CRUZEIRO DA TRAVESTI: A GRANDE NOITE DE LEIA 4

Um conto erótico de Nadja Cigana
Categoria: Gay
Contém 2629 palavras
Data: 12/07/2025 10:42:58

Leia e Mbaye haviam feito um intervalo em seu segundo encontro amoroso, para um bom banho e um jantar restaurador das forças, e agora conversavam intimamente, nus no sofá da suíte da travesti, a mais cara do navio.

- Mbaye, posso te confessar uma coisa?

- Claro.

- Eu adoro transar a três com Gilda.

O senegalês, bebericando champanhe, quase se engasgou quando a travesti insinuou uma ménage com a amiga gostosona.

- Nossa! O homem que vocês pegarem... é um felizardo.

Acariciando o ombro do africano, Leia refletiu que Diego, naquele mesmo dia, mais cedo, fora de fato um felizardo. Mas a viada observou que nem com a ideia de ménage a piroca do negro se animara e daí, ela mentiu.

- Mas já faz muito tempo que não fazemos.

O fato é que Mbaye se abalara com o relato que a travesti fizera de seu primeiro escândalo sexual, décadas atrás, quando ela ainda era só um menino viadinho. Naquela época, o garoto Lelio mamara por meses a rola de um coleguinha de escola, e se viciara no cheiro de piru e em beber leite de macho, até que um dia o coleguinha tentara inaugurar seu cuzinho e ele saíra correndo pelas ruas de calcinha.

- E vocês duas gostavam?

- Sim. A gente gostava, sim.

Leia não compreendia, mas o negro tinha um trauma de adolescência, que se manifestara com aquela história do antigo escândalo. Intrigada com o recuo do amante, a travesti tentara resgatar o clima de tesão entre os dois, recorrendo à ideia de uma ménage deles com Gilda e por isso perguntara:

- Você... gostaria de “conhecer” Gilda?

- Santo Deus! Você diz “conhecer” como... no velho testamento?

Leia viu na reação de Mbaye, e na inércia do piruzão negro, que ele mais se alarmara do que se excitara com a ideia da ménage e mudou o sentido da conversa, rindo.

- Não, seu bobo! Não quero dividir nenhum pedacinho de você! É só socialmente, mesmo. Ela tá aqui, no navio. Ela e o filhinho viadinho dela.

Mbaye riu e soltou uma longa interjeição de descoberta.

- Aaahhh! A apetitosa que desfilou contigo e mais um viadinho, as três de biquinis de arco-íris!

Surpresa, Leia perguntou se o negro as tinha visto e Mbaye negou.

- Não, mas foi um acontecimento! A sensação do navio! Todos os tripulantes comentaram! E, pela descrição de “uma travesti gostosona” eu logo achei que era você!

- Fico lisonjeada!

- Lisonjeado fico eu, por uma das três musas do biquini de arco-íris me escolher!

Os dois se beijaram com gosto, mas o gigante logo parou para pedir que Leia continuasse a narrativa.

- Mas quero saber: então tua primeira vez, depois de aprender a chupar pirulitos, foi com tua... amiga Gilda?

- O que? Não!!!

Os dois riram e a travesti continuou.

- Foi graças a Gilda. Ela sempre me deu a maior força e tinha um irmão gostosão que era o sonho de consumo das meninas da escola. Eu fingi ser “namoradinho” de Gilda, só pra me mostrar pro irmão dela, que é dois anos mais velho que a gente. Ele se chama Gil e ele é que foi meu primeiro homem.

- Ah! Entendo!

Leia observou a rolona preta e ela continuava murcha, caída sobre a virilha do africano.

- Mas, Mbaye. Quando eu falei do meu escândalo de menininho viado... você lembrou de alguma coisa que te fez ficar triste. O que foi?

- Nada. Coisa muito antiga.

- Fala pra mim. Por favor!

- Eu... é muita coisa junta. E é coisa que eu... que eu guardei só pra mim. Eu nunca contei pra ninguém. Não tem porque, tomar teu tempo com isso.

Leia intuiu que se tratava de algo relacionado à homossexualidade de Mbaye e, pegando a mãozona esquerda do senegalês, a colocou com a palma contra o próprio rostinho, acariciando-se de leve e falando docemente com o amante.

- Se você não puder falar pra mim, que sou pedê, tu vai falar pra quem? Desabafar é importante! Além disso, eu não conheço ninguém do teu país. E talvez a gente nunca mais se veja, depois dessa viagem, o que seria uma enorme tristeza.

- Seria.

- Independente disso, eu prometo que qualquer que seja teu segredo, ninguém vai saber através de mim.

- É... é a história de Maguette.

- Conta.

- Eu... me culpo muito.

Leia se condoeu e massageou o ombro esquerdo do negro, tentando consolar.

- Bota pra fora, Mbaye. Não fica aí remoendo.

- Acho que você tem razão.

Mbaye então, muito sério, contou o que era uma memória muito dolorosa de início da adolescência, com a qual ele injustamente se martirizava.

- No meu país, “Maguette” tanto pode ser nome de homem, como de mulher.

- Comum de dois gêneros.

- Isso!

- E quem era Maguette?

- Era um menino dois ou três anos mais velho que eu. Acho que eu tinha uns doze, talvez treze anos de idade. Ele... ele era alegre, muito alegre. Fazia todo mundo rir e tinha sempre uns dois ou três garotos querendo brincar escondido no mato com ele.

- Você sabia o que era “brincar escondido no mato”, né?

- Não. Não sabia. Só depois eu fui saber que os garotos quase todos da minha comunidade comiam o Maguette. E, olha Leia, ele era bonito. O rosto dele, lisinho... parecia um anjo.

- No Senegal vocês também dizem que “anjo não tem sexo”?

O africano deu um sorriso triste e disse que sim.

- É. Você entendeu. Ele... tinha um rosto que podia ser de mocinha, mesmo. E não era só o rosto.

- O que mais que o Maguette tinha? Conta!

- O corpo dele. As pernas eram que nem de menina. A bunda era grande, mas um monte de outros meninos tinha bunda grande. É que a dele parecia de menina. Não sei explicar. E... ele não era gordinho, mas tinha assim os peitinhos de menino gordinho. Um dia, numa festa na beira do rio, Maguette tirou a camisa pra dançar. Eu lembro bem da cena. Ele ria feliz da vida, rebolando, e os peitinhos dele balançavam.

- Tu gostava do Maguette, né?

- Eu... eu preciso explicar. No meu país, a repressão aos gurdjiguéne é muito grande.

- O que é gurdjiguéne?

- É uma palavra da nossa língua, Uolofe. Ela define pessoas... assim como você.

- Travestis?

- Não só. Não só a aparência, mas o comportamento também.

- Gays.

- É mais complicado. Dois homens gays que não pareçam gays, não são gurdjiguéne. Só o homem que pareça ou que assuma comportamento de mulher, ou a mulher que pareça ou assuma o comportamento de homem.

- Entendi. E o Maguette era gurdjiguéne.

- Então... olha o tamanho do problema. A gente era criança. Imagina naquela época! Sabe? Há uns dois anos atrás teve passeata em várias cidades do Senegal pedindo pra aumentar a pena de prisão contra quem é gurdjiguéne. Imagina há mais de vinte anos!

- Ser como eu, no Senegal, é crime.

- É. É crime. Mas acho que pior do que ser crime é a reação das pessoas. Quando Maguette ia na minha casa, falar comigo, minha mãe, Isabô, sempre o tratava mal e não deixava a gente ficar sozinho nunca.

- As pessoas têm medo. Medo do que não conhecem. E o medo às vezes vira ódio.

- É. Vira. Foi horrível.

- O que aconteceu, Mbaye?

- Maguette gostava de mim. Eu era muito grande pra minha idade, muito maior do que ele e até maior do que os maiores meninos da idade dele. Hoje eu sei que ele chupava os meninos, dava pra eles, fazia a alegria da turma. Na época eu não sabia. Mas agora... agora, olhando pra trás, eu também sei que ele queria, de verdade, ficar comigo. Eu lembro das coisas que ele falava e agora entendo.

- Ele falou isso pra você?

- Ele deu indiretas, que eu não entendi na época. Eu era muito inocente.

- E o que aconteceu?

- Foi na festa do 4 de abril. Todo mundo colocou a melhor roupa pra parte da noite, da festa. Maguette apareceu lindo, todo vestido de branco. Ele tinha, alisado o cabelo e pintado de vermelho ocre. Nossa! Ele tava lindo! Mas aquele cabelo irritou uns meninos muito maus.

- Que provavelmente também acharam lindo e tiveram raiva da própria atração que Maguette exercia sobre eles.

- É. Isso que você falou... faz sentido. Enfim Maguette falou um pouco comigo... ele... acho que posso dizer que estava romântico. E ele viu meu olhar pro cabelo dele. Então, ele me chamou pra “dar uma volta” num mato perto e eu não fui.

- Mas você gostava dele. Por que você não foi, Mbaye?

- E-eu... acho que... eu via os meninos zoarem com os que brincavam de esconder no mato, junto com Maguette. Mesmo sem saber direito o que eles faziam, eu não queria que os outros zombassem de mim.

Um pressentimento de tragédia, vinculada àquela negativa de Mbaye para o viadinho Maguette, fez o estômago de Leia se contrair fortemente. E ela não estava errada.

- Então, depois que eu disse que não iria, Maguette riu de um jeito estranho e disse que se eu não queria, que ele ia “dar uma volta” com dois meninos de uma vez. E pouco depois chamou dois meninos e sumiu com eles.

- E...

- Existe muita gente ruim no mundo, Leia. Muita. Gente como esse Bolsonaro de vocês... como o Trump...

Mbaye já chorava mansinho, quando contou o resto da história.

- Eu fiquei na festa. Não vi nada. Mas uns meninos muito maus foram atrás de Maguette e eles, mais os dois que tinham ido pro mato junto, bateram muito em Maguette. Machucaram ele todo. Muito mesmo.

- Que horror!

- Maguette sumiu, depois disso. Ele se curou na casa da avó, que ficava no limite da cidade, na estrada pra Louga, mas depois sumiu. Pegou suas coisas e sumiu. Um tempo depois, começaram a falar que Maguette tinha morrido, mas cada um contava uma morte diferente e ninguém sabia direito. Nesse tempo, eu rezava pra que ele estivesse vivo.

O enorme negro chorava bastante, sem soluçar mas se banhando em lágrimas. Leia se ajoelhou no sofá, sentou com o bundão sobre os próprios calcanhares e puxou maternalmente a cabeça do homem, acomodando-a sem malícia no meio de seus belos seios. E ali, acalentado, Mbaye chorou todas as suas mágoas e culpas, como nunca havia feito.

- Leia... você é muito boa.

A trans apenas acariciou a cabeça e as costas de Mbaye, amaldiçoando o ódio e o preconceito, até que, minutos depois, o negro parou de chorar e se ergueu.

- Eu... tem mais. Eu quero te contar.

Leia pegou ternamente com duas mãos numa mãozona dele e pediu, com inteira compaixão:

- Conta. Por favor.

- Eu nunca contei pra ninguém, mas escolhi casar com Adama, a mãe de minhas filhas, porque o nome...

- É comum de dois gêneros.

- Como você sabe?

- Intuí. E é o nome do “Comandante Adama”. Eu gosto de Battlestar Galactica.

- É. E, antes de casar, eu comia muito o cu de Adama, com ela de quatro e imaginava...

- Que era Maguette.

Leia pegou o rosto molhado do africano com as duas mãos, beijou suas lágrimas e depois na boca carnuda. Um beijo cheio de amor que, à medida em que se prolongou, evoluiu para o tesão.

Depois do longo beijo, a travesti se empinou ajoelhada para ficar na altura certa e puxou carinhosamente a cabeça de Mbaye de volta para seu seio, mas agora para que ele pudesse mamar seu peito direito.

- Vem, meu bom Mbaye... mama minha teta... eu tenho leite pra curar tuas feridas... te manter forte... aiiinnnhhh... isso... eu... mama... assim...

Mbaye teve que se contorcer um pouco no sofá, para mamar aquela teta direita, a que ficava mais perto dele. Teria sido mais fácil se a fêmea o puxasse para o seio esquerdo, mas ela queria ter visão desimpedida da piroca de Mbaye, que já se encorpava.

- Aiiinnnhhh... assim, Mbaye... agora... quero que tu... aaahhh, que bom... quero que tu escute uma história... enquanto mama minha teta... uma história muito importante!

O gigante senegalês mamava com tesão o sensível mamilo da travesti, que em troca acariciava a cabeçorra e costas do macho.

- Espia, Mbaye... a gente pode escolher o que pensar... aiiinnnhhh... quero que tu imagine, meu amor... tu consegue, se quiser... e tu... meu amor... tu agora vai pensar que Maguette se curou... ele sobreviveu... curou o corpo e transformou o corpo... curou a alma e transformou a alma...

Mbaye ouvia e mamava, não com a fúria que seria capaz de fazer a travesti gozar apenas com as sucções no mamilo, mas com a ternura de um neném. E Leia, identificando-se muito com Maguette, lembrou de todas as agressões já sofridas por ser viada, para as excomungar e excomungar junto o trauma de Mbaye. Tudo o que importava para ela, naquele momento, era libertar seu homem daquele pesadelo.

- Maguette se curou... aiiinnnhhh... meu querido... Maguette é agora uma linda travesti... tem a própria empresa... tem um hotel onde é rainha... aiiinnnhhh... isso... mama... mama minha teta... Maguette tem lindos cabelos... um rosto feminino...

A visão da trans registrou o maravilhoso espetáculo da tora negra de Mbaye ficando completamente tesa, mas o melhor daquele show de ereção ainda estava por vir.

- Maguette... tem o corpo que eu tenho... aiiinnnhhh... tem essas pernas... essa bunda... esse seio onde tu mama... aiiinnnhhh... é tão bom o teu mamar... esse seio onde tu mama, é de Maguette...

Antes que Mbaye abraçasse com paixão o corpo da viada, sem parar de mamar, a travesti viu a cabeçorra preta da pica sair inteira do grande prepúcio, como se fosse uma flor desabrochando. E na pontinha da uretra havia o brilho do visgo pré-gozo.

Leia pensou “é agora” e fez força para afastar um pouco seu macho, segurando com força o rosto largo do negro entre suas duas mãozinhas e dizendo, olhando-o apaixonadamente:

- Maguette sou eu, Mbaye. E eu, Maguette, te perdoo. Te perdoo porque te amo! Sempre te amei! Por todos esses anos! Vem pra mim!

Um viu no rosto do outro que ambos transbordavam lágrimas, ternura e tesão, e o beijo que se seguiu foi uma explosão de energia tamanha, que se fosse aproveitada seria suficiente para levar aquele imenso navio até seu destino final, em Gênova.

As mãozinhas dela acariciavam a nuca e pescoço taurino dele. As manoplas dele passeavam prazerosamente pelas costas dela, até a bunda. O amasso era maravilhoso, mas aqueles corpos precisavam se fundir.

- Eu sou Maguette. E preciso muito de você, Mbaye!

Leia de novo afastou o corpanzil de Mbaye, e o fez com uma facilidade incrível, como se ela tivesse forças para levantar o gigante no ar. A travesti se ergueu lenta e sensualmente do sofá e rebolou até a cama mais lenta e sensualmente ainda, olhando de lado para o macho e falando:

- Eu sou Maguette e quero que você preste muita atenção em mim, quero que você preste muita atenção no meu corpo...

Leia subiu ajoelhada na cama, com os joelhos bem na beirada e completou:

-... e quero que você preste muita atenção no que eu vou dizer.

A linda e gostosa viada se posicionou no sapinho de quatro, o bundão empinado muito projetado para trás, os ombros também empinados, e uma expressão obscena de desejo no rosto.

- Desde a surra que eu tomei, Mbaye... eu, Maguette, fiz horas e horas de ginástica por dia... tomei e ainda tomo muitos hormônios femininos... tudo para agradar você, Mbaye. Tudo o que fiz no meu corpo, foi para te dar prazer.

Mbaye se levantou do sofá com a boca de lábios fartos aberta em desejo guloso, com os olhos arregalados para assimilar tudo o que via e com o cacetão lustroso e pulsante, de cuja cabeça escorria um fio de líquido pré-gozo.

- Agora vem, meu amor! Eu sou Maguette e preciso que você retribua tudo o que eu sofri... tudo o que eu fiz para merecer ser tua fêmea. Vem, Mbaye! Come Maguette de quatro, por favor!

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