A sala de descanso estava vazia, só a gente ali. O barulho da cidade atravessava a janela, mas dentro, o silêncio era tenso. Eu segurava meu café como se fosse a única coisa que me mantivesse firme, enquanto ele encostava na mesa, meio descontraído, mas com aquele olhar que não deixava escapar nada.
— Relaxa, cara — ele disse, jogando a cabeça pra trás e esboçando um sorriso meio maroto. — Esse lance do carro é coisa da nossa cabeça, paranoia demais.
Eu queria acreditar, mas o nó no peito não sumia. O medo de uma câmera escondida, um microfone, alguém espionando cada passo nosso, fazia meu corpo vibrar numa mistura de tesão e tensão.
Me peguei quase querendo puxar ele pra um canto e chupar ali mesmo, sem ligar pra nada, mas a voz da razão gritava que era loucura.
— É... tomara que seja — respondi, tentando manter a calma. — Não vou dar mole. A gente tem que ficar esperto.
Ele riu, um riso curto, cheio de cumplicidade.
— Pode deixar que eu tô ligado. Se tiver qualquer coisa, a gente tira na marra.
Sexta-feira — Trabalho e Casa
A manhã inteira foi uma tortura. Vídeo conferência com a patroa, que não tirava os olhos de mim, numa mistura de desconfiança e provocação silenciosa. Eu respondia o que podia, mas sentia o peso do olhar dela me atravessando.
Ele passou o dia inteiro na empresa, mas cada um na sua função, sem se encontrar. Eu tentando parecer natural, mas minha cabeça só pensava em quando ia chegar em casa e receber a ligação dele.
Quando cheguei em casa, o corpo já quente, cansado, o celular vibrou.
"Estou na sua porta. Preciso te foder antes de ir embora."
O coração disparou. Sem pensar duas vezes, abri a porta e lá estava ele, com o olhar ardente, aquele sorriso de quem não aguenta mais esperar.
Sem dizer nada, ele me puxou para dentro, me beijou com pressa e fome, e a noite que estava por vir seria a nossa despedida quente, intensa, necessária.
Sexta-feira à noite — Em casa
Assim que ele entrou, fechou a porta com força atrás de si, como se quisesse trancar o tempo e o mundo lá fora. O olhar dele queimava em mim, sedento, urgente. Sem uma palavra, me puxou pela gola da camisa e me esmagou num beijo feroz, roubando meu fôlego.
As mãos dele não tiveram paciência: desabotoaram minha camisa, exploraram cada pedaço de pele exposta, deslizaram por minhas costas, desceram até a cintura da minha calça, apertando, puxando, como quem tenta absorver toda a distância das últimas semanas.
Eu estava molhado, quase implorando, a vontade explodindo dentro de mim. Ele me empurrou contra a parede da sala, me segurou firme pelos quadris e me penetrou com força, sem aviso, com aquela intensidade brutal que só ele sabia ter.
Gemidos roucos se misturavam ao som da pele batendo, do nosso corpo se encontrando com urgência, como se fosse a última vez. A dor misturada ao prazer fazia minha cabeça girar, minha respiração acelerar.
Ele mordia meu pescoço, sussurrava meu nome com possessividade, segurava meu rosto para que eu olhasse nos olhos dele enquanto nos movíamos no ritmo frenético do desejo.
Cada estocada era uma confirmação: eu era dele, ele era meu, e nada mais importava.
Quando ele gozou, meu corpo estremeceu junto, sentindo a força daquilo. Mas não parou. Com a respiração pesada, ele me virou, me colocou no sofá e tomou meu corpo de novo, dessa vez devagar, gostando, marcando território.
Eu me perdi naquela foda, naquela entrega, naquele fogo que só ele conseguia acender em mim.
Quando finalmente caímos exaustos, colados, eu sabia: por mais que ele fosse embora, aquela chama nunca iria se apagar.
O sábado amanheceu cinza, como meu humor. Sem notícias dele, o silêncio entre a gente parecia grudar na pele. As horas passaram lentas, pesadas, enquanto eu me pegava apertando o pau na mão, tentando aliviar a tensão que só aumentava.
Cada pensamento era sobre ele — o jeito como me pegava, o cheiro da pele, o som da voz no meu ouvido. Não tinha mensagem, não tinha ligação, só aquela ausência que parecia gritar.
Masturbei várias vezes durante o dia, tentando matar a vontade, mas nada era suficiente. O pau doía, latejava, e a falta dele parecia uma punhalada.
Domingo foi igual. O corpo implorava, a mente pedia, mas o telefone continuava mudo. Era uma tortura que me consumia, e eu sabia que logo, logo ele ia voltar. Mas até lá, só restava esperar — e sentir a saudade que queimava dentro do peito.
Segunda-feira, depois do almoço — No escritório
Voltei da pausa para o almoço tentando ignorar o peso que sentia desde o fim de semana. A saudade ainda martelava na minha cabeça, mas tinha que focar. Foi quando, na minha mesa, um envelope branco me chamou atenção. Sem remetente. Abri com as mãos trêmulas.
Dentro, fotos — nossas — explícitas, transando dentro do carro. Aquele dia na minha porta, a perseguição até o hotel. Cada clique era uma prova do que ninguém deveria saber. Meu coração disparou, o ar sumiu do meu peito.
O desespero me dominou. Liguei para ele na hora, a voz quase falhando.
— Caralho, velho, receberam as fotos... Tô ferrado. Tô fodido. Não sei o que fazer.
Ele respirou fundo do outro lado da linha, tentando manter a calma.
— Vou pra cidade amanhã. A patroa tá desconfiada, cara. Isso tá ficando perigoso.
A ficha caiu.
— Estamos perdidos... Tem que ter algo que a gente possa fazer.
Foi aí que a Marla apareceu, com aquele olhar estranho, meio culpado.
Preciso te contar uma coisa — ela começou, hesitante. — A patroa me pagou pra te seguir. Pra saber o que você anda fazendo. Ela já tava desconfiada da traição, só não sabia com quem.
Meu mundo desabou.
O silêncio entre nós era pesado. A paranoia, o medo, o risco real da exposição.
Eu precisava agir. E rápido.
Ela respirou fundo, desviando o olhar.
— Olha, eu sei que isso tudo tá fodendo contigo, mas preciso ser sincera... Vocês dois dão muita bandeira no escritório. Não é só sensação, é cheiro de sexo no ar quando você chega, o jeito que ele anda meio sonolento quando está na cidade... Dá pra sentir que vocês transam ali mesmo. A patroa já está sentindo isso, não é só desconfiança, é real.
Eu engoli seco, tentando processar tudo.
— Mas por que colocou esse envelope na minha mesa, se não contou nada pra patroa? — perguntei, desconfiado.
Marla hesitou.
— Não fui eu que fiz isso. Nem sei quem jogou esse envelope aí. Eu só tô fazendo o que ela pediu: te seguir, observar. Mas até agora, não mandei nada pra patroa. Não quero me envolver nisso mais do que já tô.
A dúvida e o medo me apertaram o peito.
— E se ela juntar tudo? O que a gente faz?
Ela me lançou um olhar sério.
— Vocês precisam ser mais cuidadosos. Isso pode explodir na cara de vocês a qualquer momento. A patroa tá esperando uma brecha pra atacar.
O silêncio caiu entre nós, pesado, quase sufocante.
Eu sabia que a guerra tinha começado.
Fitei a Marla, olhos fixos nela, voz tensa:
— Se não foi você, então quem foi? Quem jogou esse envelope na minha mesa? Quem tá querendo ferrar com a gente?
Ela se encolheu um pouco, olhando para o chão, depois levantou os olhos, cheia de sinceridade misturada com medo.
— Eu não faço ideia, sério. Pode ser alguém da empresa, alguém que sabe do que rola entre vocês. Pode ser até alguém que quer ferrar com a patroa, ou com vocês. Mas o fato é que essa merda tá circulando, e o risco tá enorme.
Eu senti o desespero crescendo. Tudo estava virando um jogo perigoso, onde cada movimento podia ser a nossa ruína.
— A gente precisa descobrir quem tá por trás disso — eu disse, firme, tentando segurar o pânico — Antes que ela tenha tudo na mão.
Marla assentiu, meio hesitante.
— Eu vou tentar ficar de olho, mas você também tem que se cuidar. Não dá pra vacilar.
Aquela tarde foi um inferno. Fui embora cedo, incapaz de concentrar em qualquer coisa. Cada passo era pesado, cada pensamento um turbilhão de medo e raiva. O envelope, as fotos, a conversa com Marla — tudo rodava na minha cabeça, me sufocando.
O telefone tocou. Era a patroa. Eu não atendi. Meu coração acelerou, mas eu precisava de um tempo, um respiro. Sabia que ela queria saber, pressionar, mas não estava pronto para aquela guerra.
Na manhã seguinte, inventei uma desculpa qualquer para não ir trabalhar. O desespero era tão grande que a ideia de enfrentar o escritório, o olhar dela, me paralisava.
Quando ele chegou depois do almoço, eu já estava sentado no sofá, com o olhar perdido. Ele entrou sem cerimônia, puxou um cigarro, e me olhou preocupado.
— Conta tudo — ele disse, sem rodeios.
Respirei fundo e comecei. Falei das fotos, da ligação, da Marla e sua confissão, do envelope misterioso.
Ele fechou os olhos por um instante, buscando controlar o próprio desespero.
— Isso tá sério demais — murmurou. — Mas a gente vai dar um jeito. Não vai ser fácil, mas não vou deixar que te fodam assim.
Eu assenti, sentindo uma mistura de alívio e medo. Sabia que o pior ainda estava por vir.
Ele me olhou firme, a expressão carregada.
— Quem fez isso não tá só querendo expor a gente, mano. O objetivo é tirar a tua paz, te desestabilizar — ele disse, a voz dura. — E, provavelmente, tentar arrancar dinheiro de mim. Esse jogo é maior do que a gente pensava.
Senti um frio na espinha. Não era só uma vingança, era um ataque planejado, uma armadilha que podia acabar com tudo o que a gente tinha.
— A gente precisa ficar esperto. Se eles acharem que a gente vai se entregar fácil, tão perdidos — completou, apertando minha mão com força.
O medo deu espaço para a raiva, e junto com ela, uma vontade feroz de lutar.
— Vamos passar por cima disso — eu disse, tentando recuperar o controle.
Ele sorriu, um sorriso determinado.
— É assim que eu quero ouvir.
O ar na sala parecia pesado, saturado de tensão e desejo. Ele me agarrou com uma força que doía, mas que eu queria. Seus dedos cavavam na minha pele, arrancando a última resistência que eu ainda tentava segurar.
Me beijou com uma urgência quase selvagem, a língua invadindo minha boca, roubando meu fôlego, enquanto as mãos dele deslizavam pelo meu corpo com uma fome impossível de saciar.
Sentia o calor do corpo dele, duro, firme contra o meu, a pulsação acelerada batendo no mesmo ritmo do meu coração.
Ele me puxou para perto da parede, e a dureza do concreto por trás da minha pele parecia se misturar com a dureza dele dentro de mim.
Quando ele empurrou, a sensação de ser tomado inteira me dominou. O pau dele, grosso e quente, abriu caminho dentro do meu cu, esticando, preenchendo, fazendo doer e gozar ao mesmo tempo.
Cada estocada era uma explosão de prazer e dor, uma mistura que me fazia perder o controle. O corpo dele colado ao meu, a respiração ofegante, os gemidos baixos que se transformavam em gritos abafados.
Sentia as unhas dele arranhando minhas costas, a boca mordendo meu pescoço, a voz sussurrando no meu ouvido palavras tão sujas quanto apaixonadas.
Eu queria tudo aquilo, queria ele inteiro dentro de mim, dominando, marcando, fazendo doer e me enlouquecer.
As estocadas ficaram mais rápidas, mais pesadas, mais urgentes, e meu corpo respondia com tremores involuntários, arrepiando da cabeça aos pés.
Quando ele gozou, senti o calor quente inundar meu cu, e meu próprio gozo veio junto, um grito preso na garganta, um nó apertando meu peito, uma explosão que parecia queimar por dentro.
Caímos no chão, exaustos, suados, colados, respirando com dificuldade, os corpos ainda tremendo da intensidade.
Naquele momento, não existia medo, não existia perigo. Só existia a fúria do desejo, o prazer cru, a entrega total.
O silêncio voltou, mais pesado. Eu sentia o corpo dele tão perto, o cheiro, o calor, e aquilo só aumentava meu desejo. Mas por enquanto, era esperar, controlar, planejar o próximo passo.
Deitados ali, corpo grudado no corpo, o suor escorrendo e a respiração ainda pesada, eu sentia uma mistura confusa dentro de mim — um alívio quase doloroso por ter ele ali, inteiro, e uma ansiedade sufocante pelo que ainda estava por vir.
O mundo lá fora podia estar desabando, mas ali dentro daquele quarto, por aquele momento, a gente era invencível.
Olhei nos olhos dele e disse, quase num sussurro:
— Pode vir o que for... a gente vai aguentar.
Ele sorriu, com aquela certeza que me dava forças, e apertou minha mão.
— Sempre juntos. Sempre.
E foi com essa promessa — ardente e silenciosa — que o capítulo terminou, deixando no ar a sensação de que, apesar da tempestade, nossa batalha estava apenas começando.
Ele me olhou nos olhos, a voz firme, quase um comando:
— Amanhã volta a trabalhar como se nada tivesse acontecido. Nada pode levantar suspeita, entendeu?
Eu assenti, sentindo o peso daquela ordem.
— E fica esperto. Não confia na Marla. Ela tá no meio disso tudo, mesmo que ainda não tenha entregado nada, ela pode mudar a qualquer momento.
Ele fez uma pausa, olhando ao redor, como se sentisse olhos invisíveis nos observando.
— Novas coisas vão aparecer. A gente tem que estar preparado pra tudo.
O silêncio caiu pesado entre a gente, e eu sabia que, dali pra frente, nada mais seria simples.