Final mais que feliz - Cap 19

Um conto erótico de Ju
Categoria: Trans
Contém 5202 palavras
Data: 02/06/2025 20:05:40
Assuntos: Trans

A cerimônia havia terminado, mas a emoção ainda ecoava em cada coração presente. E foi com esse espírito pulsando no ar que as portas do salão se abriram e a festa começou.

Luzes suaves, trilha sonora impecável, e uma energia contagiante tomaram conta do espaço. Os convidados brindavam, tiravam fotos, gargalhavam, dançavam — era o tipo de festa que se tornaria lembrança eterna na memória de todos.

Eu e Léo estávamos radiantes, como dois adolescentes apaixonados vivendo um sonho. O vestido de noiva ainda me moldava como uma segunda pele mágica, e o olhar dele sobre mim continuava sendo o mais apaixonado e encantado possível. O terno dele? Um espetáculo à parte, impecável, alinhado, com aquele toque de charme e virilidade que só o meu marido tem.

Em um dos momentos mais especiais da noite, subimos ao palco do salão. Pegamos o microfone, e o silêncio respeitoso dos convidados foi imediato. Leonardo tomou a frente primeiro. Seu discurso foi leve, emocionado, cheio de amor e gratidão.

— Hoje é o dia mais feliz da minha vida — ele disse, com os olhos marejados. — Porque hoje eu me casei com a mulher mais incrível que já conheci. A mulher que me ensina, me inspira, me desafia, me ama e me transforma a cada dia. Ju, você não é só a mulher da minha vida, você é o meu lar. E pra todos aqui, eu digo com orgulho: eu sou o homem mais sortudo do mundo.

Aplausos tomaram o salão, e eu precisei respirar fundo para segurar as lágrimas antes de falar. O microfone tremia na minha mão, mas minha voz saiu firme e carregada de emoção.

— Hoje, eu quero agradecer… — comecei, olhando para o salão cheio de rostos queridos. — Agradecer à vida por tudo que me fez passar. Pelas dores, pelos aprendizados, pelos recomeços. Agradecer ao amor que me transformou. Agradecer às amigas incríveis que fiz nessa caminhada. E agradecer, especialmente… ao reencontro com meus pais. Eles me viram renascer, me viram crescer, me acolheram, e hoje estão aqui, comigo. Pai, mãe… obrigada por estarem comigo no dia mais importante da minha vida.

Eu me virei para Melissa, que me olhava com olhos brilhando.

— E Melissa… minha madrinha, minha amiga, minha parceira de alma. Você me deu força quando eu fraquejei, me deu risadas quando tudo parecia cinza, e nunca soltou minha mão. Obrigada por ser quem você é. Te amo demais.

A plateia aplaudia de pé. Eu respirei fundo e sorri, com os olhos brilhando.

— Por fim, eu quero agradecer à minha vida. A essa mulher trans aqui… que um dia foi desacreditada, ridicularizada, diminuída. Mas que, com coragem, amor, e muita fé, se reconstruiu, venceu, se formou, se tornou advogada, se tornou amada… e agora é esposa. Obrigada, vida. Por tudo.

As lágrimas desciam em vários rostos, e eu senti um calor indescritível dentro do peito. Em seguida, eu segurei o buquê, me afastei, e me preparei.

— E agora, vamos ver quem será a próxima sortuda, hein?!

Com um giro dramático e divertido, atirei o buquê para trás — e como se o destino tivesse combinado tudo, ele caiu direto nas mãos de Melissa.

Ela gritou, pulou e foi aplaudida por todos. Heitor correu até ela, a levantou nos braços com um beijo animado, e todos ao redor riram, vibraram e brindaram com mais entusiasmo ainda.

A festa seguiu com mais danças, mais brindes, mais amor. Era a celebração de uma vida inteira conquistada com coragem, verdade e muito batom vermelho.

A festa continuava com toda a animação possível, como se o universo estivesse comemorando junto com a gente. Eu e Léo dançávamos sem parar, envoltos por um mar de amor e alegria. Começamos com músicas animadas, ríamos, girávamos na pista como se não existisse amanhã. Logo depois, as luzes mudaram de tom, e uma sequência de músicas românticas tomou conta do salão. Ele me puxou para mais perto, colou seu corpo ao meu e me abraçou com carinho. Dançamos assim, juntinhos, olhos nos olhos, sem trocar uma palavra, apenas sentindo — como se nossos corpos conversassem sozinhos, no compasso do amor.

Minhas mãos repousavam no pescoço dele, os dedos acariciando sua nuca suavemente. Os olhos dele brilhavam, e cada sorriso que ele me dava era como um beijo na alma. Às vezes, ele me rodava, fazia graça, e a barra da minha cauda de sereia deslizava pelo chão em um rastro de encanto. Me sentia leve, apaixonada, embriagada por tudo.

Em meio às danças e à música, encontrei a Melissa. Estava linda, deslumbrante, com um brilho nos olhos e um sorriso que iluminava o salão. Nos abraçamos forte, com lágrimas nos olhos, e começamos a dançar juntas no meio da pista. Era nossa dança — a de duas sobreviventes, duas mulheres que lutaram, cresceram, se apoiaram. E no meio da emoção, trocamos um selinho ligeiro, escondido, cheio de carinho, como um selo sagrado de tudo o que vivemos até ali. Foi rápido, mas carregado de sentimento. Ninguém viu. Mas nós sabíamos. E bastava.

Depois, fui surpreendida pelo meu pai, que me chamou com um sorriso tímido.

— Posso ter a honra de uma dança com a minha filha?

Assenti emocionada, e fui com ele para o centro da pista. Ele me abraçou, com os olhos marejados.

— Obrigado, filha… por não ter desistido de mim. Por me permitir estar aqui. Hoje eu sou o homem mais feliz do mundo.

Eu chorei no ombro dele, sussurrando:

— E eu sou a filha mais feliz do mundo por estar aqui… do teu lado.

Nosso abraço apertado foi como um reencontro definitivo. Dançamos como se o tempo tivesse parado só para nós.

Mais tarde, encostei meu rosto no peito do Léo e disse baixinho:

— Amor… vem cá, quero te mostrar uma coisa.

Peguei ele pela mão e o levei até um canto mais reservado do salão. Meu coração batia acelerado de emoção. Abri uma pequena caixa decorada com laço branco, e de dentro tirei um presente inesperado: a notificação do condomínio que havíamos recebido, enquadrada com moldura elegante, fundo escuro e letras em destaque.

Leonardo olhou aquilo por dois segundos e depois começou a rir como uma criança.

— Não… não… JU! Isso não é possível! — disse ele, gargalhando. — Tu fez um QUADRO disso?!

— Claro que fiz! — respondi com orgulho. — Tu acha que eu ia deixar esse momento icônico morrer? Isso é um troféu!

— Meu Deus, Ju… isso é a coisa mais maravilhosa e absurda que alguém já me deu!

— Pois vai pendurar no quarto, hein? Quero do lado da cama.

— Com certeza. E cada vez que tu gritar de novo, a gente vai olhar pra ele e brindar!

Rimos como dois adolescentes, e quando os primeiros sinais de cansaço da festa começaram a aparecer nos convidados, chegou a hora de nos despedirmos. Agradecemos a todos, recebemos muitos abraços, votos de felicidade, fotos, mais brindes, e então deixamos o salão.

Antes disso, Dr. Ayrton se aproximou. Estava elegante, sereno, com um sorriso sincero.

— Meu filho… parabéns, mais uma vez. — disse ele, olhando com ternura para o Léo. Depois se virou para mim. — E Juliana… minha querida nora perfeita… você é o melhor presente que esse casamento poderia trazer para a nossa família.

Ele segurou nossas mãos e acrescentou:

— Agora vão, aproveitem. Podem sair direto para a lua de mel. Eu tomo conta do escritório para vocês com o maior prazer do mundo.

Eu e Léo sorrimos, com os olhos marejados. O coração já transbordava. Agradecemos com abraços apertados, palavras doces e emocionadas.

A festa parecia não querer acabar, mas era chegada a hora. Com os corações aquecidos pelo amor e a alma dançando junto com a música, nos preparamos para nos despedir dos convidados. Todos se reuniram na entrada do salão, formando aquele corredor tradicional de felicidade e emoção. Ao atravessá-lo de mãos dadas com o meu Léo, fomos recebidos com aplausos, gritos de alegria e uma chuva de arroz que caía como bênçãos do céu. A emoção era tanta que mal dava pra segurar o sorriso largo estampado no meu rosto.

A limousine branca nos esperava do lado de fora, imponente, elegante, iluminada por luzes suaves e com champanhe já gelando à nossa espera. O motorista, um senhor muito simpático, abriu a porta para que entrássemos. Mas antes disso, eu olhei para trás uma última vez, acenando para todos, enquanto Melissa, minha mãe, meu pai e o Dr. Ayrton nos mandavam beijos e desejos de felicidade.

Entramos na limousine, e quando a porta se fechou, a mágica continuou. O ambiente lá dentro era um sonho: teto solar panorâmico, luzes em tons de rosa e dourado que mudavam de intensidade conforme a música ambiente tocava baixinho ao fundo, e um pequeno balde com champanhe e duas taças decoradas nos esperando. O cheiro era uma mistura de couro novo e perfume doce, com aquele toque de sedução no ar.

Eu, ainda com meu vestido de noiva de cauda sereia, costas nuas, escarpin branco altíssimo e o batom vermelho impecável, abri o teto solar e gritei para fora, jogando meus braços no ar como quem diz ao universo: “EU CONSEGUI!”. E foi ali, enquanto meus cabelos loiros esvoaçavam com o vento e a cidade passava em câmera lenta ao nosso redor, que Léo me puxou para ele com um desejo urgente nos olhos.

— Vem cá, minha esposa — ele disse com a voz rouca, já me beijando com intensidade.

O beijo começou doce, apaixonado… mas logo se tornou quente, intenso, desesperado. Nossos corpos se encaixavam mesmo com as limitações do vestido e do banco. Eu subi em cima dele, devagar, esfregando meu corpo contra o dele. Comecei a provocá-lo, soltando risadinhas safadas no ouvido dele, enquanto deixava meu batom vermelho marcado no pescoço dele. Minhas mãos deslizavam por dentro da camisa que ele começou a desabotoar, e eu sussurrava obscenidades que só aumentavam a tensão.

Desabotoei o cinto dele com os dentes, rindo da cara de bobo apaixonado que ele fazia. Comecei a brincar com a boca nele ali mesmo, na limousine, sem pudor, sem vergonha, apenas nós dois e o mundo do lado de fora. O vidro fumê nos protegia, mas mesmo que alguém visse… que visse mesmo. A gente era marido e mulher agora, e estávamos mais vivos do que nunca.

O motorista, que sabia muito bem onde deixar os noivos, seguiu direto para a suíte mais luxuosa do motel temático mais glamouroso da cidade. E a noite só estava começando.

A limousine parou em frente à suíte temática do motel, uma entrada discreta, iluminada por luzes suaves. Do lado de dentro, uma cama imensa cercada por espelhos, pétalas espalhadas, velas acesas e um clima de puro desejo.

Leonardo não esperou nem o motorista desligar o carro. Ele saiu primeiro, abriu a porta e estendeu a mão pra mim. Ainda vestida de noiva, com o vestido justo de cauda sereia, os escarpins brancos altíssimos e os cabelos loiros perfeitamente arrumados, desci com elegância. Antes que eu pudesse dar um passo sequer, ele me pegou no colo com força, como se fosse me carregar pro resto da vida.

— Vamos, minha esposa. — sussurrou rouco no meu ouvido.

Entrei nos braços dele, rindo nervosa, excitada, apaixonada. Ele me levou até a suíte e empurrou a porta com o pé. Assim que ela se fechou atrás de nós, o mundo lá fora deixou de existir.

Me colocou sobre a cama com cuidado, mas os olhos dele já queimavam desejo. Eu sentei na beira, puxei ele pela cintura, olhando direto nos olhos, e disse com a voz mais provocante que consegui:

— Vamos, meu marido. Quero você. Agora.

Desabotoei a calça dele com mãos firmes, olhos famintos. Ele gemeu baixo quando comecei a beijar sua barriga e deslizar a mão por dentro. Quando finalmente levei seu pau à boca, fiz lentamente, com a mesma devoção de quem sabia que aquela noite era o início de uma nova vida.

Sugando com vontade, provocando com a língua, sentindo ele crescer mais ainda.

— Ju... — ele arfava, completamente entregue. — Meu Deus…

Quando ele não aguentou mais, me levantou, tirou o véu com cuidado, desabotoou cada botão do vestido como se abrisse um presente. Quando me viu só de lingerie branca rendada e escarpins, os olhos dele brilharam.

— Você é um pecado, minha esposa…

Ele ajoelhou-se à minha frente, puxou a calcinha com a boca e começou a me lamber devagar, explorando cada detalhe do meu cuzinho. Meus gemidos ecoavam na suíte, enquanto eu apertava os lençóis com força.

— Mais... mais, meu amor... — eu implorava, sentindo cada arrepio.

Ele me virou, me posicionou com firmeza e me penetrou com força, gemendo contra minha nuca. Eu me agarrava na cabeceira, gritando com intensidade:

— Me fode, meu marido... Meu Deus... o meu marido é um tesão!

Os movimentos dele eram intensos, quentes, molhados, apaixonados. O som dos nossos corpos se chocando, os gemidos, os beijos desesperados, o suor escorrendo entre os toques... tudo era selvagem e poético ao mesmo tempo.

Naquela noite, na nossa primeira vez oficialmente como marido e mulher, a gente se amou como se o mundo fosse acabar.

Depois do primeiro round quente e inesquecível na cama da suíte, eu e Léo ríamos, ofegantes, abraçados, os corpos ainda colados, molhados de suor e prazer. Mas a noite estava só começando. Ele me deu um beijo demorado no ombro e disse:

— Vamos aproveitar a banheira, minha esposa gostosa?

Eu apenas sorri, mordi o lábio e assenti, pegando na mão dele. Fomos juntos, nus, até a hidromassagem acesa, com luzes coloridas subaquáticas e aroma de essências no ar. A água já borbulhava, quente e convidativa. Ele entrou primeiro, sentou-se e me chamou com o olhar.

Entrei devagar, deixando a água subir pelas pernas, sentindo o calor me envolver de novo. Me sentei no colo dele, encaixando meu corpo no dele como se fosse feito sob medida. As mãos dele já escorregavam pela minha cintura, minha bunda, minhas coxas, e a ereção dele voltou com força total, pulsando entre as minhas pernas.

— Isso é coisa de filme, Ju... — ele sussurrou.

— Melhor que filme, meu marido… isso aqui é nossa realidade.

Comecei a me mover no colo dele, roçando minha bunda bem devagar no pau duro que já cutucava minha entrada. Ele segurava firme minha cintura, me olhando nos olhos com fome. Então, com um movimento só, me encaixei nele, gemendo alto quando senti ele me preenchendo por completo de novo.

— Meu Deus... você dentro de mim é tudo…

As ondas da água aumentavam com nossos movimentos. Eu cavalgava nele com força, rebolando devagar, depois acelerando. A água respingava, nossos gemidos se misturavam com o som dos jatos da banheira, e cada investida dele fazia meu corpo tremer.

— Que esposa deliciosa... que mulher foda você é... — ele murmurava, mordendo meu pescoço.

Eu me apoiava nos ombros dele, jogava o cabelo pra trás, gemendo sem medo de ser feliz:

— Me fode, meu amor... me fode forte... quero gozar de novo... goza comigo…

E ele obedecia. Metia com força, com paixão, com aquele jeito que só ele sabia fazer. Até que, num impulso, me virou, me colocou de quatro na beirada da banheira, água escorrendo entre as minhas pernas, e me penetrou de novo, com tudo.

— A minha esposa gosta assim? — ele provocava.

— Assim! Isso! Meu marido me fode gostoso demais!

A gente gozou junto, forte, intenso, suando mesmo dentro da água, ofegantes, rindo, apaixonados e saciados.

Depois, ele me puxou pra um beijo doce, colado, enquanto eu deitava sobre o peito dele dentro da água quente, e sentia que nada no mundo era maior que o nosso amor.

A água quente ainda borbulhava em volta dos nossos corpos entrelaçados na hidromassagem. Depois daquele segundo round alucinante, nos deixamos ali, relaxando, nossos corpos nus sob a espuma, a luz suave refletindo nas gotinhas da pele. Eu deitava minha cabeça no ombro do meu Léo, os dedos dele brincando devagar com os meus cabelos loiros molhados.

— E agora, minha esposa linda, onde será que a gente vai começar a nossa lua de mel? — ele sussurrou, com aquele sorriso de quem estava pronto pra embarcar comigo em qualquer aventura do mundo.

Eu fiquei em silêncio por uns segundos, só sentindo o coração bater calmo no peito dele, antes de responder:

— Acho que a gente merece um paraíso... que tal Fernando de Noronha? Ou então um roteiro mais clássico, tipo Gramado... fondue à luz de velas, lareiras acesas, chocolate quente, um vestido novo por noite... — falei com um sorrisinho.

— Hm... Fernando de Noronha de biquíni, Gramado de salto e batom vermelho... Tá difícil escolher. — ele riu baixinho.

— Ai, amor... imagina nós dois ali, sozinhos, com aquele mar azul... eu com um maiô cavado... você só de sunga... — falei em tom provocante, mordendo o lábio e subindo a mão pelo peitoral dele. — Acho que essa lua de mel vai ser uma extensão da nossa noite de núpcias, hein?

— Vai ser um vício. E eu não quero me curar nunca. — ele respondeu, puxando minha mão e beijando devagar.

A água começava a esfriar um pouco, e já era hora de voltarmos pra cama. Nos levantamos devagar, nos secamos com as toalhas felpudas da suíte, trocando olhares maliciosos e risadinhas provocantes.

Eu voltei a usar minha lingerie branca, agora meio úmida do vapor, grudada no corpo. Meus escarpins ainda estavam nos pés, o salto alto estalando pelo chão do quarto enquanto eu caminhava até ele.

Léo sentou-se na beira da cama, e eu fui até ele com um olhar decidido. Me ajoelhei devagar, entre as pernas dele, e com toda a sensualidade que ele sabia que eu carregava, comecei a desabotoar a calça social que ele tinha voltado a vestir. Seu pau já estava meio duro só de me ver ali embaixo, me lambendo os lábios.

— Deixa eu cuidar de você agora, meu amor… — murmurei.

Puxei a cueca dele pra baixo e, com um olhar cheio de desejo, envolvi aquele pau lindo com meus lábios, começando um boquete lento, profundo, molhado. Eu gemia baixinho enquanto chupava, alternando movimentos suaves com sugadas intensas, passando a língua na glande, olhando nos olhos dele.

— Meu Deus, Ju… você sabe deixar um homem maluco… — ele sussurrava, arfando.

Eu aumentava a velocidade aos poucos, colocando mais, engolindo com vontade, saboreando cada reação dele. As mãos dele seguravam meu cabelo, mas sem forçar, só guiando, sentindo o prazer crescer até o limite. Ele gemia alto, tremia, os músculos das coxas enrijecendo…

— Ju... eu vou gozar… — ele avisou, quase implorando.

E eu continuei, firme, olhando nos olhos dele, deixando ele explodir dentro da minha boca, quente, pulsante, intenso. Engoli tudo com gosto, sorrindo safada logo depois, limpando um fiozinho que escorreu pelo canto da boca com o dedo.

— Delicioso, meu marido…

Ele riu, ainda recuperando o fôlego, e me puxou pra cima da cama de novo, me abraçando, colando nossos corpos.

— Essa é a melhor noite da minha vida, Ju… e mal posso esperar pelas próximas.

Embora o desejo ainda pulsasse forte em nós, o cansaço da festa, das emoções, dos fogos internos e externos… acabou nos vencendo. Nos enroscamos sob os lençóis macios, nus, suados, exaustos, mas com um sorriso bobo no rosto. Dormimos ali, abraçados, com o corpo entregue e o coração em paz. E com uma certeza nos lábios: de manhã, tudo aquilo se repetiria — e com ainda mais vontade.

Acordamos ainda com o sol tímido invadindo a suíte, a cidade lá fora começando a despertar enquanto dentro daquele quarto o mundo era só nosso. Fizemos um delicioso café da manhã juntos — pães quentinhos, frutas, sucos… Mas, como não podia deixar de ser, a sobremesa foi servida à altura: eu mesma! Sendo devorada pelo meu marido com a fome de um homem apaixonado e obcecado por sua mulher.

Voltamos para a hidromassagem, onde o clima ferveu novamente. Repetimos sem pudor e com ainda mais intensidade as loucuras da noite anterior. Na água quente, entre beijos selvagens, chupadas deliciosas, risos e gemidos ecoando pelo banheiro de mármore, selamos de vez o início da nossa vida de casados — com tesão, carinho e entrega.

Depois de tudo, voltamos para casa, ainda anestesiados de prazer, amor e cumplicidade. Foi ali, deitados na nossa cama, que decidimos o destino da nossa lua de mel. E a escolha foi perfeita.

— Vamos pra Gramado — eu disse, com os olhos brilhando. — No auge do inverno, aquela cidade maravilhosa da Serra Gaúcha, com aquele frio delicioso… Quem sabe a gente não dá sorte e vê neve? Quero andar de mãos dadas contigo nas ruas iluminadas, cheias de flores de inverno, tomar vinho, comer fondue… e arrasar nos looks! Casacos longos, meia-calça, boinas, botas altas… eu vou ser uma visão naquele frio.

Ele me puxou pro colo com um sorriso encantado.

— E eu vou ser o homem mais feliz do mundo te vendo brilhar entre lareiras e chocolate quente. E depois, te despindo com a pressa de quem não aguenta esperar.

Ficamos uma semana em Gramado. Uma semana só nossa. Cercados por montanhas, pinheiros, chalés românticos e aquele friozinho irresistível que só serviu pra aumentar o calor entre a gente. O amor estava no ar. E o nosso amor, Ju e Léo, aquecia tudo ao redor.

Nossa semana em Gramado foi como viver um sonho pintado à mão. A cada manhã, acordávamos com o friozinho aconchegante entrando pela fresta da janela da pousada charmosa onde estávamos hospedados. Um chalé de madeira com lareira, janelas com cortinas florais e aroma constante de pinho e chocolate quente no ar.

Tínhamos uma rotina encantadora. Após o café da manhã reforçado — com pães coloniais, geleias artesanais, frutas frescas e o melhor café com leite da Serra Gaúcha —, saíamos para explorar os encantos da cidade. Um dia, fomos ao Lago Negro, onde caminhamos de mãos dadas pelas trilhas, tiramos fotos sob as árvores de folhas vermelhas e alaranjadas, e rimos enquanto alimentávamos os patinhos. Outro dia, visitamos o Mini Mundo, encantados como duas crianças, olhando maquetes que pareciam nos levar a outra dimensão. Passamos tardes entre a Rua Coberta e os cafés da Borges de Medeiros, rindo, tomando vinho, comprando lembrancinhas, e aproveitando cada segundo com amor e leveza.

Mas foi em uma tarde especial, já no meio da nossa estadia, que tudo se transformou num verdadeiro conto de fadas.

Eu estava deslumbrante — e não digo isso por vaidade, mas porque me sentia assim, completa, poderosa, viva. Vesti uma bota de salto alto maravilhosa que me deixava com as pernas ainda mais longas, um vestido de inverno justo no corpo, e por cima, um sobretudo creme com cintinho marcando a cintura. A boina vinho que usei encaixava perfeitamente nos meus cabelos loiros soltos, ondulados, que caíam como seda até o meio das costas. Um batom vermelho para marcar minha presença — sempre ele, meu clássico.

Léo não tirava os olhos de mim. De terno de lã, cachecol cinza escuro, luvas pretas, e aquele olhar apaixonado, ele parecia tão elegante quanto irresistível.

Estávamos passeando pela charmosa Praça das Etnias, quando aconteceu. O céu escureceu repentinamente, o vento soprou mais gelado, e então... a mágica. Flocos de neve começaram a cair.

Primeiro foram suaves, tímidos, como se a natureza nos testasse. E, de repente, a neve engrossou, desceu em espirais intensas e dançantes. O chão começou a se cobrir de branco. As árvores, os bancos, os telhados… Gramado se transformava diante dos nossos olhos em um verdadeiro cenário europeu.

Paramos. Um em frente ao outro.

Eu, com a boina agora coberta por delicados flocos brancos. Ele, com os olhos marejados, me segurando firme pela cintura. Nos abraçamos com força.

Choramos.

Não de tristeza, mas de amor. Choramos porque a vida tinha nos levado até ali. Porque apesar de tudo que já vivemos, sofremos e superamos, estávamos juntos, casados, em paz, diante da beleza mais rara e improvável: uma nevasca em plena Serra Gaúcha.

— Eu te amo, minha esposa — ele disse, colando a testa na minha.

— Eu te amo, meu marido — respondi, deixando uma lágrima escorrer e se perder no meio da neve.

Ali, sob o céu branco e o frio que nos fazia colar um no outro, juramos mais uma vez que aquele amor seria eterno.

E foi com os corações aquecidos e os lábios grudados num beijo apaixonado que voltamos a caminhar, com a neve caindo ao nosso redor, deixando pegadas de felicidade pela cidade que nos abraçava em lua de mel.

A neve ainda caía fina quando voltamos para nosso chalé, no coração de Gramado. Eu ainda usava meu look impecável — a boina que realçava meus cabelos loiros, o sobretudo elegante, e, claro, as botas de salto alto que eu amava. Entramos sorrindo, com os rostos ainda corados pelo frio e os corações aquecidos pelo amor.

Léo me olhou com um brilho intenso nos olhos, fechando a porta atrás de nós. Se aproximou, puxando devagar a gola do meu sobretudo e sussurrou com aquele tom rouco que me fazia derreter:

— Quero te ver só com essas botas, meu amor. Nada mais.

Mordi o lábio, rindo baixinho, tirando peça por peça com um charme provocante. O sobretudo caiu ao chão. A boina também. E ali estava eu, completamente nua… exceto pelas botas, exatamente como ele desejava. Os olhos dele percorriam meu corpo como se me vissem pela primeira vez, com admiração e pura fome.

Nos jogamos na cama, entre risos, beijos e mãos inquietas. Comecei a provocá-lo com beijos lentos, descendo pelo seu corpo, o deixando sem fôlego. Sentia ele tremer sob meu toque, gemendo baixo enquanto eu mostrava toda a minha devoção com os lábios e a língua. Ele me puxava com força, segurava minha cintura e me fazia sentir desejada como nunca.

— Você é minha… minha esposa linda, deliciosa, perfeita… — ele dizia, com a voz entrecortada pelo prazer.

E naquela cama de chalé, entre lençóis brancos e janelas embaçadas pela diferença de temperatura entre o lado de fora e a intensidade do lado de dentro, nos entregamos de novo, como se fosse a primeira vez. Eu me arqueava sob o corpo dele, pedindo mais, sentindo cada movimento com intensidade.

Depois, exaustos e suados, ele me abraçou forte por trás, as botas ainda em meus pés, e ficamos em silêncio, apenas ouvindo o barulho suave da neve caindo lá fora.

Ali, naquela noite de inverno gaúcho, com o cheiro de madeira do chalé e o calor dos nossos corpos, eu soube que não havia mais nada que eu precisasse. Eu era dele. Ele era meu. E tudo estava exatamente onde deveria estar.

Nos últimos momentos em Gramado, o céu parecia mais azul, como se até a natureza quisesse nos presentear com um adeus sereno. Caminhamos de mãos dadas pela manhã fria, olhando as ruas floridas, os detalhes encantadores da cidade e cada lembrança que levávamos conosco no peito.

Eu, a mulher que enfrentou o mundo com salto alto, batom vermelho e alma de guerreira. Ele, o homem que me amou com inteireza, me escolheu sem hesitar, e me chamou de esposa com o olhar brilhando de orgulho.

Na janela do nosso chalé, deixei um último suspiro se perder no vento gelado, junto com uma prece silenciosa de gratidão.

Nos despedimos de Gramado com beijos longos, promessas sussurradas, e com a certeza de que aquilo era só o começo. O amor havia vencido. O preconceito ficou para trás. E a mulher trans que um dia sonhou com tudo isso... agora vivia.

Na segunda-feira seguinte, as portas do escritório se abriram para um novo capítulo — e quem entrou de mãos dadas, com alianças reluzindo nos dedos, fomos nós: eu e meu marido, Leonardo.

Eu usava um vestido impecável, justo na medida certa, meia-calça preta fina, escarpin de salto alto e, claro, meu inseparável batom vermelho. Os cabelos loiros estavam soltos, levemente ondulados. Entrei sorrindo, poderosa, com o olhar de quem viveu, venceu e voltou mais forte do que nunca.

Todos se levantaram e nos aplaudiram. Melissa veio correndo me abraçar. Dr. Ayrton bateu palmas com orgulho. Melissa me olhou como quem diz: "Doutora Ju, você é a nossa inspiração".

Léo deu uma piscadinha. E eu caminhei até minha sala como quem pisa na passarela da própria vida.

Porque naquele escritório, naquela cidade, naquele mundo… a advogata mais linda, mais poderosa e mais realizada que já existiu… era eu.

E aquele era apenas o começo de tudo o que ainda viria.

Epílogo – Com batom, justiça… e amor

A rotina no escritório seguia firme, intensa, iluminada. Os processos vinham e iam, as vitórias se acumulavam, e a química entre mim e Leonardo só aumentava. Cada olhar trocado por cima da pilha de papéis, cada toque furtivo no elevador, cada beijo roubado entre uma audiência e outra… nossa paixão não se apagava. Pelo contrário. A cada mês, o desejo parecia renascer mais forte, mais maduro, mais nosso.

Melissa, minha comadre de alma e agora advogada de carteirinha, brilhou ao ganhar seu primeiro caso sozinha. Entrou na sala gritando de alegria, me pegando no colo como quem carrega o próprio orgulho. E não demorou para que ela fosse pedida em casamento. Claro que o “sim” dela veio seguido de outro pedido: que eu fosse madrinha.

"Você me ensinou que é possível existir com verdade, Ju. Como eu não te chamaria?"

E ali estávamos nós, vivendo e espalhando amor de formas tão diferentes, mas igualmente verdadeiras.

Quando eu e Léo completamos um ano de casamento, entre vinhos, risadas e olhares cúmplices no sofá da nossa casa, tomamos a decisão que mudaria nossa história para sempre: adotamos o Tiago. Um menino cheio de vida, olhos brilhantes e um sorriso que derretia qualquer cansaço.

Conforme os meses passavam, Tiago trazia ainda mais luz, amor e alegria para as nossas vidas. Nos enchia de orgulho cada vez que corria pelo escritório dizendo que ia ser “abogado igual o papai e a mamãe”, com aquele jeitinho fofo de criança que ainda aprendia a falar direito. E ali estávamos nós, certos de que o escritório seguiria para mais uma geração. Um legado de amor, de luta, de dignidade — e de justiça. E a alegria não foi só nossa. A chegada do Tiago foi motivo de festa para os vovôs. Dr. Ayrton ficou emocionado ao segurar o neto pela primeira vez. Mas quem se superou mesmo foram os meus pais. Meu pai, aquele que eu conhecia na infância como um homem turrão e difícil, se tornou o avô mais coruja e babão do mundo. Bastava Tiago dar um sorriso que ele já se derretia. E minha mãe virou aquela avó clássica, que enche o neto de doces, brinquedos, beijos e muitos lambuzos. Ver aquela cena, aquela família reunida, era como curar todas as feridas que eu um dia carreguei no peito.

E assim a nossa vida seguia…

Se éramos um casal diferente? Com certeza. E o nosso casamento também era. Porque não seguíamos roteiros, nem padrões. Nunca caímos na rotina. Sempre havia um novo gesto, uma nova loucura, uma nova viagem, uma nova lingerie, um novo perfume, um novo jeito de dizer "te amo".

Mas havia algo que nunca mudou.

O que permanecia igual — inviolável, inabalável — era o amor.

O mesmo amor que me fez acreditar, lutar, resistir, vencer e florescer.

O mesmo amor que, um dia, transformou uma mulher trans com um sonho… em uma esposa, advogada, mãe, e acima de tudo, feliz.

Com batom.

Com justiça.

Com tudo que uma mulher trans merece: respeito, felicidade e plenitude.

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