O cheiro da academia era uma liturgia familiar para Pedro. Uma mistura de suor, borracha e o antisséptico com cheiro de pinho que a equipe de limpeza borrifava nos equipamentos todas as noites. Era um cheiro de esforço, de disciplina, de corpos levados ao limite. Há seis anos, aquele era o seu templo e o seu domínio. Aos trinta, Pedro não era apenas um instrutor; ele era a autoridade silenciosa daquele lugar. Seu corpo, esculpido com a precisão de um anatomista, era seu cartão de visitas. Ombros largos, um peitoral denso que esticava a malha da camiseta preta do uniforme, e braços onde as veias saltavam como rios num mapa topográfico.
Ele comandava o salão com um olhar. Corrigia uma postura a cinco metros de distância com um simples gesto, oferecia um aceno de aprovação que validava o esforço de um aluno. Estava acostumado com os olhares. Admirava-os. Mulheres, homens... o desejo era um eco constante ao seu redor, um ruído de fundo que alimentava seu ego, mas que ele mantinha sob uma camada de profissionalismo glacial. Ele era o predador alfa em seu território, e gostava que fosse assim. O jogo só começava quando ele decidia, e sempre fora dos muros da academia. Entre quatro paredes, o instrutor dedicado se desfazia, dando lugar a um homem de apetites vorazes e pouca paciência para rodeios.
Mas naquela tarde de terça-feira, a liturgia foi quebrada.
Ele o viu entrar e soube, com um instinto primordial que arrepiou a base da sua nuca, que algo estava diferente. O nome na ficha era Alan, 26 anos. Mas ele não se movia como um novato. Novatos entravam com os ombros encolhidos, os olhos vagueando, intimidados pela cacofonia de ferros batendo e grunhidos. Alan, não. Ele entrou como se o chão da academia fosse uma passarela projetada para ele. Havia uma fluidez em seus quadris, uma confiança insolente em seu caminhar que era quase uma ofensa.
Pedro o analisou por trás do balcão, fingindo organizar umas fichas. A genética de Alan era irritantemente perfeita. Não era um monstro de músculos inflados, mas um desenho de força natural e proporções exatas. As costas formavam um ‘V’ perfeito que mergulhava numa cintura fina, e então... a bunda. Puta que pariu, a bunda. A bermuda de treino, de um tecido fino e cinza claro, não escondia nada. Era redonda, cheia, alta. Cada passo a fazia se contrair, uma promessa descarada de volume e firmeza.
— Pedro? — A voz de Marcelo, o gerente, o tirou do transe. — Aluno novo pra você. Alan. Ele quer um treino de adaptação e consciência corporal.
Pedro forçou um sorriso profissional e se aproximou.
— E aí, Alan. Bem-vindo. Sou o Pedro. Vamos começar?
O olhar que Alan lhe deu não foi o de um aluno para um professor. Foi um olhar de avaliação. Lento, deliberado. Os olhos castanhos, quase pretos, percorreram Pedro de cima a baixo, sem pressa, como se estivessem medindo cada centímetro do seu corpo. Houve uma pausa quase imperceptível quando seu olhar desceu para o volume na bermuda de Pedro, e então subiu de volta para o seu rosto. Um sorriso mínimo, quase um segredo, brincou no canto dos lábios de Alan.
— Todo seu, Pedro.
A frase, tão simples, soou como uma capitulação e um desafio ao mesmo tempo. Pedro sentiu um calor incômodo se espalhar em seu baixo ventre. Ignorou. Profissionalismo.
— Certo. Vamos fazer uma anamnese rápida e depois aquecer. Quais seus objetivos principais?
Eles se sentaram em um banco. Alan se inclinou para frente, os cotovelos nos joelhos, uma posição que fazia sua bunda se projetar ainda mais para trás. Era impossível não olhar.
— Consciência corporal, como o Marcelo disse. — Alan respondeu, a voz um pouco mais baixa, mais íntima. — Quero aprender a sentir cada músculo trabalhando. Saber exatamente onde a força está sendo feita, entende? Onde pega mais.
Pedro engoliu em seco. A palavra "pega" ficou suspensa no ar, carregada de um peso que não deveria ter.
— Entendi. Foco em execução e conexão mente-músculo. Perfeito. E alguma área que queira priorizar?
Alan se recostou, o sorriso maroto voltando com força total.
— Ah, sim. A bunda. Definitivamente a bunda.
— O agachamento livre é o rei dos exercícios para membros inferiores — explicou Pedro, a voz firme, controlada. Estavam na gaiola de agachamento. Ele posicionou a barra vazia no suporte. — O mais importante é a postura. Pés na largura dos ombros, peito aberto, abdômen contraído. Você vai descer como se fosse sentar em uma cadeira, jogando o quadril pra trás.
Alan ouvia com uma atenção que parecia genuína, mas seus olhos contavam outra história. Eles estavam fixos na boca de Pedro enquanto ele falava.
— Ok, pode ir. Sem peso, só pra eu ver o movimento.
Alan se posicionou sob a barra, e o simples ato de se curvar para passar por baixo dela fez com que a bunda ficasse emoldurada perfeitamente para o olhar de Pedro. Ele sentiu o pau pulsar dentro da bermuda.
O movimento de Alan foi impecável. Ele desceu lento, controlado, o quadril indo muito além da linha dos joelhos, uma amplitude perfeita que alongava os glúteos ao máximo. Ao subir, ele apertou os músculos com força, e Pedro pôde ver o formato exato daquela bunda fenomenal se contraindo sob o tecido.
— Perfeito. — A voz de Pedro saiu um pouco rouca. Ele pigarreou. — Movimento excelente. Vamos colocar um pouco de peso.
Após a primeira série, Alan se virou para ele, o rosto levemente corado pelo esforço, uma fina camada de suor brilhando em sua testa.
— Pedro... — ele começou, e o tom era de uma dúvida quase inocente. — Eu quero focar na bunda. De verdade. Quero que ela fique bem grande e dura. — As palavras saíram lentas, cada uma carregada de intenção. Ele olhou diretamente nos olhos de Pedro, um desafio silencioso. — Qual a melhor forma de 'empurrar' pra sentir pegar bem no fundo?
O ar ficou rarefeito. "Grande", "dura", "empurrar", "fundo". As palavras ecoaram na mente de Pedro, despidas de seu contexto de musculação e transformadas em um roteiro pornográfico. O sangue desceu direto para o seu pau, que agora latejava com uma urgência dolorosa. Ele olhou ao redor. A academia continuava seu ritmo normal. Ninguém parecia ter notado a bolha de tensão que se formara ao redor daquela gaiola de agachamento.
Pedro respirou fundo, buscando o instrutor profissional dentro de si.
— Concentre-se em empurrar o chão com os calcanhares na subida. E contraia os glúteos no topo do movimento. Pense em... espremer uma noz entre as nádegas.
O sorriso de Alan se alargou. Um sorriso de quem tinha conseguido exatamente o que queria.
— Espremer uma noz. Entendi. Vou pensar nisso.
E em cada repetição seguinte, no ápice do movimento, Alan olhava para Pedro e contraía a bunda com uma força exagerada, quase teatral, um músculo se apertando contra o outro, como se realmente estivesse esmagando algo entre eles. E Pedro, impotente, apenas assistia, a ereção cada vez mais evidente, uma tortura pública que só ele e, aparentemente, seu novo aluno conheciam.
O próximo exercício foi o puxador frontal. Alan sentou-se, ajustando o suporte sobre as coxas.
— Esse é pra quê? — ele perguntou, a respiração ainda um pouco ofegante.
— Dorsal. As costas. Para criar aquela largura, o formato em 'V'.
Pedro demonstrou o movimento. Pegada aberta, puxar a barra até a altura do queixo, controlando a subida.
— Sua vez.
Alan começou a série. E com cada puxada, um gemido baixo, quase inaudível, escapava de seus lábios. Não era um grunhido de esforço, era algo mais suave, mais... prazeroso.
GRRRRRR.
— Tá sentindo queimar as costas? — Pedro perguntou, tentando soar clínico.
— Uhum... — Alan gemeu na repetição seguinte. — Mas acho que minha pegada está errada.
Pedro se aproximou.
— Deixa eu ver. Solta a barra.
Ele se posicionou atrás de Alan, o corpo dele quente, o cheiro do seu suor agora mais presente, uma fragrância masculina e limpa que se misturou ao ar e entrou direto no cérebro de Pedro. Ele colocou as mãos sobre as de Alan na barra.
— A pegada é assim, mais aberta. Polegar por cima pra isolar mais o dorsal.
A pele de Alan era quente, macia. O contato foi elétrico. Pedro sentiu o corpo inteiro se arrepiar. Ele deveria ter se afastado, mas não conseguiu.
Alan inclinou a cabeça para trás, o pescoço se expondo, o olhar encontrando o de Pedro pelo reflexo do espelho à frente. Sua voz era um sussurro.
— Gosto quando a pegada é firme assim. Me dá mais segurança pra ir até o fim do movimento. — Ele fez uma pausa, os olhos fixos nos de Pedro no espelho. — Você pode segurar pra mim? Só nessa série. Pra eu ter certeza.
O pedido era um xeque-mate. Um pedido profissionalmente plausível, mas contextualmente devastador. Recusar seria admitir que o contato o afetava. Aceitar seria entrar de cabeça no jogo dele.
O pau de Pedro estava duro como uma pedra, pressionado contra a costura da bermuda. Ele rezou para que o ângulo o escondesse.
— Claro. — A palavra saiu arrastada.
Ele manteve as mãos sobre as de Alan. A cada puxada, sentia os músculos das costas de Alan se contraírem sob sua camiseta. Sentia o calor do corpo dele irradiando para o seu. E ouvia os gemidos baixos, agora diretamente em seu ouvido. Eram para ele. Ele sabia que eram para ele. Foi a série mais longa de sua vida. Cada segundo era uma mistura de tortura e êxtase.
O treino continuou nesse ritmo de provocações veladas e tensão insuportável. Mas foi nos intervalos que Alan desferiu os golpes mais cruéis.
Enquanto Pedro anotava a carga e as repetições na ficha, sentia o olhar de Alan sobre si. Não era um olhar vago, de quem descansa. Era um escrutínio. Focado. Intenso. Ele ergueu a cabeça e encontrou os olhos de Alan. O garoto não desviou. Em vez disso, seu olhar desceu lentamente pelo peitoral de Pedro, pelos seus braços, parou em sua barriga definida sob a camisa e, sem qualquer pudor, pousou diretamente em seu volume.
Pedro sentiu como se um holofote tivesse sido aceso sobre sua virilha.
Alan permaneceu olhando por três longos segundos. Então, ele ergueu o olhar de volta para o rosto de Pedro, lambeu os próprios lábios de forma lenta e deliberada, e deu um meio sorriso.
Naquele momento, os papéis se inverteram de forma definitiva. Pedro, o predador, o dono do território, sentiu-se completamente exposto. Ele era a presa. Aquele moleque de 26 anos, com seu sorriso insolente e sua bunda perfeita, o havia encurralado no meio do seu próprio domínio. E a parte mais fodida de tudo? Ele estava fascinado. A raiva pela audácia se misturava a uma onda de desejo tão avassaladora que o deixou tonto. Ele nunca havia sido o objeto de uma caçada tão descarada, tão confiante. E isso o deixava de pau duro de um jeito que ele não sentia há anos.
— Próximo? — a voz de Alan o despertou, soando divertida, como se soubesse exatamente o caos que estava causando dentro da cabeça de Pedro.
O resto do treino foi um borrão. Pedro funcionava no automático, seu cérebro dividido entre dar instruções coerentes e controlar a ereção teimosa que se recusava a ceder.
No final, quando o treino acabou, Alan estava ofegante, o corpo coberto por uma camada sexy de suor.
— Ótimo treino, Pedro. De verdade. Sinto que já estou com mais... consciência.
Ele estendeu a mão para um aperto. Pedro hesitou por uma fração de segundo antes de aceitar. A mão de Alan era firme, quente, e ele segurou a de Pedro por um tempo longo demais, o polegar roçando o dorso da sua mão num carinho sutil e inequívoco.
— A gente se vê na quinta? — Alan perguntou, os olhos brilhando.
— Quinta. Mesmo horário. — Pedro conseguiu dizer.
Alan sorriu, um sorriso vitorioso. Ele se virou e foi embora, com aquele mesmo caminhar fluido e arrogante, deixando para trás um rastro de tensão e um instrutor completamente desestabilizado.
Pedro ficou parado no meio do salão, observando-o desaparecer no vestiário. Seu corpo inteiro vibrava. O pau doía dentro da bermuda. Ele se sentia violado e, ao mesmo tempo, desesperadamente necessitado. O caçador havia sido marcado. O jogo não tinha apenas começado; ele já estava irremediavelmente perdido nele. Ele se virou e caminhou rapidamente para o seu pequeno escritório, fechando a porta atrás de si. Apoiou as duas mãos na mesa, a cabeça baixa, respirando com dificuldade. Olhou para baixo, para o volume inegável em sua bermuda, uma prova humilhante de sua derrota. Um sorriso lento e contrariado surgiu em seus lábios.
Quinta-feira chegou como uma sentença. Pedro passou os dois dias anteriores numa névoa de ansiedade e desejo. Cada vez que fechava os olhos, a imagem da bunda de Alan se contraindo no agachamento o assaltava. O som do seu gemido baixo no puxador ecoava em seus ouvidos. Ele se masturbou duas vezes na noite de quarta, pensando no novato atrevido, e em ambas as vezes o gozo foi violento, quase raivoso, uma liberação insuficiente para a tensão que se acumulava em seu corpo. Ele se odiava por isso. Odiava a facilidade com que aquele garoto havia se infiltrado em sua mente.
Quando Alan entrou na academia, pontualmente às quatro da tarde, o coração de Pedro deu um solavanco doloroso contra suas costelas. Hoje, Alan usava uma regata branca, cortada nas laterais, revelando a pele lisa do seu torso a cada movimento, e uma bermuda preta, mais curta e mais justa que a anterior. Era uma declaração de guerra.
Ele caminhou diretamente até Pedro, que estava ajustando o pino de uma máquina de leg press para uma aluna. Alan esperou, pacientemente, com um sorriso inocente nos lábios. A aluna, uma senhora de 60 anos, agradeceu e se afastou. Alan se aproximou, o cheiro dele — uma mistura do seu perfume amadeirado e o cheiro limpo da sua pele — envolvendo Pedro como uma névoa.
— E aí, Pedro. — A voz era casual, mas os olhos queimavam. — Me ajuda com uma coisa. É rápido.
Antes que Pedro pudesse responder, Alan se virou de costas para ele.
— Olha aqui.
Com um movimento rápido e descarado, ele enfiou os polegares na cintura da bermuda e a abaixou alguns centímetros, o suficiente para revelar o cós de uma cueca boxer preta, de grife, e o início do vale generoso da sua bunda.
— Comprei umas cuecas novas. O que você acha? — Ele se inclinou ligeiramente para a frente, empinando a bunda na direção de Pedro. A cueca esticava sobre o músculo redondo, um tecido fino que parecia uma segunda pele. — Deixa a bunda bem redonda ou marca demais?
Pedro ficou paralisado. O cérebro dele simplesmente parou de funcionar. Ali, no meio do salão, com pessoas passando a poucos metros, Alan estava lhe oferecendo uma visão que deveria ser reservada à mais profunda intimidade. A bunda dele, emoldurada pela bermuda arriada e pela cueca preta, era uma obra de arte profana. Pedro podia ver a curva perfeita, a densidade do músculo.
Para piorar, Alan levou a mão direita à própria nádega e a apertou.
— Sente só. Firme, né? O treino tá funcionando.
O toque, o som suave da palma da mão contra o tecido esticado sobre o músculo, foi o gatilho. O sangue de Pedro despencou para a virilha com a força de uma avalanche. Sua ereção foi instantânea, grossa e latejante. Ele deu um passo para trás, instintivamente, batendo a coxa contra a máquina de leg press.
— Alan... aqui não é lugar pra isso. — A voz dele saiu como um rosnado baixo, quase um aviso.
Alan se virou lentamente, subindo a bermuda, o sorriso agora abertamente malicioso.
— Ué, só pedi uma opinião. Você é o instrutor, tem que entender de... proporções. — Ele piscou. — Mas tudo bem. Vou interpretar seu silêncio como uma aprovação.
Ele se afastou, deixando Pedro para trás, fervendo em uma mistura de fúria e desejo desesperado. Ele se virou de lado, tentando usar a máquina para esconder o volume em sua bermuda, o rosto queimando de vergonha e excitação. A batalha estava perdida. Ele agora era apenas um boneco no teatro de Alan.
O treino daquele dia foi uma sucessão de torturas. Cada exercício parecia escolhido a dedo para maximizar a exposição e a provocação. No stiff, Alan se curvava lentamente, oferecendo a Pedro uma visão direta e prolongada da sua bunda empinada. Na cadeira extensora, ele gemia a cada contração do quadríceps, os olhos fechados como se estivesse em êxtase.
O ponto de ruptura veio durante o alongamento final. Pedro o instruiu a fazer um alongamento para os isquiotibiais, sentado no chão, com as pernas esticadas, tentando alcançar a ponta dos pés.
Alan estava no meio do movimento, o rosto contorcido numa careta de esforço, quando parou de repente. Ele levou a mão diretamente à virilha, por dentro da bermuda.
— Puta que pariu... — ele sibilou, a voz tensa.
Pedro se aproximou, o alarme profissional misturado a uma curiosidade doentia.
— O que foi? Câimbra?
Alan balançou a cabeça, ainda com a mão pressionando o próprio pau.
— Não... acho que errei no tamanho. Essa cueca tá apertando meu pau de um jeito... — Ele olhou para Pedro, os olhos escuros e úmidos de um suor fingido. — Tá sufocando o bicho. Sério. Tá doendo.
A imagem mental que as palavras de Alan criaram foi devastadora. O pau dele, grande demais para a cueca, sendo esmagado pelo tecido, pulsando, implorando por liberdade. Pedro sentiu uma pontada de empatia testicular, uma onda de calor que o deixou tonto. Sua própria ereção, que ele havia conseguido disfarçar com algum sucesso, voltou com força total, dolorida, quase insuportável.
— Tira... tira a cueca, então. — A sugestão escapou dos lábios de Pedro antes que ele pudesse contê-la. A voz era um sussurro rouco.
O sorriso de Alan foi lento, predatório.
— No vestiário, talvez. Aqui, acho que não seria... profissional. — A ênfase na palavra "profissional" foi como um tapa na cara. — Vou aguentar. Mas na próxima, venho mais... confortável.
Ele se levantou, mancando de forma teatral, a mão ainda perto da virilha, como se para ajustar o "aperto". Pedro apenas observou, a mandíbula travada, a respiração presa na garganta. Ele não era mais um instrutor. Ele era a plateia de um show de strip-tease psicológico, e estava pagando caro pelo ingresso.
No outro dia o golpe de misericórdia veio alguns minutos depois. O treino havia oficialmente terminado. Alan disse que ia ao bebedouro antes de ir para o vestiário. Pedro, precisando de um momento para se recompor, foi na mesma direção, mantendo uma distância segura. Era um canto mais isolado da academia, perto da saída de emergência.
Alan encheu sua garrafa, mas em vez de sair, esperou. Quando Pedro se aproximou para usar o outro bebedouro, Alan se moveu, bloqueando seu caminho. Ele estava perto. Perto demais. Pedro podia sentir o calor que emanava do corpo suado dele.
— Cara... — Alan começou, a voz baixa, conspiratória, como se contasse um segredo de estado. — Preciso te confessar uma coisa. Hoje eu vim treinar sem cueca.
O mundo de Pedro parou de girar. O zumbido das esteiras, a música ambiente, o som de pesos batendo... tudo desapareceu. Só existia a voz de Alan e a imagem que ela conjurava.
— É muito mais gostoso sentir a rola solta, balançando... — Ele continuou, o olhar fixo no de Pedro, um brilho de pura maldade nos olhos. — O tecido da bermuda roçando na cabeça... é uma delícia.
Pedro não conseguia respirar. Ele visualizou. A bermuda preta, o movimento do agachamento, do stiff... e por baixo, nada. Apenas a pele, o peso do pau balançando livremente, o contorno visível a cada passo.
Alan se inclinou um pouco mais, o sussurro agora roçando a orelha de Pedro.
— Cuidado pra não olhar muito na hora do agachamento da próxima vez... senão você vai ver meu saco. Ou talvez você queira ver.
Aquilo não foi uma provocação. Foi um convite. Uma permissão. Uma ordem.
A fachada de Pedro se estilhaçou. O profissionalismo, a autoridade, o autocontrole... tudo se desfez em pó. O que restou foi um homem no limite, consumido por um desejo tão intenso que se tornou físico, uma dor no peito, uma falta de ar. Sua voz, quando finalmente saiu, era irreconhecível. Grave, gutural, quase animal.
— Você não sabe o que tá fazendo.
O sorriso de Alan foi a resposta final.
— Ah, Pedro... — ele sussurrou, o hálito quente contra a pele de Pedro. — Eu sei exatamente o que eu tô fazendo. A pergunta é: o que você vai fazer a respeito?
Ele deu dois tapinhas no ombro de Pedro, um gesto absurdamente casual depois de ter detonado uma bomba atômica em seu sistema nervoso, e se afastou, caminhando em direção ao vestiário.
Pedro ficou ali, parado junto ao bebedouro, o corpo tremendo, o pau duro como uma barra de ferro contra sua barriga. Ele olhava para as costas de Alan se afastando, para aquela bunda que agora ele sabia que estava nua sob o tecido fino. A tensão na academia não era mais um cabo de guerra. O cabo havia arrebentado. E Pedro havia sido lançado de cabeça no abismo. A batalha não estava perdida. A guerra havia acabado. E ele havia se rendido incondicionalmente.
O zumbido da última esteira desligando-se ecoou pelo salão quase vazio. Eram nove da noite. O cheiro de esforço do dia começava a ser substituído pelo odor estéril do desinfetante que a equipe de limpeza usava. Para Pedro, aquele silêncio não era de paz, era o silêncio que precede o bote. Ele observava, por trás do balcão, fingindo preencher uma planilha que não conseguia ler. Seus olhos estavam fixos em uma única figura do outro lado do salão. Alan.
Alan terminava sua série de abdominais, o corpo esguio e suado se contraindo no colchonete. Ele sabia que Pedro o observava. Cada movimento era uma performance. Ao se levantar, ele passou a mão pelo cabelo úmido, os olhos encontrando os de Pedro através do salão. Ele não sorriu. Apenas sustentou o olhar, um desafio final, uma convocação. Então, virou-se e caminhou, com aquela sua ginga insolente, em direção ao vestiário masculino.
O tempo parou. Aquele era o momento. Toda a provocação, toda a tensão, a humilhação velada e o desejo sufocante haviam levado àquele corredor. Pedro não era mais um homem em conflito. A guerra interna havia acabado, e um lado vencera. O lado primitivo. O predador.
Ele contornou o balcão, seus passos pesados e decididos no piso de borracha. Seguiu o mesmo caminho que Alan. O corredor do vestiário estava deserto e mal iluminado. Ele empurrou a porta e a encontrou destrancada. Entrou, e o som da porta se fechando atrás de si foi abafado por um clique metálico e definitivo. O som da chave girando na fechadura.
Alan estava de costas, tirando a regata suada. Ele se virou lentamente, o peito nu e ofegante. Nos seus lábios, o sorriso vitorioso que Pedro tanto odiou e desejou.
— Demorou — Alan disse, a voz um sussurro.
Pedro avançou, fechando a distância entre eles em duas passadas largas. A raiva e o desejo de semanas se condensaram em sua voz, um rosnado baixo e gutural que ele mal reconheceu como seu.
— Você pediu por isso, seu puto.
Ele agarrou os ombros de Alan, a força em suas mãos fazendo o garoto vacilar.
— Você passou semanas me provocando. Me testando. Brincando comigo no meu território. — Ele o empurrou com violência contra a fileira de armários de metal. O impacto fez um som oco e retumbante. — Agora você vai ter o que merece.
O sorriso de Alan não vacilou; pelo contrário, alargou-se. Havia êxtase em seus olhos. A dor era parte do jogo. A dominação era o prêmio.
— Sim... eu vou... — ele gemeu, a cabeça tombando para trás, batendo suavemente no metal frio.
— Gosta de mostrar a bunda, né? — Pedro sibilou, a boca a centímetros do ouvido de Alan. Ele enfiou a mão na bermuda preta de Alan e a puxou para baixo com um único movimento brusco, expondo a bunda redonda e nua. — Deixa eu ver ela de perto.
Com a mão livre, Pedro agarrou uma das nádegas de Alan, apertando com força, os dedos marcando a pele.
— Porra... que cuzinho gostoso. — Ele rosnou, a voz carregada de uma luxúria crua. — Tava imaginando meu pau arrombando ele todo dia, toda vez que você empinava essa raba pra mim.
Ele empurrou o quadril de Alan contra o armário, o corpo dele agora completamente exposto e vulnerável.
— E essa sua boca atrevida... — Pedro girou Alan, prensando-o de frente contra o metal. Ele segurou o queixo de Alan com força, forçando-o a olhar para cima. — Abre a boca pra mim agora, sua vadia. Vai engolir a rola do seu instrutor.
Sem esperar por uma resposta, Pedro abriu o zíper da própria calça. O som foi obscenamente alto no silêncio do vestiário.
— Caralho, Pedro... — Alan sussurrou, a voz quebrada de desejo. — Que pau gostoso...
O desejo e o fascínio de Alan você pode encontrar em: https://privacy.com.br/@Regard