A Segunda Esposa .Capítulo 28

Um conto erótico de Emilly sissy
Categoria: Crossdresser
Contém 2412 palavras
Data: 21/07/2025 01:49:38

Parte 1 .

Aline ainda segurava o bilhete entre os dedos, a expressão pensativa e maliciosa ao mesmo tempo, enquanto Luiza — só de calcinha e sutiã rosa — ajeitava um cabide que ficou caído no chão do closet.

— Tá... e agora você me explica direitinho — pediu Aline, o olhar cravado nas costas de Luiza. — Como assim você conheceu essa tal de Bruna?

Luiza virou-se um pouco sem graça, mas um leve sorriso escapava no canto da boca.

— Foi... naquele dia do happy hour. Lembra? Eu tinha ido até o balcão por causa da brincadeira... a blusa presa na calça, a calcinha aparecendo... — ela riu fraco, envergonhada. — Quando voltei pra mesa. e... depois, quando eu fui no banheiro, ela apareceu.

Aline franziu a testa, concentrada, enquanto se aproximava pelas costas. Com destreza, alcançou o fecho do sutiã de Luiza, soltando e ajustando melhor a peça sem pedir licença.

— E ela? Como é? — perguntou, focada tanto no ajuste quanto nas informações.

Luiza sentiu o toque e um leve arrepio subiu pela espinha.

— Alta... bem mais alta que eu. Magra, mas com coxas firmes... cabelo preso num coque... pele clara, bem maquiada... uns cinquenta anos, mas parecia mais jovem. Ah, e os seios... — Luiza soltou um suspiro baixo, como se nem tivesse notado — enormes... lindos, cheios, do jeito que eu queria ter um dia. E ela... me encurralou no banheiro.

Aline parou de mexer no sutiã. Ficou séria por um momento, os olhos brilhando de memória.

— Caralho... eu vi ela. — Aline estreitou o olhar. — Eu vi essa mulher no bar aquele dia. Ela tava numa mesa mais afastada, com dois caras de terno, lembra? Ficaram a noite toda só bebendo vinho caro e chamando garçom por aceno de dedo.

Luiza confirmou com um aceno tímido.

Aline riu de leve, balançando a cabeça.

— Você não nasceu com o cu virado pra lua não... você nasceu com a lua inteira dentro do cu, garota. — Ela deu um tapinha na bunda de Luiza, rindo. — Sabe quem é essa mulher?

Luiza negou com a cabeça, curiosa.

Aline permaneceu de braços cruzados, os olhos ligeiramente apertados como quem remexe mentalmente um arquivo antigo e cheio de informações. O tom de voz agora já não era apenas de surpresa — era um respeito misturado com uma pontada de receio. Ela começou a andar devagar pelo closet, fitando o nada, mas com os pensamentos acelerados.

— Luiza... você não tem noção de quem é essa mulher, né? — Aline virou-se, encostando o ombro na parede, cruzando as pernas. — Eu sei quem é. Não tenho dúvida.

— Quem? — murmurou, a curiosidade atiçada, sem disfarçar a pressa em saber.

Aline respirou fundo, e com um gesto delicado com a mão, como se puxasse um fio invisível da memória, começou a narrar.

—Bruna. — Aline disse o nome como quem revela um segredo raro. — Ela é simplesmente a maior cliente que a nossa empresa tem. Mas não só isso... é um fenômeno. Muitíssimo rica, Luiza. Não bilionária, mas perto disso. Ela tem milhões e milhões espalhados em investimentos pelo mundo todo.

Fez uma pausa, buscando os detalhes certos para impressionar ainda mais.

— Ela tem uma cobertura , claro, mas o que pouca gente sabe é que essa cobertura ocupa dois andares inteiros. Elevador exclusivo que não para pra ninguém além dela. — Aline sorriu de lado, como se o fato fosse absurdo demais. — E além disso, tem casa na Suíça. Um chalé inteiro. O tipo de luxo que não é só dinheiro... é outro nível.

Luiza arregalava discretamente os olhos, puxando a calcinha pra cima sem nem perceber, absorvendo cada informação como quem lê uma ficha criminal de um predador.

— E... — Aline abaixou um pouco a voz, tornando a conversa ainda mais íntima — ...tem boatos. Coisa que ninguém confirma, porque quem se mete com ela ou não volta pra contar ou... não quer contar. — Fez um gesto de boca costurada. — Dizem que ela é sádica. Que gosta de pessoas... assim... escondidas. Que não se assumem, que vivem o que você vive. Ela caça, Luiza. Ela fareja quem tá com medo de ser quem é. Quem tá no limiar. E sabe o que ela faz? Ela pega e destrava a pessoa do jeito dela. Quebrando e montando de novo.

Aline se afastou da parede, parando bem diante de Luiza, olhando de cima, séria.

— Você acha que ela te abordou por acaso? Porque achou você bonitinha? — Aline sorriu de canto, sem humor. — Você virou um alvo no instante que rebolou aquele rabinho no bar com a calcinha aparecendo. Pra ela, foi igual um cheiro de sangue na água pra tubarão. Um macho que não é macho, uma mulher que não se assume... Ela viu isso em você. E te marcou.

Luiza engoliu seco, um frio percorrendo a espinha. O bilhete guardado na gaveta de calcinhas parecia pesar o dobro agora.

— E deixa eu te falar uma coisa — Aline continuou, o tom firme — essa mulher não desiste da presa. Pessoas como ela não suportam não terminar um jogo. Não ter controle. Você acha que escapou porque não aconteceu nada depois? Escapou nada. Ela tá só esperando o momento certo pra te abater. E quando isso acontecer, Luiza, não vai ter conversa. Ela vai te usar como se fosse um brinquedo novo. Porque o prazer dela tá em fazer você admitir que não é um homem. Que não consegue nem ser um macho. Que é só uma mulherzinha com medo.

Luiza respirava mais fundo, o rosto levemente quente, sem saber se o que sentia era medo ou excitação.

— Aline ajeitou o cabelo, olhando Luiza como se fosse contar um segredo raro:

— Bruna quase se casou. Pois é… foi o único cara que ela realmente amou. Um rapaz bem mais jovem que ela… devia ter a sua idade na época. Lindíssimo, dizem. Só que... ela moldou ele todinho. Fez usar saia, salto, cintura fina… Era o brinquedinho dela. Mas era mais que isso. Ela queria ele pra vida toda.

Luiza ouviu em silêncio, olhos atentos, quase hipnotizada.

— De aniversário, ela deu uma Ferrari pra ele. Vermelha. Uma joia sobre rodas. Só que... ele morreu dirigindo essa Ferrari. Um acidente brutal. Capotou na estrada a caminho de um hotel fazenda, que ela mesma tinha reservado pra eles dois.

Aline soltou um suspiro irônico:

— Desde então... dizem que ela nunca mais foi a mesma. Que vive procurando um substituto. Mas não qualquer um. Alguém que ela consiga moldar do jeito que quiser... do jeitinho dela.

Aline inclinou o rosto, provocativa:

— E sabe quem chamou a atenção dela agora, né?

Luiza engoliu seco, sem responder, mas o rubor no rosto era resposta suficiente.

Luiza estremeceu. A mão inconscientemente tocou o próprio pescoço, como se pudesse sentir ali a marca invisível de Bruna já se formando.

Aline se aproximou, o rosto muito próximo agora.

— Quando você apareceu no banheiro... de calça social, mas com a calcinha aparecendo, toda confusa, com aquele rostinho de quem não sabe se corre ou se entrega... ela te leu inteira. — Aline suspirou. — E sabe o que ela viu? Uma presa deliciosa, mole, fácil. Ela só não te quebrou ali porque seria rápido demais. Ela gosta de montar o tabuleiro antes. Ela sabe esperar.

Deu um passo para trás, cruzando os braços.

— Quando ela cruzar seu caminho de novo, Luiza, ela não vai te dar escolha. Vai entrar na tua cabeça, no teu corpo. E quando você notar, vai estar com o nome dela tatuado onde só ela vai ver. Como ela escreveu.

Luiza ficou sem palavras. A boca entreaberta, um arrepio dançando pela nuca. Não sabia se o calor que sentia era medo, ansiedade ou uma estranha antecipação.

— É impressionante, viu? — Aline comentou, com um sorriso torto. — Você não tem nem peito ainda, não se assumiu, vive nessa indecisão... e já tem Roberto, um touro de homem, e Bruna, que parece esculpida à mão! Dois perfeitos te querendo. — Ela revirou os olhos, num tom meio de brincadeira. — Eu, toda ativa, sabendo o que quero, cheia de peito... e o que sobra? Julio deitado com as pernas pro alto. — Deu uma risadinha amarga. — Dá até vontade de virar passiva, só pra ver se aparece um desses.

Luiza tentou rir, sem graça. Aline então pegou o bilhete que deixara sobre a gaveta, alisou o papel com os dedos.

— E quer saber? Guarda isso aí. Porque eu aposto... aposto mesmo, que esse papel ainda vai ser a senha de alguma coisa que ela já tá tramando.

Devolveu o bilhete, como se devolvesse uma sentença. O peso simbólico daquela carta era palpável.

Luiza guardou-o de volta na gaveta de calcinhas. O papel roçando o tecido das lingeries era quase um lembrete: ela ainda seria dela.

Aline deu um último olhar, o canto da boca curvado.

— Se prepara, Luiza. Porque quando a Bruna quiser... você não vai ter pra onde correr.

Parte 2 .

O relógio já marcava quase meio-dia quando o silêncio caiu entre as duas. A conversa sobre Bruna tinha deixado um peso no ar, e Luiza parecia até mais encolhida, pensativa, o olhar perdido no chão do quarto.

Aline se espreguiçou, estalando o pescoço.

— Ai, já deu né desse papo deprê. Tô morrendo de fome — disse, se levantando. — O que vamos fazer pra comer?

Luiza deu de ombros, a voz murcha:

— Sei lá... não tem nada pronto. E eu não tô com saco de cozinhar.

— Então vamos pedir um iFood. — Aline pegou o celular de cima da cama. — Eu tô com desejo de comida japonesa, e você?

Luiza pensou um pouco.

— Pode ser... mas sem sushi cru, né?

— Relaxa, princesa, eu escolho — respondeu Aline, já deslizando o dedo pela tela. — Depois desse climão, a gente precisa de comida boa pra esquecer da bruxa rica.

Luiza sorriu de leve.

— Bruxa rica é ótimo...

— Não é? — Aline riu. — Da próxima vez que ela aparecer, vou pedir um feitiço pra ficar milionária também.

O pedido foi feito. Aline largou o celular de lado e se jogou na cama.

— Daqui a pouco o entregador tá aí. E você, vai ficar assim largada? Toda mocinha, sem nem pentear o cabelo?

Luiza bufou, ajeitando-se na cama.

— Ué, tô em casa...

Aline virou-se de lado, apoiando a cabeça na mão.

— Então vamos fazer um desafio. Você abre a porta pra ele. Mas de um jeito bem... feminino.

Luiza ergueu uma sobrancelha, desconfiada.

— Que jeito?

— Eu escolho a roupa — respondeu Aline, já levantando de novo. — Quero você atendendo a porta igual uma menininha. Quero ver se o entregador percebe ou se cai direitinho.

— Você tá brincando...

— Tô nada. — Aline abriu o closet e puxou um vestidinho floral leve. — Vai ser isso aqui. Curto, rodadinho. Delicado. Quero você bem... delicada.

Luiza hesitou, franzindo o rosto.

— Ah não... logo vestido? — resmungou Luiza baixo, olhando pro armário. — Se fosse o shortinho ainda tentava, mas... — ela passou a mão pela virilha, frustrada —... não tô com a virilha lisinha, ia ficar aquele volume feio...

— E é por isso mesmo! — Aline girou o vestido no ar, vitoriosa. — Quero ver se aguenta o risco. Vai ou vai?

Luiza resmungou baixo, mas não tinha como escapar. Vestiu o vestido com certa pressa, passou um pouco de hidratante labial com brilho e pegou um arquinho simples. Prendeu o cabelo para trás com ele, deixando o rosto livre e mais delicado. Olhou-se rápido no espelho, ajeitou uma mecha ou outra... e suspirou, resignada, e Aline ainda completou:

— Sapatilha rosa, pra fechar o look.

Quando o interfone tocou, Aline correu pra atender, um brilho cruel nos olhos:

— Oitocentos e três, pode subir.

Desligou e virou pra Luiza, sorrindo:

— Se você não abrir essa porta sozinha, eu abro. E ainda gravo. E mando pro Roberto.

Luiza empalideceu, suspirou pesado e resmungou baixinho:

— Ai, Aline... que vergonha... você é uma chata mesmo.

Caminhou a passos curtos, o vestido leve balançando discretamente.

Quando a campainha soou, Luiza abriu, o coração acelerado. O entregador, um rapaz comum, mal olhou, entregou o pedido e desejou bom dia, chamando-a de "moça".

Luiza fechou a porta, aliviada, mas Aline já estava de braços cruzados, rindo:

— Sabia que ia passar por mulherzinha fácil. Você é muito sortuda, Luiza... muito.

Parte 3.

O almoço do iFood chegou rápido. Um prato simples, mas gostoso, que resolveram comer na sala mesmo, sem muita cerimônia. As duas conversavam bobagens, como se quisessem afastar qualquer resquício de tensão que o papo sobre Bruna havia deixado no ar. Quando terminaram, Aline foi quem sugeriu:

— Vamos tirar um cochilo? Só um pouquinho...

Luiza, ainda com o corpo cansado do treino e o estômago satisfeito, concordou na hora. Foram pro quarto e, sem frescura, deitaram juntas na cama de Luiza. O clima era de intimidade leve, sem malícia, como duas amigas que já haviam passado o dia todo coladas uma na outra.

O sono veio rápido. Luiza se agarrou ao travesseiro, Aline ficou de lado, e a tarde caiu silenciosa dentro do apartamento. Um descanso breve, que foi quebrado quando o despertador do celular tocou perto das 15h. Ambas despertaram aos poucos, com o corpo ainda mole, mas cientes de que o descanso tinha acabado.

Levantaram-se com preguiça, mas logo retomaram o foco. Voltaram ao cursinho intensivo, treinando postura, dicção, modos femininos, enquanto Aline corrigia e dava broncas leves.

Por volta das 18h, o celular de Aline vibrou. Era mensagem de Júlio avisando que já estava em casa. Aline se espreguiçou, recolheu algumas coisas e disse:

— Vou descer... qualquer coisa me chama, tá? Amanhã eu subo de novo se quiser.

— Tá bom, obrigada, Aline. — Luiza sorriu, ajeitando o cabelo ainda meio desalinhado.

Aline desceu e Luiza ficou sozinha, mas não parou. Continuou treinando sozinha na frente do espelho, revisando tudo o que Aline tinha orientado, repetindo frases no feminino, testando expressões mais suaves. O tempo passou sem que percebesse.

Quando deu por si, já era noite de sábado. Luiza tomou um banho longo, comeu algo leve, e logo o sono bateu de novo. O domingo veio preguiçoso. Trocaram algumas mensagens com Aline, riram de algumas besteiras, mas cada uma ficou no seu canto. Luiza aproveitou o domingo pra descansar de verdade, organizar mentalmente tudo o que vinha acontecendo... e principalmente, pra pensar na segunda-feira.

Segunda. Dia de ver Roberto outra vez.

O pensamento a deixava inquieta. A última vez que se viram ainda estava fresca na memória — os beijos, o desejo estampado nele, o modo como ele a olhava. Será que seria diferente agora? Será que ele ainda estaria interessado? Será que faria algo?

Na noite de domingo, Luiza preparou a roupa, tentou dormir cedo. Mas o sono foi meio inquieto.

[ CONTINUA...]

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Comentários

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Emily eu estive aqui pensando e notei que você em nenhum momento fez qualquer menção a família do Luiz. Acho que devia ter alguma explicação sobre isso pois não é possível que ele não tenha ninguém,ao menos um amigo de infância.

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Eita que essa Luiza tem uma sorte grande 🍀🍀 pois duas pessoas ricas se interessaram por ela . E pela descrição da Aline ,a Bruna é uma caçadora ágil,esperta e inteligente. Eu só queria saber o que o Roberto iria fazer quando soubesse que sua gatinha está correndo risco de mudar de dono ,que ele tem uma adversária a altura . Emilly essa história está emocionante a cd capítulo.

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Sim com certeza a trama da história está ficando legal né.

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Realmente e poderia ficar mais ainda se você mostrasse um pouco mais de alguns personagens que tem ligação direta c/ a Luiza . Essa Bruna mesmo,seria legal ver ela comentando sobre o interesse na Luiza com alguma amiga,ou funcionária de confiança . Ao mesmo tempo a Aline podia fazer chegar ao Roberto que ele não é o único que viu algo especial em Luiza .

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