04___ROUPA SUJA

Um conto erótico de Thomas Britto
Categoria: Heterossexual
Contém 2993 palavras
Data: 23/07/2025 14:11:52
Última revisão: 27/07/2025 15:05:36
Assuntos: Heterossexual

ROUPA SUJA

A sexta-feira amanheceu feia e nublada, mas com um sopro de esperança para a Bya.

Ela acordou cedo, bem antes do despertador, pois precisava resolver umas coisas da família. Para ela, ter que ir à cidade a pedido da tia era um evento especial. Isso lhe dava uma função prática, de responsabilidade — além de poder ficar passeando pelo centro sem pagar pela passagem. E o mais importante: ficaria um pouco sozinha, bem longe daquela casa.

E tinha o Diogo também: desde o dia da academia, era como se ela não fosse mais a mesma... Só pensava em estar com ele de novo. É claro que mandaria mensagem avisando que iria à cidade, mas ainda era muito cedo. Ansiosa, antes de dormir já pensava em qual roupa iria usar. Por falta de opção, acabou vestindo a mesma roupa da outra vez: bermuda jeans e camiseta. Escovou bem o cabelo e usou o restinho do protetor solar como se fosse base.

"Preciso urgentemente comprar roupas e alguma coisa de maquiagem", pensou.

Separou um dinheirinho trazido de Brotas, que usava para despesas particulares. Na verdade, era até mais para emergências... e esse era um dos casos.

Enquanto terminava de amarrar o tênis, já tinha uma espécie de plano pronto: depois de resolver as coisas da tia, com certeza iria até a academia — mas antes passaria na perfumaria. Compraria uma base, lápis e também o batom mais bonito, na cor mais indecente que tivesse coragem de usar.

Não era só vaidade, era também uma necessidade: um desejo de parecer mais bonita para ser notada por ele.

Naquele último dia do mês, de céu nublado, ela ainda estava no ônibus, confiante e sentia uma excitação que não sabia disfarçar muito bem — era quase uma ousadia. O calor continuava tão insuportável quanto antes, mas ela estava feliz. Às nove e meia, já tinha pago contas atrasadas na lotérica, resolvido a certidão no cartório e agora caminhava sem pressa pelas ruas do centro quase vazio.

A perfumaria era um mundo à parte. Ela queria ficar ali pra sempre. Todos aqueles produtos, embalagens diversas, as cores, os cheiros dos cremes, dos perfumes... A vendedora era mais velha, simples como ela, maquiada — mas simpática. Bya acabou falando que não tinha nada de maquiagem e que estava insegura porque ia se encontrar com um rapaz... A vendedora sorriu, mostrou as bases, os batons e ofereceu uma demonstração de maquiagem. Ela tremeu de alegria. Era ainda melhor do que podia imaginar.

Sentou-se na cadeira e deixou-se maquiar. Um delineado discreto, rímel, pó, blush leve.

Mas o batom... vermelho vivo, quase aceso. Sua boca parecia de outra mulher — mas ainda era dela.

E ainda recebeu umas dicas sobre o cabelo, corte, cor, penteado...

Antes de sair, ganhou um toque de perfume de amostra grátis no pescoço e saiu de lá radiante. Mas só conseguiu comprar mesmo o batom e um lápis preto — a base ficaria para outro dia.

Ela estava feliz, com o rosto pintado e o coração aberto e acelerado. Mal saiu da loja e o corpo já suava de novo no calor seco do dia, grudando seu cabelo no pescoço de um jeito trágico...

Teve a ideia de usar o banheiro da praça em frente à loja para prender o cabelo.

Fez um rabo de cavalo bem alto, do jeito que a vendedora ensinou, e se achou bonita pela primeira vez — será que era assim que ele a via?

Ao erguer o cabelo, sentiu falta de brincos e de um colar também... Será que sempre faltava alguma coisa? Pensou em soltar o cabelo de novo, mas com o pescoço à mostra estava se achando mais bonita.

Por um segundo, lembrou do horário: já deveria ter mandado mensagem para o Diogo. Estava tão feliz na perfumaria e com o próprio plano que ser esqueceu e resolveu deixar pra lá.

Para não estragar o momento, decidiu: iria simplesmente aparecer na academia de surpresa. Fingiria um novo encontro casual, como havia sido da primeira vez.

Agora andava pelas ruas vazias de Santa Bárbara, rumo à academia, lembrando de imitar as mulheres bonitas que via nos filmes. No reflexo das vitrines, se observava como quem ensaia um papel.

Linda? Não, linda ela não estava... Mas diferente, sim. E isso já era alguma coisa.

Será que era isso que Diogo quis dizer? Sobre ela “se aparecer” mais?

Parou diante de uma loja de roupas femininas. Ficou maluca com o vestido verde e banal de alças finas na vitrine. O preço: muito mais caro do que poderia pensar em pagar.

— Quem sabe outro dia... — pensou, meio triste.

Em seu caminho, lojas de sapatos e bijuterias. De repente, parecia que ela precisava de todas aquelas coisas... Mas como?, pensava.

Mais adiante, precisou esperar para atravessar a rua, e uma vitrine do outro lado chamou ainda mais atenção: uma loja de lingerie — a mais bonita que já tinha visto.

— Na minha cidade não tem nada assim... — lembrou.

Os sutiãs com renda fina, os conjuntos em tons suaves ou provocantes.

Um conjunto estava o mesmo preço do vestido verde... Pensou:

"Se eu não tenho dinheiro nem pra base e bijuteria, como é que vou pagar por algo assim... que ninguém nem vai ver?"

Ficou ali parada, desejando entrar. Ensaiando o que diria. Por causa da maquiagem e do perfume, até se sentiu encorajada...

Mas a vitrine parecia um espelho cruel. Lá dentro, a vendedora loira, alta, magra — de cabelo impecável — dobrava peças com delicadeza e caminhava elegante, de salto alto, de um lado para o outro.

Bya sentiu-se encolher. Como se não coubesse ali.

Talvez ela não fosse como aquela vendedora que usava aquelas coisas bonitas.

Apertou o passo como quem tenta se recuperar de um baque e chegou à academia do jeito que tinha planejado: sem avisar ninguém. Queria que ele achasse que foi inesperado, como se o destino estivesse do lado deles.

Ao chegar, a rua já estava lotada de carros — mas o dele, não.

Será que parou virando a esquina?

Na recepção, viu a prima e ficou mexendo no telefone, fingindo distração. Entrou no Instagram da loja de lingerie. Rolava as fotos com o dedo, lenta, hipnotizada.

— Imagina eu com um desses...

Mas o pensamento seguinte veio sozinho:

— “Mas como vou comprar essas coisas?”

Será que o Diogo gosta disso? Tomara que não ligue, ela pensava.

A música da academia estava alta demais, como sempre. Gente entrando feliz e saindo, suada. O calor fazia o ambiente pulsar.

Quando se deu conta, já se havia passado mais de dez minutos...

Estava ali há tempo demais. O coração saltou sem avisar. Foi até a porta.

Nada.

Será que está lá dentro?

Vasculhou o salão com os olhos. Nada. Corredor das aulas coletivas. Nada.

Chegou perto da prima, fingindo desinteresse:

— E aquele Diogo já chegou?

A prima olhou com desdém:

— Diogo? Quem é Diogo? — fingiu não saber. Mas sabia.

Bya engoliu seco.

— Aquele que conversou com você outro dia, lembra? Que eu fui no posto... meio forte, de tatuagem...

— Ah, sim. Agora entendi por que você veio assim, toda empiriquitada...

— Não vi, não. Acho que hoje ele não veio ainda — e, com maldade, acrescentou:

— E, pelo jeito, acho que nem deve vir mais — já são dez e cinquenta...

A resposta acertou como uma pedrada. Sem dramas. Sem rodeios. Mas doeu.

Mais uma vez, ela se sentia... uma idiota.

Como se tivesse apostado alto em algo que só existia na cabeça dela.

Saiu da academia arrastando os tênis no chão quente, o rabo de cavalo ainda intacto, o batom vermelho impecável.

Os ombros pendiam pra frente, como quem faz a pose da derrota.

Puxou o elástico dos cabelos pelo lado, como quem tenta voltar a ser quem sempre foi...

Era um soco no estômago.

Mais uma vez, havia procurado a própria humilhação.

Não havia nada lá — e a culpa era toda dela.

No ponto de ônibus, não podia ser pior... Duas garotas mais arrumadas e bonitas que ela, seguravam sacolas de roupas e conversavam sobre rapazes e festas...

Bya escondeu suas unhas roídas, fechando os punhos, e puxou os pés para baixo do banco imundo do ponto de ônibus para esconder o tênis velho.

Fingiu olhar o celular, pra não se sentir pior...

Mas ela ainda não se deu por vencida — e enviou:

Oi, bom dia, tudo bem???

Depois, mais um emoji de carinha com coração nos olhos...

Aquilo não ia deixar nada pior, pensou...

Ele não sabia nada do que aconteceu. Só estava sendo educada...

Como já era de se esperar em casos assim — ele não respondeu...

No ônibus: sem lugar pra sentar, gente com cheiro ruim se encostando o tempo todo...

Ela só lembrava daquele carro bonito, andando pela cidade com ele, ouvindo aquelas músicas diferentes.

Chegou em casa irritada e com raiva. Dela, sobretudo.

Sem paciência, empurrou o portão com força e sem jeito — aquele velho portão que sempre emperrava — que acabou batendo num dos vasos de planta da tia.

A cerâmica espatifou no chão com um estalo seco.

Ouviu o tio reclamar lá de dentro:

— Olha aí o prejuízo... Parece trator chegando. Nem parece que é moça de família.

Pelo xingamento, ela já sabia: a tia não estava em casa.

Assustada, se abaixou depressa, tentando separar os cacos.

A terra se espalhava no chão de cimento pintado, misturada às lascas afiadas do vaso, à muda da planta toda despedaçada, raízes, bitucas de cigarro...

Era uma bagunça. Foi até a lateral da casa, voltou com a vassoura, a mangueira e começou a ajuntar a confusão que estava no chão — e dentro da sua cabeça também.

Ela limpava o chão, de joelhos, resignada: quase como se pagasse penitência. E então ouviu uma voz por trás, vinda da calçada:

— Olha só ela aí... a Bya com Y…

Levou uns segundos para identificar, mas o tom de voz era familiar... Virou-se devagar.

— Mas eu não sabia que a gente tava morando tão perto... Esse bairro tá ficando cada vez melhor.

Era o açougueiro. Boné virado pra trás, bermudão, sem camisa, com um cordão no pescoço, peito peludo, cheio de tatuagens pelos braços e sorriso confiante à mostra.

— Com esse calor… só assim mesmo, né? Com essa mangueira aí na mão, pra dar uma refrescada, hein?

Será que tudo o que vinha dele era assim, imundo...? — pensou.

Ela riu, sem graça. Incomodada pelo jeito dele falar... Continuou lavando, como quem quer encerrar o assunto.

— E aí, e a carne que levou outro dia, tava boa?

— A gente nem fez ainda… — desconversou.

Ele piscou de canto, mas ela nem viu... Nervosa como estava, foi se levantando, e apertou a mangueira com força. Sem perceber, molhou o pé dele, respingando pelas pernas.

A água dava um brilho na pele dele que ela não quis notar — mas notou.

— Eita! Tá querendo me dar um banho, é? — ele riu.

— Foi sem querer… — ela respondeu, mas a voz não saiu firme.

— Tem que tomar cuidado, senão vou te dar um banho também, já pensou?

Ela estava paralisada, enquanto o via se secar, passando a camiseta pelo corpo. Aquele ritmo sob o sol a pino parecia câmera lenta... grotesca e hipnótica.

Como é que ele conseguia ser tão sem vergonha? Por que mexia com ela?

Ao sair, comentou:

— Ai, Bya, eu até que gostei dessa refrescada, hein. E você já sabe, né? Precisando de carne fresca, é só passar lá. Sempre tem coisa boa...

Ele saiu de lá rindo...

Ela entrou rápido em casa, desligou a água, enrolou a mangueira, pensando bobagens, com o coração desregulado — mas quem era esse cara?

Só faltava essa agora.

O sol ainda ardia lá fora e, dentro da casa, o clima também estava pesado.

Bya passou pela cozinha tentando ir direto pro quarto, mas a voz dele veio vindo de encontro, a seguindo:

— E aí, mocinha... que confusão foi essa lá fora??? Quebrando as coisas da sua tia, papo com homem na calçada???

— Nada a ver, tio — ela disse, saindo...

— Mas eu vi... E você tava bem animada lá fora com o cara do açougue.

Ela parou. Virou-se devagar.

Encostado na porta do banheiro, estava o companheiro da tia — de chinelo, camiseta regata — e aquele olhar que nunca combinava com o que dizia.

— Você toma cuidado, viu? Porque mulher de cara pintada e batom vermelho assim, que fica de conversa com quem não conhece, não presta. E você é nova por aqui... se continuar assim...

Bya tentou sorrir, mas não foi convincente.

— Ele só falou comigo. Eu nem sei o nome dele, tio.

— Pode até ser... Mas sua tia não vai acreditar nisso. E ela não gosta de coisa errada. Aqui é casa de família. Não é lugar pra ficar de papo com estranho na calçada, em frente de casa...

Ela tentou sair. Ele não abriu caminho.

— E você não percebeu, né? Tá diferente. Crescida. O povo repara. Até eu reparo...

Se eu falo pra sua tia que você chegou aqui de cara pintada conversando com homem com homem casado no portão... Já pensou?

A frase ficou no ar, com cheiro de ameaça.

O corpo dela levou um choque.

Ficou quieta. Mas queria gritar.

— Nada a ver isso, tio, já falei... Eu fui ver umas coisas pra tia, imprimi uns currículos também, já deixei nas lojas... — mentiu, para tentar se proteger de si mesma.

— Eu quero seguir minha vida, trabalhar, sair daqui um dia, ter minha vida...

— Ah, isso é muito bom. Só que mulher assim, de futuro, que sabe o que quer… sempre chama atenção. Principalmente de homem mais velho.

O olhar dele, dessa vez, pesou. Demais.

Talvez ele tenha olhado demais pro corpo dela. Aquele incômodo a deixava perturbada.

Ela não respondeu. Passou por ele devagar, como se não escutasse.

Trancou-se no banheiro.

Ouviu ele falando:

— Isso mesmo, refresca aí a cabeça. Toma um banho gelado pra acalmar as ideias. Só não demora muito ouviu Beatriz.

Ela se enfiou debaixo do chuveiro, de roupa e tudo...

Com a água escorrendo, o rímel borrando e o perfume desbotando, sentindo-se esvaziar.

Chorava, soluçando baixinho, sem nem saber a razão.

Não era tristeza, não era cansaço — era derrota, era decepção.

Passou o resto do dia no quarto, de porta fechada.

A tia a chamou para o almoço, mas ela não queria ver a cara do tio. Já tinha muita coisa na cabeça.

Muito mais tarde, deitada de lado, ainda sem resposta dele, achou que já era hora de enviar uma outra mensagem:

Oi… Te mandei mensagem faz tempo — manda um oizinho depois... tá tudo bem aí?

Ela tentou ser casual. Ele respondeu bem mais tarde, às 17h23, de forma bem despreocupada:

— Tudo sim, tô dando uma ajeitada nas coisas aqui e me arrumando pra facul. O dia foi corrido e ainda tive que lavar roupa, acredita? A senhorinha aqui do bairro lava pra mim, mas tá doente esses dias, perdi a viagem e agora tá tudo sujo e parado lá no carro...

Ela tinha tantas perguntas, mas nenhuma coragem. Tentou manter o clima leve:

— Ah, puxa… que saco isso. Tem hora que acumula tudo, né? Mas deu tempo pra academia, pelo menos?

— Então, eu até fui. Mas no caminho o Murilo me chamou pra trocar uma ideia com ele. Tá com problema com a namorada de novo, maior rolo. Fui dar um apoio. Eu tava lá na frente, mas nem entrei. Paramos no posto — fiquei tomando uma com ele... voltei faz pouco tempo.

Bya pensou: O posto. O maldito posto...claro — o único lugar onde ela não lembrou de ir...

— Ah, sei... mas que bom que vocês conversaram. Daí amanhã você treina mais tranquilo, então...

— Amanhã? Não, amanhã vai ser corrido. Nem sei se dá tempo, Bya.

— Sério? É que talvez eu vá na cidade. Pensei em passar lá. O que você acha?

— Eu não devo ir, preciso lavar mais roupa pra semana que vem.

Sábado eu tô indo cedo pro interior ver meus velhos... Tão me esperando pro almoço e eu não gosto de viajar muito tarde. Se eu não lavar nada amanhã, quando voltar tô lascado e sem roupa de novo. Hoje já até precisei sair com roupa suja.

A boca dela secou. As mãos suavam...

Depois de tudo que aconteceu hoje? Esperar? E ela?

O impulso veio antes do pensamento:

— Ah, sei... Mas tem muita coisa ainda pra lavar? Se precisar acho que consigo adiantar um pouco pra você no fim de semana.

Ele demorou, mas respondeu:

— Jura que faria isso, Bya? Se você lavar, então eu vou...

Ela se animou. Ficou feliz, dizendo:

—Mas é pouca coisa, né? Porque não sei fazer direito.

— Eu mostro amanhã... Sim, é tranquilo, pouca coisa.

E eu te pago, viu? Ela sempre cobra 30 reais, mais ou menos, pela quantia. Às vezes 20, se é só coisa de academia, que não precisa passar.

— Ah, sim, sei. Eu tenho roupa assim — mentiu.

— Amanhã, então, a gente se vê, passeia um pouco, toma uma juntos, bate aquele papo e aproveito e já deixo as roupas contigo.

Ela estava feliz.

Estar de novo com ele era tudo que ela queria.

— Então eu te espero na academia, 11h30 — ela disse.

— É melhor você me esperar lá no posto mesmo. Eu te encontro lá.

— Sim, tá combinado então :)

— E você, Bya? Quais as novidades? Tá melhor do seu tombo? Aprontou o quê esses dias?

— Sim, já melhorou. Ficou o corte só, quase não dói mais. E... também comprei um batom novo, bem vermelho.

— Batom vermelho, Bya? Aí já é apelação...

Com a sua boca vermelha não vai dá nem pra prestar atenção na conversa.

— Fica tranquilo que se manchar sua camiseta de batom eu lavo, tá bom?

— Ah, então quer dizer que a Bya com Y vai me beijar muito com essa boca vermelha, é?

Espera só... Amanhã você fica sabendo.

Até amanhã, lindo.

A cabeça dela latejava.

Ela achava que tinha arrasado.

Depois de um dia completamente estranho, até que as coisas tinham melhorado.

E, por dentro, um alívio finalmente veio:

Eles iriam se ver de novo.

E o coração dela estava novo, em paz — e escancarado.

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