Depois do jantar, com o céu salpicado de estrelas e o mar ainda sussurrando ao fundo, Sofia sugeriu que fossem beber um copo. Juliana hesitou por um segundo, ainda sentindo o coração acelerar quando pensava em ser vista, mas o vinho, o toque firme da mão de Sofia e a confiança recém-nascida empurraram-na para a frente.
O bar era pequeno, com luzes quentes, música soul a flutuar no ar e cadeiras altas no balcão de madeira. Tinham escolhido um canto discreto, onde os corpos podiam tocar-se com subtileza, onde as pernas de Juliana roçavam nas de Sofia por baixo da mesa. Juliana estava solta. Levemente alcoolizada. E lindíssima. A saia subira um pouco durante o trajeto e a blusa deixava ver a curva do ombro nu.
Foi quando o viram.
Alto, moreno, atlético, usava calças de linho e camisa aberta no peito bronzeado. O cabelo era escuro, desalinhado de propósito, o sorriso confiante sem ser arrogante. Aproximou-se do balcão primeiro, depois passou o olhar por entre as mesas… e deteve-se nelas. Em Juliana.
Ela desviou o olhar, instintivamente. Sofia, não.
— Ele está a comer-te com os olhos — murmurou Sofia, inclinando-se ao ouvido dela. — E tu estás a adorar.
Juliana mordeu o lábio inferior, sem responder.
— Queres brincar? — perguntou Sofia. A pergunta veio com a mão a subir lentamente pela coxa de Juliana, por baixo da mesa.
Antes que ela pudesse responder, o homem aproximou-se, com um copo de gin na mão e um sorriso relaxado.
— Boa noite. Desculpem a ousadia... mas acho que estragava a noite se não viesse dizer que vocês são, de longe, o casal mais bonito deste lugar.
Sofia ergueu uma sobrancelha.
— Casal, disseste?
— Sim. É claro que são. Está escrito em cada gesto.
Juliana corou, mas Sofia riu.
— E se te disséssemos que estás a ver só uma parte?
O homem inclinou-se levemente, curioso.
— Agora estou mais interessado ainda.
— Senta-te — disse Sofia, batendo no banco ao lado.
Ele sentou-se, os joelhos quase tocando nos de Juliana. A conversa foi fácil, cheia de sorrisos. Chamava-se Miguel. Era instrutor de vela, estava de férias por uns dias. O olhar dele passeava com naturalidade entre Sofia e Juliana, mas detinha-se especialmente nela — Não com estranheza, mas com desejo genuíno, quase fascinado.
— Desculpa se sou direto — disse ele, num tom mais baixo — mas há algo em ti… que me deixa completamente preso. És diferente. E isso excita-me.
Juliana sentiu um arrepio. Sofia pousou o copo com calma e olhou-o nos olhos.
— Juliana é especial. E só se oferece a quem sabe respeitar. Estás a entender?
Miguel assentiu.
— Claramente. E estou a adorar ver como olhas para ela.
Sofia sorriu. Passou a mão pela nuca de Juliana e sussurrou-lhe ao ouvido:
— Vamos levá-lo para casa?
— Sim… — respondeu ela, num sussurro carregado de calor. — Mas quero que me vejas… e me uses com ele.
Sofia olhou para Miguel.
— Temos uma proposta indecente. Mas exige entrega, respeito… e muito fôlego.
Miguel sorriu como quem esperava por isso a vida toda.
— Conduzam-me.
A casa estava quente quando entraram, com o cheiro ainda presente das velas queimadas da noite anterior e o sal no ar. Miguel tirou os sapatos à entrada, os olhos já mergulhados em Juliana, que andava devagar, hipnotizada, como se o corpo soubesse antes da mente o que ia acontecer.
Sofia trancou a porta com um clique, depois virou-se, o olhar firme, o sorriso no canto dos lábios.
— Regras simples — disse, para Miguel. — Juliana pertence-me. Eu decido quando, como e quanto. Se és esperto, vais obedecer. Se fores bom... talvez te deixemos repetir.
— Perfeitamente claro. — respondeu ele, sem hesitação.
— Boa. Tira a camisa.
Ele obedeceu, revelando um torso firme, bronzeado, com linhas esculpidas pelo sol e o mar. Juliana olhava-o com os lábios entreabertos, o peito a subir e descer.
Sofia puxou Juliana pela cintura, aproximando-a de Miguel. Depois, passou por trás dela e começou a despi-la lentamente, como quem desembrulha um presente precioso. A blusa caiu. A saia escorregou pelas pernas. Sob a luz dourada do abajur, a lingerie preta rendada desenhava-se perfeita sobre a pele clara.
— Ajoelha-te — disse Sofia, puxando-lhe o cabelo com suavidade. Juliana obedeceu, entre Miguel e ela.
Sofia foi até uma gaveta do quarto e voltou com o strapon — aquele mesmo, preto, firme, dominador. Vestiu-o com gestos seguros, enquanto Miguel olhava, visivelmente excitado, sem saber o que esperar.
— Juliana vai mostrar-te como se adora um falo... de qualquer tipo.
Ela aproximou-se e guiou o strapon até a boca de Juliana, que abriu os lábios com reverência, começando a chupá-lo com a mesma dedicação de quem lambe a pele da pessoa amada. Sofia gemia baixo, mesmo sem sentir, só de vê-la tão entregue.
— Agora tu. — disse Sofia, olhando para Miguel.
Ele aproximou-se, o sexo já duro, pulsante. Sofia segurou-o com firmeza e encostou a glande à bochecha de Juliana.
— Mostra-lhe como se chupa. Como se quer.
Juliana virou-se, abrindo bem a boca, recebendo-o com lentidão, sentindo o calor, o peso, a invasão deliciosa. Miguel soltou um gemido grave.
— Foda-se...
Sofia ajoelhou-se atrás dela, puxando-lhe as nádegas e afastando as pernas.
— Está molhada, não está? — perguntou, lambendo-lhe a entrada com a língua antes de a penetrar com dois dedos.
Juliana soltou um gemido abafado pelo sexo de Miguel, que agora deslizava com mais confiança entre os seus lábios. A sensação de ter a boca cheia, o cuzinho a ser penetrado, e os dois olhares sobre ela, fê-la tremer.
— Quero vê-la ser fodida por ti — disse Sofia a Miguel. — Mas vais entrar nela só quando eu mandar.
Ele assentiu, ofegante.
Sofia puxou Juliana, deitou-a de costas sobre o tapete, as pernas abertas. Ela ajoelhou-se entre elas e voltou a penetrá-la com o strapon, lentamente, os olhos fixos nos dela.
— Estás pronta para ser dividida?
— Sim… Senhora… por favor…
— Então prepara-te.
Sofia começou a estocar com firmeza, as mãos segurando as ancas de Juliana, o vinil da cinta chiando levemente contra a pele. Juliana gemia alto, sem vergonha. E quando Sofia fez sinal, Miguel posicionou-se por cima dela, à altura da boca, e voltou a enfiar-se entre os lábios pintados de brilho.
A cena era intensa: Juliana sendo possuída pela frente e por trás, os corpos em movimento, os gemidos a ecoar pela casa. Os olhos de Sofia nunca saíam dela, guiando, comandando, garantindo que cada segundo fosse puro prazer.
O orgasmo veio como uma tempestade.
Primeiro Juliana — tremendo, contorcendo-se, os olhos fechados, os sons guturais, suada, completamente aberta. Depois Miguel, gemendo contra a garganta dela, soltando-se nos lençóis. E por fim Sofia, agarrando-a com força, sentindo o poder do domínio transformado em êxtase.
Quando tudo terminou, os corpos ficaram ali, entrelaçados, ofegantes, suados, sujos… e plenos.
Miguel rolou para o lado, rindo de leve.
— Isto… foi muito mais do que imaginei.
Sofia deitou-se entre eles, puxando Juliana contra o peito, com uma mão sobre o colar de veludo ainda no pescoço dela.
— E isto… — murmurou — foi só o começo.