A Segunda Esposa .Capítulo 29

Um conto erótico de Emilly sissy
Categoria: Crossdresser
Contém 1194 palavras
Data: 21/07/2025 17:02:17
Última revisão: 21/07/2025 17:06:18

Parte 1.

Luiza despertou bem cedo naquela segunda-feira, ainda antes do despertador. O céu do lado de fora tinha aquele tom azul pálido de um amanhecer limpo. O corpo, no entanto, carregava uma inquietação boa, um frio na barriga que se escondia sob a rotina.

Levantou-se e foi direto pro banho, já com um objetivo em mente: o treino com Vanessa, a personal, não poderia ser desculpa para não estar impecável hoje. Abriu o chuveiro, sentiu a água morna correr pelo corpo e preparou a chuca com todo o capricho, se limpando completamente, reforçando o cuidado. Queria estar absolutamente preparada para o que viesse.

Depois do banho, diante do espelho do banheiro, Luiza pegou a lâmina de depilar e passou delicadamente pelas regiões que poderiam apresentar algum pelo. Inspecionava a pele lisa com as pontas dos dedos, buscando qualquer imperfeição. Nada escapava.

Logo em seguida, os cremes: um hidratante de aroma leve nas pernas, nos braços, no pescoço, e um perfume suave, escondido sob a roupa que ainda nem tinha vestido.

Escolheu uma calcinha preta de rendas finas, que abraçava o quadril de forma delicada, e por cima a roupa masculina de sempre para o trabalho: calça social, camisa ajustada no corpo. A combinação era um segredo íntimo: por fora, o homem esperado pela empresa; por baixo, a mulher que desejava ser.

Luiza já estava quase pronta pra sair, ajeitando o cabelo no espelho, quando parou por um instante. Pensou na mãe, na irmã... já fazia mais de uma semana sem falar com elas. Suspirou, pegou o celular e, antes de sair, resolveu ligar.

— Deixa eu falar com o povo antes que reclamem... — murmurou sozinha, encostando no sofá enquanto chamava.

O celular tocou algumas vezes até ser atendido com a voz animada de sua irmã Sabrina.

— Olha só quem resolveu lembrar que tem família! — brincou, com um sorriso na voz. — Menino, já tava achando que tinha ficado metido aí em Curitiba.

Luiz riu baixo, ajeitando o celular no ouvido.

— Ah, deixa de drama... tô ligando, né? Saudade também, Sabrina

— Hum... saudade nada, hein... — provocou, mas logo emendou com um tom mais íntimo. — Me diz aí... tá de calcinha agora ou não?

Luiz quase engasgou do outro lado, o rosto esquentando no ato.

— Sabrina! — reclamou, em voz baixa, espiando ao redor como se alguém pudesse ouvi-lo. — Para com isso...

— Que foi, menino? — ela riu, satisfeita. — Tô perguntando ué. Vai que... né? Vai que virou uniforme. Você acha que eu esqueci aquela vez? Eu te conheço, Luizinho. Já devia ter vindo pro nosso time há muito tempo.

— Você não presta mesmo... — murmurou ele, sem conter um sorriso sem graça. — Para de falar essas coisas.

— Eu só falo verdades — ela devolveu, divertida. — Mas fica tranquilo... segredo de irmã, tá? Eu te amo de qualquer jeito. Só não posso perder a chance de te provocar.

Luiz respirou fundo, rindo abafado.

— Deixa eu falar com a mãe antes que tu invente mais coisa.

— Tá bom, tá bom... já passo pra ela. Mas ó, qualquer dia a gente volta nesse assunto, viu? Uma hora cê vai ter que assumir que nasceu do lado errado da prateleira! — disse com uma gargalhada.

Antes que ele retrucasse, ouviu a irmã chamando a mãe no fundo da casa.

A voz de Marta surgiu calma e carinhosa do outro lado:

— Meu filho... que saudade, menino. Tá tudo bem com você?

— Tá sim, mãe... tudo tranquilo. Tava só com saudade mesmo — respondeu, a voz mais baixa, aconchegado no sofá.

— Que bom, meu filho. A gente aqui sempre rezando por você, viu? Se cuida, hein? Não vai se perder aí por essas bandas!

— Pode deixar, mãe... tô firme. Qualquer coisa eu ligo de novo, tá?

— Tá bom, meu amor. Fica com Deus.

Antes de desligar, Luiz ainda ouviu, ao fundo, Sabrina gritar, debochada:

— Manda beijo pra minha irmãzinha!

Ele riu sozinho, balançando a cabeça, e encerrou a chamada com um sorriso discreto no rosto.

Parte 2.

Sabrina puxou a cadeira da cozinha com um gesto rápido, já colocando o pote de manteiga no centro da mesa. Estava de short jeans e uma camiseta folgada, o cabelo preso de qualquer jeito num coque improvisado. Do outro lado, Marta mexia o café na caneca, atenta ao barulho da colher contra a cerâmica.

— Ele tá com a voz mais doce, né? — comentou Sabrina com um meio sorriso, sem erguer muito o olhar enquanto passava manteiga no pão. — Sempre que fala contigo, fica assim... mais macio.

— Marta respondeu com um sorriso leve. — Tá bem, disse que o trabalho novo tá melhor, o salário também.

Sabrina riu de canto, ajeitando a xícara. — E você fica aí fingindo, né mãe?

— Fingindo o quê? — Marta arqueou a sobrancelha, já sabendo o que viria.

— Mãe... pelo amor de Deus. — Sabrina deu uma mordida no pão, falou meio de boca cheia. — O Luiz não engana ninguém. A senhora sabe tão bem quanto eu. Só finge que ele é macho pra não deixar ele envergonhado. A senhora já viu ele com calcinha, eu também já vi! E fica nessa de fingir...

Marta respirou fundo, com um meio sorriso paciente.

— Eu vi, sim. E não falei nada porque não queria magoar. Ele já devia estar com vergonha o suficiente sendo flagrado. — Deu um gole no café. — Mas ele é meu filho, minha filha, o que for... é sangue meu. Deus sabe o que faz, e o destino vai encaminhar ele no tempo certo.

Sabrina revirou os olhos com carinho, mordendo mais um pedaço do pão.

— Porra... por que não se assume logo, né? Eu não teria paciência. Se eu fosse ele, já tava montada, com peito, cabelo... tudo! — Deu um risinho provocador.

— Cada um tem seu tempo, Sabrina. E se for pra acontecer, vai acontecer.

— É... — Sabrina resmungou. — Inclusive, se ele estivesse aqui, ia me ajudar com meu casamento. Adora essas coisas de decoração, vestido... essas frescurinhas de mulher que ele ama fingir que não gosta.

— O casamento tá te deixando doida — Marta brincou.

— Doida e sem paciência! — Sabrina apontou o pão pra mãe. — E o noivo não ajuda, só reclama que tá caro. Se Luiz estivesse aqui, eu já ia botar ele pra organizar tudo. Ele ia amar.

Marta sorriu, passando a mão de leve no cabelo já grisalho.

— Um dia ele volta pra perto... quem sabe até casando também — disse em tom de brincadeira, mas com um olhar distante, pensativa.

Sabrina riu alto.

— Ah, casando... mas do lado da noiva! — e deu mais uma mordida, satisfeita com a própria provocação.

As duas riram juntas, o café da manhã seguindo leve e íntimo, como toda manhã de mãe e filha que se conhecem até pelos silêncios.

Parte 3.

Já no Uber, Luiz mandou mensagem rápida pra Vanessa:

"Bom dia, Vanessa! Me enrolei um pouco hoje cedo, não vou conseguir treinar agora. Mais tarde vejo se consigo repor à noite. Bjs!"

A resposta veio quase imediata:

"Ok, lindinha! Depois combinamos. 🌸😉"

Luiz sorriu de canto, mas logo lembrou do que Vanessa sempre dizia sobre o treino noturno: cheio de homens, clima pesado... não era o que mais queria. Suspirou.

"Depois eu vejo isso..." — murmurou, enquanto o Uber chegava ao escritório bem antes do habitual.

[ CONTINUA....]

Obrigada aos comentários. Bjss 💋 💋 💋.

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Comentários

Foto de perfil de Samas

Gostei do capítulo embora um pouco morno .

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