— Amor, você consegue fazer sala para o Markus? — pedi, me sentindo um idiota por ter que mentir para minha própria esposa para deixá-la sozinha com um homem que tentaria foder ela na frente de uma plateia. — É rapidinho! Esse cara é lotado de grana... se ele passar as apólices de seguro das empresas dele para mim, a gente consegue comprar aquela casa na praia que você sempre quis.
Pensei em contar a verdade para ela, explicar o que realmente estava em jogo, porém não consegui. Não só porque não sabia como ela reagiria ao descobrir que havia sido apostada em uma mesa de poker, mas também por causa da quarta cláusula das regras. Se desconfiassem que estávamos tentando burlar o sistema, eu acabaria com uma dívida gigantesca.
Como é melhor prevenir do que remediar, antes mesmo de ir ao clube, já havia preparado o terreno, mentindo para Amanda, um hábito que havia virado minha marca registrada desde que voltei a jogar poker. Contei a ela que Fábio nos convidou para uma festa, assim, caso eu fosse o “corno”, já tinha uma desculpa preparada para garantir que ela estivesse numa balada em um clube de poker, preparada para entrar na sala vermelha e pagar a minha derrota. A única coisa que me restava, então, era assistir da sala azul e confiar na fidelidade da minha esposa.
— Você é a famosa Amanda? Prazer, me chamo Markus. — disse ao entrar na sala e beijar a mão da minha esposa, revelando quantos séculos tinha — Nossa, o Lucas não havia me contado que você era tão bonita assim.
Por pura coincidência, minha esposa escolheu um vestido da mesma cor de todo o resto naquela sala, vermelho. A peça deixava suas costas inteiras à mostra, e por uma fenda revelava uma parte considerável da perna direita. Os seios volumosos dela estufavam a parte da frente, me fazendo lembrar da provocação que Markus disse para mim no banheiro. Tudo ganhava um destaque ainda maior pela postura imponente que o salto agulha lhe proporcionava, aumentando consideravelmente seu rebolado a cada passada.
Apesar de Amanda não ter mais o corpo perfeito ou a carinha de menininha de quando nos conhecemos, ainda assim, era impossível negar, ela estava deslumbrante. Eu daria qualquer coisa para trocar de lugar com o Markus e estar com aquela mulher incrível na sala vermelha.
Mas, em vez disso, estava preso na sala azul, assistindo preocupado, o marcador do telão piscando 1.8, os odds da minha esposa ser infiel. Aqueles malditos apostadores achavam que Amanda tinha mais chances de me trair do que a moça do último Poker dos Cornos.
Ela abriu um grande sorriso com aquela introdução exagerada de Markus. E exatamente como pedi, ela foi simpática:
— O prazer é todo meu. Meu marido falou muito bem de você!
— Aceita um drinque? — Markus ofereceu, se controlando para não cair na gargalhada com o comentário.
Os dois sentaram no sofá de couro, e a conversa fluiu de forma surpreendentemente natural. Aquele desgraçado tinha a habilidade de fazer as pessoas sentirem à vontade.
— Você sabe por que você está aqui, minha cara? — Markus perguntou.
Não conseguia entender qual era a estratégia dele, provavelmente estava apenas se divertindo, revelando para o público qual era a farsa que eu havia inventado para deixar minha esposa a sós com ele.
— Ah, meu marido disse que você tem interesse em comprar seguros dele. Como você conheceu o Lucas?
— Foi no clube mesmo. Espero que ele seja um vendedor, melhor do que é jogador de poker — respondeu rindo.
Amanda não se juntou a ele na diversão. Olhou para baixo e ficou em silêncio, processando o que acabará de ouvir. Markus acabava de me foder por completo. Conhecendo Amanda, em algum momento, ela ligaria os pontos e entenderia que nossa estadia no hotel dos sonhos havia sido paga com apostas. Só precisava rezar para ela nunca descobrir que, além disso, eu a apostei numa mesa.
Markus encarou, destilando-a, tentando entender o que passava na cabeça dela. Virou a cabeça para o lado, imitando um filhote confuso, e disse:
— O que está te incomodando, minha cara?
A sala vermelha ficou em silêncio. Aos poucos, com aquela empatia de psicopata, ele ganhava confiança da minha esposa, que não tinha menor ideia de que aquele papinho era só forma de encontrar brechas.
— Não fazia ideia de que o Lucas estava jogando pôquer — Amanda disse, a decepção evidente na voz — Às vezes, eu sinto que sou um empecilho na vida dele.
Markus continuou em silêncio, como um psiquiatra, sabendo que sua paciente ainda tinha muito a desabafar.
— O Lucas sempre teve esses sonhos gigantescos... — ela continuou, a voz começando a tremer e as lágrimas se formando nos cantos dos olhos — Só que, enquanto ele não consegue realizar esses sonhos, nossa vida atual é só uma escala, um contratempo até chegar ao destino que ele tanto quer.
Markus se aproximou devagar, os passos calculados, tomando cuidado para não interromper o fluxo dos pensamentos dela.
— É, relacionamentos são sempre complicados — disse, colocando a mão no ombro dela — Mas sabe qual é a forma perfeita de entender o que seu marido realmente sente? Como ele age na cama. É impossível mentir na hora do sexo.
Amanda soltou uma risada histérica, como se ele tivesse acabado de contar a piada mais cruel do mundo.
— Bom, então nosso casamento já está morto. O Lucas até brochou comigo, acredita?
Markus precisou se segurar para não dançar ali mesmo. No telão da sala azul, os odds começaram a despencar rapidamente, indo para 1.2. Até eu já percebia quão crítica era a minha situação.
— Com você?! Não consigo acreditar que isso seja possível! — ele disse, a voz exageradamente chocada.
— Fiquei bem desapontada na hora... — confessou, tentando dar de ombros para minimizar o impacto da confissão. — Mas todo homem brocha uma vez na vida, não?
Markus abriu um sorriso largo, enquanto negava com a cabeça, como se a ideia fosse completamente absurda para ele.
— Sério, mesmo na sua idade, você nunca brochou?
— Nunca aconteceu comigo. Jamais! Só de estar na mesma sala que uma beldade como você, já estou duro como pedra.
E antes que Amanda pudesse responder qualquer coisa, Markus abaixou o zíper da calça, comprovando seu ponto. Com os olhos fixos na minha mulher, ele esperou a reação que selaria seu triunfo.
Amanda não reagiu como ele previu. Os olhos se arregalaram, enquanto ela inclinava o corpo para se afastar. Mas não correu dali, continuou a conversa, agora, encarando fixamente o pau daquele velho.
— Se eu não fosse casada, as coisas seriam diferentes, Markus. — disse, e eu não conseguia acreditar que minha esposa estava pedindo desculpa por não transar com ele ali mesmo.
Markus fez a leitura correta, de fato, aquilo não era um não. Levantou-se do sofá, deu um passo para diminuir ainda mais a distância entre os dois e começou a se acariciar lentamente, provocando a minha esposa.
Furioso, considerei a possibilidade de ir até a sala vermelha para encher aquele velho de porrada, mas ao invés disso, apenas olhei no relógio. A não ser que eu quisesse contrair uma dívida de um milhão de reais, eu teria que aguentar mais quarenta minutos daquela tortura.
Continuaram naquele impasse. Amanda apenas assistindo enquanto ele se masturbava a centímetros de distância do seu rosto. Instintivamente, sua língua umidificou os próprios lábios, um movimento tão pequeno que apenas uma pessoa compulsiva como eu teria reparado.
Markus decidiu que era hora de atacar. Passou a mão livre por trás da cabeça da minha esposa, e puxou. Foram três tentativas, até ela ceder. Os odds desapareceram do telão. Novamente, os vencedores celebravam eufóricos, enquanto os perdedores rasgavam seus tickets e xingavam.
Na minha frente, minha esposa beijava o pau daquele velho, sem nem saber quantos espectadores a assistiam.
<Continua>
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