Bom dia, leitores. Eu me chamo Érico, tenho 28 anos. Minha esposa, Sarah, tem 27 anos. Esta é a história das confusões e puladas de cerca que aconteceram durante uns meses muito loucos em que inventamos de abrir o relacionamento sem saber direito como se faz isso e de como nós lidamos com isso.
Trabalho como analista em uma grande empresa de tecnologia. Meu corpo que nunca chamou muita atenção. Nem forte, nem magro demais, do tipo que parece comum até sem camisa. Moreno claro, cabelo escuros curto, olhos castanho-escuros. Aquele cara totalmente na média. Talvez por isso, quando conto que sou casado com a Sarah, muita gente ache que estou mentindo.
A Sarah é engenheira civil, com doutorado, e atualmente trabalha para uma daquelas construtoras gigantes. Sempre foi dedicada e responsável, mas com um senso de humor afiado que aparece quando você menos espera. Seus peitões, firmes e arredondados, tinham um tamanho perfeito. Eram cheios, sem exagero. O quadril seguia a mesma linha: elegante, proporcional, com uma bunda que, mesmo sem ser grande, sempre me deixou hipnotizado pelo jeito que encaixava nas roupas. As pernas, longas e finas, começavam em coxas esguias e firmes. Tudo nela passava uma mistura de delicadeza e provocação. Os braços finos, as mãos de dedos compridos, o rosto de traços suaves, os olhos castanho-escuros e os cabelos pretos, caindo em ondas até o meio do braço, com aquelas mechas na frente que emolduravam o rosto como se ela tivesse nascido pra ser retrato.
Eu nunca precisei de muito pra desejar a Sarah. Bastava olhar pra ela. Bastava vê-la se mexer, ou até mesmo só respirar perto de mim. E mesmo depois de anos de casados, era difícil não sentir aquele frio no estômago toda vez que ela passava do meu lado.
No capítulo anterior, eu e a Sarah tínhamos definido que ela iria tentar seduzir e transar com o seu Roberto (o marido dominado, e psicologicamente quase castrado, da megera ultraconservadora do condomínio, dona Marieta) na minha frente. A Sarah topou o desafio de levantar esse defunto. Só não esperava que ele fosse tão tímido quanto tapado. Depois de semanas sacrificando a autoestima a cada tentativa de sedução falha, ela finalmente tinha feito o Roberto ficar louco para comer ela.
O capítulo de hoje é sobre a pior transa daquela semana da Sarah.
Era sábado no começo da manhãzinha. Já tínhamos tomado café da manhã e eu estava jogando videogame, no sofá, meio largado, tentando passar uma fase que me matava havia três dias. Mas bastou a Sarah atravessar a porta do corredor com aquele andar leve e provocante para eu perder toda a concentração.
A Sarah já é linda, mas quando ela se arruma para ir à academia... porra. A luz da manhãzinha atravessava a cortina da sala, batendo direto no corpo dela como um holofote particular. Ela vestia um top preto colado, sem bojo, que moldava perfeitamente os seios grandes e cheios dela. Dois globos fartos, bem pronunciados, que pareciam pedir para escapar. O tecido grudava com aquele brilho acetinado que ressaltava cada curva. Os mamilos desenhavam um leve relevo por baixo.
A calça era uma legging vinho escura, quase preta, daquelas com recortes laterais e transparência discreta nas coxas. Justa, muito justa. O tipo de roupa que favorecia o quadril e dava a impressão de mais volume. A cintura da calça subia até o umbigo, destacando a barriga lisa que ela conquistou com tanta disciplina. Mas o destaque era a bundinha dela. Pequena, durinha, com um formato perfeito, como um pêssego bem desenhado.
— Amor, olha como eu tô — disse ela, com um sorriso leve e maroto.
Virei a cabeça, o controle ainda na mão, mas o jogo já esquecido. Ela se virou de costas, colocou as mãos na cintura e deu uma reboladinha sutil, só pra provocar.
— Tá querendo me matar, né? — falei, tentando manter o tom leve, mas com a boca seca.
Ela olhou por cima do ombro e mordeu o lábio inferior.
— Tô muito vulgar? — perguntou, com aquela voz que misturava inocência e safadeza em doses perfeitas.
— Queria te levar pra cama agora — respondi. — Mas combinamos que você ia se guardar até o grande show de mais tarde.
Ela riu e veio até mim. Parou do meu lado e apoiou uma das mãos no meu ombro.
— Assim, mais tarde você vai gozar mais que ele — murmurou, inclinando o corpo até o rosto dela ficar quase encostado no meu.
Eu queria puxá-la ali mesmo. Juro por Deus. O cheiro do perfume dela misturado com o suor leve do corpo pronto pro treino, aquela energia elétrica que ela sempre carregava quando se sentia poderosa foi quase insuportável.
— Vem cá — falei, colocando o controle de lado. — Esquece a academia. Fica comigo. Cinco minutinhos.
Ela me deu um selinho demorado e depois se afastou.
— Não vou pra academia. Hoje, combinei de correr com a Carolina.
Ela pegou a garrafinha de água e ajeitou os cabelos. Com um último beijo no ar, ela saiu. E eu fiquei lá, sentado no sofá, com o controle na mão e o pau latejando. Sozinho. Tentando convencer a mim mesmo de que aquele plano maluco ainda fazia algum sentido.
As horas passaram e já era uma da tarde. Em uns vinte minutos, o Roberto chegaria.
Eu estava na terceira passada de pano no chão da sala quando ouvi o trinco do quarto. Parei, me escorando no cabo do rodo, e vi a Sarah sair.
Ela usava só uma camisola branca, fina, dessas de tecido leve que parece ter sido feita pra ser transparente. Por baixo, uma calcinha preta, rendada, cavada demais, quase uma moldura pro quadril dela. A camisola deixava os ombros e parte dos seios à mostra, os bicos marcados sem nenhum pudor.
Fiquei completamente paralisado por alguns segundos. Não sei como consegui manter a cara de quem tava no controle. Porque, por dentro, eu só pensava em uma coisa: que raio de mulher era essa?
Sarah deu uma giradinha, rindo:
— E então? — perguntou, parando de frente pra mim.
Pigarreei e fui honesto:
— Tá um escândalo. Eu ia dizer que o Roberto vai morrer, mas quem vai morrer sou eu.
Ela soltou uma risada baixinha.
— Comprei essa lingerie só pra hoje. — Ela deu uma puxadinha na beirada da camisa. — Não é pra você, hein?
— Essa vai ser exclusiva pro Roberto — retruquei, entrando na brincadeira.
— Exato.
Sarah se aproximou e sentou na ponta do sofá, cruzando as pernas. Eu não pude evitar um olhar mais de perto. Como é que alguém consegue ser tão sexy sem nem tentar? Era como se ela soubesse o que estava fazendo. Eu tinha que focar. Focar no meu papel, nada de desviar o olhar, não sorrir.
Olhei pra ela, tentando me concentrar no que ela estava dizendo.
— Só pra gente repassar... O Roberto acha que você é um banana brocha e cuckold, dominado por mim. Então, na frente dele, você tem que continuar bancando o bundão. Nada de olhar muito, nada de bancar o marido protetor. Você é o corno manso que faz tudo o que eu mando.
Assenti, respirando fundo. A coisa estava ficando real. Minha mente, normalmente afiada, estava começando a ficar um pouco nublada com tudo isso. Eu já tinha ouvido falar de relações assim, mas interpretar isso para alguém, e meio que viver isso, era um novo nível de maluquice. Mas, ao mesmo tempo, não conseguia negar o quão excitante era essa ideia. A tensão no ar, a expectativa de ver tudo isso acontecer.
— Vai ser divertido... — murmurei, me forçando a entrar no personagem.
— Érico. Sério. Se você começar a rir, o cara vai perceber que isso é combinado entre a gente.
— Vou focar. Corno manso. Prometo.
A Sarah sorriu e voltou a recostar. Eu me sentei na poltrona em frente. Estava começando a sentir uma ansiedade crescente. Não sei bem se era pela ideia do que estava por vir ou pela loucura de estarmos tão empolgados com a situação. Eu tinha noção de que o Roberto era um saco, mas, até então, a empolgação tinha me cegado.
— O plano é o seguinte — ela continuou —: ele chega, a gente faz um clima, conversa, bebe um pouquinho. O almoço já tá pronto. A gente come, relaxa. Aí, quando tiver um jeitinho, eu sugiro que ele tome um banho, escove os dentes...
— Boa — concordei. — Já deixa a escova de visitante separada.
— Já deixei.
— E depois...
— Depois eu levo ele pro quarto e você...
— Sigo passos atrás, me sento na poltrona, bancando o corno voyeur manso e assisto em silêncio — completei, forçando um sorriso.
— Isso. — Ela deu um risinho nervoso. — Se eu notar que você tá querendo bater uma assistindo, espera que eu vou liberar em voz alta. Segura até eu mandar.
Ficamos em silêncio por uns segundos. Então, perguntei:
— E a gravação? O que você acha?
Ela mordeu o lábio.
— Eu sou contra. Não por pudor, mas porque isso pode dar uma confusão depois. Se o cara pira, vai que ele espalha ou tenta usar contra a gente.
— Estava pensando nisso. Mas e se a gente sugerisse na hora?
— Acho que vai parecer muito armado — respondeu Sarah.
— Melhor não, então.
Tão empolgados com tudo isso, nós dois tínhamos até esquecido que o Roberto é um mala sem alça. Parecia que eu e a Sarah estávamos para realizar um sonho conjunto de ela transar com um ator pornô.
— Meu Deus, a gente é muito doido — comentei, quando parei de verificar tudo e tudo parecia ok.
Ela levantou e me deu um beijo na testa.
— Mas eu amo ser doida com você.
— Idem, maluca.
O relógio de parede marcou quinze pra quatro.
— Daqui a pouco ele chega.
— Vambora. Show time.
Ela se espreguiçou, ajeitou a camisa pra deixar os seios ainda mais aparentes.
— Show time.
E ficamos ali, sentados, esperando. O coração batendo como se fosse a primeira vez que eu ia ver a minha esposa nua.
A campainha tocou, e uma sensação estranha subiu pela minha espinha. A Sarah foi até a porta com um sorriso maroto e o olhar sedutor. Ela estava pronta, totalmente na personagem. Eu podia sentir o nervosismo dela, mas também a excitação.
Quando a porta se abriu, o Roberto parecia diferente. Ele sempre tinha aquele ar de senhor respeitável, calvo, com os cabelos brancos nas laterais e atrás, e aquele semblante que refletia toda a tensão do mundo. Mas, hoje, parecia um pouco mais desarrumado, apressado, como se tivesse corrido o quarteirão antes de chegar.
Ele entrou e, ao me ver, fez um aceno rápido, como se não quisesse que eu o notasse. Ele estava nervoso. Suava mais que o normal, os olhos fixos em Sarah e claramente desviando a atenção de mim. Vestia uma camisa social simples e calças bege, o básico de sempre. A boca se mexia, mas ele não conseguia emitir uma palavra.
Sarah avançou para ele com um sorriso encantador. Roberto ficou com os olhos brilhando e a respiração mais rápida.
— Oi, Roberto — disse Sarah com a voz suave, mas cheia de desejo.
Ela não perdeu tempo, avançou e o beijou suavemente nos lábios, como se quisesse deixá-lo tranquilo, mas eu sabia que estava apenas começando a embriagá-lo.
Eu fiquei num canto só observando, sempre afastado o suficiente da ação para não atrapalhar ou interferir. Mas perto o suficiente para ver todos os detalhes.
O Roberto parecia um homem faminto e, logo, puxou a Sarah para mais perto dele, para um beijão. Antes que ela entendesse, ele já estava tirando a própria camisa e a e a puxando para o quarto. O cara parecia um furacão louco por sexo. Todo o ciclo de sedução que eu e a Sarah tínhamos cuidadosamente planejado já tinha ido pro lixo.
— Vai devagar, Roberto, calma — disse Sarah disse, já entendendo que era hora do plano I de Improvisar.
A cena no quarto estava um tanto quanto engraçada. A Sarah tentava controlar a situação, pensar em qualquer coisa. O Roberto estava mais interessado em tirar a roupa e ficar peladão, mas era tão desajeitado e apressado que a Sarah estava mais preocupada dele bater a cabeça em alguma quina enquanto tirava a calça e a cueca do que dele sair do controle.
Em poucos minutos, o cara já estava pelado, já tinha dado uns sete beijos na boca da Sarah, duas apalpadas nos seios, uma na buceta e levado ela para cama. Ele estava completamente envolvido no desejo que parecia que a minha presença já não fazia diferença para ele. Tive a impressão de que ele não transava há anos.
Foi quando a Sarah conseguiu segurar o impulso dele por um minutos. Como o negócio do Roberto era correr pros finalmentes, ela o afastou para tirar sua lingerie e ficar nua na nossa frente. No planejamentos que tínhamos feito, a intenção da Sarah era que a lingerie seria tirada aos poucos, talvez até com um strip-tease. A realidade fez ela preferir tirar logo antes que ele rasgasse.
Tanto o pau do Roberto quanto o meu deram vários solavancos ao ver o corpo nu da minha esposa. Claro que, diferente dele, não era a primeira vez que eu a via nua, mas ela era gostosa demais e sempre me dava tesão de ver.
Seus lindos seios pareciam maiores quando livres do sutiã, no centro dos pequenos globos firmes de pele bronzeada, grandes mamilos marrom escuros. E, embaixo, ambos pudemos ver sua bucetinha bem depiladinha, a não ser por um risquinho de pelinhos.
Na empolgação, o Roberto pulou direto nos peitões dela para mamá-los. Tão na fissura para penetrar logo que já a deitou na cama.
Sentado numa poltrona que deixamos no quarto para isso, assisti enquanto o Roberto deitava seu corpanzil sobre corpinho da Sarah. Tão ansioso para comer logo que parecia ter medo de que a minha esposa desistisse. Mal colocou a camisinha que ela o entregou na pressa e já estava tentado encaixar a cabeça vermelha do seu cacete na entradinha da buceta dela. Sem preliminares, sem carinhos, sem nada.
Só que ele estava tão nervoso e parecia tão desajeitada que a Sarah permanecia deitava imóvel olhando para ele como uma cara de “que porra é essa?”. Porque ele tentava forçar a entrada várias vezes e não conseguia encaixar. O seu pau sempre deslizava para fora da buceta, na pressa e ele insistia e tentava de novo.
Aos poucos, a cara de “sei nem o que fazer” da Sarah foi trocando para uma cara de “acerta logo isso, caralho!”. Foi quando ela perdeu a paciência de vez, segurou o corpanzil dele com uma mão, pegou o pau dele com a outra e se contorcendo um pouco, posicionou o cacete de forma certa na entrada da bucetinha até a cabeça encaixar.
A Sarah suspirou e trocou comigo um olhar de comemoração. Assim, pude testemunhar o Roberto forçando seu pau na bucetinha da Sarah, ainda os dois na posição de papai-mamãe.
Ele tentou enfiar o cacete todo de uma vez. Só não entrou tudo de uma vez porque a Sarah puxou o quadril para trás. Depois disso, ela mandou ele seguir como ela dissesse.
— Isso... Devagar... Calma... Espera... Vai...
Assim, o Roberto foi enfiando um pouquinho, tirando um pouquinho, colocando mais um tantinho, até entrar tudo. Quando o cacete dele entrou totalmente dentro dela, ele urrou de prazer de um jeito que achei que ele estivesse gozando. Mas foi era só ele feliz que tinha conseguido.
Assistir a Sarah guiando o Roberto enquanto ele começava a socar com vontade na buceta era cômico e excitante ao mesmo tempo. Nesse momento, a minha esposa resolveu me olhar no fundo dos meus olhos, quase como se estivesse em sincronia. A respiração dela junto comigo. Era para eu assistir a transa, mas me perdia no olhar da Sarah para mim. Estávamos em outro plano mental, enquanto o Roberto socava e estocava buceta adentro.
Nesse momento, eu não aguentei mais. Meu tesão foi pras alturas, saquei meu pau para fora e comecei me masturbar na mesma intensidade que o Roberto metia dentro da Sarah.
Mais interessada em assistir minha punheta do que na própria transa, a Sarah não tirava os olhos de mim e começou a rir.
— Ele está me comendo, corninho — brincou.
— Na verdade, não estou vendo muita coisa. Papai-mamãe é ruim de assistir.
— Roberto, vamos trocar de posição para ele poder assistir melhor.
— Como assim?
Dessa vez, nem eu e nem a Sarah conseguimos disfarçar. Nos olhamos com uma expressão surpresa de quem queria gritar “Ele e a dona Marieta passaram a vida inteira transando APENAS em papai-mamãe???”.
Por sorte, o cacete do Roberto entrando e saindo da sua xoxota ajudou a Sarah a se recompor rápido do susto e ela tomou o controle.
— Vem. Faz o que eu te guiar. Sai de cima.
Trocaram de posição. Seguindo as orientações da minha esposa, agora Roberto comia Sarah por trás, de conchinha. Os dois de frente para mim e ela com a perna levantada. Nessa posição, eu tinha uma visão privilegiada da buceta da minha esposa se dilatando com o invasor e o cacete sumindo até as bolas baterem na entradinha da buceta.
Aquilo me deixou mais excitado e comecei a acelerar a punheta enquanto nem piscava vendo em detalhes o cacete daquele cara entrando e saindo, da cabeça a base, bem devagar da bucetinha da Sarah.
Tornei a olhar pra Sarah. Nossos olhares continuavam sintonizados, de tanto tesão indo e vindo. Era como se a verdadeira transa fosse entre eu e ela, com o Roberto sendo um mero proxy.
— Aproveita, corninho. Faz a festa agora.
— Está gostando, querida?
— Sim.
Por sua vez, o Roberto parecia maravilhado com a ideia de transar de ladinho e aproveitava para apalpar os peitões da Sarah como se houvesse um amanhã. E, bom, para ele não ia ter mesmo.
Em seguida, eles trocaram de posição de novo. Ela o fez sentar na cama, contra a cabeceira, com o pau apontado pro teto. Então, moveu suas pernas uma de cada lado do corpo dele e, encaixando sua buceta sobre a cabeça do seu caralho, deu uma sentada forte.
O Roberto soltou um urro, mas a Sarah não parou, puxando a cabeça dele para o meio dos seus seios. Enquanto ele parecia estar no paraíso, ela começou a cavalgar violentamente sobre ele. Ela pulava e gemia sobre ele, enquanto ele parecia preocupado em não gozar ou enfartar.
Eles trocaram de posição. A Sarah foi para ponta da cama de barriga para cima com a perna aberta e colocou o Roberto no meio das pernas dela em pé fora da cama, com os braços na cama apoiando o corpo. Já tínhamos feito essa posição antes e eu sabia que ela tinha escolhido essa de propósito para que eu visse o cacete do Roberto entrando na bucetinha dela. E acelerasse mais ainda minha punheta.
Eles transaram de quatro, de frango assado e de ladinho. Foderam em diversas posições e o Roberto estava dando o máximo de si para se segurar. Toda vez que ele dizia que não ia aguentar muito mais, a Sarah vinha com uma voz manhosa pedindo para ele retardar ao máximo. Foi quando ela disse para ele:
— Seja rápido. Não sei quanto tempo vou aguentar. — A mensagem cifrada dela para mim era “Ele não vai mais aguentar, acelera essa punheta!”.
Não que eu precisasse de mais esforço. Eu também não estava mais resistindo. Quando ela disse isso, me liberei e, num urro, gozei fartamente vendo aquela cena.
Acho que ver meu orgasmo foi contagioso, porque o Roberto viu e logo falou para minha esposa:
— Sarah, não estou aguentando mais. Deixa eu gozar no seu rosto.
— Vem, gostoso.
Mas antes que eles pudessem fazer isso, ele perdeu o controle e começou a esporrar dentro da camisinha enquanto ainda tirava o cacete na buceta. Sarah sentiu isso chegando em cima da hora, mas como uma boa atriz, conseguiu fingir seu orgasmo para não o melindrar.
E o cara realmente tinha muita porra acumulada. Muita mesmo. Até fiquei com medinho de estourar a camisinha e melecar a cama toda.
Os dois se abraçaram por um bom tempo, suados e pelados na cama. Permaneciam assim, deitados e ofegantes, por um tempo. Eu estava sentado na poltrona, com a barriga toda suja de porra. Eu não acreditava que tinha gozado tocando uma para minha esposa dando pra outro.
Era engraçado e estranho. Durante toda a transa, eu só senti tesão. Nenhuma ponta de ciúmes ou desconforto. Nada. Talvez fosse pela cumplicidade entre mim e a Sarah. A sensação de estarmos jogando no mesmo time, tramando algo juntos e vendo dar certo. Ou talvez, de um jeito estranho, eu realmente gostasse de vê-la com outro homem. Eu não sabia, nem ela. Mas os dois curtiram aquilo.
Mas foi aí que o Roberto virou o rosto e deu um beijo na boca da Sarah. E ela retribuiu. Um beijão mesmo, daqueles em que a boca se encaixa com um deslizar seguro, e a língua dança devagar na outra língua. Ela puxou levemente a nuca dele, fechando os olhos, aprofundando o beijo, até que o som abafado de lábios e respiração preenchesse o quarto. Um beijo com direito a pausa para um olhar e um segundo mergulho ainda mais envolvente, como se ela quisesse dar a ele um instante que ficasse na memória.
Foi o único momento em que senti a pontinha de ciúme. (Só mais tarde, quando conversamos a sós, ela me explicou: “Bem ou mal, Érico... foi o quinto homem da minha vida. O mínimo que eu podia fazer era um beijo sincero. Pelo menos isso, senti devia a ele.”)
Fiquei em silêncio, observando. Ela com o rosto corado, o cabelo bagunçado, aquele ar sereno de quem tinha cumprido uma missão. Ele parecia como quem acabara de realizar algo que julgava impossível.
— E então...? — perguntou Roberto. — O que você achou?
A Sarah se ajeitou na cama e deu um sorriso doce.
— Posso ser totalmente sincera? — perguntou, quase meiga. — Prometo que não vou ser cruel.
— Claro. Eu quero ouvir.
Me ajeitei na poltrona. Um arrepio subiu pelas costas. Eu conhecia aquele tom da Sarah. Quando ela falava assim, era porque vinha verdade. Daquelas que doem, mesmo quando bem-intencionadas.
— Então... — começou Sarah. — Primeira coisa...
Ela olhou pra ele e falou num tom suave:
— Você precisa parar de fazer cara de dor quando vai penetrar.
— Cara de dor?
— Uhum. Você faz tipo... — Ela tentou imitar uma careta, contorcendo o rosto. — Parece que você tá levando uma injeção na veia.
— Eu tava concentrado, pô.
— Você parecia mais tentando parecer concentrado, amigo. E isso, sinceramente, mata o clima.
— Segundo ponto — ela continuou. — Não dá pra você perguntar a cada cinco segundos: “Tá bom pra você?”
— Mas eu quero agradar, ué.
— Eu sei. Mas você precisa confiar que eu vou te falar se não estiver. Ficar perguntando toda hora enche.
Eu quis rir, mas também senti um desconforto crescente. Era como assistir alguém ser reprovado ao vivo. Uma vergonha alheia misturada com empatia.
— Terceiro. — Ela respirou fundo. — Você precisa parar de fazer aquele barulho quando goza.
— Barulho?
— É. Aquele “HMMGHHH”... — Ela fez uma imitação exagerada, mas com boa vontade. — Parece que você tava arrotando em cima de mim.
— É que saiu sozinho.
— Então treina pra não sair. Faz no travesseiro, sei lá. Porque, nossa, é tenso.
— Quarto. — Sarah ajeitou o cabelo atrás da orelha. — Parar de ficar clamando “Meu Deus, me perdoe! Estou pecando” enquanto está pecando e metendo. Tu gastava metade do fôlego nisso.
— Eu estava pecando... — murmurou Roberto, encolhendo os ombros.
— Estava era metendo a pica — retrucou Sarah. — Mas isso é um corta-tesão do caralho.
Era quase tocante, o jeito como ela tentava não o ferir. Como se estivesse moldando um vaso de barro com mãos nuas, evitando rachar o material já frágil.
— Quinto. — Sarah sorriu com carinho. — Você precisa lavar melhor suas partes antes do sexo.
— Eu tomei banho, ué.
— Tomou. Mas não lavou direito. Tem diferença. Higiênico e cheiroso são coisas diferentes.
Eu fechei os olhos por dois segundos. Era demais.
— Sexto. — Sarah continuou. — Tenta não arrancar os seios da mulher. A gente gosta de apalpada e mamada, mas tu pega muito forte e quase morde.
— Desculpe... Me empolguei... Eu nunca tinha tocado em um par tão... generoso.
— Esse é um elogio menos ruim que “vou te foder, peituda do caralho”. Que é o sétimo ponto. Evite esse tipo de coisa.
— Pensei que as outras mulheres gostavam de xingamentos no ato.
— Até que sim. Mas esse não. Eu não tô no meio de um filme pornô de quinta.
Foi nesse ponto que eu senti que já tinha visto demais. A vergonha alheia tinha me vencido. Levantei da poltrona.
— Vou pegar uma água — anunciei, quase tropeçando na beirada da cama. Precisei respirar outro ar. — Amor, já volto, tá?
— Tá.
Eu fechei a porta devagar. E fiquei parado no corredor por um instante. Só ouvindo o silêncio.
Depois que eu saí, a Sarah ficou ali sentada com as costas apoiadas na cabeceira contando mais e mais observações para que o Roberto melhorasse. Ele fazia cara de quem estava recebendo o pior sermão da vida. Parte dela sentia pena. Não era essa a intenção. A outra parte a lembrava que isso era necessário. Ela sabia que, se não dissesse aquilo, o Roberto continuaria repetindo os mesmos erros com a própria esposa. E nenhuma outra mulher talvez tivesse coragem de dizer.
— Penúltimo, você precisa evitar meter tudo de uma vez só na primeira enfiada, sem nem avisar.
Roberto ergueu os olhos, confuso.
— Ué... mas não é melhor direto?
— Na primeira, não. A minha vagina nunca experimentou o teu pau antes. É bom ser um pouco gradual na primeira metida, ler o ambiente, saca. Na segunda em diante, quando a mulher tiver acostumada com a tua rola, aí sim é plá, plá, plá na xavasca.
Ele assentiu, quase encolhido. Sarah suspirou.
— E, por último, enfiar o dedo no meu cu e cheirar em seguida foi a coisa mais absolutamente nojenta que alguém já fez. Eu quase desisti de tudo naquela mesma hora.
Roberto arregalou os olhos.
— Mas achei que mulher gostava...
— Não da forma como você fez!
Ele abriu a boca para responder, mas fechou de novo.
A Sarah deslizou as pernas para fora da cama e se levantou. O corpo nu, sem pressa, sem vergonha. Ele já tinha visto sua bundinha e seus melões mesmo. Virou-se na direção dele, e por um instante ficaram frente a frente, sem nada entre eles além do silêncio.
— Eu vou tomar um banho — disse, num tom casual, já se virando.
— Me passa seu WhatsApp? — A voz dele soou mais alta do que o esperado.
O pedido não era bem uma surpresa, mas o jeito como ele pediu a pegou um pouco desprevenida.
— Pra quê, Roberto?
— Pra gente conversar... — Ele baixou o tom, quase suplicando.
Sarah cruzou os braços, sentindo o olhar dele escorregar pelo seu corpo nu.
— Roberto... — Ela inclinou um pouco a cabeça. — Olha nos meus olhos, pelo amor de Deus. A gente acabou de transar. Não tem nada aqui que você já não tenha visto, beijado ou lambido. Vamos manter o foco, pode ser?
Ele desviou o olhar, constrangido.
— Desculpa.
Ela soltou um suspiro leve, deixando o peso da tensão escorrer junto.
— Não vejo problema em você ter meu número... — falou, agora com a voz mais firme. — Mas você entende que isso aqui foi uma coisa pontual, né?
— Entendo. — Ele acenou depressa.
Sarah analisou o rosto dele. O olhar de um homem perdido, inseguro, buscando aprovação em cada gesto. Não era só sobre sexo. Talvez nunca tivesse sido. Era mais sobre querer ser notado, sobre sentir que valia alguma coisa. E, bem, ela cometeu o erro de ter pena.
— Tá bom. — Ela disse, depois de um momento. — Só sem mensagens indevidas. Conversa de boa, beleza?
— Beleza. Prometo.
Eles trocaram contatos.
— E... A gente podia trocar uns nudes, né? — perguntou ele, meio sem jeito, mas com aquele olhar pidão.
O “não” escapou dos lábios dela tão firme e direto quanto sua voz podia. O Roberto fez uma expressão de puro cachorro molhado, os olhos quase implorando. Sarah cruzou os braços, soltou um suspiro e olhou para o teto por um segundo antes de encará-lo de volta.
— Vou pensar no seu caso — disse, arrependendo-se quase em seguida..
Talvez ela tivesse aceitado por pena. Ou apenas pra encerrar aquela conversa sem criar mais uma cena. Ou, quem sabe, porque ele já tinha visto tudo mesmo. No fim, o importante pra ela era ele ir embora logo.
A Sarah virou-se e entrou no banheiro. Acendeu a luz, entrou no boxe e ligou o chuveiro. A água começou a cair pelos ombros quando ouviu a porta do boxe se abrir.
— Roberto? — perguntou, surpresa.
Ele estava dentro do boxe, nu e um pouco sem jeito.
— Achei que era pra eu vir também.
Sarah fechou os olhos e soltou um suspiro.
— Eu não disse isso.
— Não... mas... — Ele encolheu os ombros. — Posso?
Ela hesitou. Pensou. Era mais simples deixar do que começar uma cena.
— Entra logo antes que a água esfrie — disse, num tom cansado, mas sem raiva.
Ele fechou o boxe atrás de si.
Por um momento, o silêncio dominou. Só o som da água caindo. A Sarah pegou o sabonete líquido e começou a esfregar os ombros, sentindo o calor da água escorrer pela pele. Estava relaxando, até perceber um movimento ao lado. Roberto pegara o frasco de suas mãos e começou a esfregar o sabonete em seus ombros, com movimentos desajeitados.
Ela virou a cabeça para ele.
— O que você tá fazendo?
— Achei que... que podia te ajudar.
A Sarah mordeu o lábio inferior, respirou fundo e conteve o impulso de dizer um “não precisa”. Era estranho. Mas não era o fim do mundo.
— Olha... — disse ele, tentando manter o tom leve. — Banho junto, pra mim, não é massagem grátis. É um momento de lavar o corpo e, às vezes, a cabeça.
Ele parou o movimento e a olhou, meio sem jeito.
— Você costuma tomar banho com o seu marido?
— Claro que sim — respondeu, sem hesitar. — É bom quando rola natural, quando não vira uma cena forçada.
Roberto soltou um riso baixo, quase triste.
— Eu gostava... — comentou. — Eu e a Marieta fazíamos muito isso. Uns... vinte e cinco anos atrás.
A Sarah baixou um pouco o olhar. Por um instante, viu ali não o amante atrapalhado, mas um homem meio perdido no tempo, agarrado a memórias que talvez nem fossem tão boas assim.
Ela soltou um suspiro.
— Então, vai devagar, tá?
— Tá — respondeu, voltando a esfregar, dessa vez com mais cuidado.
A água quente continuava a escorrer pelos ombros de Sarah quando ela sentiu as mãos do Roberto se moverem com mais naturalidade, ensaboando suas costas e ombros. Por um momento, o toque dele parecia menos desajeitado, quase cuidadoso. Eles estavam ali, no pequeno espaço do boxe, dividindo o calor da água e um silêncio incômodo que logo foi quebrado.
— Você... não quer fazer um pouco também? — perguntou Roberto, sem olhar diretamente para ela.
Sarah lançou um olhar de lado.
— Fazer o quê? — perguntou, mesmo já sabendo a resposta.
— Me ensaboar... — Ele deu um meio sorriso, tímido.
Ela poderia (e queria) ter soltado um “não” direto, mas respirou fundo. Não era como se ela nunca tivesse feito isso antes, e talvez fosse mais fácil ceder do que prolongar aquela conversa.
— Tá bom — disse, pegando um pouco de sabonete e começando a espalhar nos ombros largos dele. — Mas não se acostuma.
O corpo dele era tão áspero quanto Sarah imaginava, a pele quente sob seus dedos. Ela notou, sem querer, que o membro dele já dava sinais de recuperação. E, sem perder o tom casual, perguntou:
— Faz quanto tempo que você não transava com a sua esposa?
Roberto hesitou, o olhar perdido na parede à frente.
— Prefiro não dizer.
O jeito que ele falou soou mais revelador do que qualquer resposta direta. Sarah sentiu uma pontada de desconforto. Era impossível não imaginar meses, talvez anos. Ela pensou em perguntar mais, mas o rosto dele parecia tão murcho. Ela sentiu um aperto estranho no peito.
Então ela se virou de costas, entregando os ombros a ele.
— Vai, aproveita que eu tô de boa vontade e termina aí — disse, num tom leve.
Roberto começou a esfregar as mãos ensaboadas pelas costas dela, descendo devagar. Mas, de repente, as mãos escorregaram pelas laterais do tronco até alcançarem os seios dela. E ele os segurou, puxando-a num abraço fechado pelas costas.
Sarah congelou por um segundo. Depois, soltou um suspiro pesado.
— Roberto... — disse, virando levemente o rosto para trás. — A gente tá tomando banho. Dá pra manter a vibe banho?
— Desculpa... — murmurou, a voz rouca. — É que você é tão gostosa.
Ela bufou, mas não se afastou, esperando pacientemente ele terminar de apalpar os seios dela. Sentiu as mãos dele hesitarem. E, quando virou um pouco a cabeça, viu o rosto dele próximo, os olhos meio fechados, quase implorando.
— Sarah... — pediu, baixo. — Posso te beijar?
Ela mordeu o lábio inferior. Sabia exatamente onde aquilo ia dar. Se dissesse sim...
Quase tudo dentro dela gritava para dizer não. Não fazia sentido. Não era o combinado. Ele era ruim na cama. Mas aquela cara de pidão, aquele olhar perdido, carente, implorando mais um momento de atenção, mexeu com alguma coisa que ela não sabia explicar.
Ela soltou um suspiro.
— Vem — disse, e virou o rosto na direção dele.
O beijo veio devagar. A boca do Roberto era macia, e ele parecia tentar reproduzir tudo que ela havia falado minutos antes. Sem pressa. Com calma. As línguas se tocaram em um movimento lento, meio hesitante, e Sarah sentiu um calor estranho subir pelo corpo. Não era desejo, não do jeito que costumava sentir. Se perguntava se era comum sentir tesão por compaixão ou se era o lado romantiquinha dela tentando suplantar a racionalidade. Talvez só um momento de fraqueza.
O corpo dele se colou ao dela, e ela sentiu o pau dele endurecendo contra a sua bunda. A mão dele apertou sua cintura. Ela já sabia onde aquilo ia terminar, mas faltava uma coisa para aquilo valer a pena. Ela já estava pra gritar me chamando quando eu abri a porta do banheiro e vi aquela cena.
A Sarah abriu a porta do boxe, pois se iria dar para o Roberto mais uma vez, seria comigo assistindo.
— Já ia chamar você — disse, com um sorriso que só eu entendia.
Com a plateia pronta, a Sarah colocou ele contra a parede do boxe, se abaixou e começou a chupar o cacete do vizinho. O Roberto urrava e gemia, mas os olhos dela estavam todos em mim. Entre uma chupada e outra, ela apontava pro quarto com a cabeça com discrição.
Na terceira apontada, eu entendi. Pegar uma camisinha. “Por que não sou louca de dar para esse daí sem camisinha”.
Quando eu voltei, ela se levantou, desligou o chuveiro, tirou do pacote e entregou para ele encampar seu pau.
Ela ficou de costas para ele, apoiada na mesma parede do boxe, rebolando sua bundinha para o Roberto. O safado aproveitou para apertar aquela bundinha perfeita, a massageando com as mãos com vontade. Quando pareceu que ele ia ficar só nisso, ele colocou seu pau entre as pernas dela e a Sarah respondeu rebolando a bunda e coxas contra aquele pau duro.
Ela mandou um “bate na minha bunda” bem alto e o Roberto obedeceu. Deu um tapa com vontade nas nádegas da minha esposa. Não sabia se o tapa era realmente forte ou se a Sarah o valorizava se remexendo toda, como se o tapa na bunda fizesse até os seios mexerem. Ela mandou de novo. Ele obedeceu de novo.
Eu já tava com o tesão nas alturas, porque ela fazia isso me olhando nos olhos, sempre checando se eu tava vendo do melhor ângulo. Quando dei por mim, já estava com a bermuda no chão, batendo uma punheta daquelas.
Ela mandou ele foder ela. O Roberto, claro, tentou enfiar no cu até ela o parar e corrigir impaciente sobre qual o buraco que ele podia foder. Só então, o Roberto foi apontando o seu pau na entrada da bucetinha da minha esposa e foi colocando para dentro. Desta vez, ele fez como ela pediu, enfiando aos poucos e esperando o “ok” dela para começar a socar com vontade. Sempre me olhando quando podia, a Sarah gemia bastante e se virava tentando beijar o Roberto.
Em dado momento, a Sarah o afastou com um leve empurrão e se virou se frente para ele, se pondo de costas contra a parede. Ela o puxou de volta, colou seu corpo no dela, levantou a perna e encaixou o cacete dele na sua buceta. Assim, ele voltou enfiar dentro da minha esposa.
O Roberto metia como se fosse a última transa da sua vida, apertando os seios da Sarah com força e tentando beija-la a cada quatro metidas. A minha esposa me olhava batendo punheta e, para me provocar, gemia alto, mandando ele meter mais, dizendo que adorava dar pro Roberto e que ele tinha que mostrar mesmo como se faz, “pra ver se o corno do meu marido aprende!”.
Ela continuou provocando até que eu aguentei mais e comecei a jatar minha porra ali no chão mesmo.
— Você vai ter que limpar isso sozinho mais tarde! — ordenou Sarah, na única provocação que era um recado verdadeiro daquela transa.
Comigo já tendo atingido o orgasmo, ela decidiu que era hora de apressar o clímax do Roberto e começou a aumentar a força dos quadris. Empolgado, o Roberto socou com mais força também. Ela foi gemendo mais alto, sentindo que o Roberto estava próximo do orgasmo.
Foi quando, o que presumi ter sido o momento em que o Roberto tava enchendo a camisinha dentro da buceta dela de porra, a Sarah o agarrou com força e “gozou” loucamente. Quando eles recuperam o fôlego, ela deu um selinho no velho, dizendo que ele era muito bom.
Depois disso, os dois tomaram uma segunda ducha, mais rápida. Só para tirar o suor. A Sarah saiu primeiro, enrolando o cabelo com as mãos, e me lançou um olhar rápido. Entendi o recado no mesmo momento: era hora de encerrar a visita do nosso convidado. Peguei duas toalhas e entreguei para ambos.
Enquanto eles se enxugavam, caminhamos juntos até o quarto.
— Caramba, já tá tarde, hein? — disse ela, casual.
— Pois é, o tempo voa — emendei.
Roberto vestiu a cueca, as calças e a camisa enquanto a Sarah jogava o primeiro vestido que pegou por cima do corpo ainda úmido. Ela nem se deu ao trabalho de procurar uma roupa mais elaborada. Na pressa, nem sutiã botou, apenas uma calcinha por baixo. O pano fino e claro deixava o balanço dos seios evidente a cada passo. Devia estar cansada demais pra se importar.
Seguimos para a sala, os três juntos, num clima meio estranho. Notei que Roberto soltava um sorriso que parecia até simpático, se não fosse aquele jeito de olhar para mim como quem achava que eu era um completo paspalho.
— Olha, Érico, vou te falar uma coisa — disse ele, enquanto abotoava a camisa. — Você é um cara diferenciado. Poucos homens fariam esse tipo de sacrifício pela felicidade da mulher amada.
O olhar, direto e arregalado, que a Sarah lançou para mim pelas costas dele deixavam claro quem realmente tinha se “sacrificado pela pessoa amada” ali. Eu realmente estava em dívida com a Sarah depois dessa.
— Eu a amo, seu Roberto — respondi, tentando passar o recado sem que ele entendesse. — Eu a amo acima de qualquer coisa no mundo e faria qualquer coisa que ela me pedisse.
Sarah soltou um sorriso breve, maquinando.
— Admiro isso — disse Roberto, batendo levemente no meu ombro. — Mas, olha, nunca que eu iria dividir a minha esposa com outro.
Nem o Enéias iria querer aquele monstro.
— Cada um é cada um — falei.
Ele riu e a Sarah deu um passo pra frente, como quem ia acompanhá-lo até a porta. Foi quando os olhos do Roberto se fixaram na mesa posta, cheia de pães, frios, sucos e frutas.
— Opa! — Ele apontou. — Você saiu pra preparar tudo isso enquanto eu e a Sarah estávamos no banho. Quão gentil e educado você é com os homens que transam com a sua esposa. Um homem que nem você é raro.
Eu e Sarah trocamos olhares em pânico. Ele continuou.
— Ah, mas agora já tamo aqui... Vamos lanchar!
Sarah lançou um olhar rápido pra mim. Eu soube, na hora, que ela pensou a mesma coisa: a gente podia dizer “não”, mas seria um climão.
— Claro! — disse eu, tentando manter a animação. — Senta aí.
Nos sentamos os três. Eu puxei a cadeira pra Sarah, que se acomodou do meu lado, e Roberto sentou de frente. Começamos a comer.
Tentei manter o foco na comida, mas bastava um movimento da Sarah, uma mordida no pão, o braço alcançando o suco, pro olhar do Roberto fosse direto pros seios dela. E, confesso, o meu também. Aquele vestido leve, sem sutiã, parecia feito pra nos torturar.
— Então, Érico... — começou Roberto, com aquele tom de conversa de elevador. — Você já pensou em investir em previdência privada?
Sarah quase engasgou com o suco. Eu forcei um sorriso, tentando manter os olhos no rosto dele, e não seguir o exemplo dele de conversar comigo encarando os peitos da minha mulher.
— Ah... não muito. A gente prefere diversificar, né, amor? — olhei pra Sarah.
— É — disse ela, concordando. — Diversificar é sempre bom.
Mas o Roberto não pareceu perceber o tom evasivo.
— Porque, olha — começou um discurso —, hoje em dia, com a economia como tá, a melhor opção é fazer um plano bem estruturado. Eu mesmo, há uns anos, pensei em começar, mas a Marieta achou melhor não.
Se ele falava com dois olhando pro decote no vestido da Sarah, admitido que, de tempos em tempos, o meu olhar também descia pro mesmo decote.
Mesmo assim, lá foi ele, num monólogo arrastado, detalhando números, taxas, fundos de pensão e decisões que ele nunca tinha tomado. Eu olhei pra Sarah e dei um sorriso torto.
Tentamos de tudo.
— Poxa, já tá quase na hora da janta, né? — disse Sarah, olhando para o relógio indicando 16h.
— Verdade — emendei. — Daqui a pouco, a gente precisa sair.
— Ah, não se preocupem. Eu também já já vou... — disse Roberto, mas pegou mais uma fatia de pão.
Cinco minutos depois, ele ainda falava. Agora, sobre as regras do condomínio.
— A gente devia ter um regulamento mais rígido sobre visitantes. A Marieta vive falando que deveria ter um registro fixo de quem pode entrar. Talvez até uma comissão para aprovar visitantes.
Sarah apoiou o queixo na mão, o braço pressionando os seios de um jeito que fez Roberto quase babar e eu sentir uma fisgada estranha de tesão.
— Acho que esse é um excelente assunto para outro dia...
Eu bati levemente na mesa.
— Acho que a gente vai precisar se arrumar.
— Ah, claro, claro — disse Roberto, começando a levantar. — Foi um dia especial.
— Foi — respondi, levantando também.
A Sarah ficou de pé logo depois.
Caminhamos até a porta. Roberto calçou os sapatos, se despediu de nós com um aperto de mão firme. Ele quis dar um selinho de despedida na Sarah, mas ela deu um passo para trás.
— Até a próxima, viu? — disse ele.
— Até — disse Sarah.
— Se cuida, Roberto — completei.
Ele saiu, e a porta se fechou.
Sarah e eu nos entreolhamos.
E, naquele momento, nós dois soltamos o mesmo suspiro aliviado, quase em sincronia.
Ficamos ali, parados na sala, olhando pra porta fechada. Uns bons quinze segundos se passaram em silêncio. Com medo real de que o Roberto resolvesse voltar dizendo que esqueceu a carteira ou o celular.
Quando o silêncio continuou absoluto, ela soltou um suspiro e eu aproveitei.
— Então... — comecei, encarando-a com um meio sorriso. — E aí? O que você achou da transa?
Ela virou o rosto pra mim e sorriu.
— Quer a versão curta ou a honesta?
— Sempre a honesta.
— Foi diferente. Não vou mentir: ele é bem ruim. O Roberto é MUITO ruim de cama. Mas muito mesmo. Eu acho que ele conseguiu redefinir o conceito de ruindade. Não é nem questão de comparação contigo ou com qualquer outro. Ele parecia aqueles caras da realeza de filme da idade média que fodem só metendo o mais rápido possível porque o importante era gozar dentro e procriar. — Ela deu de ombros. — Mesmo assim, eu gostei muito da forma como você nos olhava. O cara tava metendo em mim e quem mantinha meu tesão nas alturas era você só com o olhar.
— Ah, vai — falei, provocando —, se ele é tão ruim assim, por que ainda rolou a segunda rodada no chuveiro? Com aquela ali, fica difícil sustentar a crítica.
Ela riu.
— Eu fiquei com pena! Juro que foi só pena mesmo. Ele me olhou com aquela cara de cachorro molhado, largado na chuva... Sei lá. Eu fiquei com dó. Não sei se isso faz de mim uma pessoa horrível.
— Faz de você uma heroína. Tipo a Mulher-Maravilha da autoestima masculina em ruínas. — brinquei. — Primeiro, me salvou. Depois, salvou o seu Raimundo. Agora, salvou o Roberto.
— Idiota — ela disse, rindo de novo.
Aí ficou em silêncio por uns segundos. Eu sabia que vinha reflexão.
— Mas, falando sério, Érico. Você tava tão vidrado, tão excitado com essa transa que eu comecei a pensar: será que você curtiu porque era o Roberto? Porque eu tava transando com um homem que era claramente pior do que você. Ou que, pelo menos, em um ranking maluco da tua cabeça tu se põe numa régua tão baixa que sobrou só ele para tu achar “pior” que você. Porque aí, você pode curtir a minha transa com cara sem “muito” medo de que eu vá querer largar você por ele. Porque ele não é uma ameaça.
— Que teoria é essa, Sarah? — levantei uma sobrancelha. — Você tá dizendo que eu sou tão inseguro que só deixo você transar com homem que eu acho inferior a mim?
— Talvez. Mas olha pra mim: eu não largaria você por homem nenhum desse mundo, Érico. Nenhum. Nem pelo mais bonito. Nem pelo mais pausudo. Nem pelo mais engraçado.
Eu fiquei um tempo em silêncio, pensando.
— Mas admito que fiquei muito excitado em te assistir transar com outro. Foi como assistir uma transa nossa por um outro ângulo e...
— Por favor, nunca mais se compare com o Roberto. — Ela tapou minha boca.
— Mas, sério, Sarah. De verdade, eu adorei. Foi uma das coisas mais excitantes que a gente já fez. Sério mesmo. Eu me senti parte da transa. Não como um espectador. Parecia que a gente tava junto nisso. — Eu a puxei pra perto. — Eu olhava pra ti e pensava: essa mulher é incrível.
Ela riu e apertou meus braços.
— Tu é um doido. — Ela mordeu o lábio. — Se você gostou, então pra mim valeu a pena. E você lá me deixou mais segura.
— A gente tá junto nisso, Sarah — afirmei.
Ela respirou fundo.
— Então, já que a gente tá nessa vibe, eu quero duas coisas.
— Manda.
— Eu quero ter direito a duas transas livres. Sem planos mirabolantes, sem tu por perto, sem ter que combinar nada. Eu quero poder dar pra uns caras que eu ache gostosos. Eu vou, transo com eles e depois te aviso. Ou te aviso antes. Ainda estou pensando o que eu ia preferir se fosse o contrário
— Fechado — respondi na hora, sem nem pensar. — Pode ser antes ou depois, como ficar mais conveniente pra você.
Ela arregalou os olhos.
— Assim? De boa?
— Claro. Tu fez isso por mim hoje. Se contarmos, teve a Natália e o seu Roberto. O justo é que eu tope que vê transe com dois caras a sua escolha também.
Sarah soltou uma risada curta, meio nervosa.
— Tá... Mas eu não quero transar na tua frente nessas duas vezes. Eu quero poder me sentir livre. Quero poder liberar tudo, sem ficar me preocupando se tu vai ficar mal ou se eu tô fazendo do jeito que tu gosta de assistir. Porque, agora, eu sei o que você gosta de assistir. — Ela me encarou séria. — Pode ser?
— De boas — confirmei sem pestanejar.
Ela deu um passo atrás e me analisou.
— Tu não vai fazer drama depois?
— Não. Você mais do que merece, Sarah.
— E “qualquer um” significa qualquer um, hein? — confirmou. — Até os da lista proibida.
— Qualquer um — respondi.
Ela franziu os olhos, desconfiada.
— Vai me dizer que não vai ficar bolado se eu quiser dar pro Enéias ou pro Pedro?
— Eu vou ficar bolado. Mas isso não muda o fato de que eu confio em ti e sei que você vai dar para eles dentro do nosso acordo e vai voltar para mim em seguida. Eu quero que tu se sinta bem. — Eu respirei fundo. — A gente é um casal, Sarah. E a gente tá nessa parada junto. Talvez a gente não seja muito bom nesse lance de relação aberta e...
— Eu acho que a gente tá fazendo totalmente de qualquer jeito — disse ela. — Será que tem um “Relacionamento Aberto Para Leigos”?
— É uma boa a gente procurar esse livro depois. Mas, continuando, eu sei que a gente precisa apoiar um ao outro. Se tu fez tudo isso hoje por mim, eu faço qualquer coisa por ti.
Ela ficou me olhando, os olhos ligeiramente brilhando. Depois deu um passo e me abraçou.
— Tu é um idiota, mas é meu idiota.
— Sempre — murmurei, apertando-a contra mim.
Ficamos ali, abraçados, por um bom tempo. O corpo dela se encaixando no meu como sempre fazia. Ela se afastou um pouco, ainda segurando meus braços.
— Tenho mais uma requisição — disse ela, com aquele tom que misturava seriedade e carinho.
— Manda.
— Essa carta livre pra dois gostosos... — começou, apertando meus braços levemente. — Só vale daqui a sete dias. Esta semana agora, a gente vai ser fechadinho, fechadinho. Eu quero um tempo sendo só tua. Sendo só do meu único e maior príncipe encantado.
Eu não hesitei nem por um segundo.
— Fechado — respondi, sentindo o peito inflar.
Na minha cabeça, eu só conseguia pensar que eu era o homem mais sortudo do mundo. E, de um jeito meio idiota, me senti ainda mais apaixonado por ela.
Ela sorriu, aquele sorriso meio safado, meio doce.
— Tá. Então aproveita bem essa semana, hein.
— Pode deixar — murmurei, puxando-a de novo pra perto. O corpo dela se encaixando no meu como sempre fazia.
Uma noite de amor gostoso se passou e já era madrugada quando acordei com um movimento brusco do lado da cama. Abri os olhos devagar e vi a Sarah sentada, os cotovelos apoiados nos joelhos, olhando pro nada. Parecia tensa.
— Amor? — murmurei, me sentando ao lado dela. — Que foi?
Ela soltou um suspiro, passou a mão pelos cabelos.
— Eu pensei em uma coisa agora... E se o Roberto sair contando pra todo mundo que me comeu?
Fiquei alguns segundos em silêncio.
— Sério? — perguntei. — Tu acha mesmo que ele teria coragem?
— Vai saber. Às vezes esses caras querem se sentir os fodões...
Balancei a cabeça.
— Eu duvido. Primeiro, ninguém ia acreditar. O cara é um zero à esquerda. Quem ia achar que logo tu ia dar pra ele?
Ela deu um sorrisinho, meio sem graça.
— Isso não me consola muito, viu.
— Mas pensa bem. Ele não tem prova nenhuma. Nem foto, nem áudio, nem nada. E mesmo que alguém acreditasse, ele teria muito a perder.
Sarah virou o rosto pra mim, interessada.
— Tipo?
— Imagina a dona Marieta descobrindo. — Eu ri baixo. — Aquela mulher ia acabar com a vida dele. E do jeito que ela tenta controlar politicamente a vida de todos no condomínio...
— Tentando transformar isso aqui numa Gilead vertical. — completou Sarah, rolando os olhos.
— Exatamente. A megera dominadora ia virar a corna pública do prédio. Nem os capangas ultraconservadores iam respeitar ela depois disso — falei. — Eu acho que ele não é burro o suficiente pra se arriscar desse jeito.
Sarah ficou uns segundos pensando, depois soltou um muxoxo.
— Tu tá me dando um excelente motivo pra gente vazar a história...
Abri a boca pra responder, mas nós dois falamos ao mesmo tempo:
— Mas ninguém quer ser alvo da ira da Marieta.
Nos encaramos e começamos a rir baixinho.
Sarah balançou a cabeça.
— Melhor deixar quieto — disse ela.
— Melhor — concordei.
— Mas, sério... tu não fica curioso? Sobre o que tá passando na cabeça dele?
— Do Roberto? — perguntei.
— Aham.
— Ah, fico — admiti. — O cara é um evangélico convicto, casado há trocentos anos, dominado pela esposa. E, de repente, resolve trair a mulher com uma condômina vizinha, na frente do marido da vizinha.
Sarah bufou uma risada.
— Pois é. Deve tá numa gangorra mental das boas.
— Pecado, a culpa, a libertação, a sensação de ser desejado... e a Marieta esperando em casa pra enfiar mais culpa, mas submissão e mais medo do pecado na cabeça dele.
A Sarah olhou pra frente, com aquele olhar de quem já tava pensando além.
— Eu não sei... — disse ela. — Uma parte de mim tem pena. O cara parecia um cachorro abandonado. Mas outra parte pensa que ele entrou nisso porque quis. Divórcio taí pra isso. Ele que se liberte da Marieta.
Eu a puxei pra perto e ela deitou a cabeça no meu ombro. Ficamos em silêncio por uns momentos, curtindo o calor um do outro.
— Vamos dormir? — perguntei, baixinho.
— Vamos — disse ela.
Nos ajeitamos na cama e, em poucos minutos, estávamos deitados, abraçados, prontos pra finalmente deixar aquela noite maluca pra trás. Pelo menos até o sol nascer.
A manhãzinha do domingo parecia tranquila. Eu tava jogado no sofá, de bermuda velha de moletom e uma camiseta do Iron Maiden esgarçada. A Sarah com uma tigela de pipoca. Ela usava aquele shortinho cinza que deixava metade da bunda de fora e uma regata frouxa que mal escondia os mamilos duros. Sempre achei que ela ficava mais gostosa assim, sem esforço, meio desleixada em casa. Tudo feliz. Até a campainha tocar.
Me levantei devagar e fui até a porta. Quando abri, levei um susto.
Era a Natália.
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CENA PÓS-CRÉDITOS NÃO-CANÔNICA:
Érico estava sentado com as mãos entrelaçadas no colo, nervosíssimo em tentar parecer sério. Vestia uma camisa azul clara abotoada até o colarinho, calça social cinza e sapatos combinando. Ao seu lado, Sarah trajava um vestido vinho de corte clássico e blazer preto. Os cabelos estavam soltos, os brincos pequenos e discretos. Tão linda quanto ansiosa.
Os pés de ambos pareciam metrônomos enquanto o editor lia atentamente o sexto capítulo da saga erótica deles.
Depois de um longo silêncio, o editor fechou o manuscrito.
— Parabéns. A série de vocês foi renovada para mais seis partes. Em vez de encerrar no capítulo 7, vai até o 13 agora. — Os encarou. — Mas vão precisar de números melhores para uma segunda renovação.
Érico soltou o ar que estava preso há semanas.
— Obrigado! — disse ele, olhando para Sarah com um sorriso de alívio.
Sarah se inclinou um pouco para frente, contendo a empolgação com um sorriso profissional.
— Isso é ótimo. A gente tava meio desespe, digo, preocupado. Tinha muita coisa pra resolver num capítulo só... tipo... MUITA coisa.
— Os coadjuvantes sumidos, a vizinha ruiva que eu queria comer lá no começo da história, a gente ainda nem descobriu que a Carolina é bi, tem a amizade da Sarah e do Rogério, e ainda tinha todo o lance da Natália, do Roberto e da derrocada da dona Marieta.
— Isso não seria problema — minimizou o editor.
Sarah e Érico gaguejaram.
— A dona Marieta tá virando uma vilã importante. Provavelmente vamos deixar ela pra ser derrotada por uma protagonista maior. Talvez a Jéssica num arranca-rabo numa reunião de condomínio.
Sarah e Érico engoliram em seco.
— Quanto aos outros plots, a Natália é um dos maiores sucessos entre os leitores. Ela se encaixa em praticamente todas as sagas. E, claro, poderíamos reusar vocês nas outras séries. A Sarah pode muito bem transar com o seu Geraldo na série dele. Também tínhamos a opção de vocês aparecerem como coadjuvantes na série do Jonas, onde os dois seriam enrabados por eles. Mesmo se a série fosse encerrada, vocês ainda têm contrato conosco até o final da novela. Iríamos usá-los aparecendo como coadjuvantes nas histórias do Rogério e do Carlos. Embora, sinceramente, com um papel bem pequeno. O elenco principal deles já tá fechado.
Érico soltou um riso nervoso.
— Então, se a nossa série for cancelada, a gente vai virar tipo figurante sexual itinerante?
— Pelo menos a gente ia continuar empregado, né? — aliviou Sarah.
— Falando sobre isso, podem agradecer os leitores. Aquele subplot do Jonas comendo vocês dois num ménage, como uma vingança mesquinha pelo Érico ter comido a Natália, foi suspenso até vermos os próximos números de sua série. Por ora, o cu de vocês dois está salvo.
Érico e Sara se seguraram para não se abraçarem ali mesmo.
— Ufa.
— Mas, e quanto àquela a minha solicitação? — perguntou Sarah. — Pedi para ter uma transa com um homem gostoso da nossa idade.
O editor verificou o e-mail.
— Foi aceita. Já estamos analisando qual o homem gostoso e disponível do elenco combina melhor com você. Temos dois nomes fortes na lista. Só precisamos verificar conflitos de agenda e atributos.
Sarah estreitou os olhos.
— Tem alguma pegadinha nisso? Porque das últimas vezes, vocês fizeram o Pedro me seduzir pra eu ser quase comida pelo seu Raimundo. Fora aquele cara do Tinder que me deu um bolo.
— Não, sem pegadinhas desta vez — garantiu o editor. — Você vai gemer gostoso com o melhor homem disponível no elenco. Mas há um pedido editorial. Antes disso, vocês dois precisam transar um com o outro. Talvez no capítulo 7.
— A gente já transou — protestou Érico. — Em quase todos os capítulos.
— Fora da cena — corrigiu o editor. — Até agora, só transaram com terceiros. O leitor precisa ver que vocês têm química, amor, cumplicidade, amizade e SEXO.
Sarah franziu a testa, olhando para Érico com um risinho torto.
— E, desta vez, a Sarah não vai inventar que teve cólica no meio — resmungou o editor, apontando com a caneta. — E mais: precisa ser um sexo selvagem e romântico. Com química, tapa na bunda, xingamento sussurrado, aquela coisa quente mesmo. Essa é a chance de vocês agradarem os leitores insatisfeitos com o reme-reme modorrento do Rogério e da Jéssica.
Érico coçou o pescoço, meio sem saber onde enfiar o rosto. O editor pigarreou.
— Precisamos conversar também sobre as pontas soltas e o elenco de apoio de vocês dois.
Érico imediatamente sentiu um suor frio. O elenco de apoio de uma série de coadjuvantes em uma novela multisséries era sempre sinônimo de dor de cabeça.
O editor apenas sorriu enquanto pegava uma pasta.
— Primeira ponta solta: os coadjuvantes sumidos. Nos dois primeiros capítulos, Érico, você encheu a trama de coadjuvantes e depois largou todo mundo. Teve vizinho, casal não-monogâmico na internet, colega de trabalho, o safado que comeu a Carolina e destruiu o casamento dela. Todo mundo foi esquecido por vocês e pelos leitores.
Ele virou a página.
— Até de ruiva gostosa vocês trocaram. Era a Larissa e passou a ser a Natália. Os leitores querem a outra ruivinha de volta. Principalmente, porque a Natália já nos avisou que o contrato dela não a obriga a dar pra todos os personagens que querem comer ela.
— Quantos são, exatamente? — perguntou Sarah.
O editor leu:
— Carlos, Jonas, Antônio, seu Geraldo, seu Zé Maria, Astolfo, o síndico Alberto, Enéias, Roberto, Odete e metade dos professores do departamento.
Ele levantou os olhos por cima dos óculos.
— Até o momento, todos estes solicitaram comer a Natália em suas séries ou em um one-shot. Mas a Natália não deu pra nenhum deles. Nem sequer uma apalpada ou um selinho.
Érico e Sarah trocaram um olhar surpreso, a Sarah com os olhos arregalados.
— Érico, como diabos foi que você conseguiu comer esse mulherão exigente? — perguntou Sarah.
Antes que Érico pudesse responder, o editor resmungou:
— Crossover. Precisávamos de um link entre tramas.
Érico soltou um suspiro, forçando um sorriso.
O editor não esperou:
— Segunda ponta solta: a relação Roberto e Sarah. Foi solicitado que a Sarah transe mais vezes com o Roberto. Em mais posições, em mais lugares. Pelo menos mais duas grandes cenas em tela e algumas em off.
A Sarah soltou um som que era metade risada, metade gemido de desgosto.
— Ai, sério... o Roberto? Ele é péssimo na cama. Mais chato que ida ao dentista, mais sem graça que piada de tiozão em churrasco, e com a pegada sexual de um copo de água morna. — Sarah fez uma careta. — Eu não sei se fico mais indignada por ter que aturar ele na cama ou na conversa depois.
O editor deu um sorriso enviesado:
— Você devia era estar satisfeita que ainda decidimos se vai ser ele quem vai tirar sua virgindade anal.
Sarah arregalou os olhos:
— O QUÊ?
— Um DP com você, o Érico e o Roberto não está fora de cogitação — completou o editor, como quem fala sobre previsão do tempo.
— Como é que os leitores já pediram isso, se eles nem leram o sexto capítulo ainda?
O editor deu um sorriso sem graça:
— Não foram os leitores. Fui eu. Eu quero mais sexo entre você e o Roberto.
A Sarah piscou, processando a informação.
— Você shippa a gente? — perguntou, com um meio sorriso de incredulidade.
— Sim — respondeu o editor, como quem diz que o café tava pronto. — E eu quero vocês transando mais vezes.
Sarah soltou um suspiro e balançou a cabeça.
— Mas a gente não tem química nenhuma! — exclamou, jogando as mãos para cima. — É tipo tentar misturar óleo e água. Ou pior, óleo e alface.
O editor deu de ombros, impassível:
— E é exatamente isso que torna a coisa toda excitante e cômica. Eu tenho certo fetiche por casais com zero química.
— Ok, né. Se é pra agradar o chefe... — disse, com um sorriso conformado. — Aceito virar uma putinha temporária do Roberto, mas exijo que gozar gostoso pelo menos metade das vezes. Ele que se vire e melhore um pouco!
Érico aproveitou a deixa.
— E eu? A Sarah tem uma lista de homens para quem ela vai dar. Eu vou comer mais alguma mulher nos próximos capítulos?
O editor não hesitou:
— A regra básica da série dos dois é o equilíbrio. Se a Sarah vai ter o garanhão gostoso dela pra compensar você ter comido a Natália, então você vai ter que encarar umas velhas feias e barangas, pra equilibrar o fato da Sarah ter que dar pro Roberto e o seu Geraldo.
O Érico piscou, abrindo um sorriso nervoso.
— Isso não vai diminuir os números da nossa série? A galera não curte muito pornô geriátrico.
Sarah deu um tapinha no ombro dele, sorrindo com ternura:
— Vamos torcer pros leitores entenderem que é temporário, pela regra do equilíbrio. E somos um time. Você me apoia nas minhas transas e eu apoio você nas suas.
— Vou encher de descrição sua pelada nesses capítulos para atrair os leitores.
O editor apenas assentiu, sério.
— Agora, se vocês me dão licença, preciso entrevistar os candidatos ao papel de Vinicius. O coitado nem foi escolhido ainda e já tá perdendo leitores, que tão shippando Migué com Gasparzinha.
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Pois bem, leitor. No próximo capítulo, vamos ter a continuação da nossa confusão com a vizinha Natália e o começo da procura pelo novo gostoso que vai ser o amante da vez da Sarah. Respondam nos comentários quem deve ser o homem da nossa idade com quem a Sarah deve transar: Enéias? Miguel? Leandro? Antônio?
NOTA DO AUTOR: Os eventos deste capítulo se passam durante o “Sábado das Surubas”, onde no mesmo sábado as séries do condomínio apresentam diferentes surubas (diferente do crossover anterior, são aventuras independentes). As histórias participantes são:
* Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu - Parte 06
* Passando a Vara nas Vizinhas. Ou Não. - Capítulo 11 (ainda não publicado).
* Quem Vai Comer a Advogada Evangélica? - Capítulo 06 (ainda não publicado).
* No surubão do arraial do hospital, vou tentar comer minha amiga gostosa (ainda não publicado).
* Eu, a esposa gostosa do meu chefe e os vizinhos dela – Parte 01 (ainda não publicado).
Coloquem nos comentários para o que vocês torcem que aconteçam nos próximos capítulos. Daqui a duas semanas, teremos a continuação.