Segredos do Coração - Superando o Passado. Parte 37.

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 7277 palavras
Data: 14/07/2025 17:13:43

E então, inesperadamente, Celo soltou uma frase que fez Anna e Mari se entreolharem:

— Talvez ... aquele só tenha sido o momento errado. Foi apressado, sem muito cuidado. Quem sabe aquilo tenha acontecido para nos ensinar. Principalmente a mim. Talvez, no futuro ...

Mari arregalou os olhos, surpresa com a fala do marido. Anna, de imediato, levou a mão ao peito com um sorriso malicioso:

— Para de me provocar, homem … meu coração é frágil, você sabe. — Ela brincou.

Paul deu uma gargalhada curta, olhando de Celo para Anna e depois para Mari. Celo apenas piscou para os dois e, segurando firme a mão de Mari, concluiu com um sorriso leve:

— Vamos? Nossa noite está apenas começando.

Mari riu, meio sem acreditar, e o seguiu. O portão se fechou atrás deles. E a madrugada, enfim, pertencia só aos dois.

Continuando:

Parte 37: “Eu Quero Mesmo É Viver, Pra Esperar, Esperar, Devorar Você”

O portão da casa de Paul se fechou atrás de Celo e Mari, e o ar noturno pareceu criar um casulo só para os dois. Ainda na calçada, Celo tomou Mari pela cintura, inclinou-se e a beijou devagar, com uma doçura que misturava paixão antiga e novas promessas. Quando o beijo terminou, ele abriu a porta do carro para ela, fazendo um leve aceno galante. Mari entrou, sorrindo como uma adolescente apaixonada.

Celo contornou o capô, acomodou-se ao volante e, por um instante, ficou apenas observando a esposa à luz suave do painel.

— Você confia em mim? — Ele perguntou, envolvendo a mão dela entre as suas. — Fiz planos para esta noite.

Mari, surpresa pelo tom solene, inclinou a cabeça.

— Confio, sim. Acho que você está merecendo um voto de confiança. — Respondeu, brincando, mas com sinceridade nos olhos. — O que você está aprontando?

— Chega de repetir velhos erros, Mari. — O olhar dele era terno, mas firme. — Quero fazer diferente … levar a nossa cumplicidade para outro nível. Você está pronta para se entregar de verdade? Para evoluirmos juntos?

Mari deslizou os dedos pela barba dele e o beijou de leve.

— Eu consegui exorcizar a maioria dos meus fantasmas, Celo. Estou pronta para não ser só mãe e esposa, mas também a amante que você sempre quis e precisou. — Ela confessou, num sussurro carregado de promessas.

Celo sorriu. E naquele sorriso havia alívio, desejo e gratidão. Ele girou a chave, o motor rugiu e o carro deslizou pelas ruas, tranquilamente. A cada esquina, Mari perguntava para onde estavam indo, e, a cada vez, ele respondia apenas: “Confia em mim”. O trajeto os levou para fora do centro, onde a iluminação pública se espaçava e o silêncio era cortado apenas pelo som dos pneus no asfalto.

Os olhos de Mari brilharam assim que Celo deu seta e virou à direita. A fachada imponente, iluminada com luzes sutis e sofisticadas, logo se revelou. Por um segundo, ela achou que estavam diante de um castelo moderno, mas o letreiro elegante e dourado dissipou qualquer dúvida: "Motel Fetiches e Sensações", o mesmo lugar que Anna e Fabi comentaram em um dos almoços, despertando a curiosidade de Mari.

— É sério isso, amor? Você fez reserva aqui? Você sabe o que é esse lugar? — Ela perguntou, surpresa, quase sem acreditar.

Celo sorriu, com aquele brilho maroto nos olhos.

— Anna me contou que você ficou curiosa quando ela falou. Eu entendi o recado e me antecipei. Fiz questão de planejar tudo nos mínimos detalhes.

Na recepção, Celo confirmou a reserva com discrição. Minutos depois, o carro deslizou suavemente para dentro da garagem privativa da suíte que havia sido reservada.

Mari ainda tentava processar a surpresa, o coração acelerado, os pensamentos a mil. O gesto, o cuidado, a ousadia, tudo parecia se alinhar perfeitamente com o novo momento que viviam.

O som da porta se fechando reverberou suavemente pelo quarto temático, abafado pelas paredes aveludadas em vermelho profundo. Mari respirou fundo, sentindo o calor do ambiente envolver sua pele como um convite. Mal conseguia conter a ansiedade que borbulhava dentro de si.

O espaço exalava uma opulência provocante. As luzes eram baixas, com tons suaves, estrategicamente posicionadas para realçar os detalhes sensuais da suíte. A cama, ampla e redonda, estava coberta por lençóis de seda preta que refletiam a luz de forma sutil. Cortinas pesadas nas janelas e espelhos bem-posicionados davam ao ambiente uma aura teatral e erótica.

Mas o que realmente capturou a atenção de Mari foi o conjunto de objetos espalhados, cuidadosamente, sobre uma mesa de madeira escura, ao lado da cama: vibradores de diferentes tamanhos, géis excitantes, óleos aromáticos e algemas de veludo. Havia ainda máscaras, plumas e uma venda de cetim vermelho, dispostos com uma elegância quase artística. Todos bem embalados ainda, deixando claro que eram produtos novos, nunca usados.

E num canto discreto, mas impossível de ignorar, estava uma cadeira erótica estofada em couro, com apoios ajustáveis, cintos e pontos de apoio estratégicos, pensada para despertar curiosidade e ousadia em qualquer casal.

A música que tocava, ecoando baixo pela suíte, já mostrava o que estava por vir. “Te Devoro”, do Djavan.

“Teus sinais me confundem da cabeça aos pés

Mas por dentro eu te devoro

Teu olhar não me diz exato quem tu és

Mesmo assim eu te devoro

Te devoraria a qualquer preço

Porque te ignoro ou te conheço

Quando chove ou quando faz frio

Noutro plano, te devoraria tal Caetano

A Leonardo DiCaprio

É um milagre

Tudo que Deus criou pensando em você

Fez a Via-Láctea, fez os dinossauros

Sem pensar em nada, fez a minha vida

E te deu

Sem contar os dias que me faz morrer

Sem saber de ti, jogado à solidão

Mas se quer saber se eu quero outra vida

Não, não

Eu quero mesmo é viver

Pra esperar, esperar

Devorar você”

Celo a observava com um sorriso malicioso nos lábios. Aproximou-se da mesa, pegou um dos vibradores, rompeu o lacre da embalagem e o acionou. O zumbido baixo e constante preencheu o silêncio do quarto, vibrando também dentro dela. Não no corpo, ainda, mas na expectativa.

— A noite é nossa, amor. Sem pressa. Sem regras ... Só a gente. Pronta para uma noite diferente? — Ele perguntou, aproximando-se dela com passos lentos e calculados.

Mari sentiu um arrepio percorrer sua coluna enquanto ele colocava o vibrador na palma da mão, sentindo a vibração antes de levá-lo até o pescoço dela.

Era impossível ignorar a energia sexual que pairava no ar. Mari respirava fundo, sentindo a vibração suave descer pelo seu corpo enquanto Celo explorava cada curva. Ele começou devagar, massageando seus ombros com o brinquedo, e ela deixou escapar um gemido baixo quando a vibração atingiu suas costas. Celo sabia exatamente o que estava fazendo e, aquela confiança, apenas aumentava a excitação dela.

— Você fica tão linda assim, relaxada … — Ele sussurrou em seu ouvido, trazendo o vibrador para a frente do corpo dela.

Com movimentos delicados, ele começou a traçar círculos em torno dos seios dela, fazendo com que os mamilos endurecessem imediatamente. Mari mordeu o lábio, tentando controlar a onda de prazer que varria seu corpo. Era intenso, mas ainda era apenas o começo.

Devagar, alternando o vibrador e beijos carinhosos pelo corpo, Celo foi tirando cada peça de roupa que Mari vestia. O vestido encontrou o chão em segundos, a deixando apenas com a calcinha.

Celo, então, largou o vibrador, apenas por um instante, e pegou um dos óleos especiais que esquenta ao contato com a pele. Ele derramou um pouco em suas mãos, esfregando-as para aquecer o líquido antes de aplicá-lo nos seios de Mari.

Ela arqueou as costas, cada pelo do corpo arrepiando, quando o calor começou a se espalhar, intensificando a sensibilidade da área. Ele usou os dedos para espalhar delicadamente, massageando-a com cuidado, mas com uma pressão que fazia com que ela quase perdesse o fôlego.

— Ahhhh, amor … que gostoso. — Ela gemeu, sentindo suas pernas começarem a tremer.

Ele não parou. Pegou o vibrador novamente e com o aparelho ainda ligado, começou a descer, focando na barriga antes de chegar à região mais sensível. Mari sabia que logo seu corpo estaria completamente entregue a ele.

Celo a beijou profundamente, saboreando cada movimento dos lábios dela enquanto suas mãos continuavam a explorar. Aquele beijo era mais do que apenas físico, era uma promessa do que estava por vir, e quando ele finalmente se afastou, estava claro que Mari não tinha nenhuma intenção de reclamar ou pedir que ele parasse.

Celo olhou fixamente para ela, com uma intensidade que fez seu coração acelerar.

— Se deita na cama. — Ele ordenou suavemente e Mari obedeceu sem hesitar.

Ela se deitou na seda macia, sentindo o tecido frio contra sua pele quente. Ele recolheu o vibrador e os óleos, colocando tudo ao alcance das mãos.

— Hoje eu quero te dar algo realmente único e especial. — Ele disse, pegando um vibrador maior desta vez.

Ele levou o brinquedo até a parte interna da coxa dela, fazendo-a estremecer com o contato. A vibração era mais forte e cada movimento dele criava ondas de prazer que pareciam percorrer todo o corpo de Mari.

Mari mal conseguia raciocinar enquanto ele trocava de posição, chegando entre suas pernas. Ele usou o óleo novamente, desta vez derramando-o diretamente sobre ela. O calor foi instantâneo.

— Hummm … assim é covardia. — Ela gemeu quando ele espalhou o líquido com seus dedos, massageando-a.

— Eu preciso te provar … — Celo sussurrou, aproximando-se ainda mais.

Mari respirou fundo, esperando o que estava por vir. Celo começou a beijá-la, em volta do umbigo, na lateral da barriga, e o calor da língua dele, combinado com o óleo quente, foi absolutamente eletrizante. Mari se segurou nas laterais da cama, tentando manter o controle enquanto ele a devorava.

— Aí, amor … tá gostoso demais …

Celo não tinha pressa. Ele sabia exatamente o que fazer, se preparou para aquele momento, e usava isso ao seu favor. Alternando entre movimentos lentos e rápidos da língua, ele explorava cada centímetro do corpo dela.

Ele, então, levantou o vibrador, colocando-o contra seu clitóris, ainda protegido pelo tecido rendado da calcinha, enquanto continuava a usar a boca. Ela arqueou as costas mais uma vez, incapaz de evitar os sons de prazer que escapavam de seus lábios.

— Ahhhh, amor … você está me deixando louca … — Mari gemeu, sentindo o orgasmo se aproximar.

Celo pareceu ficar ainda mais animado com isso, pois não esperava que Mari chegasse tão cedo ao orgasmo. Ele aumentou a intensidade de todos os seus movimentos. Era demais para ela aguentar e, finalmente, Mari atingiu o pico do prazer, aceitando tudo o que Celo estava lhe dando.

— Ahhhhhhhhhhhhh, meu Deus ... — O corpo dela tremeu com uma intensidade que Celo nunca havia presenciado — … como assim … não aguentei, me desculpa.

Celo a acalmou, beijando sua boca com paixão.

— Só estamos começando … não precisa se desculpar.

Quando o corpo de Mari finalmente parou de tremer, ele se afastou, olhando para ela com um sorriso satisfeito.

— Pronta para mais? — Perguntou, colocando o vibrador de lado e se aproximando dela novamente.

Celo a olhou com aqueles olhos que sempre a faziam perder o fôlego.

— Você confia em mim? — Ele perguntou, enquanto esticava a mão ao lado da cama.

Celo pegou um conjunto de algemas de veludo e cordas de seda. Mari sentiu, novamente, um frio na espinha, mas também uma excitação crescente. Ela sempre teve curiosidade sobre o mundo do bondage, mas nunca tinha tido coragem de pedir. Agora, Celo estava oferecendo isso como parte da sua noite de prazer.

— Eu confio. — Ela respondeu, com a voz um pouco trêmula.

Celo sorriu, percebendo a mistura de medo e desejo nos olhos dela. Ele se aproximou, começando a prender seus pulsos com as algemas de veludo. O material era macio, mas firme ao mesmo tempo, e ela sentiu uma sensação de vulnerabilidade que apenas aumentava sua excitação.

— Relaxa … — Ele pediu, amarrando as cordas de seda nos pulsos dela e prendendo-as à cabeceira da cama.

Fez o mesmo com os pés, a prendendo pelos tornozelos. Cada movimento era cuidadoso, mas eficiente, e logo, ela estava completamente imobilizada. Mari puxou as cordas, de leve, testando a resistência e descobriu que elas eram seguras o suficiente para manter seus membros esticados, mas sem machucar sua pele macia.

Celo afastou-se por um momento, observando-a deitada, completamente à sua mercê.

— Você está linda, assim. — Ele disse, a voz cheia de admiração.

Ele então pegou os vibradores e os óleos especiais que haviam usado antes, colocando-os próximos à cama. Mari acompanhou cada movimento dele com os olhos, sabendo que aquilo era uma espécie de tortura gostosa.

Celo começou com as mãos, deslizando pelas laterais do corpo dela, desde os ombros até suas coxas. Os dedos dele eram firmes, mas gentis e ela ficava mais tensa conforme ele se aproximava das áreas mais sensíveis.

Quando ele finalmente rasgou sua calcinha, alcançando seu clitóris, usando apenas a ponta dos dedos, ela estremeceu, quase se arqueando na cama. Mas as cordas a mantinham firme e ela não podia fugir do toque dele, mesmo que quisesse.

— Ah, Celo … — Ela gemeu, recostando a cabeça no travesseiro.

Ele sorriu, maliciosamente, pegando um dos vibradores e ligando-o na potência mais baixa. Ele começou a massagear as coxas dela com o brinquedo, e o zumbido suave fazia com que ela tremesse por antecipação.

Depois deslizou o vibrador para entrada da xoxota, começando a penetrar lentamente, deixando que ela sentisse cada centímetro do aparelho deslizando para dentro. Mari cerrou os olhos, concentrando-se apenas na sensação de estar sendo preenchida enquanto o brinquedo continuava a vibrar dentro dela.

Mas Celo não parou por aí. Ele, então, pegou o óleo quente, desta vez usando-o diretamente na pele dela, começando pelos seios. As gotas quentes do líquido caíram sobre os mamilos e ela gemeu novamente, sentindo o calor intenso percorrer todo o seu corpo. Ele usou a mão livre para espalhar o óleo, esfregando suavemente os mamilos, enquanto os estimulava com movimentos circulares.

— Você está adorando isso, não é? — Celo perguntou, observando como Mari se contorcia sob o toque dele.

Ela apenas concordou com a cabeça, incapaz de formar palavras enquanto ele continuava a trabalhar no corpo dela. Ele estava sendo eficiente, tocando em todos os pontos certos e ela sentia que poderia chegar ao clímax novamente, mas Celo estava decidido a fazer aquilo durar mais tempo.

Ele parou de penetrá-la, levando o vibrador de volta ao clitóris, aplicando uma pressão suave, mas constante. Mari gritou, incapaz de controlar a reação.

— Ahhhh, amor … você tá acabando comigo.

Celo continuou, tempo suficiente para deixá-la tremendo antes de retirá-lo, substituindo o aparelho por seus dedos.

— Você tá tão molhada … — Ele provocou, penetrando a xoxota com os dedos, enquanto lambia delicadamente o grelinho. Celo ia fundo dentro dela, dobrando mais os dedos até alcançar o ponto “G”. Mari mal conseguia pensar, apenas sentia. O segundo orgasmo estava chegando rapidamente e ela sabia que seria impossível resistir.

— Não para … não para … — Ela implorou.

— Você sabe que eu não vou parar. — Celo sorriu maliciosamente, acelerando os movimentos dos dedos, sugando o grelo com mais intensidade.

Ela soltou um gemido profundo, arqueando as costas o máximo que as cordas permitiram. Ele então se levantou, chegando com a boca perto do ouvido dela.

— Goza pra mim.

Ela novamente explodiu e, dessa vez, foi ainda mais intenso que antes. Cada músculo do corpo dela parecia vibrar com um prazer avassalador, enquanto ela experimentava, talvez, o mais forte orgasmo de sua vida. Quando finalmente voltou à realidade, viu que Celo ainda sorria para ela.

Ele soltou as algemas de veludo e o tecido que prendiam os braços e pernas de Mari e deixou que ela recuperasse o fôlego e descansasse por alguns minutos. Ele acariciava a esposa, seus dedos deslizando suavemente sobre a pele sensível dela.

Celo buscou um vinho no frigobar e serviu uma taça para ela. Deixou que ela se aninhasse em seu peito e acariciou seus cabelos enquanto o corpo dela relaxava.

Mas Celo tinha um roteiro a cumprir e Mari sentiu um arrepio percorrer sua coluna quando ele voltou a beijá-la, novamente de forma intensa. Beijos lascivos, poderosos, cheios de intenção. Sem perder tempo, a dominando por completo, a fez ficar de quatro na cama. A posição era perfeita, e o olhar de Celo por cima do ombro dela era predador: intenso, cheio de desejo e malícia.

Ele se ajoelhou atrás dela, suas mãos grandes e firmes agarrando seus quadris, posicionando-a perfeitamente.

— Você confia em mim outra vez? — Ele disse, sua voz profunda ecoando no quarto.

Mari balançou a cabeça, já ofegante.

— Sempre. — Respondeu, com a voz trêmula pela ansiedade.

Ele pegou um dos vibradores, menor, que estavam ao lado da cama e começou a massagear levemente as costas de Mari, descendo até a curvatura das nádegas.

O toque firme, combinado com a vibração suave, fez com que ela se contorcesse levemente, um gemido escapando de seus lábios. Quando ele chegou ao cuzinho, Mari respirou fundo, sentindo o vibrador parar, naquele local, apenas pressionando, sem entrar.

— Relaxa … você disse que confia em mim. — Ele tentou acalmá-la.

A vibração do aparelho aumentou gradualmente e Mari sentiu seu corpo ceder, abrindo-se para a sensação. Quando o vibrador finalmente entrou, mas apenas poucos centímetros, sem ganhar profundidade, ela gemeu alto.

— Ahhhh … por favor, amor … assim eu não vou aguentar ... — A mistura de vibração e pressão calculada, criavam uma onda de prazer que se espalhou por todo o corpo dela.

— Você está tão apertada … — Celo sussurrou, movendo a ponta do vibrador para dentro e para fora lentamente.

Ele pegou uma garrafa pequena de óleo quente, derramando um pouco em suas mãos. O aroma exótico encheu o ar e Mari sentiu o calor do óleo quando ele começou a massagear o grelinho ainda sensível pelo orgasmo anterior.

— Você quer mesmo acabar comigo … — Ela gemeu, manhosa.

O calor combinado com a vibração do brinquedo fez com que ela perdesse o fôlego, seu corpo tremendo de prazer.

— Mais … — Mari implorou, sua voz quase um sussurro.

Celo obedeceu, aumentando a velocidade do vibrador enquanto continuava a massageá-la com o óleo quente. As sensações eram avassaladoras e Mari sentiu-se flutuar, completamente absorvida pelo prazer. Ele então parou por um momento, tirando o vibrador e posicionando-se atrás dela. Ela sentiu a cabeça do pau, completamente duro, pressionando a entrada da xoxota e um gemido escapou de seus lábios.

— Me fode, amor … mete esse pau em mim … eu preciso …

Celo pincelou a cabeça da rola na entradinha algumas vezes, torturando Mari. Lentamente, um centímetro após o outro, ele começou a penetrar, entrando com calma, mas com uma intensidade que deixava Mari sem fôlego.

— Isso, amor … bem assim … que delícia …

Ela afundou a cabeça no travesseiro, as mãos agarradas ao lençol, sentindo Celo preenchendo-a completamente. Ele mantinha o vibrador, apenas a ponta, atolado no cuzinho dela.

— Ahhhh … que saudade, meu amor … fode essa buceta … fode esse cu … faz o que quiser comigo … só não para …

Quando ele começou a estocar, cada movimento criava ondas de prazer que pareciam infinitas. Aos poucos, ele enfiou o vibrador um pouco mais fundo no cuzinho dela. Devagar e sempre, sem parar de foder a buceta já com mais ritmo.

— Você tá gostando? Posso ir mais fundo? — Celo perguntou, sem ser totalmente específico.

Mari balançou a cabeça novamente, sua resposta quase inaudível.

— Sim … mete tudo … faz o que quiser comigo …

Ele empurrou o vibrador mais fundo, enquanto continuava a estocar na buceta, e Mari gritou seu nome, as sensações sendo demais para seu corpo suportar.

— Celo … meu Celo … mete, mete tudo.

Ela sentiu-se transcender, um orgasmo ainda mais avassalador do que o anterior tomando conta dela. Celo não parou, continuando a se mover dentro dela, enquanto o vibrador continuava sua movimentação constante.

— Você é tão gostosa assim … Eu sabia que essa noite seria incrível … — Ele disse, com a voz cheia de admiração.

Ele então inclinou-se para frente, mordendo levemente o ombro dela enquanto acelerava os movimentos. Mari sentiu outro orgasmo se aproximando, em sequência, praticamente encadeado no anterior, seu corpo tremendo novamente de prazer.

— Celo… o que tá acontecendo … Ahhhh … — Ela gemeu mais alto, suas palavras se perdendo no ar.

Ele pegou o vibrador, aumentando a intensidade do movimento, ao mesmo tempo em que acelerava as estocadas. Mari gritou, seu corpo explodindo violentamente em prazer mais uma vez.

— Ahhhh … chega … por favor … eu não aguento mais … tempo …

Celo não durou muito mais, enterrando-se profundamente nela, soltando um gemido gutural quando alcançou o próprio clímax.

— Caralho, mulher! Eu te amo.

Eles permaneceram ali, por um momento, ambos ofegantes, os corpos ainda tremendo de prazer. Abraçados, trocando beijos e promessas de amor eterno.

Celo sorriu, afastando-se levemente, se levantando. Precisava beber qualquer coisa. “Ainda tem mais por vir”, ele pensou, enquanto escolhia o que beber no frigobar. Mas ao retornar com a garrafa de água em mãos, parou ao lado da cama ao ver Mari adormecida. Seu corpo ainda reluzia sob a luz suave do quarto, e o sorriso em seus lábios denunciava um sono tranquilo. Ela havia sido vencida pelo prazer, entregue ao descanso profundo que só vem depois de uma entrega completa.

Com um carinho silencioso, Celo se aproximou, inclinando-se para beijar suavemente a testa da esposa.

— Você é tudo pra mim, meu amor. — Ele sussurrou, como quem sela uma promessa.

No meio do sono, Mari respondeu algo ininteligível, mas Celo conseguiu captar uma palavra clara entre os murmúrios: “volta ...”, seguida de algo como “feliz ... você ... de novo”. Ele sorriu, tocado, sentindo o coração aquecer.

Com delicadeza, cobriu o corpo dela com o lençol de seda, ajeitando as pontas ao redor. Depois, deitou-se ao seu lado, observando Mari por alguns instantes, como se quisesse guardar aquela imagem para sempre. A paz dela era o reflexo da própria paz dele.

Minutos depois, o sono também o venceu, levando-o devagar, com a sensação rara de plenitude no peito.

...

A luz filtrada pelas cortinas escuras anunciava que o dia já passara da metade quando Mari abriu os olhos, ainda envolta pelo silêncio acolhedor da suíte. Por um momento, ela demorou a se situar, até sentir o calor familiar do corpo de Celo ao seu lado. Ele estava ali, deitado de lado, observando-a com aquele olhar tranquilo que sempre a desarmava.

Ela sorriu, tímida, puxando discretamente o lençol para cobrir os seios, um gesto quase automático diante da intensidade da noite anterior.

— Bom dia ... quer dizer ... boa tarde. — Ela murmurou, com a voz rouca de sono e levemente envergonhada.

Celo riu baixinho, aproximando-se e afagando seus cabelos.

— Não precisa ficar tímida comigo, amor. Não depois do que a gente viveu ontem. — Ele roçou os lábios na testa dela e depois em sua bochecha, num carinho demorado. — Foi a noite mais linda e intensa da minha vida.

Mari fechou os olhos por um instante, acolhendo aquele afeto com o coração transbordando de felicidade.

— Eu nem sei o que dizer ... só sei que tô feliz. Meio boba, meio zonza ainda, mas feliz.

— E eu tô completo. — Sussurrou Celo, passando a mão pela curva suave de sua cintura. — Mas ainda não acabou ...

Celo estendeu a mão para Mari, ajudando-a a sair da cama. Seus corpos ainda estavam quentes, os vestígios de prazer da noite anterior ainda pulsavam entre eles. Ele puxou-a suavemente pelo braço, levando-a em direção ao banheiro. Aquele olhar penetrante ainda estava lá, cheio de promessas que deixavam Mari com um frio na barriga.

O chuveiro já estava ligado, a água quente criando uma névoa densa no ar. O vapor envolveu seus corpos como um véu, tornando tudo mais íntimo ainda. Celo pegou um frasco pequeno de vidro da prateleira, agitando-o levemente antes de abrir a tampa.

— Esse aqui é especial. — Celo disse, derramando um pouco na palma da mão.

A substância tinha uma cor levemente prateada e, ao entrar em contato com a água, começou a se transformar em uma espuma sedosa e aromática. O cheiro era envolvente, quase hipnotizante, com notas de jasmim e sândalo que se misturavam ao vapor do chuveiro.

Mari respirou fundo, deixando-se levar pelo aroma.

— Que cheiro bom. — Ela murmurou, fechando os olhos por um instante.

Celo sorriu, colocando as mãos espumosas nos ombros dela, começando a massagear suavemente, os dedos deslizando pela pele macia e úmida de Mari. A espuma parecia viva, aquecendo e esfriando ao mesmo tempo, criando uma sensação que fazia seus músculos relaxarem enquanto a excitação crescia.

— Tá gostoso? — Ele perguntou, com a voz baixa e rouca, quase perdida no som da água caindo.

— Muito. — Ela respondeu, seus olhos se encontrando com os dele.

O olhar de Celo era intenso, cheio de desejo e possessividade que fazia Mari se sentir totalmente dele. Ele continuou a massagear, movendo-se lentamente para baixo, suas mãos passando pelos seios. A espuma envolvia cada curva, destacando-os ainda mais e Celo não resistiu, inclinando-se para frente para capturar um mamilo entre os lábios.

Mari soltou um gemido baixo, suas mãos agarrando os ombros largos de Celo para se manter equilibrada. Ele alternou entre os seios, usando a língua e os lábios para provocar arrepios que percorriam todo o corpo dela. A água quente caía sobre eles, intensificando cada toque, cada sensação.

Celo, então, se ajoelhou lentamente, as mãos escorregando pela barriga de Mari até encontrar o ponto mais quente dela. Ele aplicou mais da espuma ali, os dedos circulando suavemente, massageando enquanto olhava para cima, mantendo o contato visual com ela. Mari mordeu o lábio, suas pernas tremendo levemente enquanto ela se apoiava contra a parede do chuveiro.

— Celo … — Ela gemeu quando ele finalmente substituiu os dedos pela boca, lambendo e sugando o grelinho com uma precisão que a fez ver estrelas.

A espuma aumentava a sensibilidade, cada toque da língua dele parecia multiplicado, enviando ondas de prazer direto para seu cérebro. Mari agarrou o cabelo dele, seus dedos se enrolando nos fios molhados enquanto ela tentava manter o equilíbrio.

Celo era meticuloso, explorando cada parte dela como se fosse a primeira vez, mas também como se conhecesse cada centímetro de cor. A língua dele dançava em círculos, alternando entre movimentos lentos e rápidos, enquanto seus dedos pressionavam suavemente o ponto certo dentro dela. Mari começou a se mover inconscientemente, empurrando-se contra o rosto dele, seu corpo pedindo mais, sempre mais.

— Chupa, safado … chupa essa buceta … acordar assim é bom demais, amor … — Mari estava ensandecida.

— Então, aproveita, minha putinha. Esfrega essa buceta gostosa na cara do seu macho. — Celo murmurou contra sua pele, a vibração das palavras fazendo Mari estremecer.

Ele levantou-se, pegando Mari pelas coxas e erguendo-a com facilidade. Mari prendeu as pernas ao redor da cintura dele, sentindo-o firme e pronto contra ela.

A água continuava a cair sobre eles enquanto Celo a empurrava contra a parede do chuveiro, entrando nela com um movimento fluido que fez ambos soltarem gemidos simultâneos. Ele começou a se mover lentamente, dando tempo para Mari se acostumar com a sensação, mas logo aumentou o ritmo, seus quadris batendo contra os dela com força calculada.

Mari agarrou-se a ele, suas unhas cravando levemente nas costas musculosas de Celo. Cada movimento era intenso, o calor da água e da espuma aumentando ainda mais a conexão entre eles. Ela podia sentir cada músculo dele se contraindo, cada respiração ofegante, e isso só a excitava mais.

— Me fode … fode essa buceta … Ahhhh … — Ela gemeu alto em seu ouvido, a voz cheia de necessidade.

Celo obedeceu, estocando com mais fúria, mais intensidade, entrando e saindo com urgência. Tirando a pica quase inteira e voltando a socar bem fundo.

A água ainda escorria pelos corpos de Mari e Celo, mas ele já estava em movimento frenético, segurando-a com firmeza enquanto uma ideia ousada passou por sua mente e ele a levou para fora do chuveiro.

Ele não perdeu tempo, carregando-a com facilidade até a cadeira erótica, onde a prendeu delicadamente com os suportes, deixando suas pernas completamente abertas, mas não a ponto de deixá-la desconfortável.

— Você já sabe o que eu quero fazer com você, né? — Celo perguntou, provocando, sua voz baixa e carregada de volúpia.

Mari arqueou as sobrancelhas, mas seus olhos já estavam escurecidos de desejo, seus lábios entreabertos enquanto ela acenava com a cabeça.

— Sim … estou ansiosa. — Ela murmurou, já sentindo o calor crescer dentro dela.

Celo não precisou de mais incentivo. Ele pegou um vibrador que estava sobre a cama, um objeto elegante e silencioso e o ligou sem pressa. O zumbido baixo preencheu o ar e Mari estremeceu de excitação. Ele começou devagar, passando o vibrador ao longo das coxas de Mari, deixando-a sentir a vibração suave enquanto ele a aquecia.

Mari soltou um gemido baixo quando o vibrador finalmente tocou seu clitóris. A experiência inesquecível da noite anterior estava se repetindo, tão prazerosa e intensa como antes. A sensação foi imediata, inebriante.

Celo não parou, movendo o aparelho em pequenos círculos, aplicando pressão suficiente para fazer Mari sentir cada vibração, mas não tanto a ponto de sobrecarregá-la.

— Isso é bom demais, mas eu quero você dentro de mim também — Ela respirava de forma ofegante, seus olhos fechados enquanto se entregava à sensação.

Para intensificar ainda mais o prazer, Celo derramou apenas algumas gotas do óleo com um rótulo de fogo e passou a pincelar o pau na entrada da xoxota, espalhando o líquido de forma mais uniforme.

A combinação de sensações era avassaladora. Mari sentia a vibração em seu clitóris, a pressão da cabeça da rola e o calor do óleo aquecendo a entrada da xoxota. Celo a penetrou novamente, em um movimento único e o calor do óleo se espalhando por toda a região íntima a fazia estremecer, os músculos vaginais contraindo intensamente, a levando à beira do orgasmo. Mas Celo não a deixaria alcançá-lo tão facilmente. Não daquela vez. Ele diminuiu o ritmo, parou de estocar e desligou o vibrador por um momento.

Durou pouco, o suficiente para ela relaxar, aliviando o orgasmo iminente. Quando ele voltou a estocar, as sensações voltaram mais fortes e Mari soltou um gemido profundo, seus quadris se movendo contra os dele involuntariamente.

— Ahhhh … que maldade … não para …

Celo sorriu, satisfeito com a reação dela e começou a estocar com mais ritmo, devagar no começo, deixando-a se acostumar novamente com a sensação. E então, ele parou outra vez.

— Celooo! — Mari protestou, seus olhos arregalados de frustração.

Mas ele apenas sorriu, pegando outro frasco de óleo e derramando um pouco em suas mãos novamente.

— Paciência … — Ele provocou, aplicando o óleo em seu próprio corpo agora, deixando-o brilhar sob a luz enquanto se posicionava sobre ela.

Ele começou a beijá-la, devagar e profundamente, enquanto voltava a estocar com mais delicadeza, mais carinhoso, fazendo amor com sua esposa. Mari queria mais, muito mais.

— Amor … me pega de jeito, quero com força.

Celo, sem hesitar, ajudado pela mecânica simples dos rolamentos e alavancas da cadeira erótica, girou Mari com facilidade, ajustando os suportes e a deixando com a bunda arrebitada a sua frente, como se estivesse “de quatro”.

— Foi você que pediu, então aguenta. — Ele provocou, já posicionando novamente o pau na entrada da xoxota. — Dessa vez eu vou com tudo.

Mari gemeu só de ouvir aquelas palavras, ansiosa, tentando rebolar na pica, movendo-se lentamente para trás, mas sendo contida pelas correias e suportes que a prendiam. Celo parou de brincar e começou a penetrar mais forte, deixando o pau ser engolido calmante.

— Preciso te dizer, amor. — Celo fez uma pequena pausa na penetração. — Você está linda. Sempre foi, na verdade. Mas agora, se arrumando, cuidando de si mesma, está irresistível.

Mari, vaidosa, mesmo feliz por aquelas palavras, só pensava em uma coisa:

— Por favor, Celo … me fode. Eu não aguento mais esperar. Por tudo que é mais sagrado, eu quero você dentro de mim.

Mari arqueou as costas involuntariamente, um leve gemido escapando de seus lábios, quando Celo obedeceu ao seu pedido, entrando com tudo, cravando o pau inteiro, até o fundo, dentro dela. Ele já tinha deixado o vibrador de lado, era hora de se concentrar em dar prazer a sua mulher, apenas com suas próprias ferramentas.

— Isso, amor … Ahhhh … mete mais forte, não para … — Ela exigiu, com a voz rouca de tesão.

Mari gemia alto, seus músculos vaginais apertando-se involuntariamente ao redor do pau enquanto Celo mantinha o ritmo. Entrando e saindo com força, batendo no fundo, indo e voltando com movimentos ágeis, que extraíram prazer intenso e genuíno.

— Por favor, Celo … mais forte, mais rápido … — Ela implorou, as sensações se misturando dentro dela.

Celo obedeceu, aumentando o ritmo gradualmente. Ele podia sentir como ela estava perto do clímax, seu corpo tremendo ao redor dele, seus gemidos ficando mais altos e urgentes.

— Isso, Mari … deixa vir, aproveita … — Ele a encorajou, sua própria respiração acelerando enquanto ele se entregava ao prazer. — Deixa rolar.

Mari soltou um grito abafado, seu corpo alcançando o orgasmo intensamente enquanto Celo continuava a movimentar-se dentro dela. Ele aumentou a potência das estocadas, levando-a a outro orgasmo quase imediatamente, seu corpo tremendo involuntariamente com o excesso de sensações.

— Ahhhh … Celo … é demais …. Ahhhh … é muito … intenso …. não para … mais … Ahhhh …

Celo não parou, continuando a movimentar-se dentro dela, enquanto ela ainda tremia, ainda tendo tempo para um último orgasmos derradeiro, mais intenso e duradouro que todos os outros.

Ele arrancou um último gemido alto de Mari, antes de finalmente permitir-se alcançar o clímax também, seu corpo curvando-se para frente enquanto ele explodia dentro dela.

Eles permaneceram assim por um momento, suas respirações pesadas e corpos tremendo levemente, enquanto se recuperavam do intenso prazer.

Celo ajeitou o corpo da esposa, a livrando das correias e suportes, deixando que ela descansasse na parte sólida e confortável da cadeira erótica. Ficaram abraçados, namorando, trocando beijos e carícias, enquanto recuperavam o fôlego.

— Você é incrível. Foi muito melhor do que tudo que eu já imaginei na vida. — Mari disse enquanto o abraçava.

Celo sorriu, seu corpo ainda tremendo levemente.

— Eu não conseguia parar, me desculpa … você me deixa louco. Eu te amo demais, meu amor. — Celo admitiu, sua voz rouca, tanto de prazer, como de cansaço.

O estômago de Mari roncou alto e Celo a encarou, um pouco debochado.

— O que você queria depois de tanta atividade? Estou faminta. — Ela se defendeu.

Celo respondeu com um sorriso, se levantando para procurar o cardápio. Não demorou a encontrar. Após uma rápida olhada, disse:

— Eles têm Parmegiana. O seu preferido.

— De carne? Mas será que é mesmo filé? Ou será aquelas carnes de segunda com amaciante? — Mari estava em dúvida.

Celo pegou o telefone e chamou a recepção. Após uma breve conferência, se virou para Mari.

— Eles disseram que sim, que é de filé mignon. Vou pedir.

Enquanto esperavam o pedido chegar, tomaram um banho rápido e se ajeitaram na cama, entrelaçados nos lençóis da suíte. Mari se virou de lado, apoiando o cotovelo no travesseiro. O olhar curioso e sincero que lançou a Celo deixou claro que havia algo remoendo em sua mente.

— Amor ... posso te perguntar uma coisa?

Celo assentiu, acariciando suavemente a pele do braço dela.

— Sobre o que você disse lá na casa da Anna e do Paul enquanto a gente se despedia deles ... — Ela hesitou por um instante. — Aquilo foi sério mesmo? Quando falou, “talvez, no futuro” ... Você estava falando de verdade? Está mesmo considerando voltar a tentar aquele estilo de vida?

Celo não desviou o olhar. Respirou fundo antes de responder, com a voz serena, mas firme:

— Eu pensei muito sobre tudo isso, Mari. Muito mesmo. E sim, o que eu disse foi sério. Mas o mais importante é que ... eu acho que tudo aconteceu da forma errada.

Mari franziu levemente a testa, atenta. Ele continuou, se explicando com cuidado:

— O que eu disse lá foi verdadeiro. Não existe um único culpado por como tudo aconteceu. A gente se precipitou, errou na condução, teve medo de lidar com as inseguranças um do outro. E sim, eu fui covarde em alguns momentos ... Não só com você, mas comigo também. E principalmente por ter fugido.

Ela respirou fundo, surpresa com a maturidade nas palavras dele.

— Você foi muito clara naquele dia, lá no consultório da Luciana — continuou Celo. — Quando falou do passado, do jeito como foi usada, exposta, do trauma que isso deixou. Eu nunca deveria ter te colocado naquela posição outra vez, nem ter deixado você sentir que estava sozinha naquela situação.

Celo respirou fundo, organizando os pensamentos:

— Mas também lembro de você dizer que o estilo de vida em si, a atraía, a fascinava no começo. Acho que a forma como aquele canalha do seu ex-noivo a usou, acabou manchando a imagem que você tinha daquele estilo de vida.

Celo se sentou na cama, encarando Mari com mais seriedade.

— Eu te dei a segurança para reconsiderar viver tudo aquilo de novo e, logo depois, a joguei num abismo sem fim com a minha fuga, a minha covardia.

Mari o olhava com uma mistura de admiração e alívio. Como se, pela primeira vez, ele estivesse realmente enxergando tudo que ela viveu, e sentindo junto.

— Mas é claro ... — ele acrescentou, levando a mão dela aos lábios — isso só tem sentido se você quiser, amor. Se for uma possibilidade real pra você. Porque agora eu entendo que, se a gente pensar nisso de novo, algum dia, tem que ser diferente. Tem que ser nosso, construído com calma, com verdade, no nosso tempo.

Mari sorriu, emocionada. Mas Celo não parou ali:

— E sabe o que mais eu fiquei pensando? Se a Anna não tivesse adormecido ... se ela não tivesse interrompido o que estava acontecendo entre eu e ela ... Será que eu teria reagido daquela maneira depois? Será que eu teria surtado? No fundo, acho que fui injusto com você, Mari. Reagi com base no susto, na insegurança ... e não parei pra entender de verdade o que você sentia.

Ela acariciou o rosto dele com ternura, os olhos brilhando.

— Celo ... você não sabe o quanto eu esperei ouvir isso. Não para justificar o passado, mas para saber que você entende agora. Obrigada.

— Eu entendo, amor. — Ele respondeu, beijando sua mão. — E não quero mais te perder por medo ou orgulho. Se a gente quiser tentar algo novo, diferente, ousado ... que seja com segurança, com amor e, principalmente, com respeito. Um passo de cada vez, sempre juntos.

Mari se aconchegou mais perto dele, apoiando a cabeça em seu ombro por alguns segundos antes de levantar os olhos e perguntar, com um toque de insegurança na voz:

— Posso te perguntar uma coisa mais ... delicada?

Celo olhou para ela, a encorajando a continuar com um sorriso sincero.

— Durante o tempo que a gente ficou separado, como foi a sua vida? — Ela hesitou por um instante, mas continuou. — Eu quero saber da sua boca. Não das fofocas maldosas que me disseram pra me machucar. Eu quero ouvir de você, com sinceridade. Teve alguém? Alguém que realmente mexeu com você?

Celo permaneceu em silêncio por alguns segundos. Não por querer esconder algo, mas porque reconhecia o peso daquela pergunta, e o quanto ela precisava de uma resposta verdadeira. Ele inspirou fundo, olhando para Mari com honestidade nos olhos.

— Sendo bem sincero ... não tem muito o que contar. Não teve ninguém que mereça ser lembrado. Acho que talvez, só uma pessoa.

Mari o encarou, sentindo o coração acelerar.

— Aquela mulher que você viu comigo no bar, aqui na cidade. — Celo revelou.

Ela imediatamente reagiu:

— Você desenvolveu algum tipo de sentimento ou apego por ela?

Celo balançou a cabeça, ponderando:

— Sentimento, não. Mas, talvez, admiração. A Clara foi alguém que me mostrou o quanto eu precisava melhorar. Ou melhor, ela se propôs a me mostrar onde eu estava falhando. No modo como eu me comunicava, na forma como me entregava. Como eu podia ser um homem e um amante melhor ....

Mari o interrompeu.

— E nesse ponto, eu tenho que fazer um “mea culpa”. Eu negligenciei você durante 20 anos. Durante todo esse tempo eu não consegui ser a mulher e amante que você queria. Tanto que acabei deixando parecer que, como você mesmo disse, que “você não era suficiente”. Quando, na verdade, eu é que não tive força ou coragem de encarar o meu trauma de frente. — Mari disse com os olhos começando a marejar.

— Não foi bem assim, Mari. Pouco tempo depois que nós nos separamos, eu tive algumas aventuras bastante, como posso dizer, frustrantes. Ou seja, eu não era um bom amante mesmo. Talvez a sua postura tenha potencializado essa minha situação, mas não temos como garantir se seríamos diferentes, se agíssemos de forma diferente, na cama. Por esse motivo, eu devo muito a Clara, mas não foi romance. A gente estava no mesmo barco: recém-separados, machucados, tentando entender como recomeçar.

Mari desviou o olhar por um instante, absorvendo cada palavra.

— Então ... tudo que aconteceu ontem e hoje ... você aprendeu com ela?

Celo sorriu de leve e negou com a cabeça.

— Não, Mari. Tudo isso fui eu. Eu pesquisei, estudei, fui atrás de tudo. Vi vídeos, li, procurei os melhores produtos. Porque eu queria que, quando esse momento chegasse, se chegasse, eu estivesse pronto.

Ele a puxou para si, com carinho.

— Clara me ajudou a perceber que eu não precisava de alguém novo, mas sim de uma atitude nova. Com quem eu realmente amo. Ela foi importante, sim, mas só como um espelho. Porque foi com ela que eu entendi, de verdade, que o que eu queria era você. Sempre foi você, Mari. Meu único e verdadeiro amor.

Mari não disse nada por alguns segundos. Apenas olhou para ele, com os olhos levemente marejados, e apertou sua mão com força, como se estivesse segurando de novo uma parte dela que pensou ter perdido.

Naquele instante, a campainha da suíte tocou. A comida havia chegado, pausando a conversa, mas não o que havia sido selado entre eles.

O jantar trazia aromas que invadiram o ambiente, trazendo consigo uma pausa reconfortante. Mari arregalou os olhos ao ver o prato diante dela.

— Uau... isso tá com uma cara ótima. — Disse, animada, pegando os talheres.

Celo a observava com aquele olhar que misturava admiração e ternura.

— Tá aprovado?

Mari deu a primeira garfada, saboreando lentamente antes de soltar um suspiro satisfeito:

— Parmegiana de verdade. Do jeitinho que eu gosto. Acho que vou sonhar com isso por semanas.

— Ainda bem que pedi o seu prato preferido. Queria que esse dia fosse inesquecível do começo ao fim. — Disse Celo, sorrindo.

Enquanto comiam, conversaram sobre banalidades. Algumas histórias antigas, piadas internas, lembranças dos filhos ainda pequenos. Por um tempo, o clima se manteve leve, natural, como se nada houvesse se quebrado entre eles.

Mas quando os pratos estavam vazios e os talheres repousavam sobre as bandejas, Mari limpou os lábios com o guardanapo, olhou firme para Celo e foi direta:

— Você vai voltar para casa, né?

Celo sorriu, surpreso com a pergunta. Na verdade, com o pedido que ela escondia.

— Você quer mesmo que eu volte?

Mari não hesitou nem por um segundo.

— Não só quero, como exijo. Você é meu marido, Celo. E se estamos mesmo nos reconciliando, quero que seja da forma certa. Nada de idas e vindas, nada de ficarmos longe um do outro. Chega disso. Eu não quero mais dormir sem você ao meu lado.

O coração de Celo se aqueceu. Ele se aproximou e a abraçou com força, como se estivesse, finalmente, voltando para casa.

— Ok! — Disse ele, com a voz baixa e firme. — Você tem razão. É pra ser tudo diferente agora. E vai ser.

Mari sorriu, ainda nos braços dele, e completou:

— Então tá decidido. Saímos daqui direto pra casa. Depois você resolve o que fazer com aquele seu apartamento de solteiro.

— Sim, senhora. — Celo respondeu, com um sorriso debochado e apaixonado.

O que antes parecia um longo caminho de reconciliação agora se mostrava mais firme, mais claro. Eles estavam prontos. Não apenas para recomeçar, mas para fazer dar certo.

Continua …

É PROIBIDO CÓPIA, REPRODUÇÃO OU QUALQUER USO DESTE CONTO SEM AUTORIZAÇÃO – DIREITOS RESERVADOS – PROIBIDA A REPRODUÇÃO EM OUTROS BLOGS OU SITES. PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA NA CASA DOS CONTOS ERÓTICOS.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 30 estrelas.
Incentive Ménage Literário a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Ménage LiterárioMénage LiterárioContos: 73Seguidores: 346Seguindo: 37Mensagem Três autoras apaixonadas por literatura erótica. Duas liberais, e uma mente aberta, que adora ver o parquinho pegando fogo.

Comentários

Foto de perfil de rbsm

Muito bom gostei muito do capitulo so para os dois

0 0
Foto de perfil de Himerus

Apesar de tudo parecer perfeito meu instinto ainda prevê problemas. Quando foram ao cinema assistiram dois filmes onde os protagonistas se amavam mas não ficaram juntos... Em Casablanca por conta da "causa", em "E o vento levou" Scarlett passa o filme todo acreditando amar o cunhado e na cena final percebe que na verdade ama seu marido, que está indo embora...

Celo e Mari precisavam "exorcizar" seus demônios, conseguiram, se vão ficar juntos é outra história...

0 0
Foto de perfil de Whisper

🌟🌟🌟

🔥🔥🔥

❤️❤️❤️

0 0
Foto de perfil de Id@

Aleluia 🙌🙌🙌🙌🙌🙌

1 0
Foto de perfil de Whisper

🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻

🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣

0 0