Nunca falei isso pra ninguém. Nem ele sabe que eu lembro de cada detalhe daquele dia.
Foi na casa dos meus avós. Tarde quente, sem muito o que fazer. Eu tava deitado na rede da sala, só de short largo, sem cueca. O ventilador rodava preguiçoso. A brisa batia devagar, mas meu corpo tava inquieto — sem saber se era o calor... ou o pensamento que não saía da minha cabeça.
Victor.
A gente sempre foi grudado. Crescemos juntos, dormimos juntos em redes, sofás, campings. Só que o tempo passou. E ele ficou… diferente. Forte. O peito largo, o braço marcado, o sorriso cada vez mais sacana. E ultimamente, toda vez que ele chegava perto, eu sentia meu corpo reagir. Só que nunca falei. Nunca mostrei. Era só eu... achando que tava viajando.
Até aquele dia.
Ele apareceu do nada, todo suado, com a camisa no ombro e o short baixo, mostrando a borda da cueca.
— E aí, otário. Só na preguiça?
— Vem sentir o drama — respondi, batendo na rede.
Ele riu e subiu com aquele jeito largado de sempre, como se fosse natural deitar por cima de mim. As pernas dele entre as minhas, o peito encostando de leve, o calor do corpo dele se misturando com o meu.
— Porra, tá quente mesmo — ele murmurou, passando a mão na barriga e deixando o corpo cair mais em cima de mim.
— Sai, porra — brinquei, fingindo empurrar.
— Tu que chamou — ele respondeu, sem sair. O quadril dele colou no meu. O pau dele prensou na minha coxa.
Eu gelei.
Mas ele não se mexeu. E eu também não. Só fiquei ali… tentando entender se aquilo foi sem querer… ou não.
Ficamos alguns segundos em silêncio. A respiração dele encostava no meu pescoço. A mão dele caiu, pesada, na lateral da minha barriga. E ele deu uma risadinha.
— Tu tá quieto, viu?
— É que tu tá em cima de mim, idiota.
— E tá incomodando?
Engoli seco.
— Não.
— Então fica de boa — ele murmurou, se ajeitando. Só que no que se mexeu… o pau dele roçou com mais firmeza. E não tinha mais como disfarçar: ele tava duro.
Eu travei.
E ele sentiu.
— Foi mal — ele disse, bem baixinho, quase envergonhado.
Eu fiquei quieto. Só que, em vez de empurrar ele… eu deixei.
Deixei ele continuar deitado. Deixei o quadril dele colado no meu. E naquela tensão muda, alguma coisa virou dentro da gente.
Ele começou a se mexer… de leve… só o quadril roçando. Eu senti o volume dele encontrar o meu, mesmo por cima do tecido. E retribuí. Movimentei também.
Ele parou. Respirou pesado.
— Tu…?
— Tô — respondi, olhando pra cima, sem coragem de encarar ele nos olhos. — Tô também.
— Porra… — ele soltou, ofegando. — A gente tá mesmo…?
— Acho que sim.
E nesse “acho que sim”, o corpo dele desceu por completo. O peito colado no meu. As pernas se ajustaram, e os nossos paus ficaram alinhados, presos, duros, pressionados entre os shorts. A rede rangia devagar, mas não dava pra parar.
— Eu nunca… fiz isso — ele disse, baixinho.
— Nem eu. Mas... eu quero.
Ele ficou quieto por um segundo. Depois, começou a rebolar. Devagar. Hesitante. Mas com vontade.
— Porra… isso é bom demais — ele murmurou, com a boca quase na minha.
— Tá sentindo meu pau no teu?
— Tô… tá quente… tá duro… igual ao meu.
— Então esfrega.
E ele esfregou. Desceu o quadril com mais peso. O atrito cresceu. O calor também. As mãos dele seguravam meu ombro com força. Eu passava as unhas nas costas dele, marcando.
A rede balançava, gemendo junto com a gente.
— Eu tô… perto — ele disse, com a voz falhando.
— Vai… pode gozar. Eu tô junto.
Mais duas sarradas. Mais uma descida pesada.
E ele gozou.
No meu corpo. Colado. Tremendo.
E quando senti o dele… o meu veio também. Forte. Silencioso. Molhado.
Ele caiu por cima de mim, suado, ainda ofegante.
Ficamos ali. Nenhum dos dois sabia o que dizer. Mas o corpo falava tudo.
Victor ainda tava deitado em cima de mim. O corpo quente, suado, colado no meu. O peito dele subia e descia devagar, ofegante. Eu sentia o coração dele batendo acelerado contra o meu. E no meio da gente… as cuecas meladas, o pau dele ainda meio duro, pressionado no meu, úmido, pesado.
— Caralho… — ele murmurou, quase rindo. — A gente fez mesmo isso?
— Fez — respondi, com a voz falha. — E foi foda pra caralho.
Ele apoiou o queixo no meu ombro, ainda sem se mexer muito.
— Tô com medo de olhar pra tua cara agora.
— Por quê?
— Porque se tu rir… eu vou rir também. E a gente nunca mais vai conseguir conversar sério.
Fiquei em silêncio por dois segundos. Aí respondi:
— E se eu quiser fazer de novo?
Ele parou. Ficou em silêncio. O corpo ainda colado no meu.
— Tu quer?
— Quero.
— Agora?
— Daqui a pouco.
Ele deu uma risada curta, sem se afastar.
— Eu tô… meio perdido. Mas porra, eu gostei. Gostei muito. Mais do que achei que ia gostar.
— Eu também — confessei. — E não é só porque eu tava com tesão. É… contigo.
Ele levantou um pouco o rosto, finalmente me olhando.
— Então... o que a gente faz?
— A gente repete — falei, com um sorriso.
Ele retribuiu com um olhar meio sem jeito, mas cheio de fogo.
— Tua cueca tá toda melecada — ele disse, como se fosse novidade.
— A tua também, porra — rebati. — Tá colada no meu corpo até agora.
Ele se mexeu devagar, roçando de leve, e a fricção fez a gente gemer ao mesmo tempo, mesmo depois de ter gozado.
— Tu sabe que se continuar assim, a gente vai de novo, né?
— E quem disse que eu não quero?
Ele mordeu o lábio, abaixou a cabeça, e deixou um beijo no meu pescoço. Lento. Quente. Úmido.
— Daqui a pouco — ele repetiu, com a voz baixa. — Mas eu quero de novo. Com mais tempo. Com mais pressão. Com tua mão na minha cintura. Com meu pau colado no teu até a gente explodir junto.
— Então fica aqui — falei, abraçando ele forte. — A rede ainda aguenta.
A gente ainda tava colado na rede, o suor secando devagar no corpo, o cheiro do gozo impregnado na pele, o peito dele colado no meu. Mas mesmo depois de tudo que tinha acabado de acontecer... o pau dele ainda estava duro. E o meu também.
Victor levantou o rosto e me olhou. Dessa vez sem riso, sem vergonha. Só desejo.
— Bora pro quarto?
— Tu quer?
Ele passou a mão devagar pelo meu peito, escorregando até minha barriga, e respondeu:
— Quero de novo. Mas agora de verdade. Na cama. Quero ver tua cara inteira quando eu estiver sarrando em ti.
Eu engoli seco e balancei a cabeça.
Levantei primeiro. Ele veio atrás. A cueca dele toda melada marcando o volume, colando na pele. A minha estava grudando no corpo também, ainda quente do gozo.
Entramos no quarto.
A luz fraca da lâmpada deixava o clima mais abafado, mais íntimo. Me deitei no colchão, abrindo as pernas, o corpo já arrepiado só de imaginar ele vindo.
Victor veio caminhando devagar, com o pau pressionado contra o tecido úmido da cueca, que já tinha mancha de porra.
— Tu é gostoso pra caralho, sabia? — ele soltou, me olhando como nunca tinha olhado antes.
— E tu é o meu problema — respondi. — Porque depois de hoje, eu não vou mais conseguir ficar sem isso.
— Então bora repetir — ele disse, subindo na cama e vindo por cima, devagar.
Se deitou sobre mim, peito colado com peito, o corpo encaixado como antes, mas dessa vez com calma, com intenção. Passou o nariz pelo meu pescoço, o rosto colado no meu, e sussurrou:
— Tu tem cheiro de gozo e vontade.
— E tu tem cheiro de suor e vício — respondi.
Ele começou a se mover. Devagar. O pau dele pressionando no meu, quente, duro, encaixado. As cuecas já faziam barulho de fricção. O corpo dele descia com mais peso, a bunda encaixando no meu quadril.
— Porra… teu pau tá pulsando — ele gemeu. — Tá colado no meu. Tô sentindo tudo.
— Continua — pedi, segurando firme nas costas dele. — Faz devagar, mas não para.
E ele obedeceu.
A sarrada começou lenta, ritmada. Os quadris se mexendo num vai e vem úmido. A cama rangendo. O ar ficando mais denso. Cada gemido abafado dele no meu ouvido me deixava mais entregue.
— Gosta assim, né? — ele sussurrava. — Gosta quando eu rebolo devagar, te marcando com meu pau.
— Gosto quando tu desce com tudo e me cola em ti — respondi, arfando.
Ele acelerou um pouco. As cuecas já meladas da primeira vez voltavam a se encharcar. O pau dele raspava no meu como se quisesse se fundir. E ele começou a falar mais. Solto. Safado.
— Sente isso, porra… o jeito que encaixa… teu pau gruda no meu como se tivesse saudade.
— Tava com saudade mesmo — falei. — Só não sabia até agora.
Ele riu, gemendo.
— Tua pele é quente… tua cara de puto gemendo por baixo de mim me deixa maluco…
Eu tremia. O gozo já subia de novo, mas eu queria segurar. Queria durar. Queria ouvir mais.
— Tu quer que eu goze em ti de novo? — ele provocou.
— Quero que tu me sinta inteiro. Quero que tu goze me olhando. Rebolando.
— Então segura, caralho — ele rosnou, e desceu com força, sarrando com mais firmeza, mais desejo, mais intensidade.
O som das cuecas molhadas batendo uma na outra, os corpos encharcados, os quadris se chocando. A cama tremia. O quarto era um campo de batalha entre dois corpos que se descobriram.
— Eu tô vindo — ele gemeu.
— Junto.
E a gente gozou de novo. Forte. Colado. As bocas próximas. Os gemidos abafados. O corpo dele tremendo sobre o meu.
Dessa vez, depois, ele não saiu de cima. Só ficou ali. Apoiou a testa na minha.
— Agora fudeu, né?
— Fudeu sim — respondi. — Porque eu só quero isso agora.
Ele sorriu, passou a mão no meu rosto, e disse:
— Então amanhã… a gente começa mais cedo.
Continua...