[PARA UMA COMPLETA COMPREENSÃO DESTE CONTO, LEIA A PARTE 1 DESSA SÉRIE]
...
Depois daquela noite, vieram as rachaduras do silêncio.
Os dias passaram, mas não como antes.
A rotina seguia: o café sendo feito pela manhã, o barulho da televisão ao fundo, os passos pela casa. Mas tudo estava… estranho. Mais leve por fora, mais pesado por dentro.
Ela continuava firme. Elegante. Inabalável.
Mas bastava um toque no braço, um olhar mais demorado sobre a nuca dele, e Léo sentia seu corpo estremecer.
Não era mais apenas desejo.
Era um território novo.
Perigoso.
Sagrado.
Era a mais complexa relação entre e mãe e filho possível.
Ele tentava se concentrar em outras coisas. Trabalho. Chamada de vídeo com amigos. Podcasts.
Mas sempre voltava.
A lembrança da voz dela dizendo “meu menino” agora ecoava como um feitiço particular.
E pior: ele queria ouvir de novo. Precisava.
Mas o desejo vinha acompanhado de algo mais difícil de nomear.
Culpa?
Vergonha?
Ou só um medo do que viria se isso continuasse?
Ela percebia tudo.
Como ele demorava mais para encará-la nos corredores.
Como se calava nos momentos em que antes brincava.
Como seu corpo parecia querer fugir.
Ela sabia o peso do que haviam cruzado.
E sabia que, em algum momento, ele teria que escolher entre negar o que sentia — ou se afundar de vez no que ela podia oferecer.
Ela não o pressionava.
Mas deixava pequenos rastros.
Perfume no travesseiro dele.
Uma calcinha usada sobre a pia do banheiro...
Um sussurro à noite, ao passar pelo quarto dele:
— Tô com saudade de molhar você de novo.
Era cruel.
Era real.
E era exatamente o que o mantinha aceso por dentro.
Para Léo, o pior era sonhar.
Acordava suado. Ereto. Confuso.
Com a sensação de que ainda sentia o calor das mãos dela, mesmo sozinho.
Durante o dia, lembrava de coisas antigas — de sue doce mãe penteando seu cabelo quando era criança.
Deles rindo na sala com algum filme antigo.
Dela dizendo “vai com a jaqueta, vai esfriar.”
E agora… agora era ela dizendo:
— Abaixa a cabeça.
— Tira tudo.
— Boa noite, meu menino sujo.
Como lidar com essas duas versões?
A mulher que cuidou dele.
A mulher que agora dominava cada centímetro da sua vontade.
Era essa colisão entre lembrança e presente que o deixava em silêncio.
Que o fazia suar mesmo sem calor.
Que o fazia evitar os olhos dela no café da manhã, mas implorar por eles nas mensagens à noite.
A rotina muda. Eles mudam. O desejo não.
Ela passou a ficar mais tempo fora do quarto. Mais presente na casa.
Como se testasse:
“Você consegue me ver com os olhos de antes? Ou agora só me vê como sua mãe incestuosa?”
Ele não tinha coragem de responder. Mas o pulsar do seu pau sob a calça dava a resposta, mesmo com ele tentando disfarçar.
Não havia mais volta.
Não por causa do que fizeram.
Mas por causa do que se tornaram depois.
O tabu os unia.
O segredo os definia.
E o silêncio… o silêncio era a prova viva de que tudo aquilo era muito mais do que sexo.
Era uma transformação.
Ela havia marcado ele por dentro.
E ele, cada vez mais, deixava de ser o menino.
E começava a ser exatamente o que ela havia moldado:
Propriedade.
Confissão viva.
Prazerosa obediência
O que viria depois… ainda era uma pergunta.
Mas os dois já sabiam:
não há desejo mais poderoso do que aquele que tenta se esconder.