Becca - Despedida - Conto 11

Um conto erótico de EuBeccaEeles
Categoria: Heterossexual
Contém 1819 palavras
Data: 29/07/2025 22:10:50

Acordei com o cheiro de café fresco invadindo o quarto de hóspedes, misturado ao som abafado de vozes — risos, cochichos, cadeiras arrastando. Olhei o relógio: 11h03. A luz do dia entrava preguiçosa pela fresta da janela, mas a casa... a casa já estava viva.

Levantei devagar, o corpo ainda moído, a mente entorpecida, e fui até o corredor em silêncio. O som vinha da cozinha. Risadas. Copos sendo servidos. Um “passa a manteiga”, um “você dorme demais”, e depois aquele riso dela — aquele mesmo da noite passada, só que agora com um tom novo. Familiar. Quase íntimo.

E lá estavam eles.

Rebecca sentada de camiseta longa — provavelmente a dele, nem era minha — cabelo preso num coque bagunçado, sem maquiagem, linda como quem passou a madrugada sendo amada e bem usada. Ele, de bermuda e sem camisa, encostado na pia, tomando café direto da caneca, aquele ar de quem já pertence ao ambiente.

Eles riam. Conversavam baixo. Como dois adolescentes depois da primeira transa, como se o mundo tivesse parado lá fora e só importasse aquele domingo lento e cúmplice.

Eu entrei na cozinha calado, ainda tentando processar aquela imagem. Eles me olharam, sorriram, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Dormiu bem? — Rebecca perguntou, com doçura.

Eu apenas assenti, sem saber se sorria de volta ou se sentava no chão. Vinícius puxou outra cadeira pra mim, como quem diz tem lugar pra você aqui, também.

Mas eu já sabia: aquele café da manhã não era só uma refeição.

Era o pós-guerra.

O depois da tempestade.

Rebecca:

— Bom dia, meu amor... Você sobreviveu? [ri, com um brilho provocante nos olhos]

Eu (sorrindo sem graça):

— Sobreviver eu sobrevivi... mas acordei com dor até no orgulho.

Vinícius (encostado na pia, tranquilo):

— Mas pô, aguentou bem. A maioria já teria fugido antes do primeiro gozo... você ficou pra ver o show inteiro.

Rebecca (cruzando as pernas, tomando café):

— E ainda aplaudiu. De pé. Com força. Eu vi. Eu senti.

Eu (tentando manter o humor):

— Vocês são insuportáveis.

Rebecca (rindo):

— Ah, para... você ama. Tá aqui com essa carinha de “me arrebentaram, mas valeu a pena.”

Vinícius:

— Eu ainda tô impressionado com você, Rebeca. Depois de tudo aquilo, você rindo, dançando, fazendo panqueca... Tá com reserva de energia secreta, é?

Rebecca (olhando pra mim com malícia):

— É que quando uma mulher é desejada do jeito certo, ela não cansa. Ela floresce. Né, amor?

Eu (baixando os olhos, sorrindo):

— Floresceu tanto que eu acordei com gemidos... e fui dormir ouvindo carne batendo.

Vinícius (com um sorriso torto):

— Foi uma noite boa. Completa.

Rebecca (encostando o rosto no ombro dele, como quem está confortável ali):

— Foi perfeita. Mas a melhor parte é acordar e ainda estar aqui. Todos nós. Sem culpa. Sem medo.

Eu:

— Só com dor no braço.

Rebecca (dando risada):

— É, amor... tua punheta também foi parte da obra. Mas hoje te dou folga. Vai só assistir enquanto a gente esquenta o almoço.

Almoçamos e o tempo passou. Ele precisava ir.

Vinícius olhou o celular de novo. O Uber já estava a caminho. Ele soltou um suspiro, meio satisfeito, meio contrariado, e começou a recolher as coisas dele — o casaco jogado no sofá, a carteira, o celular no bolso. Rebecca observava em silêncio, encostada na bancada da cozinha, só com uma camiseta longa cobrindo o corpo nu por baixo, as pernas ainda marcadas, o olhar cansado… mas cheio.

Quando ele se aproximou pra se despedir, ela tentou manter o tom leve, como quem quer encerrar o capítulo com dignidade.

— Já deu, né? — ela sorriu, os cabelos ainda grudados no pescoço, o corpo mole, visivelmente entregue.

— Não — ele respondeu, simples, calmo. E antes que ela dissesse mais alguma coisa, ele se aproximou e a segurou pela cintura.

Beijaram-se de novo. Primeiro como um carinho, depois como um lembrete. Um beijo quente, cheio de saliva e resquícios da madrugada. Rebecca riu no meio do beijo, o rosto ainda grudado no dele, e murmurou:

— Vinícius... chega, amor... olha a hora...

— Só mais um — ele sussurrou no ouvido dela. E já estava ajoelhando.

Rebecca riu, recuando meio sem convicção, mas ele já a puxava com firmeza pelas coxas. Em segundos, ela estava ajoelhada na frente dele, a camiseta caída nos ombros, o olhar entre o cansaço e o vício bom de quem não consegue recusar.

— Você é um vício, sabia? — ela disse, com a voz baixa, os olhos subindo nele.

Ele apenas pegou o pau, já ereto de novo, e ofereceu a ela. Rebecca não hesitou mais. Envolveu com a boca devagar, sugando com suavidade, como se estivesse absorvendo cada última gota da experiência.

O som era molhado, rítmico. As mãos dela apoiadas nas coxas dele, o corpo ainda mole de prazer, mas a boca entregue, obediente, treinada.

Ele gemeu baixo, a cabeça levemente inclinada para trás, os dedos entrelaçados no cabelo dela. E foi se desfazendo ali. Com ela na boca. Com ela ajoelhada na sala, como uma rainha devota até o fim.

Rebecca estava ajoelhada no meio da sala, a camiseta já escorregando pelos ombros, os cabelos caindo em volta do rosto como uma moldura suada. A boca dela se movia lenta, profunda, acolhendo Vinícius com aquela mistura de prazer e ternura suja que só ela sabia dosar. Os olhos fechados, a respiração dele pesada, o momento carregado de uma intimidade que já parecia rotina — e mesmo assim, ritual.

Eu estava parado na porta da cozinha. Quieto. Observando. O pano de prato ainda esquecido na mão. Cansado, moído… mas ali. Porque sempre estive ali. Era o meu lugar.

No meio do boquete, Vinícius virou o rosto, me olhou por cima da cabeça dela e, ofegante, com um sorriso de canto, disse:

— Juro que é o último, irmão… só esse. Eu prometo.

E riu.

Riu como quem agradece.

Como quem sabe que a frase é uma mentira piedosa, mas dita com carinho.

Rebecca olhou pra ele, riu com a boca ainda cheia, e redobrou o ritmo — como se dissesse “faz bonito, então.”

E ele fez.

Comigo olhando.

Com ela sorrindo.

Com tudo onde tinha que estar.

E eu, mesmo moído, mesmo esvaziado…

Estava pleno.

De novo.

Vinícius arfava pesado, a cabeça inclinada pra trás, os olhos semicerrados. As mãos seguravam com firmeza o cabelo dela, mas tremiam um pouco. Os músculos do abdômen contraíam em ondas. Era o tipo de agonia que só o prazer absoluto provoca — o corpo inteiro querendo explodir, mas segurando mais um segundo. E outro. Só pra ficar.

Ele baixou os olhos, ofegante, suando na testa, e estendeu o celular pra mim, sem soltar os cabelos dela.

— Vê aí... o Uber tá chegando. Me avisa, tá?

Peguei o celular com a mão ainda suada. A tela acesa mostrava o nome: Nelson, com a mensagem clara:

"Chega em 10 minutos."

Vinícius soltou uma risada abafada, o rosto ainda tenso de prazer.

— Dez minutos... acho que dá. — disse entre um gemido e uma risada.

Rebecca não parou nem por um segundo. O olhar dela estava focado, as bochechas coradas, o som do boquete aumentando com a saliva se espalhando, escorrendo pelo canto da boca.

Ele me olhou de novo, suando, os quadris já se mexendo sozinhos na boca dela, e murmurou, rindo de novo, com a voz falhando:

— Irmão... é o último mesmo... mas que despedida, viu?

E eu?

Com o celular na mão, o nome “Nelson” piscando na tela...

Só conseguia assistir.

E contar os minutos.

Com a boca dela fazendo o tempo quase parar.

Vinícius arfava cada vez mais rápido. Os músculos das coxas vibravam, o abdômen encolhia, a mandíbula tensa como se estivesse tentando conter o inevitável. Rebecca continuava ajoelhada, firme, a boca completamente preenchida, os olhos fechados, as mãos apoiadas nas coxas dele como quem sustentava o próprio altar. Ela não parava. Sugava com ritmo, com força, com aquela maestria serena de quem já conhece o ponto exato entre o prazer e o colapso.

Eu, ainda sentado na poltrona, segurava o celular com a tela acesa. O nome do motorista seguia lá:

“Nelson – chega em 1 minuto.”

Olhei pra ele, depois pra ela, e anunciei, num sussurro quase cúmplice:

— Um minuto.

Foi o gatilho.

O corpo de Vinícius estremeceu inteiro. A cabeça dele foi pra trás, os dedos cravaram com mais força no cabelo de Rebecca, os quadris deram três estocadas curtas, desesperadas. Ele gemeu alto, rouco, como um animal vencido pelo próprio tesão.

— Vai... vai... porra, Rebeca... assim… assim mesmo…

E então gozou.

Com tudo.

Com o corpo inteiro.

As pernas tremendo.

A respiração falhando.

O peito arqueado.

Rebecca recebeu. Sem recuar, sem tremer. A boca dela se encheu, e ela deixou. Sentiu o calor, o peso, a pulsação dele latejando fundo na garganta. A cada jato, os olhos dela apertavam, o maxilar afundava mais. Era muito. Era intenso.

Ele não parava de gemer.

O corpo inteiro dele parecia descarregar uma semana de tensão, uma madrugada de posse, um orgasmo que não era só físico — era simbólico.

Ela engolia tudo, devagar, com reverência.

E ele…

Ele ficou em silêncio por um instante. Depois riu.

— Um minuto cravado... tá aí o tempo do meu adeus.

E eu, com o celular tremendo na mão, vi a notificação piscar na tela:

“Nelson chegou.”

Ele se abaixou, beijou a testa dela, e disse:

— Obrigado. Por tudo.

Ela apenas sorriu. Boca ainda molhada.

E eu entendi:

Foi o último.

Mas também o maior.

Depois da primeira vez com Vinícius, quando ele foi embora e a casa voltou ao silêncio, achei que alguma coisa entre nós dois fosse mudar.

E mudou.

Mas não como eu imaginava.

Rebecca não ficou mais distante.

Não ficou fria.

Não ficou ausente.

Ela ficou… mais minha.

Mais carinhosa.

Mais segura.

Mais intensa.

O sexo entre nós dois, que já era cúmplice, virou algo completamente novo.

Ela me procurava mais.

Falava coisas que antes só sussurrava.

Fazia questão de transar olhando nos meus olhos, como se dissesse o tempo todo:

“Eu fui. Eu voltei.

E agora eu sei exatamente o que estou te dando.”

Era isso.

Ela me dava o corpo dela depois dele.

E isso era um presente.

Rebecca virou uma mulher ainda mais viva.

Dormia menos.

Gemia mais.

Ria mais alto.

Transava com fome e calma.

Como quem já conheceu o mundo — e escolheu o próprio chão.

Ela passou a encontrar Vinícius com regularidade.

Toda semana, às vezes duas vezes.

Não escondia.

— Quinta ele vem.

— Hoje vou me depilar.

— Ele gosta daquele vestido justo… vou usar.

Falava com naturalidade.

E me olhava como quem dizia:

“Você aguenta, né?”

E eu aguentava.

Porque cada encontro deles tornava ela ainda mais minha na volta.

Na cama, entre nós dois, ela dizia coisas que nunca tinha dito.

— Sente como eu tô quente…

— Me fode agora, antes que eu vá de novo…

— Mostra que eu ainda sou tua, mesmo depois de ser dele.

E era.

Ela era minha.

E dele.

E dela mesma.

E talvez, pela primeira vez, eu era inteiro também.

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Comentários

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O triste de ler esses contos e ver q o corno manso passa a viver como cachorro de rua, passam a viver comendo lixo, comendo restos, sobras dos outros e ainda se orgulham, vivem se contentando com o prêmio de consolação,.pois o primeiro prêmio é do macho de verdade q usa e abusa do q um dia foi dele, mas o cara ainda se acha um vencedor quando come comida azeda, com sujeira de outros, mas isso pra ele e motivo de orgulho, agora vive ao lado de.um depósito de porra de outros machos mas ainda se acha um sortudo kkkkkkkk, vai entender a cabeça de louco

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Então não lê caralho! É uma sequência, tu leu o primeiro, ficou com nojinho, não lê os próximos. Já teve gente que escrevia bem e se afastou pelas tuas babaquices. Lá em cima tem o tipo de conto, neste aqui tem "corno", "chifrudo", "traição", é só tu olhar e passar reto. Mas não né, tem que destilar o rancor, ou desejo enrustido, vai saber né. Acho que tens procurar ajuda logo.

Fora isso, o conto é muito bom, já disse antes, gosto muito como o autor descreve os sentimentos, e isso deixa o conto muito legal, parabéns.

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O conto é realmente muito excitante, muito bem escrito e respeito quem leva esse tipo de vida, mas me questiono até quando uma mulher vai se sentir bem ao lado de um homem assim, até aonde ele vai ter o respeito e o carinho dela, sendo que ele mesmo se coloca em segundo plano. Sinceramente eu aceito, mas não sou capaz de entender. Mas o conto merece 3 estrelas

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É isso, não gostar tudo bem. O problema é não gostar deste tipo de conto, mas ler a todos só pra detonar quem escreve.

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Tenho de concordar com você pois cada um é cada um e eu não sou ninguém para julgar, mesmo não curtindo a parada. Como dizem por ai, tem louco pra tudo nesse mundo kkkk

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