Agora, mais velha, olhando para trás, suspeito que Clara sabia do quanto eu estava apaixonada. Ela, minha musa, era experiente e certamente eu não fui sua única aluna. Talvez Dona Clara deixasse suas peças no vestiário de propósito, um convite silencioso, uma armadilha para meu desejo. Uma noite, após o ensaio, fiquei no estúdio, supostamente para guardar as barras. No vestiário, vi seu collant rosa, suado, pendurado em um cabide, o tecido preto ainda quente do seu corpo, exalando o perfume doce e almiscarado que me perseguia. Meu coração disparou, e, sem pensar, aproximei o rosto, inalando profundamente. O cheiro da minha professora era inebriante, misturando-se ao calor do seu suor, e minha mão desceu, movida por um desejo incontrolável, encontrando a calcinha melada, o clitóris pulsando sob meus dedos. O calor úmido escorria pelas coxas, meus seios fervilhando, os mamilos endurecidos sob a malha, o ventre contraindo-se em ondas que me faziam tremer. Cada movimento era uma dança, um êxtase que misturava culpa e a euforia de descobrir meu corpo, meu desejo, o mundo.
E foi naquela noite, após uma aula intensa de Tendu e Pirouette, que voltei para casa com o corpo cantando, a pele ainda quente dos toques de Dona Clara. No quarto, abri uma foto furtiva no meu computador, postada no Orkut, “Clara Menezes Dança”. Ela estava em um tutu branco, os braços em um Port de Bras perfeito, o olhar perdido em um horizonte que eu queria alcançar. Minha mão, movida por um impulso secreto, deslizou por dentro do pijama, o calor se espalhando enquanto eu me perdia na saudade de um toque que só existia nos meus sonhos. Meu ventre pulsava, os seios formigando, a calcinha úmida traindo meu desejo.
— Ju, o que é isso? — A voz de Mary cortou o silêncio como uma lâmina. A porta do meu quarto estava entreaberta, e ela, com seu olhar afiado, entrou sem convite. Tentei minimizar a tela, desligar o computador, mas permaneceu lá, a foto de Clara ainda brilhando. — Se masturbando com a foto da professora de ballet? Sério, Ju? — disse, o tom cortante, os olhos estreitados com um ciúme que faiscava como fogo. Mary sempre foi minha, intimidade, minha confidente, mas agora havia uma sombra em seu rosto, uma posse que me assustava. — Não é nada, Mary! Só tava olhando a foto, juro! — retruquei, a voz tremendo, o rubor no rosto me traindo. Eu não podia confessar. Não a ela, que já segurava meu coração em segredo, nossos corpos entrelaçados em noites de sussurros, os dedos dela traçando minha pele em momentos que eram nosso segredo. Se eu admitisse meu fascínio por Clara, o ciúme de Mary seria uma tempestade.
Mary se aproximou, os olhos faiscando, meus dedos melados de mim, exalando o cheiro que ela tão bem conhecia, o corpo tenso. — Você acha que eu não vejo, Ju? Você tá obcecada por ela! — acusou, a voz tremendo de raiva. — Vou contar pra mamãe, vou dizer que você tá se perdendo nessa mulher, e ela vai te tirar do ballet! — As palavras saíram como um grito abafado, o ciúme transbordando em cada sílaba. Meu coração disparou, o medo misturando-se ao pulsar no meu ventre. — Mary, por favor, não! Não é nada do que você tá pensando, eu juro! — implorei, as lágrimas subindo, o corpo trepidando. Ela parou, o olhar suavizando por um instante, e se sentou na cama, mais perto do que era possível. Sua mão agarrou a minha, os dedos quentes, quase suplicantes. — Por que ela, Ju? O que ela tem que eu não tenho? — perguntou, a voz rouca, carregada de mágoa. Seus olhos castanhos brilhavam com desgosto, mas também com um amor que me desarmava. — Não é nada de mais, Mary, acho que é só tesão — menti, a voz quase um gemido, enquanto o calor do seu toque reacendia aquele laço secreto, meus seios se arrepiando sob a blusa fina, o baixo-ventre pulsando.
Maryanne se inclinou, os lábios roçando minha testa, um gesto que era mais do que fraterno. — Você é minha, Ju. Não esquece disso — murmurou, e o calor do seu hálito fez minha pele arrepiar, o ventre contraindo-se em espasmos sutis. Então, ela suspirou, o ciúme dando lugar a uma confissão. — Desculpa, Ju. Eu só… não quero te perder. Você é tudo pra mim — disse, a voz quebrada, e me puxou para um abraço apertado. Nossos corações batiam juntos, e eu senti seu amor, quente e verdadeiro, mesmo sob a sombra do ciúme ácido. — Eu também te amo, Mary — sussurrei, as lágrimas escorrendo, e por um momento, nosso laço secreto se fortaleceu, um perdão silencioso selando nossa conexãoEsta semana foi atípica. Inexplicavelmente, a imagem de Clara insistiu em invadir meu peito, e meu âmago se encheu de saudosismo daqueles dias escondidos, a saudade queimando como uma dança que acreditei não mais existir. O estúdio de ballet no centro de Curitiba era meu santuário, um mundo novo onde, pela primeira vez, eu sentia o pulsar vibrante da vida além das paredes de casa. Os espelhos emoldurados por luzes suaves refletiam meus passos hesitantes, e o chão de madeira, polido, exalava o aroma de resina que se misturava ao meu próprio nervosismo. Dona Clara, minha professora, ex-bailarina do Theatro Municipal, era a poesia encarnada. Seus cabelos castanhos ondulavam como um rio, caindo sobre ombros delicados, e seus olhos verdes, profundos como segredos, pareciam enxergar cada tremor da minha alma. Eu, uma garota deslumbrada, encontrava no ballet um refúgio, um espaço onde meu corpo confessava verdades que minha voz calava. Apaixonar-me pela Professora foi um choque, uma euforia que me abria ao mundo, meu primeiro desejo fora do ninho quente e secreto da minha casa, onde Mary, minha irmã, já segurava meu coração em um laço proibido que eu temia nomear.
Os toques de Clara eram versos traçados na minha pele. Misteriosamente, ontem me lembrei de suas mãos ajustando minha postura em um Demi-Plié, os dedos gentis deslizando pela curva da minha coluna, alinhando-a com uma precisão que fazia meu coração tropeçar. — Sinta o chão, Juliana, deixe ele te sustentar — dizia, a voz macia como cetim, e o calor dos seus dedos, mesmo através da malha preta, incendiava minha nuca. Um arrepio nascia ali, descendo em ondas quentes até o ventre, onde um pulsar doce e confuso se formava, fazendo meus seios se arrepiarem sob o tecido, os mamilos endurecendo em resposta, tentando denunciar meu segredo. Quando ela segurava minha cintura, corrigindo um Arabesque, o toque era uma chama delicada, e minha pele acendia, o baixo-ventre contraindo-se em espasmos sutis que me deixavam sem fôlego. Cada correção era uma descoberta, uma euforia de sentir meu corpo vivo, dançando no limiar de um mundo novo. À noite, em casa, eu revivia cada gesto: a curva dos lábios de Clara, o pescoço esguio que se arqueava como uma linha de dança, os braços que pareciam segurar o ar. Mas esse desejo por ela era um segredo que eu guardava com unhas e dentes, pois confessá-lo a Mary, com quem eu compartilhava noites de sussurros e toques que desafiavam o certo, seria acender uma tragédia.
No vestiário, após as aulas, eu cedia ao fascínio. Várias vezes, quando o estúdio esvaziava, eu me trancava ali, o coração disparado, os olhos buscando as peças de Dona Clara — um collant preto, uma faixa de cabelo, uma sapatilha de ponta. O cheiro dela, doce e almiscarado, impregnado no tecido suado, era como um chamado. Eu levava o collant ao rosto, inalando profundamente, enquanto minha mão deslizava por baixo da malha, encontrando a calcinha melada, o clitóris pulsando sob meus dedos.
No corredor barulhento da escola, folheio meu caderno, mas minha mente está no estúdio, nos toques da Professora. Distraída, rabisco o nome dela — Clara — em letras cursivas, o coração acelerado, a calcinha úmida só de lembrar seu último ajuste em um Arabesque. Mary aparece de repente, seus olhos caindo sobre o caderno. “Clara, é? Tá escrevendo o nome dela agora, Ju?” — diz, o tom afiado, o ciúme faiscando em seus olhos castanhos. Tento fechar o caderno, mas o rubor me entrega. “Não é nada, Mary, só um rabisco!” — minto, a voz falhando. Ela cruza os braços, a mágoa evidente. “Você disse que era só tesão, Ju. Você jurou que era só uma tensão sexual que se desfaria naquela masturbação!” — pergunta, e eu nego, mas o pulsar no meu ventre e a culpa no peito dizem o contrário. O sino toca, e corro, o desejo por Clarinha uma chama que não apaga, mas o peso do segredo que não compartilho com Mary me arrasta.
Em casa, Maryanne estava diferente, o ciúme a tornava mais próxima, mais intensa. À noite, enquanto preparávamos brigadeiro na cozinha, quando mamãe foi deitar, ela roçou minha mão ao passar a colher no pote, o toque demorando-se mais do que precisava. — Ainda pensando na sua professora? — perguntou, o tom leve, mas os olhos em brasa. Eu neguei com a cabeça, mas meus olhos me traíram, e ela sorriu, um sorriso que escondia algo. Mais tarde, no quarto, ela se sentou na minha cama, traçando desenhos suaves no meu braço. — Você sabe que pode contar comigo, né, Ju? — disse, a voz meiga, e o seu toque, mais uma vez, fez minha pele arrepiar, o ventre em espasmos rítmicos. Eu assenti, o coração dividido entre o amor por minha maninha e o fascínio pela Professora, sabendo que confessar seria destruir o que tínhamos.
Naquela mesma noite, Mary não deixou minha cama. Ela deitou ao meu lado, a luz da lua entrando pela janela, banhando nossos rostos em prata. — Você já sentiu algo assim antes, Ju? Esse fogo que não explica? — perguntou, a voz baixa, os dedos traçando círculos imaginários em minha coxa, cada toque reacendendo o calor no meu meio, minha pele queimando como um desejo. Eu neguei com a cabeça, mas meu coração sabia que ela falava de nós, do segredo que nos unia, das noites em que nossos murmúrios se tornavam um pacto. — Às vezes, sinto você tão distante — continuou, os olhos castanhos brilhando com uma vulnerabilidade que raramente mostrava. Sua mão deslizou para minha cintura, repousando ali, e o calor do toque fez meus seios se despertarem, minha calcinha já exalando um aroma de excitação. — Não vai embora, Ju. Não me deixa por ela — sussurrou, e havia tanto amor e medo na voz de Mary que meu peito apertou. Eu segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos, e prometi, sem muitas palavras, que ela sempre seria parte de mim, mesmo que meu coração bailasse para a Professora.
A noite de lua continuava a derramar sua luz azulada nas cortinas de linho, banhando o quarto em tons prateados que pareciam amplificar o tumulto em meu peito. Me virei para Mary, minha irmã confidente, meu pecado diário, enquanto o espectro de Clara dançava em minha mente como uma chama que eu não podia tocar. Meus olhos encontraram os de Mary, castanhos e profundos, carregados de um ciúme que ela não conseguia se desvencilhar, sabendo que Clara havia roubado um pedaço do meu coração. Toquei o pescoço de Mary, a pele quente pulsando sob meus dedos, um ritmo tão familiar quanto minha própria respiração, forjado em noites incontáveis de entrega mútua e intensa. Meu corpo traía minha alma dividida: um calor úmido e urgente crescia entre minhas coxas, meus mamilos endurecendo contra o tecido fino da blusa, respondendo ao magnetismo de Mary. Puxei-a para mim, nossos seios se encontrando, o atrito enviando ondas de êxtase que rasgavam minha resistência, enquanto meu coração gritava por Dona Clara, uma paixão platônica que me consumia com sua impossibilidade.
Inclinei-me para beijá-la, meus lábios colidindo com os de minha irmã em um beijo que era ao mesmo tempo refúgio e tormento, uma tentativa de afogar o vazio abismal que a Professora deixava. Minha língua dançava com a dela, um ritual íntimo que conhecia cada nuance de nossa intimidade, mas hoje carregado de uma urgência desesperada, como se Mary quisesse apagar Clara de mim. Minhas mãos deslizaram sob sua blusa, roçando a pele macia de sua barriga até a curvinha de seus seios, e o gemido que ela soltou acendeu em mim uma chama incontrolável. Meus músculos pélvicos se contraíam, meu clitóris pulsava com uma sensibilidade quase dolorosa, e o prazer que Mary me dava — intenso, inexplicável, proibido — era uma força que nenhuma outra poderia igualar. Desci os dedos pelo contorno de seu quadril, encontrando o prazer entre suas pernas, um território que eu conhecia melhor que o meu próprio, e cada carícia era um verso de uma poesia proibida, escrita em nossa pele compartilhada. Meus gemidos se misturavam aos dela, ecoando no quarto que se tornara nosso santuário, onde o conflito dentro de mim — a entrega total a Mary e a saudade ardente de Clara — se transformava em uma dança de desejo e culpa, um êxtase que me partia ao meio. Foi quando tomei um baita susto: Ao olhar para o lado, vi mamãe, oculta na penumbra da porta entreaberta, observava em silêncio, a mão dentro da calcinha, o semblante tomado por um prazer perturbador que gelou meu sangue quando um rangido a denunciou, antes de ela desaparecer no corredor.
Nosso momento se estendeu, os corpos se fundindo, o silêncio carregado de uma intimidade que não precisava de palavras. Mary acariciou meu rosto, os polegares traçando a curva das minhas bochechas, e eu senti o pulsar do meu coração ecoar no dela. — Somos nós contra o mundo, Ju — disse, a voz um fio de som, e eu assenti, as lágrimas voltando, o amor por ela misturando-se à culpa por Dona Clara. Meu corpo tremia, não só pelo toque, mas pela promessa que eu não sabia se poderia cumprir, a pele tremendo, o ventre quente com a certeza de que Mary era meu porto, mas a Professora, meu horizonte. Aquele instante, tão frágil e intenso, selou nosso perdão, mas também aprofundou o conflito que me partia.
As aulas seguintes foram uma dança de tormentas. Clara, com sua intuição aguçada, parecia desconfiar da minha timidez, dos meus olhares furtivos. Seus toques eram mais longos, os dedos demorando-se na minha cintura, os olhos verdes me prendendo no espelho. Em um pas de dois, ela me guiou, o calor dos seus seios roçando minhas costas, a curva delicada dos seus ombros delineada pela malha. Meu corpo respondeu com um espasmo suave, um melado quente se formando sob a malha, minha calcinha ensopada tentava me trair. — Concentre-se, Juliana — sussurrou, o hálito quente no meu ouvido, e cada palavra era uma nota que fazia meus mamilos endurecerem, o ventre pulsando com uma euforia que misturava novidade e medo. Apaixonar-me por Clara era como descobrir o mundo pela primeira vez, cada toque uma porta para um universo que eu mal compreendia.
Mais uma vez, quando a aula terminou, segui rumo ao vestiário, louca para sentir o cheiro de Dona Clara em suas roupas que já ficavam no cabide. Me aproximei, o coração batendo descontrolado, e peguei o collant preto, o tecido impregnado com aquele perfume doce e almiscarado que me fazia perder o chão. Levei-o ao rosto, inalando profundamente, enquanto minha mão automaticamente deslizava por baixo da malha, encontrando a calcinha encharcada, o clitóris latejando com uma urgência que parecia consumir minha alma. Meus dedos se moviam em círculos lentos, cada toque enviando eletricidade que subia por minha barriga, faziam meus seios crescerem, os mamilos enfurecidos tentando furar o tecido, a pele inteira vibrando como se dançasse sob olhares furtivos. Minha boceta se derretendo em mel, pelos meus dedos, escorrendo pelas coxas, e eu me apoiava contra a parede, as pernas tremendo enquanto me faltava ar, o orgasmo surgindo em meu âmago. Cada respiração era um suspiro abafado, o cheiro da Professora preenchendo meus pulmões, como se eu pudesse capturar um pedaço dela, torná-la minha, mesmo que só naquele instante. E o orgasmo veio como em um impacto, um êxtase que me fazia cerrar os olhos, a mente tomada pela imagem da Professora Clara — o pescoço esguio, os braços longos e envolventes, os olhos de esmeralda que pareciam me convocar para a loucura. Meu corpo tremia, e logo a culpa e a euforia se colidiram, enquanto o mundo ao meu redor parecia dissolver-se aos poucos, deixando apenas o pulsar do meu desejo se escondendo de volta.
Foi então que ouvi um suspiro. Clara estava na porta, aqueles olhos verdes arregalados, mas não de choque — havia um brilho de compreensão, de cumplicidade. — Juliana… — murmurou, a voz suave, mas firme, e meu corpo congelou, o collant caindo das minhas mãos, o rubor queimando meu rosto. Ela se aproximou, os dedos quentes pairando perto do meu queixo, o ar entre nós pesado de tensão. Meu coração batia descontrolado, o ventre voltou a pulsar intermitente, a calcinha encharcada acusando meu pecado. — Você não precisa esconder, Ju — disse, a voz rouca, os olhos verdes me devorando, cada palavra um passo mais perto do abismo. Eu fiquei paralisada, o desejo e a culpa dançando em meu peito, enquanto Clara, com um sorriso travesso, dava um passo mais perto. O estúdio era um palco, o espelho nosso testemunho, e eu, perdida entre saudades e tormentas, sabia que minha dança estava apenas começando, um conflito que queimava como fogo, uma euforia que me abria ao mundo e me prendia ao medo do que viria.