A tela do celular de Júnior projetava a imagem do feed do Instagram de Gabriel. Mais uma foto, mais um ângulo do físico esculpido, da presença dominante. Júnior, respeitado em seu círculo e com uma vida cuidadosamente organizada, sentia um arrepio familiar percorrer sua espinha. Havia algo em Gabriel que o atraía de uma forma inexplicável.
— Perfeito — Júnior murmurou para si mesmo, um leve sorriso brincando em seus lábios enquanto ele curtia mais uma foto. Aquele homem era a personificação da força que ele, Júnior, secretamente ansiava em se submeter.
Júnior havia encontrado o perfil de Gabriel há algumas semanas. Seguiu-o, e para sua surpresa e excitação, Gabriel aceitou a solicitação quase imediatamente. Desde então, a rotina de Júnior incluía uma visita diária ao perfil de Gabriel. Cada nova postagem recebia um "curtir" rápido, um sinal de sua admiração silenciosa. Mas Júnior queria mais.
Ele começou a enviar mensagens no direct. Pequenos comentários, aparentemente inocentes, mas carregados de uma admiração quase velada.
Júnior: Seu perfil é incrível, Gabriel!
Júnior: Acho que nunca vi um físico tão impecável. Parabéns pela dedicação!
Júnior: Você tem uma presença muito forte.
Os dias se seguiram, e as curtidas e comentários de Júnior se acumularam, sem resposta de Gabriel. Até que, uma tarde, enquanto Júnior revisava balanços, seu celular vibrou. Era uma notificação do Instagram. De Gabriel.
Gabriel: Eai
Gabriel: Quem é?
O coração de Júnior disparou. Era a chance que ele esperava. Não havia tempo para rodeios. Aquele era o momento de ser autêntico, de revelar o que ele era e o que buscava.
Júnior: Olá, Gabriel. Sou o Júnior. Já te sigo há um tempo e... bem, seu perfil realmente me chamou a atenção.
Júnior: Para ser sincero, eu sou um submisso. E eu realmente curto obedecer a caras como voê. A sua força, o seu jeito... é tudo que eu procuro.
A resposta foi imediata, com um tom de surpresa e talvez uma pitada de desdém.
Gabriel: Como assim?
Gabriel: O que porra é um submisso? E o que você faria?
Júnior respirou fundo. Era agora ou nunca. Ele precisava ser claro, mas também seduzir, mostrar que não era uma ameaça, mas uma oportunidade.
Júnior: Significa que eu gosto de servir, de que me digam o que fazer.
Júnior: E o que eu faria? Eu faria tudo, Gabriel. Tudo o que você me pedisse. Sem questionar.
Júnior: Ou melhor, tudo o que me MANDASSE. Sem questionar.
A tela ficou em silêncio por alguns instantes que pareceram eternos para Júnior. Então, a mensagem que ele esperava (e temia) chegou:
Gabriel: Hahahaha
Gabriel: Você está brincando né? Tipo, tudo mesmo?
Júnior: Sim, Gabriel. Tudo mesmo. Eu não estou brincando. É uma necessidade pra mim. Uma forma de me sentir completo. E o senhor tem exatamente o tipo de presença que me atrai pra isso.
Gabriel, um tanto intrigado e divertido pela ousadia e pela convicção de Júnior, decidiu testar.
Gabriel: Hum... ok. Então, se você faria "tudo"... Me explica melhor. Pra que isso? O que você ganha com isso? Eu sou hétero, e não estou atrás de nada disso. Por que falou comigo?
Júnior: Eu ganho a liberdade de não precisar decidir, de não carregar o mundo nas costas. O senhor não precisa estar "atrás de nada". Eu sou o que busco. O senhor só precisa aceitar minha devoção. Não é sobre sexo, Gabriel. É sobre poder, controle. Sua autoridade é o que me alimenta. Sou sua propriedade para comentar.
Gabriel: Sua propriedade? Hahaha
Gabriel: Sério? Parece papo de maulco. Como eu sabia que não é só papo?
A oportunidade chegou para ambos. O teste final.
Júnior: Me teste, Gabriel. Eu estou aqui para servi-lo. Prove que não sou apenas papo.
Gabriel pensou por um momento. Um sorriso lento e perigoso começou a se formar em seus lábios. Ele tinha uma ideia. Uma ideia que não custaria nada a ele, mas revelaria a profundidade da seriedade de Júnior.
Gabriel: Ok
Gabriel: Vou testar. Se você é tão submisso assim e faria "tudo", então prove.
Gabriel: Me manda 200 reais agora. Meu PIX é esse. Se for verdade, essa grana cai na minha conta em minutos.
Gabriel: Se não, é só pro e eu te bloqueio.
O coração de Júnior bateu forte no peito. Era um valor considerável, mas não intangível. Era a prova. Sua chance demostrar a Gabriel o quão real era sua devoção. Ele abriu o aplicativo do banco sem hesitar.
Júnior: Sim, Mestre. A grana já está a caminho.
Minutos depois, Gabriel recebeu a notificação em seu celular. Duas mensagens: uma do banco, confirmando a transferência de R$ 200,00, e outra de Júnior.
Júnior: Chegou aí, Mestre?
Gabriel olhou para a notificação de R$ 200,00, depois para as mensagens de Júnior. Ele riu, mas desta vez não era uma risada de incredulidade. Era uma risada de quem acabara de descobrir uma ferramenta nova e poderosa.
— Puta que pariu — Gabriel pensou, olhando para o celular. — Esse cara é maluco de verdade. E está na minha mão.
Aquele pequeno valor era apenas o começo. Gabriel começou a sentir a extensão do poder que acabara de cair em seu colo. Ele tinha um escravo, uma fonte de obediência e talvez, quem sabe, de benefícios, que ansiava por seus comandos. O jogo acabara de começar.