Júlia despertou e eu continuava ali, fazendo leves carinhos por onde eu conseguisse. Ela depositou alguns beijos na curva do meu pescoço, ao mesmo tempo em que suas mãos encontravam o meu couro cabeludo para um intenso cafuné.
— Você não dormiu nenhum pinguinho? — Juh perguntou.
— Não. Achei muito mais proveitoso admirar a sua beleza. — Falei e senti o seu sorriso contra minha pele.
— Mentir é feio, sabia? Eu tô horrível, toda bagunçada... — Ela disse.
— Pois pra mim continua uma gatinha. — Falei, tentando trocar de posição. Fiquei por cima dela e dei alguns selinhos.
— Você que tá mais linda que o normal. Fica sempre muito bem de branco. — Juh elogiou.
Engatamos em um beijo lento e demorado, com minhas mãos já percorrendo caminhos surpresos, que denunciavam o desejo sentido por nós duas, já que também senti seus toques maliciosos.
— Vamos embora antes que eu decida ficar? — Falei, sem fôlego, enquanto apertava seu peito.
— Espera um pouquinho mais. — Ela disse rindo e me puxando para um abraço.
— É impressão minha ou você não quer ir mesmo depois de tudo? — Questionei.
— Eu quero muito, mas antes desejo me despedir dos meus pais. Não quero chegar lá com cara de quem chorou o dia inteiro, para eles ficarem me perguntando o que aconteceu... — Juh se justificou.
— Amor, eles têm muita sorte de ter você como irmã, viu? Se fosse comigo, ia voar bicho pra um lado e irmãos pro outro só da pisa que iam levar. Fora que eu ia abrir o verbo. — Disse-lhe.
— Só quero ir pra casa e deixá-los em paz. Eles não querem ser meus amigos, não querem meu amor... Então que vivam sem. Eu vou me dedicar a quem quer que eu esteja por perto... Também não sei fazer essas coisas de revidar, ainda mais sabendo todas as coisas tristes que eles já viveram. — A gatinha falou, sabiamente.
— Porra... cê tá certa, amor... Tem muita gente que te ama, você não precisa se provar pra ninguém... — Comecei, toda orgulhosa. — E aumente os honorários da sua psicóloga porque ela tá fazendo um trabalho excelente. — Brinquei, e Juh riu.
— Só não quero que digam que eu não tentei. — Ela disse.
— Mesmo doendo, você tentou, amô. — Falei, roubando novos beijos.
— Se eu disser que não ligo, é mentira. Porque eu passei a querer distribuir o afeto que recebo e construir um vínculo, uma amizade. Porém, eles não quiseram e é impossível quando a força de vontade é unilateral. — Júlia continuou dizendo, como em um desabafo.
— Você é a pessoa com o coração mais lindo que eu já conheci. — Falei, e dessa vez, ela quem roubou os beijos.
— Vamos lá fora? Cansei daqui... — Juh disse-me, sentando sobre a cama.
— E seu pezinho tá doendo? — Perguntei, passando a mão de leve.
O dorso estava levemente inchado e com uma coloração que se aproximava do roxo. A maioria dos seus dedos estavam arranhados.
— Tá. — Me respondeu, fazendo um biquinho.
— Sei que você não quer gastar energia com seus irmãos, e acredito de verdade que você esteja certa, mas a minha vontade é de esganá-los. — Disse, com um tom enraivado.
— Acho que você tem que me levar carregada. — Juh falou, convencida e mudando de assunto.
— Huuuum, é mesmo? — Perguntei, e a gatinha já esticava os braços em minha direção.
A surpreendi carregando-a da maneira convencional, e descemos rindo, enquanto ela reclamava de não encontrar seus elásticos de cabelo.
— Vamos deitar aqui? — Juh pediu, quando passamos pelo pé de oliveira.
— Você quem manda. — Falei, colocando meu amorzinho no chão.
Ela ficou olhando ao redor, enquanto eu já apreciava o céu. Nesse momento, estava muito bonito, em um tom de azul-anil.
— Não tem bichinho. — Falei, chamando-a com as mãos.
E por ali ficamos por bastante tempo. Falamos muito sobre nossos filhos, e eu disse que achava que ela ia ter um probleminha com Mih quando chegasse em casa.
— Eu vou dar muito denguinho pra eles, até que esqueçam que eu fiquei sem sinal. — Júlia falou, sorridente.
— Não sei eles dois, mas com um sorrisinho desse eu sou capaz de perdoar qualquer coisa. — Disse-lhe e colei nossos lábios.
De longe, vimos Iury em uma árvore, balançando as pernas enquanto comia alguma fruta.
— Idiotas. — Juh falou, brava, olhando na direção dele.
— Sério que é o pior que você consegue? — Perguntei, rindo. — Tenta de novo... — Incentivei.
— Imbecis. — Ela disse, porém ria.
— Ahhhh não, tenta: “Seus filhos da puta!” — Exclamei.
— Amoooor! — Juh me repreendeu, balançando meus ombros.
— Com todo respeito à minha sogra, claro. — Justifiquei, e nós rimos.
Ouvimos passos e Iury vinha lentamente em nossa direção. Sem nem perceber, a gatinha apertou o abraço.
— Não quero conversar com ele. — Juh falou.
— Tudo bem, eu digo pra ele. — Disse, passando a mão carinhosamente em seu braço.
Ele chegou e sentou-se onde estávamos. Júlia não o encarou.
— Melhor vocês conversarem depois... — Disse-lhe, em um tom calmo.
— Eu só vim pedir desculpa. — Ele disse, com dificuldade.
Juh ergueu o olhar lentamente, respirando fundo.
— Tá. — Foi tudo que ela respondeu, de maneira seca.
— É só isso? — Ele questionou, e parecia indignado.
— Uhum. — Júlia assentiu, olhando de volta para o céu.
— Você não vai facilitar, né? — Iury perguntou, a voz carregada de irritação contida.
— Não tem o que facilitar. — Juh respondeu, firme.
Ele passava a mão inúmeras vezes no rosto, completamente irado.
— Olha, eu não sei fazer diferente disso. Só pedi desculpa porque não quero que nossos pais percebam e fiquem tristes. Pra mim e pra Lana... foi só uma brincadeira. — Meu cunhado explicou, de forma natural.
Senti o sangue ferver e sentei. Eu não conseguiria ficar calada por mais tempo.
— Brincadeira? Iury, foi mais do que uma brincadeira de mau gosto. Vocês a viram chorando, implorando pra pararem, e mesmo assim continuaram. Em nenhum momento vocês pensaram em parar! Eu sempre torci para que vocês três fossem unidos, mas quando vocês agem assim… não tem desculpa que dê jeito. — Falei, com certa rispidez.
— Você não entende! Eu já coloquei um sapo no travesseiro da Lana uma vez, e ela já colocou baratas no meu boné. É assim entre a gente. É normal! — Meu cunhado disse, fechando os punhos.
— Normal? Você tá se ouvindo? Eu não sou a Lana, Iury! Não dá pra chamar de normal ver alguém entrar em pânico e continuar rindo! — Júlia exclamou, enfurecida.
— Eu tô tentando, tá bom?! Eu não sei pedir desculpa, mas eu tentei do jeito que eu achei que era certo! Tudo que eu faço é errado, tudo que eu falo não é correto. Antes tivessem me deixado naquele inferno! — Iury gritou, com a voz embargada.
— Chega dessa conversa. Não tá fazendo bem pra nenhum dos dois. Outro dia, com os ânimos mais calmos, talvez ela seja mais proveitosa. — Falei, tentando acalmá-los.
Ele virou as costas e já saía com a respiração acelerada. Pelo tom de voz, dava pra perceber que estava segurando o choro.
— Iury, volta aqui! — Juh o chamou, com pressa.
— O que é? — Ele gritou, voltando-se para nós.
Sinceramente, eu não estava entendendo mais nada.
A gatinha esticou os braços e o chamou com as mãos, e todo desconfiado, Iury foi se aproximando aos poucos, até deitar no abraço da irmã. Ele até tentou segurar o choro, mas não conseguiu, então escondeu o rosto da forma que pôde.
— Eu desculpo... — Juh sussurrou, beijando a cabeça dele enquanto o balançava de leve nos braços.
— Não precisa ter vergonha de chorar... — Falei, assanhando o cabelo dele.
Eles ficaram assim por alguns minutos, até a respiração dele começar a se acalmar. Júlia não disse nada além daquele “eu desculpo”, e acredito que foi o bastante. O simples fato de ele ter se permitido chorar nos braços dela e o ato da gatinha de encontrar espaço para esse perdão, mesmo depois de tudo, já dizia mais do que qualquer discurso.
— Chega, agora devolve minha muiézinha. — Brinquei, puxando Juh para mim, e eles riram.
— Também tenho meus direitos de irmão. — Ele ironizou, convencido.
— Não queira entrar nessa disputa, vai sair humilhado. — Brinquei, dando um selinho na irmã dele.
Juh me abraçou, rindo e olhando para ele.
— Assim que eles estavam abraçando meus pais, rindo para mim cinicamente. — Júlia disse, simulando em mim.
Iury riu, denunciando que era verdade.
— Que mentira, nunca fiz isso. — Falou, descaradamente.
A gente ficou ali rindo da cara de pau dele, com Juh me abraçando e bagunçando o cabelo de Iury. Ele, todo sem graça, tentava se defender das nossas provocações, mas estava claro que estava gostando de se sentir incluído.
— Coitado… tá de vela aqui. — Eu falei, rindo.
— Tá mesmo! Vai embora, Iury. Vai procurar a sua irmã pra eu ficar com meu amorzinho. — A gatinha disse, em um tom humorado.
— Falando nisso… cadê a Lana? — Perguntei.
Júlia fechou um pouco a cara e soltou um suspiro.
— Não quero falar com ela. — Ela disse, decidida.
— E tu… tu perdoa ela também? — Perguntou, com um tom mais baixo e aparentemente preocupado.
— Como? Eu nem sei se ela quer ser perdoada, Iury… — Júlia disse, encarando-o.
— Pô, Julinha… Lana não vai colar aqui pra pedir perdão não, tá ligada? Não é o tipo de parada que ela saiba fazer... Eu sei que ela se arrependeu e, se vocês fossem mais próximas, ela iria mostrar isso, mas não com palavras, sacou? — Ele falou, visivelmente nervoso.
— Não sei… — Juh respondeu, desviando o olhar dele e apertando mais o abraço em mim.
— Ihhhh… minutos atrás tu também não queria nem ver o Iury pintado de ouro. — Brinquei, beliscando de leve a cintura dela.
Juh soltou um “ai” indignado, saindo irritadinha dos meus braços, e Iury, todo esperto, aproveitou para abraçá-la.
— Perdeu, Lore! — Ele brincou, mostrando a língua para mim.
— Olha só a ousadia! — Exclamei.
— Vou te deixar aí com ele. — Zoei.
— Não, não. — Juh disse, sem segurar o riso e negando com a cabeça.
Isso me forçou a ir ao seu encontro para roubar um beijinho.
Depois de algumas boas risadas e de ver Júlia finalmente sorrir de verdade, resolvemos entrar. A gente precisava voltar e ainda íamos nos despedir de Sr. Zé e D. Jacira.
Lana estava sentada com eles no sofá, aprendendo a costurar alguma coisa. Parecia entretida, até entrarmos. Rapidamente ela levantou e foi até seu quarto.
Nos despedimos, Juh revisou o quadro de horários e recomendações algumas vezes e, quando já estávamos quase entrando no carro, Lana apareceu.
— Você deixou tudo zoneado. — Ela disse, entregando vários elásticos de cabelo organizados em uma caixa.
— Ah, valeu... deve ter caído... — Júlia respondeu, timidamente.
Ergui a sobrancelha para Iury, que estava quase cascando o bico só em observar as duas.
— Tchau? — A gatinha perguntou, sem jeito.
— É, né. — Lana falou, começando a se afastar, mas Juh a abraçou.
E foi perceptível a confusão inicial e o alívio final na face da garota. Acredito que Lana não queria, porém deixou escapar um sorrisinho.
— Já ia esquecendo, toma... — Juh disse, entregando uma sacolinha a cada irmão. Os celulares estavam dentro, em uma caixa. — Mas só podem abrir quando eu for embora. — Ela alertou.
— O que é? — Minha sogra perguntou, curiosa.
— Tchauzinhooooo. — Juh acenou, rindo.
Chegamos em casa e fomos direto para o banho. Júlia estava novamente radiante de felicidade e, entre abraços, beijos e carícias, fomos parar na cama, aproveitando nossas últimas horas sozinhas.
Me inclinei e deixei um rastro de beijos quentes por sua barriga até chegar entre suas pernas. Os gemidos baixos já escapavam quando minha língua tocou o seu clitóris, deslizando lentamente, mas firme, fazendo a gatinha se contorcer.
Ela gemeu, segurando meus cabelos com as duas mãos, puxando de leve enquanto eu aumentava o ritmo, alternando entre movimentos circulares e longas lambidas.
Quando os quadris dela começaram a se mover de encontro à minha boca, soube que ela estava perto, mas resolvi torturá-la um pouco mais. Retirei-me, sorrindo ao ver o olhar de súplica.
— Amooooor… — Juh reclamou, impaciente.
— Hoje vamos inaugurar brinquedinho. — Falei, puxando a nossa nova caixa.
— Vem logo. — Júlia pediu, manhosa.
Voltei a me posicionar, beijando-a intensamente enquanto meus dedos a preparavam, sentindo-a úmida e quente. Quando percebi que ela estava pronta, comecei a penetrá-la devagar com o parcker, observando cada reação dela.
— Aaannnn... — Ela gemeu, me fazendo estremecer. — Ok, isso é muito melhor que os outros… — Disse, me agarrando e puxando-me cada vez mais para ela.
Aumentei o ritmo aos poucos, mantendo uma mão em seu quadril para dar mais firmeza. Os gemidos se tornaram mais altos, mais desesperados, e seus olhos se fecharam com força enquanto ela mordia o meu lábio inferior.
Júlia implorava para que eu continuasse, completamente entregue nos meus braços, perdida de prazer.
Senti as pernas dela tremerem e sua respiração descompassar. Tomei o pescoço de Juh e dei leves mordidas.
— Goza pra mim, amor… — Sussurrei em seu ouvido.
A gatinha suspirou alto e seu corpo inteiro se enrijeceu. Eu a beijei com carinho, ainda mantendo a penetração, enquanto observava os efeitos daquele orgasmo.
Juh sentou sobre minha virilha, fazendo o coque de maneira sexy. Levantei-me e suguei um dos seus peitos. Sentia suas pernas ainda trêmulas e, de repente, fui empurrada de leve até que eu caísse de costas na cama. Ela me olhou com aquele sorriso malicioso que só aparece quando estava prestes a me enlouquecer.
— Agora é minha vez de brincar com você… — Disse com a voz rouca, os olhos brilhando de desejo.
— Puta que pariu, você é gostosa demais. — Falei, dando um tapa em sua bunda.
~ Ela apanha e ri, desgraçadinha toda 😫🔥😏
Sua língua fez um caminho devagar sobre meu corpo, fazendo questão de me provocar. Seus lábios atacaram o meu pescoço com beijos e mordidas suaves, enquanto suas mãos exploravam cada centímetro de mim. Apertei com gosto a bunda dela e ouvi seu gemido abafado contra a minha pele.
Sem aviso, Juh deslizou para baixo, beijando e lambendo o meu abdômen até alcançar a parte interna das minhas coxas. Sua língua me penetrou e um gemido escapou involuntário.
— Caralho, Juh… — Murmurei, cravando os dedos nos lençóis enquanto ela alternava entre movimentos rápidos e lentos, sugando com força.
Ela ergueu o olhar e me encarou com aqueles olhos cheios de luxúria, enquanto deixava a ponta da língua brincar com o meu clitóris, provocando arrepios intensos por todo o meu corpo.
Me observando enlouquecida, ela mantinha um sorriso sacana, me chupando de maneira cada vez mais intensa.
Dois dedos seus deslizaram para dentro de mim com facilidade, enquanto ela mantinha o ritmo frenético da língua. A combinação me fez arfar alto, até que senti um formigamento feroz e um súbito calor se acumular violentamente na minha pepeca, enquanto a minha musculatura se fechava ao redor dos seus dedos.
Gozei com um grito abafado, o corpo arqueando na cama enquanto minhas mãos seguravam os lençóis com força.
Juh subiu com um sorriso vitorioso e me beijou carinhosamente.
— Safada… — sussurrei, rindo entre selinhos, ainda tentando recuperar o fôlego.
— Sua! — Juh exclamou.
— Sério, amor… pode brigar com seus irmãos mais vezes se for pra voltar toda feliz assim e a gente transar gostosinho depois. — Falei, rindo.
Ela soltou uma gargalhada gostosa, levantando a cabeça pra me encarar.
— Você não presta… — disse, mordendo de leve meu lábio inferior.
— Mas você ama… — respondi, puxando-a só para beijá-la outra vez.
— Demais… — ela sussurrou, antes de colar a boca na minha de novo.
Convenci minha gatinha a tomar um banho frio e ela me fez lavar o cabelo dela. Aproveitei para fazer o mesmo com o meu, e isso fez com que nós passássemos tempo demais ali, porém não foi um problema.
~ Ficou até parecendo uma estratégia para continuar a trocar beijos com minha muié pelada na minha frente, mas juro que não foi 😏🤞🏽
Depois disso, fomos até a casa de Lorenzo buscar as crianças e acabamos descobrindo que estavam na casa de Loren, vendo os primos.
Eu confesso que fui braba, pronta para chamar a atenção deles. Contudo, vê-los com Alice e Tiago me deixou rendida e imaginando coisas...
Como eu contraí COVID-19 logo no início, acho que pilhei um pouco... Lorenzo e Loren eram meus vizinhos, quase não saíam de casa, e o maior perigo eles tinham em casa. Comecei a pensar de uma perspectiva para que eles não sentissem tanta falta dos tios e agora dos primos.