A atmosfera na sala principal da mansão era pesada, carregada de uma solenidade quase religiosa. A luz suave dos candelabros refletia nas coleiras brancas das submissas grávidas, criando um contraste sagrado entre pureza e poder. O trisal original ocupava seus lugares de direito: o Dom latino em seu trono de couro envelhecido, a atriz negra à sua direita com seu porte de rainha guerreira, e a loira à esquerda, serena como uma virgem renascentista.
Diante deles, ajoelhadas no tapete de veludo vermelho, Júlia e Rafaela mantinham as mãos apoiadas nas coxas, cabeças levemente curvadas em sinal de reverência. Seus ventres já mostravam a curvatura discreta da vida que carregavam — não fruto do acaso, mas de um desígnio maior.
A Proclamação do Dom
O Dom ergueu-se, seu terno impecável moldando-se aos movimentos como uma segunda pele. Seus olhos percorreram cada rosto presente antes de fixarem-se nas grávidas.
— "Essas são minhas herdeiras por dívida", declarou, a voz ecoando nas paredes de mármore. "Vocês as receberam em silêncio e as aceitaram, porque aqui ninguém tem direito a questionar a ordem."
A atriz negra e a loira inclinaram a cabeça em uníssono, seus gestos tão sincronizados que pareciam parte de um ritual antigo. Nenhuma palavra foi necessária — sua obediência era tão natural quanto respirar.
O Toque da Consagração
Com passos lentos, o Dom aproximou-se das grávidas. Seus dedos, adornados com um anel de sinete que carregava o mesmo delta dourado das coleiras, pairaram sobre suas barrigas antes de pousarem com uma delicadeza quase reverente.
— "Os bebês que crescem aqui não serão apenas filhos", murmurou, como se compartilhasse um segredo sagrado. "Serão símbolos do meu poder, da minha vontade e da continuidade da minha autoridade."
Seu olhar então se voltou para as duas submissas originais, a loira e a atriz, que permaneciam imóveis como estátuas gregas.
— "Vocês, que já servem há mais tempo, têm o dever de apoiar e proteger esse legado", ordenou, a voz ganhando um tom metálico de comando. "Garantam que nada quebre a harmonia entre todas. Seus corpos já me pertenciam... agora, suas almas serão guardiãs do meu futuro."
As duas submissas originais curvaram-se ainda mais, suas testas quase tocando o chão. A loira grávida, porém, permitiu que um sorriso sutil surgisse em seus lábios, tão breve quanto o bater de asas de um beija-flor.
— "Eles serão meus espelhos... e seus também", sussurrou, tão baixo que apenas o Dom poderia ouvir.
Os Pilares da Criação
Satisfeito, o Dom recuou, seus olhos faiscando com a antecipação de planos que se estendiam por décadas.
— "Cada bebê será criado para conhecer sua linha de poder desde o primeiro suspiro", anunciou, abrindo os braços como um profeta diante de seus discípulos. "Educação meticulosa, disciplina inquebrantável e obediência incondicional — nada ficará ao acaso. Eles aprenderão que servir não é um fardo, mas uma honra. Que a submissão não é fraqueza, mas elevação."
Enquanto suas mãos repousavam novamente sobre as barrigas das grávidas, uma energia palpável encheu a sala. Não era apenas uma promessa — era um juramento silencioso selado no ar:
O domínio não é passageiro. É eterno.
O Ritual da Noite
Para encerrar a cerimônia, o Dom deu um sinal quase imperceptível. Imediatamente, as submissas originais se levantaram e se aproximaram das grávidas, ajudando-as a ficar de pé com uma gentileza que contrastava com a rigidez habitual.
Uma a uma, as mulheres presentes foram deslizando para os joelhos, formando um círculo ao redor das futuras mães. A atriz negra foi a primeira a colocar as mãos sobre os ventres, seguida pela loira, depois pelas outras submissas — cada toque um elo na corrente de lealdade que as unia.
O Dom observou a cena com os lábios levemente curvados. Seu legado não estava apenas garantido... estava se multiplicando.