O que ficou 26

Um conto erótico de R Valentim
Categoria: Gay
Contém 3798 palavras
Data: 13/06/2025 00:17:41
Assuntos: Gay, primos, segredo, Namoro, irmão

Benjamin

No exército sempre precisei viajar e passar um tempo fora, só de formação para Tenente tive que passar cinco anos morando no Rio de Janeiro, mesmo assim meu relacionamento aguentou a distância, é irônico pensar que terminei meu namoro justamente quando estava morando junto. Vanessa não quis ir pro Rio comigo na época, talvez minha vida teria sido totalmente diferente se ela tivesse ido, pois lá eu fiz muitos amigos e de vez em quando sou convocado para alguma missão por lá. Vanessa não ter ido foi o que me fez voltar para Fortaleza, mas pensando bem nisso, não sei se conseguiria ficar longe da minha família de forma tão definitiva, em cinco anos viajei bastante fazendo essa rota Rio-Fortaleza, porém se tivesse me mudado mesmo para lá, essas viagens tenderiam a diminuir com o tempo.

Passei por esse dilema de ir embora duas vezes na vida com o exército e com Santi. Ainda bem que não fui, meus irmãos precisam de mim e a verdade por mais que não admita com frequência — ou quase nunca — é que preciso deles também, ter o Rubens na minha vida de novo como era antes acabou me ajudando muito a superar meu término. Ainda sinto falta da Vanessa, claro, mas a sensação que tive depois de transar com uma vizinha que dava em cima de mim a anos e não sentir culpa, foi esclarecedora.

Quando Rubens me ligou pedindo minha ajuda me senti feliz, foi uma confirmação para mim de que voltei a ser seu porto, a primeira pessoa para quem ele corre quando precisa. Não entendi muito bem a situação até Julia me explicar, mas não podia deixar o meu irmão com esse peso no coração, então mesmo sem saber de tudo sugere que o cara ficasse na minha casa e tomei do Rubens a responsabilidade de resolver esse problema, meu irmão anda tão feliz com Antônio, não quero que nada tire essa sua paz. Minha missão era para durar até terça, mas expliquei a situação ao meu superior, contei que tinha um problema de família urgente que carecia da minha presença em casa e ele me liberou para voltar antes — em partes também porque meu trabalho no Rio já estava bem adiantado e isso contribuiu a meu favor.

Domingo a noite o trânsito na cidade é de boas, não demorou muito para ir do aeroporto para minha casa, Júlia e Zé Filho foram passar o fim de semana na Serra e devem está voltando para cidade agora também, ela disse que como o cara está sendo procurado pelo agressor e sabe que ela o ajudou ir para a Serra foi também uma forma de despistar, segundo ela pelo menos. Entro no meu apartamento e de cara tenho um choque de ver que tudo está mais limpo do que de costume — já me considero uma pessoa muito organizada e limpa, mas ele foi além — no sofá um cara branco, alto e forte dormi tranquilamente. Ele está usando uma camisa branca e uma bermuda, ambas minhas, já que ele veio para cá sem nada — eu disse a Júlia que ele poderia usar o que precisasse, justo por está aqui só com a roupa do corpo então está tranquilo.

— Oi, boa noite — ele acorda com o barulho da porta da sala fechando e levanta assustado e de uma vez, o cumprimento com calma para que ele se acalme — sou Benjamin, irmão da Julia e do Rubens.

— Oi, eu sou Mariano — me cumprimenta de volta meio envergonhado, acredito que pela situação — olha eu sou muito grato por poder ter ficado aqui, só vou me trocar e já saio.

— Espera Mariano, vamos conversar — indico o sofá para que ele se sente um pouco comigo.

Ele claramente não está legal, tem olheiras fortes no rosto indicando que não está dormindo direito e sua postura indica alguém que está na defensiva. Não sei exatamente pelo que esse cara tem passado, porém é muito difícil de acreditar que alguém forte e grande como ele tenha passado por abusos físicos, o mundo é um lugar cheio de surpresas mesmo.

— Obrigado por me deixar ficar aqui — agradece novamente.

— Não foi nada, mas cara me conta o que aconteceu para que eu possa te ajudar.

— Já causei muitos problemas, eu não quero envolver você ou o Rubens nisso, estou bem, posso resolver sozinho — algo que o Mariano me diz que isso não é verdade, ele não faz ideia de como resolver isso.

— Ei, relaxa tão bem, falei para o Rubens que iria te ajudar e vou fazer isso, pode confiar em mim — tentei tranquilizá-lo.

— Por que você quer me ajudar? — Ele está confuso e é compreensível dado a história dele com meu irmão.

— Eu sei quem você é Mariano e também sei que você de alguma forma tornou a vida do meu irmão mais fácil durante muitos anos, que com você ele foi muito feliz e livre para ser quem ele realmente era — lágrimas começam a correr pelo seu rosto.

— Nunca amei ninguém como eu amo o Rubens, seu irmão foi a pessoa mais importante que já passou pela minha vida e pode acreditar me arrependo por ter deixado ele sair dela — agora ele me parece mais sincero.

— Por que você terminou com ele? — Pergunto.

— A gente ia casar, tipo ele passou a ser meu mundo, tudo na minha vida girava em torno do Rubens, só que não era a mesma coisa com ele, tipo ele me amava eu sei disso, mas era como competir com outra vida dele e não importava o que eu fizesse me parecia que sempre existiria essa barreira entre nós.

— Rubens foi um covarde durante esses anos todos você está certo, só que ele cresceu com a essa estranha necessidade de não decepcionar nossa família, é difícil de explicar, só que nossa família é muito grande e cheia de problemas, temos muitos irmãos e durante um fase da vida fomos criados todos juntos, mas quando nosso pai faleceu tudo isso mudou muito repentinamente, acho que de alguma forma todos os filhos do meu pai sentem falta de ter a família toda junta. Eu sei não justifica o que o Rubens fez, esconder você por sete anos foi algo difícil sem dúvidas, mas ele só não queria perder o pouco de família que restou para ele. — Mariano fica em silêncio reflexivo sobre o que eu disse.

Levanto para fazer um café para gente, já vi que essa conversa vai precisar ser longa e não será fácil para ele e acredito que nem para mim. Quando Julia me contou um pouco sobre o que Rubens viveu com esse cara senti um pouco de raiva dele por ter deixado meu irmão, mas agora frente a frente com ele, vejo nos seus olhos que Mariano sofreu tanto quando Rubens nessa separação, traçando um paralelo com a minha relação com a Vanessa consigo ter ainda mais empatia por ele. Mariano terminou com Rubens porque sentiu em seu coração que era o certo a fazer assim como eu próprio fiz com minha relação. Não é fácil admitir que uma relação de longa data tem que acabar, ainda mais quando se tem tanto amor envolvido. Não posso culpar o Mariano por ter colocado sua felicidade em primeiro lugar, quando eu mesmo transei com algumas mulheres desde que me separei para ter a certeza em mim de que fiz o certo, basicamente me priorizei assim como ele.

— Olha, só quero te ajudar, pode se abrir comigo, não vou julga-lo, apenas pensar em uma forma de resolver tudo isso, beleza?

— Tudo bem, o Rubens sempre falava que você era como uma super heroi para ele, alguém que sempre podia se contar — fico feliz de ouvir isso — bem, quando me separei do seu irmão eu estava conhecendo o Otávio, mas não trai o Rubens.

— Tudo bem, acredito em você.

— Pois é o Otávio era atencioso e me fazia sentir importante, por ser mais velho e bem sucedido, me deixei levar pela emoção, achava que ele poderia me fazer esquecer o Rubens.

— E deu certo? — Pergunto.

— No começo sim, mas depois comecei a me arrepender de ter deixado o Rubens, só que as coisas aconteceram tão rápido que quando vi já estava morando com Otávio em menos de um mês — as lágrimas voltam a escorrer pelo seu rosto.

— Se precisar de um tempo — digo, mas ele faz que não com a cabeça e continua.

— Depois de uns meses fui percebendo que não estava conseguindo esquecer o Rubens e não achei justo com Otávio — essas memórias parecem bem dolorosas pela forma como sua voz vacila de vez em quando — quando falei que não tinha esquecido o Rubens ele surtou, nunca tinha acontecido.

— O que ele fez Mariano?

— Estávamos na cozinha, ele estava preparando o jantar — ele começa a chorar, mudo de lugar para sentar ao seu lado e o abraço — ele me acertou com a frigideira, não estava quente, mas era uma dessas pesadas, bem na cabeça, quando cai ele começou a me chutar e gritar comigo.

— Você foi pego na covardia, não foi culpa sua — digo.

— Nunca pensei que ele pudesse ser tão violento, tipo eu gosto de malhar e até pratico esportes, mas sei lá estava apanhando e não consegui me defender, me senti tão pequeno e envergonhado por ter sido tão mole.

— Sinto muito que tenha passado por isso.

— Ele já falava o quanto tinha mudado minha vida antes, só que ouvir ele gritando essas coisas enquanto me chupava foi muito doloroso, ele me chamava de ingrato enquanto me batia.

— E o que você fez?

— Depois que ele parou foi pro quarto e eu fugi, não pensei em nada, só sentia dor e uma tristeza que não parecia ter fim, não podia ir para casa, fiquei com tanta vergonha e nem sabia como explicar isso para as pessoas — ele respira um pouco e tenta conter seu choro — depois que me recompus liguei pro Rubens, ele era a única pessoa que poderia me ajudar naquele momento.

— Você contou para ele?

— Não, eu ia, queria contar, mas quando ele disse que estava em barzinho com amigos não consegui falar, me sentir pior, ele tinha seguido com a vida, não estava lá esperando uma ligação minha, quando ele disse que estava com o tal de Antônio foi como levar um soco, doeu mais do que qualquer pancada que o Otávio tinha acabado de me dar, então só perguntei a respeito do plano de saúde que eu era dependente dele, depois disso fui na emergência e contei que tinha sido assaltado.

— Entendi, mas o que aconteceu para você voltar para esse cara? — Não entendo o que pode ter levado ele a voltar para aquela casa.

— Ele foi me buscar no hospital, tinha me rastreado pelo celular, ele chegou cheio de arrependimento e chorando, me disse que me amava muito e que surtou por medo de me perder, eu falei que precisava de um tempo, mas fiquei com vergonha de ir para casa dos meus pais todo machucado, minha mãe me conhece ela não iria engolir a história do assalto então voltei com ele para casa.

Mariano estava perdido, da para entender porque ele escolheu isso.

— Fiquei mal por dias, não conseguia trabalhar e nem fazer nada, por um tempo Otávio ficou sendo o mesmo cara doce de antes, só que toda vez que ele me pegava pensativo começava a gritar comigo, com o tempo as agressões foram acontecendo com mais frequência até um dia que ele me acordou apontando uma arma para mim e dizendo que me mataria se eu me separasse dele — estou em choque que as coisas tenham chegado a esse nível.

— Esse cara tem que ser preso — digo.

— Quando soube que o Rubens tinha seguido a vida comecei a pensar que esse era meu carma por ter deixado o amor da minha vida passar, ele matou meu espírito Benjamin, fez eu me sentir um lixo, dizia que só ele iria me querer, que eu era fraco e que não mereceria o amor que ele sentia por mim, as coisas pioraram quando encontrei o Rubens no dia do seu aniversário e tive a certeza que ele estava namorando aquele cara, fiquei tão arrasado que não foi possível disfarçar, o Otavio foi ficando cada dia mais agressivo, ele até me espancou uns dias antes do dia da briga no bar onde a Julia me salvou.

— Olha você vai ficar aqui, ele não pode fazer nada com você aqui, amanhã vamos resolver isso, te prometo que esse cara não vai mais encostar em você — Rubens não deve fazer ideia de tudo isso, se não ele não teria me deixado cuidar disso, teria vindo pessoalmente resolver, tenho certeza.

— Não quero te envolver nisso Benjamin, ele é perigoso.

— Mariano você é quase da família, foi meu cunhado por sete anos macho, olha vou cuidar disso, vamos resolver, por hoje vamos dormir e amanhã vamos tomar as primeiras providências.

— Não quero te atrapalhar — ele continua relutante.

— Estou com uns dias de folga por conta dessa missão que fiz, não vai me atrapalhar em nada, pode deixar.

Na segunda bem cedo, ligo para um amigo advogado que me orientou fazer um boletim de ocorrência, o primeiro passo é conseguir uma ordem de restrição para esse homem ficar o mais longe possível do Mariano. Em Fortaleza existem alguns lugares de acolhimento a pessoas LGBTQIA+, foi um dia cheio, mas conseguimos, o Centro de Referência LGBT Janaína Dutra nos ajudou a conseguir um advogado e foi dado entrada no processo e no pedido da ordem de restrição. Mariano se mostrou muito envergonhado com todo o processo, por ser um cara grande e forte ele escapa totalmente do que se espera do perfil de vítima, mas as pessoas com quem conversamos foram muito fodas no sentido de acalmá-lo e se mostraram prestativos em sua defesa e amparo, afinal vítima é vítima. Toda essa experiência tem sido importante para que eu também entenda um pouco mais dessa realidade tão violenta, o exército hoje em dia é mais aberto aos LGBT’s, mas ainda sim não é o ambiente mais acolhedor do mundo.

Depois de tudo tranquilizei o Rubens com novidades, não entrei em muitos detalhes porque não quero que ele se preocupe e também não acho que seja algo que eu tenha que falar, isso deve ser algo entre ele e o Mariano, ainda mais que o Antônio está no meio disso agora como parceiro do Rubens, é bem mais complexo do que parece. O dia passou bem rápido, Mariano está bem assustado, pois agora com o processo encaminhado ele teme retaliações do tal do Otávio, mas já estou pensando nisso também, deixei o Mariano em casa seguro, depois sai para resolver isso pessoalmente com esse agressor filha da puta.

Julia me contou como era o cara, também peguei o endereço dele no processo que foi aberto, na hora que o Mariano falava para o advogado. Esse cara mexeu com o homem errado, Mariano foi meu cunhado por sete anos e devo a ele, em partes por minha causa que eles terminaram, se eu tivesse amparado o Rubens da forma certa sua vida seria diferente, só que o Mariano não tinha só um cunhado, na realidade ele tinha vários e dois desses são tão malucos quando eu.

O porteiro serviu no exército e bastou ver minha identificação para se mostrar prestativo, ele confirmou que o Otávio tinha um comportamento muito agressivo com Mariano e que até já tinha pensado em se meter, mas tinha medo de perder o emprego. Depois que garanti a ele que não falaria nada ele nos deixou entrar e nos falou qual era o apartamento. Subimos e vamos até a porta do cara com a maior calma, mas por dentro uma raiva cresce dentro de mim.

— Oi quem são vocês — ele pergunta confuso, mas com um tom amigável ao abrir a porta.

— Meu nome é Benjamin, esses são meus irmãos Andrey e José — meus irmãos o cumprimentam com um aceno de cabeça, mas com umas caras de poucos amigos — viemos aqui buscar as coisas do Mariano.

— Deve estar havendo algum engano aqui — ele vai tentar negar, mas sua cara já mudou quando ouviu o nome do Mariano.

— Olha, podemos fazer isso do jeito certo ou do jeito difícil que o senhor escolhe? — Digo em um tom um pouco mais ameaçador.

— Se o Mariano quiser as coisas dele, ele vai ter que vir aqui buscar.

— Que bom que ele escolheu o jeito difícil — Zé Filho empurra o cara com força e entra no apartamento, Otávio se desequilibra e cai em cima do sofá com muito espanto.

— Eu vou chamar a polícia, vocês não podem invadir minha casa assim! — ele grita visivelmente alterado.

— Tranquilo, pode chamar, só que eu sei que você tem uma arma de fogo nessa casa, e até onde eu joguei no sistema você não tem a posse dessa arma registrada — ele arregala os olhos me encarando — eu sei tudo que eu preciso saber sobre um abusador filha da puta como você, você não tem nem porte e nem posse de armar seu palhaço, só que eu tenho, então quando você pensar em me ameaçar a mim ou qualquer pessoa da minha família é bom você se lembrar disso.

Mais da metade da minha vida foi dentro das forças armadas, autoridade e autoconfiança fazem parte da minha personalidade, caras como o Otávio se borram de medo quando encontram alguém que realmente exibe autoridade e força, e diferente dele minhas ameaças tem muito mais força, pois mesmo que ele tenha dinheiro eu tenho muita influência dentro da polícia militar e de militares de alta patente que me deve favores. Zé e o Andrey mesmo sem dizer nada também conseguem deixar claro para essa merda que não temos medo dele.

— Eu vou foder vocês — ele tenta se manter firme, mas vejo o medo nos olhos dele.

— Vai porra nenhuma, agora seu merda, fala logo ai onde estão as coisas do Mariano que a gente veio buscar e vamos embora — Andrey diz já sem paciencia.

— Não sou homem de me repetir Otávio, você está avisado, tem uma ordem de restrição já para você ficar longe do Mariano, mas isso não é a única coisa com que você tem que se preocupar, o melhor para você vai ser resolver na justiça e pagar pelos crimes que cometeu, porque se você quiser confusão a coisa vai azedar pro seu lado — digo me segurando para não quebrar esse merda na porrada agora.

Por fim percebendo sua situação ele resolve ceder e entregar as roupas do Mariano. Mesmo querendo arrebentar esse cara resolvi me controlar, não quero arrumar problemas pro porteiro também, o cara ainda é novo e parece ser gente boa, até me ofereci para ajudá-lo a reintegrar se ele quiser, já que ainda está na idade certa, o exército é melhor do que seu atual emprego com toda certeza. Andrey e Zé não precisaram de muita explicação, contei por cima o que tinha acontecido e eles vieram, Andrey já estava na cidade então calhou de ele poder ir com gente, agora estamos voltando para casa, Zé está morrendo de rir da cara que o merda lá fez quando viu que tinha se fodido.

— Que loucura, o Rubens sabe disso? — Andrey pergunta enquanto voltamos todos para minha casa no meu carro.

— De tudo não e até prefiro deixar assim digo.

— Entendi — Andrey confirma com a cabeça — sabe que sempre pensei que o Rubens fosse gay, só não entendo porque ele ficou guardando esse segredo por todo esse tempo.

— Também não entendo — Zé concorda.

— O importante agora é que sabemos e podemos ficar ao lado dele, sabe pessoal não temos sido os mesmos desde que nosso pai morreu — digo depois de pensar muito sobre o assunto — o segredo do Rubens, o Biano e o Santi escolhendo ir embora para o mais longe possível, Ana Clara é outra que procurou ficar o mais longe possível da gente, o que estou dizendo é que somos todos irmãos galera, eu sei que passamos por muitas merdas e que nosso pai era um pai de merda, mas isso não muda o que sinto por vocês, não quero que meus irmãos tenham medo de me contar as coisas ou que eles simplesmente saiam da minha vida assim como se não fosse nada.

É a primeira vez em que desabafo sobre isso com meus irmãos, queria voltar para época que estamos todos juntos debaixo do mesmo teto, brincando, brigando e depois fazendo as pazes, eu amo minha família, mesmo quebrada e errada do jeito que ela é.

— Ben, eu vou mais sempre volto irmão, você sabe que pode contar comigo sempre — Andrey diz apertando meu ombro.

— Ser amigo de vocês é o que eu mais quero galeria — Zé entra na conversa — e já que agora somos parças de novo e que contam tudo um para o outro o Andrey já sabe e taus, enfim Ben eu fico com caras também, não é um segredo, mas se tem uma coisa que aprendi com Rubens é que algumas coisas é melhor contar logo pras pessoas.

— Rapaz o Zé quando viaja comigo é o terror dos puteiros Ben, ele come as putas e os casado, esse macho não dispensa nada — Andrey diz rindo — macho a gente foi beber na casa de um amigo meu, quando foi no meio da madrugada fui procurar meu amigo o canto mais limpo, o Zé tava torando o cara e a mulher dele ao mesmo tempo tu acredita?

— Eu queria comer ele, mas ela quis também não ia deixar ela na mão né — Zé parece todo orgulhoso de sua boa ação — vocês estão perdendo, pegar casal é o melhor de dois mundos, mas agora estou apaixonado, encontrei uma advogada que roubou meu coração.

— Onde foi isso? — Andrey pergunta curioso.

— O nome dela é Gessika, ela é amiga do Rubens, meus manos aquilo é que é mulher, porra safada, gostosa, inteligente, tudo numa mulher só, quase que trago ela comigo.

— Gamou mesmo Zé Filho? — Pergunto.

— Tô falando para vocês, a advogada me pegou, vou casar com essa mulher.

— Nunca ti vi assim, ela deve ter te amarrado mesmo então — Andrey fala ainda rindo da situação — e agora quem vai raparigar comigo?

— Se preocupe não meu irmão, o Ben tá solteiro agora, ele vai raparigar com você.

— Verdade né, já ta transando mano, ou ainda tá de luto pela ex? — Andrey me pergunta.

— Já que estamos sendo sinceros, eu vou dizer, transei para caralho lá no Rio, cada mulher gostosa e safada que tem lá onde eu fiquei, porra, fui para no Samba, tá louco, as mulheres lá são muito ligeiras — é bom poder falar com meus irmãos, me sinto jovem de novo, agora só falta o Rubens se abrir com a gente e se libertar dessas amarras que ele mesmo se impôs.

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Comentários

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Como e bom.ler um conto bem.escrito com personagens interessantes e temas revelantes e para quem mora no estado/cidade as memorias afetivas vem com tudo. Cada irmão consegue um protagonismo unico, as relações familiares dos irmâos são a base de nuances,perspectivas e infindaveis possibilidades de fatos,emoções e sutilezas. Realmente o autor e os contos/temporada são o que tem.de melhor no site,sem sombra de duvida, esta de parabèns.

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Que bom que esses irmãos dão o apoio necessário. Agora não queria que Ben e Mariano ficassem não, ia bagunçar tudo haha

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Eu acho que vai acontecer em, bater uma curiosidade no Ben kkkkkk

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🍒 🫦 🤯 Veja o corpo inteiro de qualquer uma sem roupa ➤ Afpo.eu/ekuza

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Eu amo este conto! Amo uma família que se apoia😁! Estou torcendo por Zé filho e gessika, queria saber mais sobre Andrey e Ben umh...será que mariano na casa dele vai rolar uma curiosidade de experimentá-lo?! Acho improvável, mas seria interessante. Que família de irmãos safados rsrsrs.

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