Quando tudo mudou de lugar - 2

Um conto erótico de Bahia
Categoria: Heterossexual
Contém 1649 palavras
Data: 06/07/2025 15:47:37
Assuntos: Heterossexual

Ela nunca teve um jeito muito feminino de se vestir. Sempre usava roupas mais soltas, práticas, às vezes até masculinas. Nada que chamasse atenção — pelo menos não nesse sentido. Mas, naquela tarde, ela apareceu diferente. Usava uma blusa tomara que caia, que deixava os ombros expostos, e uma saia rodada que balançava leve a cada passo. A mudança era visível. E, mesmo sendo simples, teve um efeito imediato.

Notei, claro. Seria impossível não notar. Mas fiz questão de não reagir. O orgulho ainda estava ali, firme. Depois de tanto tempo ignorando tudo o que aconteceu — ou fingindo que nada tinha acontecido —, eu não ia me permitir ser o primeiro a quebrar o silêncio. Cruzei os braços, sentei no sofá e mantive os olhos em qualquer lugar, menos nela. Fingir desinteresse virou minha armadura.

Mas, como um bom jovem que eu era... bastou ela mostrar um pouco mais de pele — aquele contorno nu dos ombros, a curva das coxas quando a saia subia sutilmente — e meu corpo reagiu na hora.

Um arrepio veio sem aviso. O desejo, que eu achava esquecido, despertou com força. Tentei disfarçar, mas era impossível não sentir.

Ela parecia à vontade ali, sentada, as pernas cruzadas, balançando o pé devagar. Talvez soubesse o que estava fazendo. Talvez estivesse testando. Ou talvez fosse só coincidência.

Mas naquele instante, sem dizer uma palavra, ela tinha virado alguma chave.

E eu, por mais que tentasse manter o controle, já não conseguia mais fingir que nada estava acontecendo.

Senti minha ereção explodir dentro do short, quase como se meu corpo tivesse traído minha vontade de manter tudo sob controle. Apressado, tentei disfarçar ao máximo, ajustando minha postura de forma discreta, tentando esconder o volume crescente.

A princípio, ela não pareceu perceber. Continuava ali, tranquila, com o mesmo ar casual de sempre.

Mas assim que me movi — só o bastante para me ajeitar no sofá e esconder o que estava evidente demais — ela se levantou, sem dizer nada, e saiu da sala.

Não questionei. Ela já era praticamente parte da casa, de tanto que aparecia por ali. Sabia o caminho de tudo. Podia muito bem ter ido ao banheiro, à cozinha, ao quarto da minha irmã.

Aquilo não era nada fora do normal. Mas, ainda assim, o momento em que ela se levantou... o timing... me deixou inquieto.

Permaneci sentado, forçando minha respiração a voltar ao ritmo, enquanto tentava não pensar no que o corpo já tinha deixado claro.

Ela gritou meu nome da cozinha — um som agudo, mas não de dor. Algo entre o susto e o riso. Levantei rápido, o coração ainda acelerado, e fui até lá. Encontrei-a parada em frente à pia, o corpo meio inclinado, tentando conter o riso enquanto segurava um copo quebrado na mão.

— Tá tudo bem? — perguntei, tentando parecer calmo, mesmo com o volume ainda evidente na minha bermuda.

— Só escorregou da minha mão. Me molhei toda — disse, apontando para a blusa colada ao corpo.

E realmente estava. O tecido claro agora transparente deixava ver o contorno dos seios sem sutiã, os mamilos marcados. Ela tentou cobrir com a mão, rindo nervosa. Mas o olhar que lançou em seguida... não era inocente.

Foi ali que a tensão explodiu de vez. Já não havia como fingir. Ela viu, claro, o estado em que eu estava. E não desviou os olhos. Ficamos assim, nos encarando por alguns segundos que pareceram mais longos do que deviam.

Sem dizer nada, ela se aproximou devagar. Não havia provocação nos gestos, só uma tranquilidade carregada de intenção. Quando parou perto de mim, tão perto que podia sentir seu cheiro — fresco, doce, úmido —, ela apenas disse:

— Preciso pegar emprestado uma blusa da sua irmã.

Sem conseguir disfarçar nem o constrangimento, nem o desejo que queimava em mim, respirei fundo e disse, com a voz um pouco rouca:

— Você sabe melhor do que eu onde ficam as roupas dela...

Ela não respondeu de imediato. Apenas me olhou por um segundo, como se avaliasse algo — e então, com naturalidade surpreendente, ergueu os braços e tirou a blusa molhada ali mesmo, sem cerimônia, me entregando em seguida.

— Coloca no varal pra mim? — disse com um meio sorriso, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

Fiquei parado por um instante, o tecido ainda úmido da blusa em minhas mãos, e o coração batendo forte demais no peito. Meus olhos desceram, quase por instinto, até os seios agora totalmente à mostra — médios, firmes, com a pele delicadamente arrepiada, como se o ar ao redor também tivesse tocado nela. As auréolas, pequenas e bem definidas, pareciam desenhadas com precisão quase irreal. Os mamilos estavam rígidos, tensos, como se respondessem não só à temperatura, mas à eletricidade densa que preenchia o espaço entre nós.

No instante em que ela se virou para sair, algo em mim simplesmente agiu sem pensar.

Soltei a blusa no chão e segurei seu braço com firmeza, puxando-a de volta, trazendo seu corpo colado ao meu. Ficamos assim, próximos o bastante para sentir a respiração um do outro, por tempo suficiente para que eu percebesse: ela não resistia. Seus olhos me encaravam, mas não havia recuo, nem hesitação.

Inclinei o rosto em direção ao dela, buscando sua boca — mas, num gesto suave e provocante, ela virou o rosto apenas o suficiente para deixar o pescoço exposto. Foi um convite silencioso, irresistível. Aquilo me incendiou.

Aproximei meus lábios da pele descoberta, deixando meu hálito roçar primeiro, só para sentir sua reação. Comecei com beijos leves, nos cantos mais sensíveis, deixando que a ponta da minha língua delinear-se lentamente sua pele quente. O perfume dela parecia se intensificar ali, misturado ao leve gosto salgado da pele. A cada toque, sentia seu corpo se enrijecer num arrepio involuntário, como se cada beijo meu acionasse um fio de corrente elétrica.

Deslizei uma das mãos pela lateral do seu corpo, sentindo o calor que vinha da pele nua, até alcançar a curva de sua cintura. Ela se entregava em silêncio, o corpo inteiro comunicando aquilo que a boca ainda não dizia.

Foi então que senti — com nitidez deliciosa — o toque dos seus seios contra o meu peito. O contato era direto, pele com pele. Os mamilos, rígidos e sensíveis, pressionavam meu tórax como se quisessem memorizar cada centímetro. O atrito sutil, provocado por nossos movimentos lentos e contidos, fazia meu próprio corpo responder com intensidade quase dolorosa. Cada pequeno ajuste de respiração, cada leve roçar, era como se acendesse algo mais profundo, mais urgente.

Com meus lábios e minha língua, fui traçando um caminho lento e quente pela pele dela. Comecei no pescoço, saboreando cada centímetro com toques suaves, descendo pela linha da clavícula, onde o arrepio parecia mais intenso. Continuei explorando, deslizando pela pele com uma mistura de delicadeza e firmeza, até chegar ao centro do seu colo — onde o calor do corpo dela parecia pulsar com mais força.

Subi de novo, contornando o queixo com pequenos beijos úmidos, sentindo sua respiração acelerar, seu corpo entregar sinais em silêncio. Então desci devagar, guiado pelo desejo, até estar entre seus seios.

Ali, parei por um instante. O cheiro, a textura da pele, a forma como os seios se moviam com a respiração — tudo era hipnotizante. Levei minha boca até um dos mamilos rígidos e o envolvi com a língua, lambendo com movimentos lentos e circulares. Ela soltou um suspiro entrecortado, quase um gemido abafado, enquanto arqueava levemente o corpo, oferecendo mais de si.

Entre lambidas e leves chupadas, fui alternando de um seio ao outro, sentindo a firmeza sob minha boca, o calor da pele, o arrepio que se espalhava a cada toque. Era como se cada gesto meu despertasse nela uma nova onda de prazer — e em mim, um desejo ainda mais profundo de explora-la por inteiro.

Enquanto minha boca ainda se dedicava aos seus mamilos — alternando entre beijos molhados, lambidas lentas e suaves sucções —, minha mão deslizava por seu corpo com igual atenção. Percorri suas curvas com os dedos, sentindo a textura da pele quente e arrepiada, explorando cada linha, cada contorno, como se quisesse memorizar tudo apenas pelo tato.

Desci pela lateral de sua cintura até alcançar o quadril, e então minha mão encontrou o caminho até sua bunda. Apertei com firmeza, sentindo a maciez e a resposta imediata do corpo dela ao meu toque. Ela se moveu, soltando um suspiro mais profundo, como se aquele gesto tivesse acendido um novo ponto de prazer. Seus quadris reagiram com um leve impulso, quase instintivo, entregando-se ainda mais ao momento, como se me dissesse sem palavras que queria mais — exatamente assim.

Ela já estava completamente entregue ao desejo. Seus gemidos, antes contidos, agora escapavam sem controle, entrelaçados com suspiros profundos e movimentos cada vez mais intensos. Seu corpo se moldava ao meu, buscando mais contato, mais fricção, como se cada centímetro de pele gritasse por proximidade.

Seus quadris se moviam com urgência, guiados por um impulso que não precisava de palavras. O ritmo entre nós se tornou mais instintivo, mais cru. E então, sem hesitação, ela mesma conduziu o movimento — encaixando seu corpo ao meu com firmeza, com desejo puro, deixando claro que não havia mais espaço para dúvida. O calor, o encaixe, a tensão — tudo parecia prestes a explodir.

Mas no exato momento em que a respiração dela se prendeu num arquejo mais forte… o barulho do portão se abrindo quebrou o encanto com a força de um balde de água fria.

Congelamos. O tempo parou por um segundo. Nossos olhos se encontraram, ainda carregados de tudo que estava acontecendo, mas agora tomados por um susto urgente.

Ela, ágil, pegou a blusa molhada do chão e saiu correndo, com o corpo ainda meio nu, direto para o quarto da minha irmã — o único lugar seguro naquele momento.

Fiquei parado, o coração batendo como um tambor dentro do peito, o corpo ainda aceso, e a sensação viva do que quase aconteceu queimando sob a pele.

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