Paguei as diárias sem dizer nada, reservei o quarto mais caro, com tudo que tinha direito. Escondido, tentando ao máximo não fazer nenhum barulho, arrumei as malas da minha esposa e as coloquei no porta-malas do carro. Estava tudo pronto para passar o final de semana no lugar que ela mesma descrevia como um pedaço de paraíso na Terra.
— Ah, pensei da gente ir para Atibaia almoçar num restaurante novo que abriu. A gente passa o dia lá e volta hoje mesmo, que você acha? — menti para ela quando finalmente chegou o dia.
Amanda pulou no meu colo e me beijou, a reação mais adorável do mundo. Se ela já tinha se empolgado com o passeio de mentirinha, mal podia esperar para ver sua reação ao descobrir a surpresa de verdade. Achei que ela surtaria, como uma criança indo para a Disney.
Pelo menos, era isso o que eu pensava…
Mas mesmo depois de uma década junto, Amanda ainda era totalmente capaz de me surpreender.
Quando paramos em frente à entrada do hotel, o sorriso de Amanda sumiu imediatamente do seu rosto. Me encarou, os olhos se estreitando, enquanto tentava processar o que estava acontecendo.
— Para de palhaçada, Lucas. Você tá falando sério? — perguntou, a voz carregada de preocupação.
Balancei a cabeça, sorrindo, ainda sem saber quão frágil era a minha posição.
— Que loucura! — ela exclamou, soltando uma gargalhada nervosa — A gente precisa conseguir o dinheiro de volta.
Fomos discutindo até o lobby da recepção. Minha esposa insistiu que eu precisava ir a um médico urgentemente, já que a única explicação plausível para eu ter torrado nossa renda mensal num fim de semana, sendo que tínhamos contas vencidas em casa, era algum tipo de lesão cerebral.
Ela ainda tentou, de todo o jeito, negociar com a atendente da recepção, buscando um reembolso, só se dando por vencida após ler de cabo a rabo o contrato de locação que eu havia assinado, se certificando de que não existia de fato nenhuma cláusula que nos permitia recuperar o dinheiro.
— Bom, não adianta chorar pelo leite derramado, né, amor? — disse resignada, exagerando no tom da última palavra, coisa que ela só fazia quando estava realmente furiosa.
Deveria ter gasto aquele dinheiro com algo para mim, como uma moto ou celular. Mas não, comprei a viagem dos sonhos dela e agora era punido pela minha incapacidade de antever as consequências dos meus atos.
Imagina só essa cena: nós dois, só de toalha, deitados em macas lado a lado, Enya tocando baixinho no rádio, e minha esposa mantendo uma longa conversa rancorosa consigo mesmo.
Não sabia nem se ela fazia isso para me provocar, ou se seus sentimentos estavam tão exacerbados que não conseguia se controlar para ter aquela discussão na sua própria mente.
Quando a massagista entrou na sala, logo percebeu o clima estranho. Se inclinou para a Amanda, e com a voz cheia de cautela, disse:
— Tudo bem, minha senhora? Quer que eu volte mais tarde?
Antes que ela terminasse a frase, Amanda pulou da maca, quase deixando a toalha cair, e agarrou o pulso da massagista. Os olhos arregalados, o rosto tenso, como se estivesse no meio de um surto psicótico.
Ela não queria uma massagem. Ela precisava.
Nesse clima super agradável, fizemos massagem, banho de lama e outras atividades do hotel. Curtimos o spa até o anoitecer. Voltamos para o quarto, tomamos banho e nos arrumamos para jantar.
— Onde você quer comer, amor? — perguntei.
— Não quero comer agora não, amor.
Depois de um dia inteiro de brigas, aquela simples frase foi a gota d'água para mim. Qual era o sentido de permanecermos casados se, mesmo numa viagem relaxante, estávamos em completa desarmonia?
— Não aguento mais! — gritei, a voz saindo muito mais alta do que eu pretendia. — Se você tá odiando tanto assim a viagem, arruma as malas e vamos embora de uma vez!
Minha esposa saiu do banheiro, totalmente pelada, com uma expressão triste.
— Só queria aproveitar o quarto antes de ir comer. — disse, me encarando com os braços na cintura, esperando uma explicação ou um pedido de desculpa.
Não sabia onde enfiar minha cara, errei ao achar que ela não queria jantar de birra, e mesmo assim, não tive a coragem de pedir desculpas. Olhei para baixo, esperando que ela lesse minha mente e entendesse quanto estava arrependido.
— Desculpa, amor.
Minha cara naquele momento deve ter sido impagável, porque Amanda começou a ter uma crise de riso. Eu estava completamente chocado. Em um período de dois dias, eu tinha ganho dez mil reais e minha mulher pediu desculpas, pela primeira vez em dez anos de casamento.
Existia uma enorme chance daquele hotel ser realmente o paraíso, e eu, sem saber, já tinha cruzado as fronteiras do além-vida.
Amanda se aproximou, tentando adotar um ar sério para criar um clima, mas pequenos risos ainda escapavam. Deslizou os braços ao redor do meu pescoço, enquanto me beijava, balançando os quadris, de um lado para o outro, como se dançasse uma música que só ela podia ouvir.
E eu amava quando ela começava as nossas brincadeiras daquele jeito.
O rebolado criava um toque delicioso, que, aos poucos, fazia os pelos do meu braço se levantarem. Por cima, seus seios durinhos roçavam contra o meu corpo, enquanto embaixo sentia nossos sexos se cruzando a cada balançar, criando instantaneamente uma onda quente que percorria meu corpo inteiro.
— Olha só como ele tá animado hoje! — Amanda disse, segurando o volume que se formava na minha calça.
Eu, com certeza, não era a mesma pessoa que havia brochado dias atrás. Não sei se foi por toda a raiva que passei durante o dia, ou se tinha outra força motriz dentro de mim. Mas, naquele exato momento, queria usar a minha esposa de todas as formas possíveis, coisas tão chulas que, se ela soubesse, tinha certeza de que fugiria dali.
Joguei, de qualquer forma, as roupas que havia acabado de colocar num canto do quarto. Amanda se ajoelhou na minha frente, os olhos fixos nos meus.
— Lu, fui muito chata hoje… o que eu posso fazer para compensar? — disse com um sorriso travesso, me masturbando de leve, enquanto esperava uma resposta.
Mestre do meu destino, capitão da minha alma. Sentia algo fluindo dentro de mim com cada carícia da minha esposa. Desejos que nunca passaram pela minha cabeça, agora fervilhavam sem controle, totalmente livres para me possuir.
Dei as costas para minha esposa, ajoelhei e apoiei minhas mãos no chão. Olhei para trás e Amanda estava confusa. Mesmo depois de tanto tempo de casados, agora era minha vez de surpreendê-la.
Com um gesto firme, conduzi sua cabeça para mais perto de onde eu queria ser estimulado aquela noite. Amanda entendeu, e não se fez de rogada. Mergulhou o rosto inteiro na minha bunda, totalmente imersa em coordenar a punheta com as lambidas naquela região.
Os dois, ajoelhados no chão do quarto, experimentando e vivendo coisas inéditas, mesmo depois de tanto tempo juntos. Era uma renovação dos nossos votos.
Amanda se enganou. Eu não estava somente “animado” naquela noite. Eu estava completamente ensandecido.
A mão invertida da minha esposa naquele ângulo criava um toque desconcertante. Assim, mesmo a punheta, que obviamente não era uma novidade na minha vida, tinha uma sensação única.
E quando as coisas pareciam caminhar numa direção previsível, lá estava de novo ela, a língua da minha esposa. Me afagando, em uma região tão desprivilegiada de nobreza, cada lambida era tão intensa, que me fazia tremer, comprometendo minha capacidade de permanecer ajoelhado.
E o mais poderoso de tudo, não existia, já que acontecia dentro da minha própria mente. A ideia de que minha esposa fazia toda aquela obscenidade a contragosto, apenas para conseguir o meu perdão, era a gasolina que eu jogava no meu fogo. Aquilo não era o tipo de coisa que um marido deveria fazer com sua esposa, mas sim, com uma vagabunda qualquer.
E, nessa noite, Amanda era essa mulher. Ajoelhada, com o rosto a centímetros do pior do meu corpo, ela não passava de uma escrava dos meus desejos. Um pensamento tão forte, tão proibido, que me consumiu por completo, fazendo o meu corpo inteiro formigar.
Com urgência, levantei, ficando frente a frente para minha nova posse. Tudo demorou menos que uma fração de segundo. Amanda gritou, se protegeu com as mãos, enquanto tentava desesperadamente fugir da enxurrada que vinha em direção ao seu rosto.
Eram muitas primeiras vezes, como se outro ser controlasse minhas ações e o meu corpo. Passado o clímax, a culpa tomou conta de mim. Talvez ali, tivesse passado dos limites. Voltei a mim e Amanda me encarava com um olhar sério, tentando me decifrar.
— Promete que essa é a última vez que você faz esse tipo de besteira? — disse, enquanto se levantava e ia em direção ao banheiro, tomar um novo banho.
Assumi que a besteira a qual ela se referia era o dinheiro, e não a gozada na cara dela. Prometi que sim, mesmo sabendo que não cumpriria aquela promessa.
Não precisava de terapia, todos os meus problemas seriam resolvidos se eu continuasse vencendo.
<Continua>
Quer o próximo capítulo? Tem no meu blog! ouroerotico.com.br
Quer o conto inteiro? Tem na amazon! amazon.com.br/dp/B0F9XF9K99
Até terça-feira meu ebook "No Camping Minha Namorada Virou Marmita dos Meus Amigos" tá de graça! amazon.com.br/dp/B0FCN2P8QN