Eu me lembrava daquele dia como quem lembra de um acidente bonito, afinal de contas ali começava a ser moldada minha personalidade, meu desejo, meu tesão a excitação, tudo se moldava antes mesmo de saber o que era um beijo na boca e antes de saber o que era tesão, desejo, o certo e o errado. Era tudo quente, empoeirado, abafado. A roça tinha cheiro de bosta de vaca e desejo escondido. Os adultos fingiam que não viam. As crianças aprendiam a fingir que não sabiam.
Eu era branco, um pouco gordinho, e por um problema hormonal, meus seios tinham começado a crescer mais que o normal pros meninos da minha idade. Me sentia estranho no próprio corpo, desconfortável com a camiseta colando no peito, tentando esconder com os braços cruzados, com a postura curvada.
Mas se meu corpo me deixava confuso, meu desejo era ainda pior. Eu não entendia por que gostava de olhar. Por que sentia vontade de ver o que não devia. Por que meu pau ficava duro quando ninguém estava fazendo nada comigo. Só... existindo. Tocando. Sussurrando.
Depois da primeira vez que vi tio Marcos e Vitória transando, alguma coisa em mim rachou. Eu passei a ver tudo diferente. As risadas deles não eram mais inocentes. O jeito como ele falava com ela, como ela o obedecia... me deixava intrigado. E excitado. E com medo de mim.
Na manhã seguinte, ele passou por mim no quintal.
— Dormiu bem? — perguntou, a voz seca, olhos duros.
— Dormi — respondi, tentando não tremer.
Ele tragou o cigarro, encostado na parede. Depois soltou:
— Tem coisa que a gente vê... e guarda. Tem coisa que a gente fala... e perde.
Fiquei calado.
Ele sorriu. Só de canto. E entrou pra dentro da casa.
A partir daquele dia, comecei a observar mais. Com olhos treinados. E vi que não era imaginação minha. Tinha coisa entre eles. E só eu parecia perceber.
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Com o tempo, comecei a observar tudo com mais atenção. E notei que entre tio Marcos e Vitória havia algo que só quem enxerga por dentro percebe. Ele a tratava com uma mistura estranha de cuidado e desejo reprimido. E ela, longe de ser inocente provocava com olhares, risadas e toques que pareciam inocentes demais para serem só isso.
Naquela tarde, minha tia, a esposa do tio Marcos chamou Vitória:
— Leva esse balde com sal pro Marcos no curral, vai. E vê se ele já terminou de arrumar o cocho das vacas.
Ela saiu resmungando, e eu fui atrás, escondido por entre os arbustos do quintal.
Vi quando ela chegou até ele. Entregou o balde, tentando agir normal. Mas ele segurou sua mão por mais tempo do que precisava.
— Pensei que cê nem vinha mais — ele disse, com um sorriso de canto. — Tava com saudade.
— Besteira, Marcos… — ela riu, mas o olhar dela era quente.
Ele a puxou devagar, com aquele jeito de quem sabe exatamente o que quer. Beijou sua boca com vontade, descendo as mãos pela lateral do corpo dela, erguendo a saia como se fosse segredo. Ela deixou. Não hesitou.
— Tem que ser rapidinho, ele disse, já ofegante. - Ninguém pode desconfiar.
Ela não respondeu. Só mordeu o lábio e virou de costas, encostando na cerca, abrindo as pernas devagar.
Marcos puxou a calcinha dela até o meio das coxas, ajoelhou por um segundo e olhou de perto. O olhar dele era faminto. Bruto. Quente.
— Tua buceta tá molhada já... ele disse, com a voz grossa. — Sabia que tu vinha querendo.
Ele abaixou a calça jeans com pressa. O pau já estava duro — grosso, reto, com as veias saltadas. Ele olhou, cuspiu na mão sem nenhum disfarce, e espalhou a saliva pela própria glande com os dedos.
— Tem que molhar — ele murmurou.
Cuspiu mais uma vez, dessa vez direto na cabeça do pau.
Passou a mão com força, como se preparasse uma arma. Segurou firme a base e roçou a glande ali na pequena buceta dela que também não entendia bem, mas, gostava, estava molhada, devagar, como se testasse o encaixe.
— Abre mais… Isso. Bem assim.
Ela afastou as pernas, encolhendo os ombros. O corpo dela arrepiava.
— Calma… ela disse, arfando.
— Eu sei o que tô fazendo, ele respondeu.
Encostou a cabeça do pau no lugar certo e foi empurrando com força. Não de uma vez. Mas firme. Profundo.
Ela segurou na cerca com força. O corpo arqueou. O ar faltou.
— Porra, tio… devagar…
— Porra... tá apertada demais... ele gemeu entre os dentes. - Mas vai entrar... vai entrar tudinho...
Ele guiava com os dois braços, segurando a cintura dela e puxando contra si, e com a outra mão ia guindo o pau pra devagar. O barulho era abafado, molhado. A respiração deles se misturava. O pau dele parecia não caber, mas ele empurrava mesmo assim. Centímetro por centímetro.
— Aguenta... vai assim mesmo… — ele dizia, com os dentes cerrados.
Ela mordia o lábio, arfando, gemendo entre os dentes, sem saber se queria mais ou se queria fugir.
— Vai... mete logo... mete essa rola inteira...
Ele gemia mais grosso agora. Estava indo fundo. Cada estocada mais forte que a anterior.
— Toma tudo… cê aguenta...
E quando o corpo dele estremeceu, segurou firme, prensou o quadril contra o dela e ficou ali, metendo, metendo de leve, mas, com precisão, enterrado, com os músculos todos contraídos. Respirou fundo, suado, exausto.
Ele empurrava como quem cava um espaço que nunca foi feito pra caber. O corpo dela cedia, e eu… escondido, tremia. Porque queria estar ali. No lugar dela. Sentindo o peso. A fome. Sendo o segredo que ele enfia até gozar.
— Gozei… — ele sussurrou no ouvido dela. — Tudo aí dentro, do jeitinho que cê gosta…
Ela não disse nada. Só respirava ofegante, com o rosto colado na madeira da cerca, enquanto ele se afastava devagar, puxando a cueca, limpando o suor do pescoço.
— Vai lá, ajeita essa saia. Ninguém pode notar
Ela riu, sem olhar pra trás.
— Não se esquece disso — ele disse, pegando a calcinha do chão e jogando de volta pra ela.
Vitória sorriu de canto. Sabia que não tinha como esquecer.
E eu… do mato… com o pau duro, o coração acelerado e o gosto da inveja e do desejo misturado na garganta, assistia tudo em silêncio.
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À tarde, teve pique-esconde no quintal. Os primos Renan e Beatriz sumiram juntos, como sempre. Riam demais pra quem só estava se escondendo. O casal de irmãos, Ícaro e Letícia, correu direto pro paiol, de mãos dadas, como se isso fosse normal, entre outros primos que sempre iam juntos, era como um pacto silencioso entre eles, tinha algo ali.
A roça tinha suas próprias leis. E seus próprios silêncios.
Foi quando meu primo Alessandro me chamou.
— Bora se esconder lá atrás? Ninguém vai achar a gente lá na casa de ferramentas.
Fui. Com o coração batendo rápido e um calor estranho nas entranhas.
Assenti com a cabeça, tentando não parecer nervoso, eu sabia que algo ia rolar, não era a primeira vez que ele me chamava para se esconder com ele.
A madeira da porta rangeu quando ele a empurrou. Lá dentro, só escuridão, cheiro de óleo velho, madeira úmida e silêncio. Trancou por dentro com um pedaço de pau e encostou na parede.
— Fica aí. Ninguém vai achar a gente.
Ele ficou me olhando por uns segundos, sério. Depois se aproximou. O corpo dele esquentava o ar ao redor, ele passou a mão em meus seios e disse. – Eles estão ficando maior, posso ver?
Ele apontou com o queixo pros meus peitos.
— Tão crescendo, né? Quase maior que o da Letícia…
Fiquei paralisado. Mas não neguei.
Levantei a camiseta devagar. O ar gelado bateu na pele suada.
Ele passou a mão. Primeiro curioso. Depois… com tesão.
— Posso lamber?
Eu não respondi. Mas também não impedi.
E ele abaixou o rosto, quente, e passou a língua devagar no mamilo esquerdo.
Um arrepio me rasgou inteiro.
Era estranho. Molhado. Bom.
Minha pele ardia. Meu pau começava a inchar, preso na bermuda.
— Tá gostando, né?
Ele levou minha mão até o volume dele, já duro.
— Segura. Vê como tá por tua culpa.
Era grosso. Vivo. Quente. Eu não sabia o que fazer com aquilo.
Só segurava. Sentia pulsar.
— Quer provar?
Antes que eu pudesse responder, ele já tinha puxado a bermuda pra baixo. O pau dele saltou, grosso, ereto, latejando. Não era tão grande quanto o do tio Marcos, mas era grosso de verdade, com a cabeça vermelha, veias pulsando e um cheiro forte de corpo suado com mato.
Travei. Não era medo. Era desejo demais.
Ele colocou a mão em minha cabeça e me fez ajoelhar devagar. As pernas tremiam, as mãos geladas. Não sabia direito o que fazer, mas me lembrei do que tinha visto: Vitória de costas, o jeito como ela recebia, os sons que ela fazia.
Ele disse: - Segura ele e coloca na boca.
Segurei a base do pau dele com as duas mãos. Senti o peso, a textura quente, o pulso vivo. A língua saiu tímida primeiro. Passei na glande, como se testasse o gosto.
— Isso... assim mesmo... ele gemeu, encostando a cabeça na parede atrás.
Fui passando a língua pela cabeça, depois pelas laterais, girando devagar. Ele gemeu mais alto, segurou no meu cabelo.
— Mete tudo agora... vai... engole minha rola, primo.
Não hesitei. Enfiei mais, até onde minha boca deixava. O pau dele raspava na garganta, os olhos começaram a lacrimejar, mas eu queria continuar. Sentia meu próprio pau latejando, mesmo sem ser tocado.
Ele empurrava a cintura com força, suando, arfando.
— Porra... que boca quente... vai... chupa direito...
O som era molhado, abafado. Minha saliva escorria, o cheiro dele me invadia, e eu não pensava mais em nada.
— Tô quase... porra... continua...
Foi de repente. O corpo dele estremeceu, ele gemeu com os dentes cerrados. Sentia as contrações na base do pau, e então... explodiu.
Um jato quente, forte, invadiu minha boca. O gosto era salgado, amargo, denso. Tentei engolir, mas era forte demais. Cuspi no canto, limpando com o braço, a respiração descompassada.
Alessandro riu, ofegante, puxando a bermuda de volta.
— Foi mal aí... o gosto assusta no começo, né?
Eu só balancei a cabeça, ainda no chão, o peito subindo e descendo como se eu tivesse corrido.
Ele riu.
— Vai se acostumando…
Abriu a porta e saiu. Como se fosse só mais uma rodada da brincadeira.
Eu fiquei. Em silêncio. Com vergonha. Com tesão. Com medo.
Quando saí, Marcos estava parado, encostado na cerca, me esperando.
— Divertido se esconder, né?
Não sorri. Não respondi.
Mas entendi que ele sabia. Tudo.
E o jeito como ele me olhava não era de reprovação. Era de posse
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Essas memórias são reais. Sujas. Erradas. Guardadas a sete chaves... até agora.
Eu não conto histórias. Eu confesso o que ninguém imagina.
Não quero consolo. Nem perdão.
Quero cúmplices. Leitores com fome. Desejo sem julgamento.
Se te fez tremer, gozar, excitar comentar e votar é o sinal.
Porque é só no tesão do outro que eu me autorizo a continuar.
✒️ — Sibilo Occultus R.
(voz de quem viu cedo demais… e nunca mais conseguiu fechar os olhos.)
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