— Como assim? — Andressa perguntou indignada. — Demoramos tanto para achar água e agora você diz que não podemos bebê-la? — Vociferou o questionamento. Mesmo que desidratado e sentindo tontura, era difícil deixar de notar como os seios nús de Andressa balançavam enquanto a garota brigava com Eric.
— Foda-se esse cara! Ele quase nos matou com toda essa andança! — Guilherme acusou furioso. Ele se voltou para a água cristalina logo a sua frente de novo, pronto para tomar um gole. A situação era tensa, mas parecia também ridícula. Era certamente difícil levar meu amigo a sério enquanto ele falava totalmente pelado daquele jeito.
— Não, Guilherme! — O repreendi e senti meu rosto esquentar. Agora todos olhavam para mim, também sem qualquer roupa e participando daquela discussão louca. Meu amigo estava muito bravo e chocado. — Vamos ouvir o que ele tem a dizer antes. — Argumentei. Era fato que, em certos momentos, não achei que sairia vivo da mata, mas, agora que via que Eric tinha nos conduzido a um desfecho positivo, realmente não parecia custar nada dar atenção a suas loucuras.
— Beba se quiser, mas não me responsabilizo pelo que ocorrer depois. — Eric disse. Céus, ele não ajudava a própria causa com sua postura antipática. — Não sabemos a procedência dessa água. Ela pode estar contaminada com parasitas. — Explicou em seguida.
— O que você tá dizendo? Isso não é um esgoto cara! Essa água é tão clara quanto a que sai do bebedouro lá da escola! — Guilherme retrucou impacientemente e aos berros. Sua citação ao colégio me trouxe memórias. Queria tanto que nossas vidas voltassem ao normal. A Gritaria de Guilherme já estava me dando dor de cabeça.
— É óbvio que não conseguimos ver a maior parte dos parasitas. Eles são microscópicos. — Eric comentou, com calma embora com o coração ainda acelerado devido a longa caminhada. Ao menos ele demonstrava ser apenas um ser humano comum como todos nós. Estava exausto e impaciente, embora tentando passar a imagem de racional e superior.
Guilherme olhou para mim, como quem buscava aprovação. Aquela conversa de Eric parecia nada além de uma paranoia besta. Sem conseguir decidir se devia ou não acreditar nele, e com a garganta ardendo devido a falta de líquido, fiquei em silêncio. Estava cansado dessas brigas todas, de andar e, principalmente, daquela maldita ilha.
— O que pode ter de tão ruim nesse rio afinal? — Carol perguntou curiosa.
— Se considerarmos que outros animais vem até aqui para beber água e, eventualmente, defecar, bactérias como a E. coli, protozoários como a Giárdia e vermes como a Tênia. Não dá para saber se está contaminada ou não. — Ele explicou calmamente enquanto se levantava. Minha paciência estava por um fio. Não aguentava mais aqueles monólogos dele.
— Cara, você me disse que se achassemos água potável, poderiamos começar a focar em outras coisas, como roupas. — O lembrei com certa indignação.
— Sim, mas não é o caso. Essa água não é potável. — Eric respondeu secamente. Ele foi andando até uma das extremidades da floresta.
— Como assim não é? É água doce ou não? — Guilherme perguntou e foi caminhando em direção a Eric.
— Só porque não é água salgada, não quer dizer que é potável. — Eric explicou. Quando parou de andar, estava de frente para um pequeno bambuzal, investigando a planta com as mãos. Eu fui andando até os dois também, deixando Carol ali atrás no chão.
— Chega de enigmas cara! — Guilherme disse impaciente. Eu já tinha minha mão sobre seu ombro para acalmá-lo, embora parte de mim também quisesse dar uma surra naquele moleque insuportável.
— Fala logo o que você quer Eric. — Disse-lhe, definitivamente, também sem paciência.
— Para tornar a água potável, precisamos fervê-la. — Eric mencionou. Meus olhos se abriram bem em surpresa. Aquilo fazia sentido. Já tinha ouvido falar que, em ordem de se poder beber água de um rio, a fervura era necessária para matar os patógenos. — A primeira coisa que precisamos é de recipientes para conseguir transportar a água, a segunda, é o fogo. — Ele falou com calma e o meio sorriso de quem sabia estar sendo ouvido e levado a sério. Até Guilherme pareceu atento, bem menos ansioso do que a poucos segundos atrás.
— Entendi! — Disse Andressa se aproximando de nós enquanto ouvia aquela conversa. — Você está pensando em fazer recipientes de bambu. — Mencionou. Eu olhei para ela, depois para o sorriso sutil no rosto de Eric e depois para a planta onde sua mão repousava. Algumas dezenas de bambus de diversas grossuras e alturas se elevavam sobre a terra.
— Perfeitamente. É uma tecnologia bem ancestral Os registros mais antigos remontam dos anos 1600 antes da era comum na Índia e Sudeste Asiático, embora povos originários da Amazônia também sejam conhecidos por armazenar água em colmos ocos de bambus a tempos imemoráveis. — Eric explicou. Cansado como estava, era impressionante como ainda preservava-se sua habilidade de falar sem parar sobre curiosidades tão irrelevantes para uma situação crítica como aquela.
— Sim, eu sei. — Andressa falou, surpreendendo-nos. — Alguns povos como Yanomami, Baniwa e Tukano os utilizam para beber caxiri em festas e rituais. Eles costumam ser adornados e entalhados com figuras geométricas que representam mitos. — Prosseguiu. O queixo de Guilherme e o meu pareciam ter ido ao chão.
— Como você sabe disso? — Guilherme perguntou assustado.
— Já trabalhei com esse material. É bem versátil para fazer recipientes, artesanato e até instrumentos musicais. — Ela disse com o ânimo que só uma louca por artes poderia ter diante daquela situação. Ao menos, agora sabia, Eric não parecia mentir ao dizer que realmente dava para fazer algo semelhante a um copo com apenas aquilo.
— Ótimo. — Eric falou. — Como a Andressa sabe trabalhar com bambu, ela pode refinar os recipientes depois que Daniel e Guilherme quebrarem ele. — Explicou e apontou para pontos específicos no caule verde. — Usem pedras pontiagudas aqui no chão para remover ramos e cortar os colmos do bambu um pouco abaixo dessas regiões. Elas são chamadas de nós e, dentro da planta, há uma cavidade oca que encheremos de água. — Ordenou sem qualquer cerimônia.
Eu devia estar ficando maluco. A falta de água mexia com minha cabeça, me fazendo prosseguir com todas aquelas loucuras sem questionar. Ainda me perguntava onde estávamos, por que entramos naquele avião, por que estávamos todos sem roupas e quando seríamos resgatados daquele local. Às vezes, até mesmo esquecia que estava pelado junto de meus colegas de classe no mesmo estado e o fato me vinha a memória de repente só para me fazer corar e ficar autoconsciente do fato de que todos ali conseguiam ver minhas partes íntimas sempre que queriam.
Isso não está acontecendo de verdade. Pensei sentindo o vento gelado tocar minha pele e fazendo meu pau e bolas encolherem cada vez mais. Agora, Guilherme parecia ainda maior que eu ali embaixo, embora notasse que seu saco raspado de cor negra como sua pele também aproximara-se do corpo. Estava realmente ficando mais frio, o que era perceptivel tanto na sensação térmica quanto nos corpos despidos daquelas pessoas que jamais pensei que veria sem roupa por tanto tempo. Andressa tinha seios bastante bonitos e grandes, os quais ela não mais se dava ao trabalho de cobrir a muito tempo. No meio das aureolas escuras, os bicos duros apontavam firmemente para frente, evidenciando que ela também sentia a mudança na temperatura.
— Certo! — Andressa disse empolgada, cortando meus devaneios. Guilherme e eu nos olhamos nos olhos, levemente perplexos com o fato de termos sido realmente convencidos a seguir mais um plano doido de Eric. Ainda com dúvidas, me virei para o rapaz que estava ali ao lado agachado.
— Tudo bem, podemos conseguir seus recipientes, mas e o fogo? — Perguntei, também preocupado com a noite fria que se aproximava cada vez mais.
— É verdade, dá mesmo para fazer fogo aqui como nos filmes? — Guilherme questionou atento e preocupado.
Eric se levantou, porém, agora sem sua bolsa de cipó e folha de bananeira dobrada pendurada no ombro. Ele tinha um graveto curvo de cerca de 40cm de comprimento nas mãos e cuidadosamente amarrava as extremidades de seu cipó em suas pontas. Parecia um arco em miniatura, daqueles utilizados para atirar flechas. A cada minuto, pensei, ele se parecia mais como um nativo. No chão logo a sua frente, ele reunira gravetos secos e um punhado de palha. Eric sorriu para nos dois.
— Observem. — Disse Eric com o sorriso mais aberto que já vi em sua face. Ele se agachou, colocou um graveto enrolado no meio daquele cipó seco, dando uma volta em seu eixo e o posicionou em direção a um pedaço de madeira partido no meio longitudinalmente. Naquele momento, ele parecia mais heroico do que jamais imaginei. Eu legitimamente acreditei que o rapaz, embora de personalidade difícil, nos salvaria com sua inteligência e atitude inabalável.
— Saquei! É um fire bow drill! — Andressa exclamou com os olhos brilhando, animada e impressionada. Uau! Pensei cheio de esperança e entusiasmo. Não sabia sequer o que significava aquilo, Andressa tinha certamente um invejável conhecimento sobre artesanato para reconhecer algo assim. Aquele nome soava tão legal e engenhoso que agora sorria involuntariamente vendo a cena.
— Com essa simples ferramenta, consigo converter facilmente, e com muita eficiência, a energia cinética em calor. A temperatura na superfície da madeira pode chegar a 300ºC, mais que suficiente para uma combustão. — Eric disse com firmeza, nos enchendo ainda mais de expectativa.
Assim, Eric começou a movimentar para os lados aquele arco rapidamente. Concomitantemente, a estaca de madeira sobre a tábua de tronco bem posicionada começou a girar várias vezes por segundo. Incrível! Pensei animado. Nós três suspiramos impressionados com tal técnica demonstrada ali.
Vinte minutos se passaram e nada. Isso já está ficando patético. Pensei olhando para Eric suspirando, suando e grunhindo de dor enquanto Guilherme, Andressa e eu observavamos aquele graveto só marcar a superfície da madeira fria. Ele parou e caiu para trás, respirando pesadamente e totalmente exausto. “Tempo! Tempo!” O ouvi sussurrar para si mesmo enquanto se esforçava para respirar. Ele já estava cansado assim? Me questionei caindo na real. Cara, que garoto raquítico!
— Como você é fraco! Anda, me deixa fazer isso. — Guilherme disse empurrando o menino quase desfalecido para o lado. Ouvi Andressa rir baixinho.
Em poucos segundos vendo meu amigo executar o mesmo movimento, só que com mais precisão, força e velocidade, uma fagulha apareceu. Pelados, gritamos, nos desesperamos e corremos para dar a pequena chama um pouco de palha seca e soprar aquele vestígio de fogo que surgia. Era impressionante como, à medida que a necessidade se impunha, nossa preocupação com dignidade parecia se esvair cada vez mais. Em alguns minutos, Guilherme, Andressa e eu comemoravamos em volta de uma grande fogueira enquanto Eric bufava logo ao lado, deitado com os braços bem abertos no chão.
— Que bom, vocês fizeram uma fogueira! — Ouvi Carol dizer ali embaixo. Ela se arrastou até chegar a nós e tinha um sorriso encantador. Como era quente vê-la quase que ajoelhada e nua no chão, com cabeça na altura exata do meu pau.
Com Eric naquele estado, restou para meu amigo e eu fazer o resto do trabalho duro. Assim como ele pediu, cortamos vários pedaços de bambú que entregamos para Andressa um a um. Ela os lixava na pedra, junto de Carol para lhe ajudar, tornando-os em verdadeiros copos primitivos. Enquanto isso, Eric foi até o rio, demorando para recuperar as forças molhando o corpo e rosto ao mesmo tempo em que examinava a região. Tudo era tão demorado e cansativo que, depois de ter feito mais de 30 versões daquela mesma coisa, já me questionava se tinha realmente algum sentido continuar com aquilo ao invés de beber aquela água ali ao lado de uma vez. Ainda assim, trabalhamos em equipe para terminar logo o projeto. Provavelmente, assim como eu, meus demais colegas estavam ansiosos para concluir aquela tarefa logo e, posteriormente, conseguir algo semelhante ao que Eric usava para se vestir.
Posicionamos os copos improvisados e cheios de água em pedras acima da fogueira. As labaredas lamberam aqueles colmos de bambu enegrecendo-os parcialmente. Quando olhei para Eric, ele já estava em pé novamente e construindo em um local onde só havia terra mais um de seus relógio solares.
— Os bambus não vão queimar e derramar a água apagando o fogo? — O questionei ao me aproximar dele.
— Não. A água absorve o calor antes que o bambu entre em combustão. — Ele respondeu com calma e voltamos para perto da fogueira.
De acordo com Eric, já eram 17:46. Quando a água dentro dos potes de bambu começava a borbulhar, removemos os recipientes improvisados de perto do fogo e os deixamos para descansar e esfriar. Embora morna e com gosto de fumaça e planta queimada, atacamos aquela água potável como se fosse um refrigerante gelado. Tomei litros e mais litros daquilo, sentindo, a cada gole, minha saúde física melhorar, dando a sede lugar a uma fome que parecia insaciável.
Eric colocou sobre a rocha quente sua bolsa artesanal depois de tirar algumas folhas de dentro dela. Quando Guilherme reclamou de fome pela primeira vez, Eric a tirou com um graveto dali. Ao abrir o objeto, o vapor quente saiu lá de dentro. Quando Eric revelou finalmente o que carregava consigo esse tempo todo, meus olhos desviaram de nojo, mas minhas narinas se inundaram com cheiro de mar defumado.
— Credo! — Andressa disse horrorizada. Ali, quente como uma refeição cozida, algumas dezenas de ostras de vários tamanhos repousavam sobre a pedra fria.
— Na França, ostras são consideradas uma iguaria. — Eric disse. — São ricas em proteínas, gorduras e minerais. — Comentou em seguida, abrindo um dos bivalves com as mãos e arrancando com os dedos o recheio de dentro das conchas. Quando ele comeu, ficamos extremamente impactados.
— Acho que é melhor que comer insetos. — Guilherme disse com uma cara de nojo, que, embora julgasse, olhava atentamente para aquela gororoba nojenta, salivando sem conseguir se conter.
Minha fome era tanta que tive que me arriscar também. No início, quase vomitei ao abrir o molusco morto e sentir seu cheiro de fruto do mar de procedência duvidosa. Ao experimentar, senti o gosto de carne de peixe mal passada que desceu consideravelmente mais fácil do que pensei por minha garganta em sua textura mole e borrachuda. Ao fim, nós cinco já estávamos quase brigando para decidir quem ficaria com a última ostra assada.
A quantidade daquela comida estranha não foi suficiente para encher a barriga até ficar totalmente satisfeito, mas certamente o foi para matar nossa fome. Agora, conseguimos nos esforçar um pouco mais para montar algum tipo de abrigo para nós. Não levantamos grandes estruturas, além de arrumar alguns grandes pedregulhos para nos sentar em volta da fogueira e providenciar folhas grandes para usar enquanto sentados na frente do fogo. Suspirei de alívio por ver Carol finalmente menos exposta, bem como fiquei mais à vontade por ter aquela folha enorme no meu colo nu. Mesmo assim, ainda me restava alguma incredulidade e embaraço, principalmente quando lembrava que todos ali presentes tinham me visto sem roupa em todas aquelas situações. Em certo ponto da conversa, enquanto lambiamos os restos daquelas conchas e tinhamos, cada um, um copo de bambu cheio em mãos, a conversa surgiu.
— Eu proponho um brinde ao Eric! — Andressa disse com o pedaço de bambu estendido acima da cabeça. Segurando a folha escura e enorme no torso, a moça deixou escapar a vista um de seus seios descuidadamente. Apesar de um pouco a contragosto, repetimos o gesto.
— Ele precisa melhorar um pouco suas habilidades de fazer fogo, mas acho que você tá certa! — Guilherme admitiu. — Viva Eric, o rei das ostras e copos de bambu! — Exclamou com divertimentos. Rimos e brindamos com alegria.
— Eu achei que não conseguiríamos, mas procurar água na floresta foi uma ideia genial mesmo! — Carol disse com um sorriso. Apesar da atenção e elogios, Eric ainda nos olhava com indiferença. Embora uma parte de mim quisesse que Carol me elogiasse daquele jeito por carregá-la por tantos quilômetros na floresta, tinha de admitir, sem ele, provavelmente não teríamos sobrevivido até agora. Me lembrei da briga que tive com Eric lá na praia e, admito, me arrependi por tê-lo julgado de forma errônea. Embora o garoto fosse, definitivamente, bastante estranho, presumi que, após demonstrar tanta hombridade em suas ações, gostaria de resolver qualquer impasse de forma direta.
Assim, quando o grupo começou a conversar paralelamente, me aproveitei do momento em as garotas e Guilherme estavam distraídos discutindo algumas trivialidades para me aproximar do garoto com chapéu de folhas. Sentado ao seu lado, disse baixo:
— Obrigado por nos salvar em diversas ocasiões. — Ele só levantou as sobrancelhas, como se aquilo bastasse frente a alguem que se esforçava para lhe dizer algo gentil. — Sobre aquela nossa briga na praia, você não está bravo comigo, está? — Perguntei discretamente, mas de forma clara para evitar qualquer papo torto.
— Aquilo? — Eric perguntou pensativo. — Eu nem me lembrava mais disso. — Respondeu com um meio sorriso. Mais uma vez, sua atitude me causou admiração. Ele não parecia se ressentir ou guardar mágoas. Eric podia ser mais fraco e de comportamento fora do padrão, mas, percebi ali, ele sabia quando agir feito homem.
Sorri para ele de volta. Eu tinha me deixado levar pelo calor do momento, devo admitir. No fundo, não queria que ele se separasse do grupo, tanto pelo fato de ter demonstrado habilidades bastante úteis, quanto pela preocupação por sua segurança física. Deixar aquele garoto franzino sozinho em um lugar como aquele seria muito desumano, ainda mais se motivado por uma briga tão besta. Encerramos a questão por ali, em um breve diálogo direto e sem um papo que fizesse qualquer curva. Assim, continuei conversando com ele sobre outros assuntos, alguns práticos como o tornozelo debilitado de Carol e outros apenas divertidos como ciência e curiosidades.
Com a escuridão encerrando a tarde, Eric parecia ter se tornado bem mais suportável agora que estavamos hidratados e de barriga cheia em volta daquela fogueira. Era como se estivéssemos de novo naquele momento em minha memória em que ele me ensinou o conteúdo da prova de biologia. Agora, eu até cultivava certa admiração pelo garoto que salvou nossos pescoços tantas vezes, nos providenciou água, aquecimento para a noite e até se lembrou de conseguir algum alimento para compartilhar com todos. Confiar nele era certamente a melhor decisão.
Permanecemos todos assim, nos divertindo, contando histórias e bebendo muita água até que o Sol se pôs completamente. Foi um momento muito bom durante todo aquele caos que queria tanto que acabasse logo para que pudesse voltar para minha vida normal.
Eu queria tanto a minha cama. Pensei em certo momento durante uma piada besta de Guilherme que fez as garotas rirem. Quando meus amigos se cansaram de conversar tanto e o silêncio tomou conta do ambiente, olhei para o céu enegrecido começando a evidenciar estrelas de forma contemplativa. Eu me perguntava quanto tempo teríamos que passar ali naquela ilha até que fôssemos resgatados.
Espera, resgate?
Eu olhei para Eric imediatamente, levemente assustado e curioso para tirar uma dúvida que não sabia o porquê de não ter o questionado sobre isso mais cedo. Não era possível! Pensei angustiado diante do garoto, agora que confiava mais nas coisas que saiam de sua boca. Ele só podia estar mentindo! Disse a mim mesmo em negação quando o questionei:
— Cara, como assim ninguém vai nos resgatar?
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Não se esqueça de avaliar e comentar o capítulo :)
Obrigado aos(as) leitores(as) pelos comentários no último capítulo. É bom saber que muitos apreciam uma história bem desenvolvida em enredo e personagens. Tenho percebido que alguns de vocês possuem alguns personagens preferidos, outros pelos quais tem menos simpatia, bem como fazem suposições sobre o que acontecerá na história. Adoro ver todo esse envolvimento com meu livro, o que atesta a qualidade do público que não apenas quer ler cenas de sexo gratuitas em um cenário que, no atual momento da narrativa, não possuem cabimento ou qualquer veracidade com o cenário em que a sobrevivência é prioridade. Ainda assim, há espaço para o que busco explorar agora, que é o desenvolvimento desses personagens tão diferentes presos nesse ambiente que ainda precisa ser compreendido.
Fica a questão: Qual o personagem que você mais gosta? E o que menos gosta? E porque?
Um abraço e até o próximo capítulo. Seus comentários me motivam a continuar escrevendo.