Ifood amarelo

Um conto erótico de Regard
Categoria: Gay
Contém 4046 palavras
Data: 02/07/2025 21:58:40

A noite de terça-feira tinha a textura pegajosa do tédio. O ar-condicionado do quarto de Diogo zunia baixo, uma trilha sonora mecânica para o deslizar preguiçoso do seu polegar na tela do celular. As luzes da rua tingiam as paredes de um laranja doentio, o mesmo tom do ícone que ele abria pela terceira vez no dia. Grindr. Ou, como ele preferia, o "iFood amarelo". Um cardápio de carnes humanas onde se pedia de tudo, de um lanche rápido a um banquete completo. E Diogo, naquela noite, estava faminto por algo com mais substância.

Ele navegava pelos torsos definidos, pelos sorrisos ensaiados e pelas descrições que prometiam mundos e fundos, mas raramente entregavam mais que um quarteirão de esforço.

Era um jogo de aparências, e Diogo era mestre nele. Sabia que a foto do seu abdômen em luz estratégica valia mais que mil palavras, e que a frase seca em seu perfil — "Seja direto.

Resolvo o resto." — funcionava como um filtro eficiente.

Foi então que o chamado veio. Um "bip" discreto, uma notificação no topo da tela.

Casado

Um perfil fantasma. Sem foto, sem idade, sem distância.

Apenas o nome de usuário, um status que era ao mesmo tempo uma confissão e uma barreira. Diogo sentiu uma fisgada de curiosidade, a mesma que um predador sente ao notar um movimento atípico na relva. Perfis assim eram, em geral, perda de tempo. Reprimidos indecisos, curiosos que jamais sairiam do armário digital. Mas, às vezes, eram minas de ouro. Poços de tesão acumulado, prontos para explodir com o estímulo certo.

Ele abriu a conversa.

Casado: E aí.

Diogo sorriu para a tela. Monossilábico. Típico.

Diogo: Opa. Sem foto, sem info. Gosta de viver perigosamente ou só tem medo da sua fatura do cartão?

A resposta demorou um instante mas chegou.

Casado: O sigilo precisa ser total. Por motivos óbvios. Sou casado.

Diogo: O nome de usuário já deu a dica. Mas "casado" pode significar muita coisa nesse app. Casado e entediado?

Casado e procurando um amigo pra bater papo? Casado e com a corda no pescoço?

Ele estava provocando. Pressionando os pontos certos para ver o que vazava.

Casado: Casado e com um desejo. Na verdade, um desejo da minha mulher.

A isca. Diogo se ajeitou na cama, apoiando as costas na cabeceira. O jogo acabara de ficar interessante.

Diogo: Gosto de mulheres com iniciativa. Prossiga.

Casado: Ela... a gente tava conversando. E ela quer experimentar. Com mais um cara. Um ménage.

Diogo: Entendi. E onde você entra nessa história? Só olhando, ajudando ou sendo a atração principal junto comigo?

Ele foi direto, cortando a enrolação. Queria saber o terreno que pisava. A dinâmica de poder começava a ser desenhada ali, naquela troca de texto.

Casado: Nos dois. Quer dizer, nos três. A ideia é que... porra, é foda falar isso.

Diogo: Relaxa. Já ouvi de tudo nesse iFood. Do cara que queria que eu comesse a esposa na frente dele ao que pediu pra eu vestir a calcinha dela depois. O seu desejo não vai me chocar. Só precisa ser claro. O que vocês querem?

A honestidade brutal de Diogo pareceu quebrar uma barreira.

A resposta seguinte veio mais rápido, mais fluida.

Casado: Ela quer sentir dois caras ao mesmo tempo. E eu quero ver. Quero ver ela gozando com outro pau que não é o meu. E... eu quero participar. De verdade. Tocar em você, sentir você... enquanto ela tá ali. Vendo tudo.

Ali estava. O núcleo da fantasia. A confissão que transformava um ménage comum em algo mais complexo, mais sujo. Era a repressão de Miguel se desfazendo em pixels na tela.

Diogo: Gosto da ideia. Gosto muito. Mas sou exigente. Não saio da minha casa por qualquer promessa. Preciso de química. E pra saber se tem química, preciso ver com quem estou falando. Manda foto. De vocês dois. Sem rosto, se precisar. Mas quero ver os corpos que eu vou foder.

A exigência foi uma jogada calculada. Um teste. Se o cara recuasse, não valia a pena. Se aceitasse, significava que o desejo era maior que o medo. E Diogo estaria no controle.

Casado: Ok. Mas você manda uma sua também. Uma de verdade. Não só o abdômen do perfil.

Justo. Diogo gostou da contrapartida. Mostrava que, apesar do nervosismo, o "Casado" não era um completo passivo.

Diogo: Fechado. Você primeiro.

A espera foi tensa. Diogo imaginou a cena do outro lado: o cara, talvez na sala, com a esposa dormindo no quarto, ou pior, ao lado dele, cúmplice do segredo. O celular brilhando no escuro, o coração acelerado. O som da notificação foi como um estalo. Uma imagem estava carregando.

A foto abriu e o ar de Diogo ficou preso na garganta por um segundo.

Não era um deus grego, e isso era o melhor de tudo. Era um homem real, palpável. A imagem, uma selfie no espelho do banheiro, mostrava Miguel do peito para baixo, vestindo apenas uma cueca boxer preta que mal continha o volume na frente. A pele morena, coberta por uma camada generosa de pelos escuros que subiam pelo abdômen e se espalhavam pelo peitoral robusto. Não era gordo, era denso. Um urso suculento, com braços grossos e mãos grandes. O tipo de corpo que prometia força, um abraço que era um aperto, uma pegada que deixava marca. Diogo sentiu o próprio pau latejar dentro da cueca. Aquele era o tipo de homem que ele adorava desmontar: o que parecia dominante, mas cujo tesão era uma forma de carência.

Antes que pudesse digitar, outra notificação. A segunda foto. Samia.

A foto dela era diferente. Parecia ter sido tirada por Miguel.

Ela estava de pé, ao lado da cama, vestindo um short de malha minúsculo e uma camiseta branca, que ela erguia com as duas mãos, revelando os seios fartos e pesados, com aréolas escuras e mamilos duros. O corpo dela era uma celebração de curvas. As coxas grossas se tocavam sem pedir licença, e o quadril largo dava lugar a uma bunda que o shortinho mal conseguia conter. Mas foi o rosto que fisgou Diogo. Miguel, inteligentemente, não cortara. Os cabelos cacheados formavam uma moldura selvagem para um sorriso que era um misto de vergonha e excitação. Os olhos dela, escuros e brilhantes, não olhavam para a câmera, mas para o lado, para o marido, numa expressão de cumplicidade safada. Era a imagem perfeita da "putaria prestes a explodir".

Diogo respirou fundo. "Puta que pariu", ele sussurrou para o quarto vazio.

Diogo: Caralho. Vocês são uma bela de uma sacanagem.

Ele abriu a própria câmera. Não faria uma selfie no espelho.

Foi até o pé da cama, ajustou o celular no criado-mudo, acionou o timer e se posicionou. De pé, vestindo a mesma cueca de algodão cinza que usava agora, ele deixou a luz do abajur esculpir seu corpo. O V do abdômen afundando na cueca, a sombra que o pau pesado projetava no tecido, o peitoral definido e os ombros largos. Ele não sorriu. Apenas encarou a lente com aquele olhar que suas transas sempre elogiavam: o de quem sabe exatamente o que vai fazer com o corpo do outro. A foto era uma promessa. Uma declaração de intenções. Ele a enviou.

A resposta foi quase imediata.

Casado: PUTA MERDA.

Seguida de outra.

Casado: A Samia viu. Ela tá do meu lado. Ela gemeu. Só de ver a sua foto.

O pau de Diogo estava duro como pedra agora. Ele podia visualizar a cena. Miguel e Samia, juntos na cama, a tela do celular iluminando seus rostos, compartilhando aquele segredo elétrico.

Diogo: Diz pra ela que o gemido dela, ao vivo, vai ser bem mais alto. E o seu também.

Casado: Ela quer saber como seria. O que você faria com a gente.

Diogo sorriu. Agora ele era o diretor. O roteirista daquela fantasia. Seu polegar voou sobre o teclado, a pornografia se tornando literatura.

Diogo: Primeiro, eu chegaria e não tocaria em ninguém. Só ficaria olhando pra vocês. Deixaria o clima pesar no quarto.

Eu ia pedir pra Samia ficar de quatro na cama. E pediria pra você, Miguel, ficar atrás dela, segurando o cabelo dela com uma mão, enquanto se masturba com a outra, olhando pra mim.

Ele fez uma pausa, deixando a imagem marinar na mente deles.

Diogo: Eu ia me aproximar devagar. Tirar a roupa na frente de vocês. E a primeira pessoa que eu beijaria seria você, Miguel.

Um beijo de língua, sujo, enquanto minhas mãos apertam a bunda da sua mulher. Eu quero que ela veja a boca que vai chupar ela beijando o marido dela primeiro. Quero que ela sinta o cheiro da minha porra na sua boca.

A resposta demorou. Diogo imaginou os dedos de Miguel tremendo.

Casado: Caralho... eu tô duro como nunca. Ela tá se esfregando na cama. Molhada.

Diogo: E isso é só o começo. Porque depois que eu te beijasse, eu ia te empurrar pra sentar na cama e assistir. Eu ia lamber a Samia inteira. Das coxas até o pescoço. Ia chupar até ela implorar pra parar. E quando ela estivesse se contorcendo, gritando, eu ia olhar pra você e falar: "Vou foder a sua esposa agora!".

Casado: Sim... porra, sim...

Diogo: E enquanto eu estivesse dentro dela, bem fundo, eu ia esticar minha mão pra você. Pra você vir me chupar. Eu quero sentir a sua barba roçando na minha virilha, sua língua no meu saco, enquanto eu tô enterrado na sua mulher. Quero ouvir os dois gemendo meu nome.

A tela do celular de Diogo ficou em silêncio por quase um minuto. Ele pensou que talvez tivesse ido longe demais.

Então, a mensagem chegou. Não era de Miguel.

Casado: Aqui é a Samia. Ele não consegue nem digitar. Eu nunca vi ele assim. Ele tá chorando de tesão. Eu quero isso.

Eu quero vocês dois. Por favor.

A confissão final. A entrega total. Diogo fechou os olhos, saboreando o poder daquele momento. A caçada tinha sido bem-sucedida. O banquete estava garantido.

Diogo: Ótimo. Porque eu ainda nem contei a parte em que eu tiro de dentro de você, te jogo na cama, e faço o seu marido gostoso chupar o meu pau sujo do mel.

Ele enviou. E desligou a tela.

Deixou o silêncio do seu quarto ser preenchido apenas pelo zunido do ar-condicionado e pela pulsação forte do seu próprio desejo. Aquilo era apenas o cardápio, a troca de promessas. O encontro real seria um inferno delicioso. Um sigilo prestes a ser quebrado da forma mais barulhenta possível.

O dia seguinte amanheceu com a banalidade de uma quarta-feira. Diogo seguiu sua rotina com a precisão: treino pesado às sete, o gosto metálico do whey protein, um banho gelado para despertar os músculos e a mente. Era no meio do seu segundo café, enquanto checava e-mails de trabalho na bancada da cozinha, que o celular vibrou, resgatando-o da normalidade. Uma notificação do "iFood amarelo".

Era ele. Casado.

Casado: Cara. Bom dia. Desculpa incomodar. Mas eu precisava falar.

Diogo sorriu. A polidez era o prelúdio da confissão. Ele podia sentir o cheiro da necessidade do outro lado da tela.

Diogo: Bom dia. Incomodo nenhum. Suponho que você não veio discutir o clima.

Casado: Não. É que... porra. O que foi aquilo ontem? Eu não consigo parar de pensar. Eu e a Samia lemos de novo hoje de manhã. Eu gozei de novo só lendo suas palavras. Só lendo.

Isso nunca aconteceu comigo.

A confissão era música para os ouvidos de Diogo. Era a validação do seu poder, a prova de que sua habilidade não era apenas física, mas mental. Ele não era só um pau bonito; era um arquiteto de fantasias. E a fundação do seu próximo projeto estava assentada.

Diogo: É porque não eram só palavras, Miguel. Era uma promessa. E eu gosto de cumprir o que prometo. Chega desse app amarelo. Me dá seu WhatsApp. A gente conversa melhor por lá.

A mudança de plataforma era estratégica. Tirava-os do anonimato relativo do Grindr, um oceano de possibilidades, e os levava para o lago particular do WhatsApp. Era um passo em direção à intimidade, um laço digital sendo amarrado.

Miguel enviou o número sem hesitar.

Diogo salvou o contato — "Miguel (Casado)" — e abriu o perfil.

A foto era a mesma que Miguel havia lhe mandado na noite anterior: o urso suculento de barba desenhada e olhar carente. Ele não perdeu tempo com texto. No topo da tela de conversa, o ícone de câmera era um convite irresistível. Ele apertou.

A chamada de vídeo começou a tocar. Um, dois, três toques.

Diogo imaginou o pânico de Miguel. A corrida para um lugar privado, o coração disparado. Finalmente, a chamada foi atendida.

A imagem que surgiu era tremida, de perto demais. O rosto de Miguel, granulado pela câmera frontal, encheu a tela. Ele parecia estar no carro, talvez na garagem. Os olhos estavam arregalados, um misto de susto e excitação.

"E aí", Diogo disse, sua voz calma e grave preenchendo o alto-falante do carro de Miguel. Ele posicionou o celular no suporte da bancada, dando a Miguel uma visão clara dele: sem camisa, o peitoral ainda úmido do banho, a luz da manhã entrando pela janela e desenhando contornos em seu corpo.

Ele era a imagem da confiança.

"Caralho, você ligou mesmo", Miguel disse, a voz um pouco ofegante. Ele ajeitou o celular no painel. "Tô no estacionamento do trabalho. Não podia atender lá dentro."

"Melhor assim. Gosto de privacidade", Diogo respondeu, pegando sua xícara de café. Ele tomou um gole lento, os olhos fixos na tela, observando cada reação de Miguel.

"Então... você gostou do roteiro que eu escrevi pra vocês?"

"Gostei? Cara... eu nunca senti tanto tesão na minha vida. A Samia tá maluca. Ela não para de falar nisso."

"E você?", Diogo pressionou. "Você gostou de qual parte? Da parte em que eu como sua mulher ou da parte em que eu te beijo na frente dela?"

Miguel engoliu em seco. "Das duas. Porra... principalmente da parte... que você me beija."

Bingo.

"Eu sabia", Diogo disse, com um sorriso lento e predatório.

"Tem uma fome aí dentro de você, Miguel. E não é só de mulher." Ele pousou a xícara. Sua mão desceu pelo próprio abdômen, parando no cós da sua bermuda de moletom. "Eu fiquei duro de novo agora, só de lembrar da sua foto. Do seu corpo. Mostra aí como você ficou pensando nisso tudo."

Miguel olhou para os lados, paranoico. "Aqui? No carro?"

"Exatamente. O perigo deixa tudo mais gostoso. Anda. Quero ver o pau que gozou com as minhas palavras."

Com as mãos trêmulas, Miguel desabotoou a calça social. Ele desceu o zíper e enfiou a mão para dentro, puxando para fora o pau semi-ereto, grosso e escuro contra a pele da sua coxa.

A respiração dele estava pesada, audível pela chamada.

Diogo observava, impassível. Sua própria mão começou a se mover, contornando o volume crescente em sua bermuda. "É um belo pau, Miguel. Grosso. Imagino o estrago que faz na sua mulher." Ele fez uma pausa, deixando o elogio assentar antes de dar o bote. "Mas deixa eu te fazer uma pergunta mais séria."

"O quê?", Miguel perguntou, os olhos vidrados na tela, no rosto de Diogo.

"Você já deu o rabo, Miguel? Já sentiu um pau de verdade aí dentro?"

A pergunta caiu como uma pedra. O rosto de Miguel se contorceu em negação. "Não! Que isso, cara... nunca. Eu... não sei nem se eu aguentaria. Não sou viado."

"Eu não perguntei se você é viado. Eu perguntei se você já deu o rabo", Diogo corrigiu, a voz firme, sem julgamento, apenas fatos. "E sobre aguentar... isso a gente descobre."

"Não, cara... a fantasia era nós três...", Miguel tentou argumentar, a voz falhando.

"A fantasia evoluiu", Diogo o cortou. "E essa é a minha condição. A única. Pra eu ir aí e realizar tudo aquilo que eu te descrevi, pra eu foder a Samia até ela perder a voz... eu primeiro preciso te transformar na minha puta particular. Eu quero que ela assista enquanto eu te como. Quero que ela veja o marido dela, o macho da casa, gemendo e rebolando no meu pau. Só depois que eu gozar dentro de você, na frente dela, é que o show de verdade começa. Se não for assim, a gente desliga agora e cada um segue sua vida."

O ultimato pairou no ar, pesado e absoluto. Na tela, o rosto de Miguel era uma máscara de conflito. Medo, vergonha, mas por baixo de tudo, uma centelha inegável de desejo. Diogo viu.

"Eu... eu não sei se consigo", Miguel sussurrou, a frase sendo quase uma súplica.

Diogo sorriu, mudando o tom de dominador para sedutor.

"Shhh... Consegue. Você quer. Só tem medo. Mas eu cuido de você." Sua mão deslizou para dentro da bermuda, e ele gemeu baixo, propositalmente, ao pegar no próprio pau duro.

"Imagina só, Miguel... Eu te deito na cama. A Samia sentada numa poltrona, só olhando. Eu tiro sua roupa, beijo seu corpo inteiro. E então eu te viro de quatro. Eu não vou meter de uma vez. Eu vou preparar você. Vou te lamber, vou chupar sua bunda, sentir o gosto da sua pele. Vou enfiar minha língua no seu cuzinho, Miguel. Vou chupar ele com força, até você esquecer que um dia teve vergonha disso. Até você relaxar completamente e começar a empinar essa bunda pra mim, pedindo mais."

Miguel fechou os olhos, sua mão apertando o próprio pau com mais força. Ele estava se rendendo à imagem.

"E quando você estiver delirando", Diogo continuou, a voz rouca, "quando você estiver me implorando, eu vou olhar pra Samia e vou perguntar: 'Posso foder o seu marido?'. E com o 'sim' dela, eu vou te comer. Devagar no começo, depois com a força que você merece. Eu vou te fazer gozar de tanto prazer, gritando o meu nome."

"Para... porra... eu vou gozar...", Miguel arfou.

"Ainda não", Diogo ordenou. "Eu não deixei. Agora eu quero ver. Vira essa câmera. Mostra pra mim essa bunda que você diz que não aguenta meu pau. Mostra o cuzinho que eu vou chupar até você implorar."

Hesitante, quebrado, Miguel obedeceu. Ele se virou no banco do carro, uma ginástica desajeitada e desesperada. Abaixou as calças e a cueca, e apontou a câmera para a própria bunda. Era farta, peluda, exatamente como Diogo imaginara.

"Isso... perfeito", Diogo sibilou, seu próprio pau pulsando violentamente em sua mão. "Agora, com a sua outra mão... afasta as bandas. Abre pra mim, Miguel. Quero ver o seu segredo."

Com um gemido de humilhação e prazer, Miguel obedeceu. A imagem na tela focou no seu ânus rosado e contraído. O epicentro do seu medo e, agora, do seu desejo mais profundo.

"É aí", disse Diogo, a voz quase um rosnado. "É aí que eu vou te fazer meu. Você tá vendo, Miguel? Eu tô batendo uma pra essa sua bunda... pro seu cuzinho... e eu vou gozar imaginando ele se abrindo pra mim..."

Aquilo foi o gatilho final. A combinação da ordem, da imagem, da promessa e da humilhação explícita foi demais. Miguel gritou, um som abafado dentro do carro, e seu corpo tremeu enquanto ele gozava, sujando a própria mão e o estofado do banco.

Ao ver a entrega total de Miguel, Diogo também se permitiu ir.

Ele fechou os olhos e gozou com força, um gemido grave escapando de seus lábios. Por um instante, o único som na chamada foi o da respiração ofegante de dois homens, separados por quilômetros, mas conectados por uma fantasia suja e uma tela de celular.

Diogo abriu os olhos, ofegante, e olhou para a imagem trêmula de Miguel, agora encolhido, ofegante, olhando para a bagunça que fizera.

"Bom garoto", disse Diogo. E encerrou a chamada.

Deixou Miguel sozinho no silêncio do carro, com o cheiro do seu próprio gozo e o eco de uma condição que ele não tinha mais como recusar.

A viagem de ônibus durou pouco mais de uma hora, um tempo que Diogo usou para esvaziar a mente. Ele não olhava a paisagem de pasto e pequenas cidades que deslizava pela janela. Seu foco estava no destino, no trabalho a ser feito. Ele era um artesão a caminho da sua oficina, e suas ferramentas eram seu corpo, sua voz e a fraqueza deliciosamente crua de seus clientes. Miguel havia transferido o dinheiro da passagem de ida e volta via Pix antes mesmo de Diogo sair de casa. Um sinal de compromisso. Um pagamento adiantado pelo serviço que estava prestes a ser consumado.

Na rodoviária pequena e abafada, Miguel o esperava ao lado de um carro popular. Ao vivo, ele parecia ainda mais denso, mais palpável. A barba cerrada, os ombros largos, mas seus olhos, ah, seus olhos eram o espelho do pânico. Ele não conseguia encarar Diogo por mais de dois segundos. Suas mãos suavam visivelmente enquanto ele pegava a pequena mochila de Diogo.

"E aí", Diogo disse, a voz calma contrastando com a agitação de Miguel.

"E aí. Bem-vindo. A viagem foi tranquila?", Miguel respondeu, as palavras tropeçando umas nas outras.

"Foi. Vamos?"

O trajeto até a casa foi feito em um silêncio pesado. Diogo não fez esforço para preenchê-lo. Deixou que o constrangimento e a antecipação cozinhassem Miguel em seu próprio suco. A casa ficava num bairro residencial tranquilo, de muros altos e gramados aparados. A imagem da normalidade. Uma fachada perfeita para a depravação que estava prestes a acontecer.

Samia abriu a porta. Se nas fotos ela era uma promessa, pessoalmente era uma aparição. Os cachos do cabelo tinham um brilho vivo, e o corpo farto se movia com uma graça surpreendente dentro de um vestido de malha simples. O sorriso dela era nervoso, mas seus olhos eram famintos. Eles devoraram Diogo dos pés à cabeça, sem disfarçar.

"Entra, por favor. Fica à vontade", ela disse, a voz um pouco trêmula.

"Obrigado", Diogo respondeu, entrando e sentindo o ar-condicionado gelado no seu rosto. Ele pousou a mochila no chão. "Se não se importam, depois de uma hora de ônibus, eu preciso de um banho."

"Claro, por aqui", disse Samia, guiando-o por um corredor.

O banheiro era espaçoso, com um box de vidro fosco que apenas borrava as formas. Diogo entrou, despiu-se lentamente e, antes de ligar o chuveiro, deixou a porta entreaberta. Um convite silencioso. Ele sabia que estariam olhando.

Do lado de fora, no corredor mal iluminado, Miguel e Samia observavam. A silhueta de Diogo era uma escultura escura contra a luz do banheiro. Eles o viram se mover, viram o contorno do seu pau já semi-duro. Diogo começou a ensaboar o peito, os braços, descendo a mão lentamente pelo abdômen definido. Sua mão envolveu a base do seu membro e ele o acariciou uma, duas vezes, uma performance calculada, uma amostra do que estava por vir. Ele ouviu um arquejo vindo do corredor. Era de Samia. A preliminar havia começado.

Quando saiu do banheiro, enrolado numa toalha branca, encontrou os dois no quarto do casal. A cama de casal arrumada, o ar pesado de expectativa. Samia estava sentada na beira da cama, as mãos no colo. Miguel estava de pé perto da janela, parecendo um animal encurralado.

Diogo deixou a toalha cair. Nu, imponente, ele era o centro de gravidade do quarto.

"Samia", ele começou, a voz calma. "Seu marido e eu conversamos. E pra que a nossa noite aconteça, pra que eu te dê o prazer que você quer, existe uma condição."

Os olhos dela se arregalaram. Ela olhou para Miguel, que apenas baixou a cabeça, derrotado.

"Que condição?", ela perguntou, a voz um sussurro.

"Antes de eu sequer tocar um dedo em você", Diogo disse, aproximando-se, "eu vou comer o seu marido. Aqui, nesta cama. E você vai assistir. Vai assistir ele se tornar a minha puta particular. Essa é a única maneira."

O silêncio que se seguiu foi elétrico. Samia encarou Diogo, depois o marido trêmulo. Uma gama de emoções passou por seu rosto: choque, confusão, traição... e então, algo mais sombrio e quente. Um brilho de pura luxúria. Seus mamilos enrijeceram sob o vestido, visíveis. Suas coxas se apertaram uma na outra.

"Ok", ela disse, a voz rouca, transformada. "Eu quero...

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