As semanas seguintes transcorreram sob uma vigilância meticulosa, cada momento calculado, cada movimento observado. Nenhuma decisão, nenhum enjoo, nenhuma oscilação de humor passava despercebida. O Dom havia estabelecido um novo nível de controle, e agora, mais do que nunca, Júlia e Rafaela estavam sob seu domínio absoluto.
Ele havia nomeado um médico particular — um homem submisso, treinado para obedecer sem questionar, completamente alinhado às ordens recebidas. A clínica não era um lugar de conforto ou aconselhamento, mas uma extensão do regime em que viviam.
A Primeira Consulta
Na manhã da primeira consulta, Júlia e Rafaela foram conduzidas pelo motorista pessoal do Dom. O carro era luxuoso, os vidros escuros, o interior impecável. As duas estavam sentadas lado a lado, de mãos dadas, mas os tornozelos levemente marcados por faixas de couro claras — um lembrete silencioso do regime em que viviam.
Ao chegarem, a clínica não parecia um local comum. As paredes eram brancas demais, o silêncio era opressivo, e o ar carregava um peso de submissão. Não havia enfermeiras conversando, nem pacientes esperando. Apenas um corredor vazio que levava a uma sala fria, onde o Dom já estava sentado, atrás da mesa do médico, como um juiz aguardando o veredito.
— "Façam xixi nos potes. Tirem as roupas. Sentem-se na maca. E mantenham a cabeça erguida." — Sua voz não deixava espaço para hesitação. — "Gravidez não é desculpa para fraqueza."
As duas obedeceram sem questionar.
O exame foi rápido, objetivo. O médico não fez perguntas desnecessárias, não ofereceu conforto. Ele apenas coletou, analisou, e depois olhou para o Dom antes de entregar os resultados.
O Dom leu em silêncio.
Depois, ergueu os olhos para elas.
— "Vocês estão oficialmente em incubação."
Júlia chorou. Não era um choro de tristeza, mas de realização — um reconhecimento de que seu corpo agora pertencia a algo maior do que ela. Rafaela sorriu, os olhos brilhando com uma mistura de orgulho e submissão. Ambas se ajoelharam diante dele, não por dor ou alegria, mas por entendimento: não eram mais apenas devedoras. Eram criadoras de herdeiros do domínio.
A Nova Rotina
Na volta para casa, o Dom impôs uma nova estrutura. A gravidez não seria um período de fragilidade, mas uma prova de disciplina.
As regras eram claras:
Coleiras de Identificação – Ambas deveriam usar coleiras brancas com a palavra "GESTANDO" gravada em letras douradas. Um símbolo de status e, ao mesmo tempo, um lembrete de sua função.
Sessões de Inspeção Pública – Semanalmente, elas seriam examinadas diante do trisal original e das demais submissas. Nada seria escondido. O crescimento de suas barrigas, as mudanças em seus corpos, tudo seria observado, avaliado, registrado.
Cartas ao Herdeiro – Diariamente, deveriam redigir cartas detalhadas, explicando por que haviam nascido para obedecer e por que seus filhos carregariam orgulho de terem sido gerados sob autoridade, e não por amor.
A Sessão de Demonstração
Durante uma dessas sessões, o Dom reuniu todas as submissas. O salão estava iluminado por velas, o ar pesado com o perfume de jasmim e poder. A atriz famosa e a loira estavam presentes, de joelhos, mãos sobre as coxas, cabeças baixas.
Júlia e Rafaela foram posicionadas no centro, vestidas apenas com camisões brancos translúcidos, seus corpos em evidência.
O Dom falou com voz firme, cada palavra uma sentença:
— "Vocês verão o que significa gerar vida sob o meu nome. E aceitarão. Porque não têm o direito de opinar."
Nenhuma protestou. Nenhuma sequer respirou mais alto. Apenas baixaram ainda mais o olhar.
O domínio era completo.
Não havia ciúme. Não havia competição. Apenas hierarquia.
O Significado da Gravidez naquele Universo
Naquele mundo, a gravidez não era uma escolha. Não era um acidente. Não era um castigo.
Era uma extensão da vontade dele.
E as mulheres — fossem as originais, as recém-integradas, ou as que ainda seriam conquistadas — sabiam:
Não existe liberdade onde existe legado.