[Saga Da Esposa Corrompida] - Capitulo 3 - A Primeira Rachadura

Um conto erótico de Roux
Categoria: Heterossexual
Contém 2019 palavras
Data: 23/07/2025 20:04:35

Capítulo 3 – A Primeira Rachadura

Três semanas haviam se passado desde o presente inesperado. A legging preta e o short jeans continuavam guardada na gaveta de Nayra, silenciosa como um segredo, mas impossível de ignorar. Toda vez que ela abria a gaveta, o tecido escuro e o jeans a encaravam como se tivesse olhos. E Nayra, apesar de desviar o olhar, não conseguia evitar aquele frio na barriga. Era como um eco incômodo de uma versão dela que ainda não existia — mas que começava a chamar.

Jeffi notava. Notava tudo. O leve hesitar dela ao vestir o pijama. O jeito como demorava dois segundos a mais frente ao espelho do banheiro. Os olhares mais longos para a própria imagem refletida. Pequenas rachaduras. Frágeis, mas reais.

Até que, numa tarde comum, ele chegou em casa mais cedo. O barulho da chave na porta, o cheiro do arroz recém-pronto vindo da cozinha. Ele deixou a mochila sobre o sofá e chamou:

— Amor?

— Na cozinha!

Ele virou o corredor… e parou.

Ela estava de costas, em frente ao fogão, mexendo uma panela com uma mão e segurando a tampa com a outra. A legging. Justa, preta, moldando cada linha das pernas dela. E ela estava usando, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Como se nada estivesse fora do lugar.

O tempo desacelerou por um instante.

Jeffi sentiu o coração acelerar. Não era só tesão — embora o tesão fosse inevitável. Era a emoção de um plano que começava a ganhar forma. Como se tivesse plantado uma semente e agora visse o primeiro broto surgir no meio do concreto.

Ele entrou sorrindo, tentando não parecer um adolescente excitado.

— Olha só quem resolveu arrasar hoje.

Nayra virou o rosto, já corando.

— Ai, Jeffi...

— Que foi? Você tá linda. Sério.

Ela riu, envergonhada, e voltou a mexer a panela.

— Nem é pra tanto... Só queria vestir algo confortável. E a legging tava ali na gaveta. Nem pensei muito.

— Ainda bem que não pensou. Se pensar demais, você ia lembrar daquele papo de “roupa de mulher devassa” e desistir — ele disse com um sorriso brincalhão, pegando um copo d’água.

Ela balançou a cabeça, rindo.

— Idiota...

Mas ele percebeu. Ela gostou do comentário. Mesmo tentando disfarçar, Nayra não resistia ao efeito dos elogios — ainda que timidamente. Era como se parte dela quisesse ouvir aquilo fazia tempo, mas não sabia como pedir.

Jeffi sentou-se à mesa e ficou observando-a com discrição. O jeito como ela puxava a legging pela cintura de vez em quando, ajeitando nervosa. Como cruzava as pernas ao andar, numa tentativa involuntária de cobrir algo. Mas também como se olhava de relance nos reflexos da janela. Ela estava ali, ainda vestida com as amarras da moral, mas experimentando o poder de ser vista.

Durante o jantar, Isa tagarelava sobre o dia na escola. Nayra ouvia com atenção, como sempre, mas Jeffi notava algo no olhar dela — como se estivesse com a cabeça em dois lugares ao mesmo tempo. Como se estivesse presente e ao mesmo tempo tentando decifrar a si mesma.

Depois que colocaram Isa pra dormir, os dois ficaram na sala, assistindo algo qualquer na TV. Nayra ainda estava com a legging, mesmo agora à noite, e isso, para Jeffi, era a prova de que alguma coisa dentro dela queria sentir aquilo por mais tempo.

Ele não comentou mais sobre a roupa. Não insistiu. Deixou o elogio feito e o silêncio tomar conta, exatamente como planejava. Forçar seria matar a magia. Ele precisava que ela quisesse.

Mais tarde naquela noite, enquanto Jeffi escutava o som abafado do chuveiro ligado, deixou-se levar por pensamentos que pulsavam com intensidade. Deitado de lado, observando a lâmpada amarelada do teto, ele se permitiu imaginar o que se passava na cabeça de Nayra naquele instante.

Ela tinha se olhado no espelho. Jeffi sabia. Com certeza se olhou. Talvez mais de uma vez. Talvez tenha se virado de costas, tentando ver o caimento da legging no quadril. Talvez tenha até passado a mão nas pernas, ajeitando o tecido. Ele imaginava tudo isso como quem lê um conto secreto. Era a única ficção que queria viver.

Quando Nayra saiu do banho, já estava na camisola habitual. Mas havia algo diferente no caminhar. Nada descarado. Só um pouco mais... presente. Mais dona de si. E foi aí que Jeffi teve certeza de uma coisa: mesmo que Nayra não soubesse ainda, uma revolução discreta estava em curso dentro dela. E isso era, ao mesmo tempo, excitante e profundamente bonito.

— Tá com sono? — ela perguntou, entrando devagar na cama.

— Um pouco... — ele respondeu, virando-se pra ela.

— Hoje foi um dia estranho.

— Estranho como?

— Não sei. Me senti... diferente.

Jeffi não reagiu de imediato. Sabia que qualquer palavra errada podia fazer ela levantar muros de novo.

— Diferente bom ou diferente ruim?

— Acho que... meio desconfortável. Mas não ruim. Só... fora do meu lugar. Como se eu tivesse usado uma máscara diferente.

— E se essa máscara for só outra parte sua que ficou esquecida?

Ela olhou pra ele. Não com raiva, nem com defesa. Apenas com curiosidade. Como quem escuta uma teoria nova e ainda está decidindo se acredita ou não.

— Talvez.

Houve um silêncio. Os dois deitados, encarando o teto.

— Sabe — ela disse, quase num sussurro —, quando eu usei aquela legging pela primeira vez... me senti ridícula. Mas hoje, foi diferente. Não que eu tenha amado. Mas... não odiei. E isso, pra mim, já foi muito.

Jeffi sorriu no escuro.

— Isso já é tudo.

Ela se virou de lado e o abraçou por trás, colando o rosto nas costas dele. Ficaram assim, imóveis. Jeffi com o coração pulsando alto, como se estivesse ouvindo uma música só dele.

Jeffi sentia o cheiro e o corpo quente de Nayra abraçada nele, foi o suficiente a voltar a lembrar da visão de mais cedo, chegando do trabalho, e vendo a esposa com a legging, o tecido totalmente ajustado moldando o corpo dela.

Jeffi agora não estava mais pensando em descanso ou pensando nos efeitos que a legging tiveram em Nayra, queria novamente experimentar aquela sensação de mais cedo.

Jeffi então falou baixinho, rouco:

— Veste a legging preta novamente.

Nayra:

— A legging? Agora?

Ele assentiu com um olhar.

--- Quero ver novamente, ela no seu corpo - a excitação dele agora visível na calça do pijama.

Ela percebendo, sem discutir, foi até a gaveta e pegou a peça. A legging era justa, cintura alta, tecido que moldava o corpo como uma segunda pele. Enquanto vestia, Jeffi não desviava os olhos — observava cada movimento, cada puxada lenta da malha subindo pelas pernas dela.

Ela virou de costas, e a peça já marcava tudo: quadril estreito, curvas definidas, cada detalhe do corpo como se tivesse sido desenhado à mão.

Jeffi:

— Continua de pé, de costas pra mim.

Ela obedeceu, com um meio sorriso nos lábios. Sabia o efeito que causava nele.

Ele se aproximou, ajoelhando atrás dela, as mãos pousando firmes na parte de trás das coxas, subindo devagar, até encaixarem na cintura.

Jeffi quase num sussurro:

— Você não tem ideia de como isso aqui me deixa de joelhos... literalmente.

Com delicadeza, ele passou o rosto sobre o tecido da legging, inspirando o cheiro dela. A língua começou a contornar, quente e lenta, mesmo por cima do pano, e Nayra soltou um suspiro surpreso, desequilibrada entre o riso e o calor.

Jeffi puxou o cós da legging só o suficiente pra acessar mais. Sua boca encontrou pele, quente e sensível, e ele se entregou ao ato com reverência. Era como se cada movimento da língua fosse calculado pra provocar, não só prazer físico, mas uma quebra emocional — como se dissesse "deixa eu tomar conta disso aqui, esquece o mundo".

Nayra apoiou uma mão na parede, sentindo o corpo derreter com a dedicação dele. Era algo entre adoração e posse. Um beijo longo, úmido, cheio de intenção, que ia fundo. Não era pressa. Era entrega.

Ela gemeu baixo, quase como se não quisesse que ele ouvisse — mas ele ouviu. E sorriu contra a pele dela.

Jeffi entre um beijo e outro:

— Não precisa fazer nada. Só fica assim. Hoje quem vai agradecer sou eu.

Nayra já não sabia se o que tremia era o joelho, a respiração ou a própria vontade de se segurar. Jeffi estava entregue, como se tivesse todo o tempo do mundo, como se aquele momento fosse um tipo de culto particular — e ela, a deusa sendo adorada.

A boca dele alternava entre lambidas lentas e sucções precisas, aquelas que ele sabia que mexiam com o centro do corpo dela. Era como se ele tivesse aprendido o mapa da sua pele e agora andasse de olhos fechados por ele.

A respiração dela começou a engasgar. As pernas tremiam, e a parede já não era apoio suficiente. Uma das mãos foi parar na própria boca, tentando calar o gemido que escapava. Mas escapou mesmo assim — abafado, arrastado, real.

Nayra quase implorando:

— Jeffi... não para... por favor...

Ele apertou a cintura dela com as duas mãos, mantendo o ritmo com a língua firme, agora focado, concentrado — como se estivesse prestes a provar uma vitória que ele próprio arquitetou.

O corpo dela arqueou, o abdômen contraiu involuntariamente, e uma onda quente atravessou tudo. Era o tipo de orgasmo que não grita, não explode como fogos, mas consome como brasa. Lento, intenso, inevitável.

Ela gozou em silêncio contido, o corpo tremendo contra a parede, as pernas quase falhando. Quando a sensação passou, Jeffi ainda estava lá, com o rosto entre suas coxas, como se dissesse com a língua: "eu sei o que fiz com você".

Ele levantou devagar, com os lábios marcados do momento, olhos ainda famintos, mas suaves.

Jeffi encostando a testa na dela, sorrindo de leve:

— E você achando que essa legging era só um presente.

Após ter feito Nayra gozar, viu ela mais uma vez, totalmente nua na cama já dormindo, e antes dele próprio ir dormir, Jeffi pensou: A armadura rachou. Agora, é só continuar batendo no ponto certo.

---

Na manhã seguinte, Nayra acordou antes de Jeffi, como sempre fazia. Mas ao contrário de outros dias, não vestiu imediatamente o conjunto de moletom folgado que usava como “uniforme doméstico”. Ficou de pé em frente ao guarda-roupa, enrolada na toalha, pensando. Demorou mais do que o normal.

Lá fora, o dia ainda engatinhava. Um fiapo de luz entrava pelas frestas da cortina. A casa estava em silêncio — Isa ainda dormia, e Jeffi ressonava suavemente, virado de lado. Era nesses momentos de brecha que Nayra se permitia ser sincera consigo mesma. Quando não precisava atuar. Nem como mãe, nem como esposa. Só ela.

Abriu a gaveta devagar. A legging estava ali. De novo. Como um convite silencioso.

Mas não foi ela que pegou dessa vez. Escolheu uma saia que não usava havia meses. Rodada, leve, com tecido que tocava a pele como vento. Não era ousada, mas fugia do padrão rígido que ela mesma havia imposto por anos.

Vestiu-se e se olhou no espelho. Passou as mãos nos quadris, ajustando a cintura. O reflexo ainda causava desconforto — como se estivesse olhando uma estranha. Mas havia algo de novo ali: curiosidade. Um desejo de entender aquela mulher que começava a surgir nas bordas da identidade de sempre.

Desceu para preparar o café. Quando Jeffi apareceu na cozinha, ainda de pijama, notou na hora.

— Uau — soltou, parando no batente da porta. — Essa saia tava sumida.

Nayra fingiu desdém, mexendo o café.

— Lavada e esquecida no fundo do armário. Achei ontem.

Jeffi não insistiu. Apenas se aproximou, passou os braços em volta da cintura dela e falou, com a boca próxima ao ouvido:

— Fica linda em você.

Ela não respondeu. Mas não se afastou.

Depois do café, Nayra levou Isa pra escola e voltou sozinha. Ao entrar em casa, fez algo que não fazia havia muito tempo: sentou-se no sofá e ficou olhando o nada por alguns minutos. Não tinha celular na mão, nem lista de tarefas na cabeça. Só ela e o silêncio.

E pela primeira vez em anos, se sentiu um pouco... leve.

Como se, tirando uma legging da gaveta, tivesse começado a abrir uma porta que nem sabia que existia.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive Roux a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Interessante...a liberdade da esposa sendo construída!

0 0