimava dentro dele, doce e avassalador.
Cada respiração era uma batalha, um misto de sofrimento e prazer, até que uma certeza tomou conta da sua mente, clara e inabalável.
Rodrigo não aguentaria esse fim de semana.