Desde a época do colégio, quando eu e Samuel nos conhecemos e viramos amigos, minha mãe não gosta que eu vá na casa dele. E não tem nada a ver com o lugar onde ele mora, até porque somos vizinhos de bairro e eu tô quase sempre lá em Vista Alegre perturbando. O problema mesmo é outro e tem nome: Lúcio.
Tio Lúcio é pai do Samuel, um cara brabo, invocado e mal encarado que sempre olha torto quando me vê, acho que nunca recebi simpatia da parte dele. Tem 42 anos, pele branca, o corpo parrudo, peludo e largo, no molde de paizão de família, além de ombros definidos, saboneteiras salientes nas clavículas, antebraços veiúdos e peludos, olhar sisudo e a barba escura começando a agrisalhar. Tatuagens no bração esquerdo, pernas cabeludas, pés nº44, 1,83m de altura e uma mania sacana de vestir as regatas com o peitoral exposto e os pelos aparecendo, esse é Lúcio. A princípio, um quarentão inteiraço e gostoso por fora, o que estraga é o interior.
Pensa num macho delicioso, porém escroto até o talo. Bom, esse também é Lúcio. O que o pai do Samuel tem de atraente, tem de insuportável e de implicante. Sabe aquele cara que não sente vergonha de ter opiniões problemáticas e comportamento machista? É ele. No início da minha amizade com o Samuel, eu ia pra casa dele depois do colégio e a gente passava a tarde jogando videogame ou batendo pelada com os outros moleques lá da rua. Quando dava 17h30 e o céu laranja começava a escurecer, nós íamos pro portão papear e era mais ou menos nesse horário que o Renault preto embicava no portão da garagem da casa do meu amigo.
- Abre aí, moleque imprestável. – tio Lúcio xingava o próprio filho.
- Porra, tudo eu. Já vou, já vou.
- E ó, sem reclamar. – o pai ordenava, entrava com o carro e fazia questão de me encarar de baixo a cima quando saía do veículo. – O que esse moleque tá fazendo aqui?
- Fabrício? O de sempre, pai. Voltamo do colégio e jogamo a tarde toda. – Samuel tentou não fazer careta pras perguntas já quase rotineiras do pai.
- Todo dia é isso, agora? – Lúcio me dava mais uma olhada atravessada e de cara feia antes de pegar a maleta no banco do carona e sumir dentro de casa.
Eu e Samuel voltávamos pro portão, mas eu já sabia que era hora de ir embora, porque o pai dele não escondia que detestava minha presença. Tia Glorinha, mãe do Samuel, só chegava do hospital tarde da noite e às vezes acontecia da gente continuar de bobeira na rua até umas 20h, estourando 21h, porém eu me mantinha do portão pra fora, pois sabia que cruzar com tio Lúcio dentro de casa não era boa ideia.
- Samuel, me arranja água lá. – pedi.
- Ah, para. Vai pegar, Fabrício, sou teu empregado não. – ele chiou.
- Posso?
- Vai. Aproveita e traz pra mim, tô com sede.
- Opa, vou querer. – outro moleque pediu.
- Eu também. – um terceiro não perdeu a chance.
- Beleza. Já volto. – saí, abri o portão e entrei sem fazer barulho.
Tentei pisar fofo e não ser percebido, entrei na sala escura e vi a TV ligada no jornal, mas não havia ninguém assistindo. Andei no sapatinho rumo à cozinha, peguei a garrafa d’água na geladeira e o copo na pia, aí voltei pelo mesmo caminho, atravessei o corredor apagado e três detalhes me acertaram desprevenido: primeiro, a fresta luminosa da porta do quarto; segundo, a ambrosia quente e doce que nutriu minhas narinas; por fim, o gosto do cheiro.
- “Que cheiro gostoso da porra...” – meu cérebro disparou.
Uma bomba de sinestesia despejou em mim, com três sentidos ouriçados numa tacada só. Até que o tato também reagiu, subiu aquele frio sinistro na espinha e lembrei que podia ser pego pelo Lúcio a qualquer momento, se desse bobeira no corredor. Mas a curiosidade foi maior, eu bisbilhotei na porta entreaberta e a cena que vi... Bom... O que eu vi ali...
- Tá em cima da hora, falou, tô saindo. Boné na cabeça, a bermuda caindo. Vou dobrando a esquina, vejo a rapaziada. Quem vai no pagode tomar uma gelada? – a voz arrastada e baixa cantarolando pagode ganhou meus ouvidos, ou seja, mais um sentido meu seduzido.
O homem tava parado perto do espelho do quarto de casal, tinha acabado de remover os sapatos sociais e afrouxou a gravata pra tirar a roupa formal do trabalho. Aliás, homem não: o Lúcio que testemunhei era um verdadeiro Macho, com M maiúsculo. O cheiro açucarado e quente que eu inalei antes mesmo de meter a cara na porta era a fragrância crua que exalava de seus pés suados após um longo dia de expediente na firma, a pura testosterona que só o pai gostoso de um amigo pode ostentar em si.
- Tá no jeito de andar. No jeito de viver. Ninguém pode mudar, é meu jeito moleque de ser... Não dá pra disfarçar, não tem como esconder... – o pai do Samuel batucava uma música no peitoral enquanto se despia e eu não consegui tirar os olhos das apertadas que ele deu no volume da pica na calça jeans.
Entre um verso e outro do pagode, tio Lúcio desabotoou a camisa, revelou o peito cabeludo e as axilas fartas, aí sim o cheirão suculento subiu de verdade e me deixou de olhos marejados na fresta da porta. Junto com os feromônios adocicados, subiu também uma adrenalina fodida, pois tanto o quarentão parrudo podia perceber minha presença clandestina ali, quanto o filho dele podia desconfiar da demora, entrar e me flagrar bisbilhotando o pai. Já pensou na merda? Mas nada disso adiantou, porque a tensão de ser pego virou combustível e aumentou a onda de fogo que eu senti com o que vi.
- “Esse cara é um espetáculo! Até o chulé dele é delicioso, como pode?!” – meus neurônios quase fritaram na nuvem de macharia que se espalhou, e eu me vi dopado, anestesiado e imóvel no corredor escuro.
Acho que o que mais me atropelou foi a percepção de como um homem experiente e adulto tipo Lúcio era fisicamente diferente dos moleques lisinhos do colégio. O cara era chefe de família, ostentava testosterona em cada parte do corpo e a fragrância do suor dele me fez lacrimejar, de tão entorpecido que fiquei. Eu respirava o odor quente ali presente e sentia que meu cérebro ia derreter e escorrer pelo nariz a qualquer momento, amortecido pela maresia masculina proveniente do pai do Samuel. Quando nada disso bastou, o quarentão arriou a cueca, botou o pauzão uncut pra jogo e eu BABEI com a selva de pentelhos grossos ao redor da peça, pra não falar no tamanhão excêntrico da caceta.
- “PUTA QUE ME PARIU! PIADA!” – quase gritei na porta do quarto.
Ser pentelhudo, sacudo e pauzudo combinava em tudo com o corpão peludo e parrudo do Lúcio. Eu era um molecão em plena puberdade, cheio de tesão e testemunhando a intimidade que um macho casado emana quando volta cansado do trabalho, tira a roupa e se liberta do restante do mundo, de corpo ainda quente e fervido das várias horas de trampo. Fiquei de pau duraço, os bicos do peito endureceram junto e a primeira coisa que pensei foi em sair correndo, mas a alisada que o pai do meu amigo deu na bola esquerda me obrigou a permanecer ali. Ele sacudiu a tromba, arregaçou e cuspiu a cabeçona morena pra fora. O famoso branco do pau moreno, já ouviu falar?
- É, preciso dar umazinha... – ele falou sozinho e se olhou no espelho.
O caralho do Lúcio devia ter uns 12cm mole, era comprido, delgado e parecia macio, tão parrudo e peludo quanto ele. Carregava um bronzeado que nenhuma outra parte do corpo dele possuía, apresentava um contraste admirável de se ver e fez minha boca encher de saliva à distância, deu vontade de entrar no quarto e perguntar se aquilo tudo era de verdade. Tia Glorinha que tinha sorte e azar de casar com um homem gostoso e escroto que nem o pai do Samuel. Quando menos esperei, ele pegou a toalha jogada na cama, enrolou na cintura e se preparou pra sair do quarto, o que me forçou a bater em disparada.
- “Fodeu!” – corri pra sala escura a tempo de não ser pego, mas por muito pouco.
Lúcio foi do quarto pro banheiro, fechou a porta, escutei o barulho do chuveiro quente sendo acionado e, neste instante, a segunda onda de calor e adrenalina me arrebatou, porque eu ainda não tinha voltado pro portão e agora estava tecnicamente livre pra entrar no quarto dos pais do meu amigo sem ser visto. Adivinha o que eu fiz? Pois é... O excesso de feromônios borbulhando na corrente sanguínea me colocou no quarto do macho e minha pele arrepiou assim que dei o primeiro passo lá dentro. A cueca recém tirada pelo tio Lúcio tava no chão, eu mergulhei de cara nela e cheguei a deitar no tapete pra farejá-la igual cadela.
- Meu Deus, que homem cheiroso do caralho! Mmmm! Quentinha, toda temperada. Dá pra sentir o frescor das bolas no tecido, puta merda! – meu nariz implodiu entre as costuras da boxer amarelada de suor.
Lambi os pentelhos presos no tecido, chupei o pano que agasalhava sua piroca durante as horas de trabalho, absorvi a salinidade daquele homem e nunca pisquei tanto o cuzinho, culpa do frisson que senti ao sorver as gotas de mijão ressecado na cueca. Só eu sei o quanto esfreguei a roupa íntima na cara e me deliciei com os rastros do Lúcio presentes nela. Meu rosto ficou vermelho, a respiração acalorou e eu suei, de quebra ainda encontrei as meias chulezentas do maridão da tia Glória e também dediquei bons minutos de atenção pra elas. Me perdi no tempo, a porta do quarto abriu e o macho apareceu de repente, molhado e enrolado na toalha.
- Eu sabia. Nunca falha, bem que eu desconfiei.
- Tio Lúcio!? F-Foi mal, eu só entrei aqui-
- Tio é o caralho, seu merdinha! Sou teu tio não, troca a porra da fita. – ele apontou o dedo na minha cara, pulou pro meu lado e me segurou pelo braço, muito rude e grosseiro no jeito de falar. – Entrou aqui pra cheirar minha cueca, foi!? Tu acha que é quem, seu viado?!
- Não, nada disso, eu queria-
- Queria o que, queria isso aqui? – sem pensar duas vezes, o pai do meu amigo enfiou a cueca suada no meu rosto, fechou a peça nas minhas narinas e me botou pra farejar seu cheiro, como se quisesse me punir por ter entrado ali. – Cheira essa porra, é o que tu quer?! Viadinho! Só o trouxa do Samuel pra não ver quem tu é de verdade, seu incubado do caralho! Vai tomar no teu cu, comigo tu não se cria!
Lúcio deu um tapinha estalado no meu rosto pra me repreender, insistiu em esfregar a cueca quente na minha cara e eu derreti sob o domínio dele. O macho não sabia que eu nunca mais seria o mesmo depois desse dia, eu mesmo não tinha noção disso ainda. A imagem de um maridão marrento e tirado a valentão me dominando espremeu meu cérebro e acabou moldando muito do que eu busco num relacionamento hoje em dia, pra ser sincero. A cara de mau do tio Lúcio, seu jeito truculento de me segurar, a voz grossa e ao mesmo tempo baixa, quase sussurrada, o olhar maníaco pra lidar comigo e me encarar... Tudo nele ficou marcado na memória, e marcado a ferro e fogo.
- Por favor, tio Lúcio, não conta nada pro-
- NÃO SOU TEU TIO, MOLEQUE VIADO! TENHO SOBRINHO BICHA, POR ACASO!? – ele aumentou o tom de voz, se mexeu demais e a toalha escorregou no chão.
O parrudo ficou peladão, meus olhos automaticamente desceram do peitoral pra cintura dele e tive que dar uma boa manjada na mangueira sacudindo enquanto ele me enquadrava dentro do quarto.
- A única coisa que eu peço é pra você não contar pro Samuel, só isso, senão ele vai me odiar pra sempre.
- Tua sorte é que ele é teu amigo e tolera tuas viadagens, porque se dependesse de mim, moleque... – ele parou de falar e segurou meu queixo pra me intimidar. – A próxima vez que eu te pegar aprontando, tu vai se arrepender de ser bicha. O que eu vou fazer contigo vai te ensinar a nunca mais bancar o enxerido, tu tá escutando?!
- T-Tô! Escutei!
- TÁ ESCUTANDO OU NÃO TÁ ESCUTANDO, SEU FILHO DE UMA PUTA!? – Lúcio me ameaçou contra a parede, chegou perto demais e não se importou de encostar o corpo pelado no meu, ao ponto da pica tocar minha coxa.
Mordido de raiva, ele abriu minha boca e lançou dois cuspidões certeiros na minha língua, só que todas as suas manifestações de ira e desejo de vingança se traduziram em tensão sexual dentro de mim, porque eu gostava dessa aura dominadora e sonhava em um dia ser submisso de um macho com pegada bruta, desses mais hardcores. O cuspe grosso do Lúcio escorreu na minha garganta, ele apertou meu braço pela última vez e me sacudiu.
- Escutou ou não escutou!?
- Escutei, escutei! Nunca mais eu entro no seu quarto, ti... Lúcio.
- Acho bom mesmo.
Apesar da bronca, meu corpo continuou imóvel, as pernas tremeram de nervoso e eu não consegui parar de olhar pra piroca monstruosa do pai do Samuel bem diante dos meus olhos. Como não manjar? Como fingir que aquele pedação de carne não estava sacudindo na minha frente enquanto o machão peludo me dava esporro? Estávamos tão próximos que seu hálito quente atingiu meu peito e eu não sabia se ficava excitado ou apreensivo com toda aquela repreensão. Acho que reagi com um pouco dos dois ao mesmo tempo.
- Tá olhando o que, perdeu o olho na minha pica!? – ele segurou o membro, arregaçou e balançou. – Perdeu noção do perigo, viadinho?!
- Desculpa, não vai acontecer de novo. O senhor jura que não vai contar nada pro Samuel? – implorei.
- Não tenho que prometer nada não, baitola! Some daqui, rala! Vai procurar tua turma, desaparece da minha frente! – só então o macho me liberou e eu corri voado dali.
Saí pra sala, peguei a garrafa e o copo de que deixei em cima da mesa, voltei pro portão depois de muitos minutos dentro de casa e o Samuel não entendeu o que aconteceu.
- Que cara é essa, Fabrício? Parece que viu um fantasma.
- Vi, vi mesmo. Mas não era fantasma, era um monstro. Enorme, ameaçador...
- Qual foi, encontrou meu pai? Ele te xingou? – mal sabia ele que eu tava falando do pau do coroa, isso sim.
- Não, relaxa. O de sempre, só disse que não quer bagunça e que não é meu tio.
- Ah, suave. Menos mal.
Fiquei pouco tempo fazendo hora com os moleques na rua, inventei desculpa do horário e meti o pé pra casa, doido pra chegar, me trancar no quarto e passar horas batendo punheta com a boxer amarelada que roubei do Lúcio antes de escapar do quarto dele. O cheiro do suor açucarado impregnado na cueca ainda estava presente no meu bigode, eu me masturbei mais de três vezes na mesma noite e nem assim me livrei do tesão que senti pelo corpo nu do coroa.
Devo dizer, inclusive, que passei vários dias lembrando daquela cena do Lúcio peladão, e que as visitas à casa do meu amigo mudaram de cara depois disso. Embora minha mãe não gostasse do quarentão, minha atração crescia a cada contato, mesmo que ele me destratasse, como era acostumado a fazer. Você pode até pensar “ah, mas o cara te xingava e ainda assim você se sentia atraído por ele?”, e a verdade é que só quem é submisso vai entender o fulgor que a marra do tio Lúcio causava em mim.
De repente, parando pra pensar, talvez eu enxergasse uma fagulha de depravação por trás de toda aquela repreensão da parte dele, sabe? Algo no modo como ele apertava os dedos na carne do meu braço na hora de me ameaçar, ou então na roçada desnuda que deu na minha coxa quando chegou perto demais. Não sei dizer, mas existia algo. Uma centelha, uma energia invisível que dançava casualmente entre nós... Ou, pelo menos, era nisso que eu queria acreditar.
Perto do fim do colégio, Samuel começou a faltar mais do que o normal e eu fiquei sem contato com meu amigo por vários dias seguidos. Quando ele finalmente apareceu e a gente se encontrou pra conversar, descobri que a situação não tava das melhores na família dele. Segundo os desabafos do Samuel, Lúcio, o paizão provedor orgulhoso, foi mandado embora da firma por justa causa depois se envolver com duas secretárias e arranjar briga com os gerentes. Agora não estava arranjando emprego, passava os dias à toa no sofá de casa e escutava poucas e boas da tia Glorinha quando ela voltava do plantão.
Eu ouvia as lamentações do meu amigo e dava pra ver que ele tava minimamente abalado com o rumo dos problemas familiares, mas só fui testemunhar tudo que estava acontecendo quando apareci na casa do Samuel e presenciei o desemprego do tio Lúcio com meus próprios olhos.
- Licença. Bom dia, ti... Lúcio. – fui educado ao chegar na sala.
- Samuel, o viado do teu amigo tá aqui. – ele me ignorou e continuou largado no sofá, vestido apenas no short do pijama e com metade da bola esquerda vazando pela saída da perna.
O cara tava totalmente diferente, parecia outra pessoa. Raspou a cabeça, a barba cresceu desgrenhada sem corte definido, ele ganhou pancinha, ficou mais ogro e se tornou mais ranzinza e rabugento, se é que era possível. A falta de trabalho e o excesso de tempo em casa transformaram o pai do Samuel num marido imprestável, encostado e parasita, daqueles fanfarrões que não lavam a louça que sujam, muito menos ajudam a preparar a comida que comem.
- Valeu por chamar ele. – falei.
- Não me agradece, frutinha. Nem precisa falar comigo. Tua amizade é com o cego do meu filho, sou teu amigo não. – ele sequer me olhou pra responder, era como se eu não existisse ali.
Não precisei ficar nem um minuto na sala pra identificar os rastros de macho traste, com o cigarro aceso entre os dedos do Lúcio, várias latas de cerveja no chão e ele meio bêbado, de pernas abertas, o pezão sobre a mesinha de centro e exalando cheiro de mal dormido, isso às 9h32 de uma manhã quente de segunda-feira. É claro que eu conversei com o Samuel tão logo que saímos da casa dele.
- Desculpa perguntar, mas seu pai tá bem?
- Mais ou menos. Perder o emprego deixou ele bolado, tá ligado?
- É, deu pra perceber.
- Minha coroa tá até pensando em separar. Bagulho tá doido lá em casa, Fabrício.
- Mentira?! Caramba, que barra...
- É. Depois desse lance da demissão, ela mexeu no telefone dele e pegou várias traições. Tá foda... Ninguém sabia que ele era assim, foi só ser mandado embora que tudo começou a desabar. A parada tá sinistra.
- Bom saber. Vou ficar um tempo sem aparecer, prefiro não incomodar vocês nesse momento. – fui sincero.
- Que nada, mano, é bom esquecer dos problemas. Faz bem pra mim. Pode brotar sempre que tu quiser, é só ignorar meu pai. Ele não tá nem aí pra nada, então tu finge que ele não existe. Faz que nem eu.
- A relação de vocês não tá boa, né?
- Nem um pouco. Não vejo a hora da minha mãe separar logo e ele arranjar outro canto. Muito ruim conviver com um cara que só me xinga o tempo todo, não tem quem aguente.
- Até contigo ele pega pesado.
- Meu pai pega pesado com todo mundo. Não sei se a demissão deixou ele um merda ou se ele sempre foi vacilão assim, mano. Mas enfim, vamo mudar de assunto. Melhor. Prefiro.
Fomos pro colégio, mas nada apagou a imagem rebelde, seca e meio rústica do tio Lúcio largado no sofá, com postura de canalha e o saco aparecendo pra quem quisesse ver. Nas outras vezes que eu fui na casa do Samuel pra jogar videogame ou bater futebol na rua, o pai dele tava na sala e se meteu na nossa conversa só pra me intimidar.
- Quer beber alguma coisa, Fabrício? – meu colega perguntou.
- Leite. – o coroa respondeu no meu lugar.
- Não começa, pai. – Samuel revirou os olhos e reclamou.
- Que foi? Falei contigo não, cuzão, tô respondendo um amigo aqui no celular. – Lúcio pegou o telefone e fez pouco caso de nós.
- Sei... Vamo lá pra rua bater uma bolinha, mano, deixa ele aí. – meu amigo saiu e foi pra calçada.
Me preparei pra segui-lo, mas escutei a voz do paizão resmungar da sala.
- Moleque bicha do caralho. – ele falou.
O clímax das minhas tensões com o pai do Samuel aconteceu numa tarde abafada de sexta-feira, quando apareci em Vista Alegre pra jogar bola com meu amigo e o restante dos moleques da rua dele. Éramos sete e os times consistiam de três membros, então organizamos rodízio e cada um de nós ficava de fora durante uma partida, enquanto os outros jogavam. Na minha vez de ficar fora, eu sentei na calçada quente, senti calor e, como sempre fiz, pedi água ao Samuel.
- Ah, mano, agora tô jogando. Vai lá dentro pegar, pô, deixa de ser preguiçoso. – ele falou.
- Tem certeza? E teu pai?
- Meu coroa não tá em casa, saiu pra jogar bola com os amigos mais cedo e ainda não voltou. Tá tranquilo, a área tá limpa. Aproveita e traz a garrafa, Fabrício.
- Ótimo. Deixa comigo.
Entrei despreocupado, cheguei na cozinha, abri a geladeira e fiz o que ele mandou. Vi que a casa tava vazia, respirei aliviado e pensei no tio Lúcio, que com certeza me daria esporro se estivesse ali. Na hora de sair, eu passei no corredor escuro, avistei a porta do quarto de casal entreaberta e, em cima da cama, um uniforme de futebol espalhado, com direito a calção, chuteiras e os meiões jogados no chão.
- É hoje. – comemorei.
A imagem me seduziu, aproveitei que estava a sós e não pensei duas vezes pra entrar e tirar uma casquinha daquela roupa, que por sinal ainda estava quente e bastante suada. O cheiro doce vestiu minhas narinas, o pau começou a endurecer na bermuda, meu cuzinho piscou e a boca encheu d’água, foi nesse momento que a porta bateu e fez um estrondo assustador atrás de mim. Virei de repente, pulei de susto e lá estava o quarentão nu, ensopado de suor, recém chegado da peladinha com os amigos e saído diretamente do banheiro, por isso não o vi chegar.
- TIO LÚCIO!? – dei um berro.
- Tio é o caralho. E outra, eu avisei que tu ia se foder se eu te pegasse bisbilhotando de novo, não avisei?! Moleque enxerido do caralho, isso que tu é!
- Por favor, eu posso explicar!
- Explicar porra nenhuma, pode começar a rezar. – sem fazer alarde, ele passou a chave na porta do quarto, cruzou os dedos das mãos e estalou todos eles ao mesmo tempo, em seguida destravou também o pescoço para um lado e depois pro outro.
Lúcio andou devagar na minha direção, eu recuei pro canto do cômodo, perto da estante, e, pela primeira vez na vida, senti medo do que ele poderia fazer comigo, confesso. Seu visual careca, barbudo e peludo formou um combo com o olhar ameaçador, as veias infladas nos braços me deram certeza que eu tava fodido e, pra completar, o caralho de fora captou completamente minha atenção. Juro que não quis manjar o pai do Samuel ali, mas ele prendeu a mão forte no meu pescoço, me rendeu contra a parede e tudo que consegui fazer foi observar o balancê do piruzão moreno.
- Perdeu o olho no meu caralho, moleque?!
- Por favor, deixa eu explicar o que tá acontecendo! – pedi.
- Vai explicar mesmo, cuzão, pode apostar que vai! Aí, tu não quer explicar? Conversa com meu cacete, sua puta! Bora, abre a boca! Cachorra! Putinha! – ele deixou a raiva falar mais alto, bateu com a tromba na minha cara várias vezes e eu inevitavelmente abri a boca no meio das chibatadas.
Quando isso aconteceu, a pica do coroa escorregou pro céu da boca e desembocou no fundo da minha goela, sendo essa a primeira chupeta, a primeira sessão de garganta profunda que eu pratiquei no macho gostoso que era pai do meu amigo. Meus lábios babados umedeceram a cabeça da vara, eu a massageei com os beiços, engoli tudo de primeira e o parrudão não teve o que fazer, ele viu que não deveria ter me subestimado. Seus olhos cresceram em mim, a lapa de cacete tomou vida, ganhou envergadura e logo eu estava ajoelhado no chão do quarto dos pais do Samuel, calibrando as amídalas na glande do paizão dele, enquanto sentia o sacão peludo pentear meu queixo.
- GHHHRR! GGHHRRR! – ameacei tossir, cheguei perto de engasgar e derrubei muita saliva no tapete, mas ele tratou de me adestrar antes que eu pudesse interromper a mamada.
- Sssh, sem frescura! Abre a porra da boca pra eu foder tua garganta, bichona, anda! Não vou falar de novo!
- Mas eu não consigo engolir tudo, tio Lúcio! Sua caceta é muito grossa, tá amarrado. Não dou dentro. – fiz charme, pois sabia que atiçar a ira do canalha era o segredo pra ele entrar em combustão.
- Consegue, consegue sim! O viadinho que invade meu quarto pra cheirar meu suor tem que tá preparado pra engolir pica, é lógico que tu consegue! Ó como consegue, ó! – o ogro agarrou meu crânio, travou meus movimentos e enterrou 21cm de piroca grossa e cabeçuda até o talo na minha garganta, centímetro por centímetro. – SSSS! Tá vendo como consegue?! Tu é viado treinado, moleque! Bichona de raça, nunca me enganou!
- GHHMMM! – dessa vez engasguei com disciplina, aguentei trotadas salientes na goela e hospedei aquela anaconda sem fazer feio, ficaram só as bolotas fora da minha boca.
- OOORGH! ENGOLE, PUTA, NÃO QUERIA PICA!? PEDIU, AGORA AGUENTA! BEM QUE EU TÔ PRECISANDO DESCONTAR A RAIVA, TU APARECEU NA HORA CERTA! FFFF! VOU FUDER ESSA BOCA! – ele bufou, entrou em frenesi e deu início aos movimentos de cintura pra meter na minha cara.
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