Você me deve

Da série Você me deve
Um conto erótico de Regard
Categoria: Gay
Contém 3416 palavras
Data: 16/07/2025 09:23:14

O bar era um inferno abafado de corpos, suor e música alta demais. O ar condicionado, se é que existia, havia perdido a batalha horas atrás. Para Renato, o cheiro do lugar era uma mistura nauseante de cerveja barata, perfume feminino doce e o odor masculino que se desprendia dos homens amontoados perto do balcão. Era esse último cheiro, denso e animal, que o mantinha ali, fingindo interesse na conversa fiada de seus amigos. Seus olhos, no entanto, tinham um único alvo.

Kaio.

Ele estava encostado na parede oposta, um copo de uísque suando em sua mão grossa. Kaio não era classicamente bonito. O cabelo era de um loiro sujo, quase castanho, e a barriga se pronunciava sobre o cinto de couro, forçando o tecido da camisa polo. Ele era gordinho, mas de um jeito charmoso e sólido, como um urso preguiçoso que poderia te quebrar ao meio se quisesse. E era exatamente essa combinação de displicência e poder bruto que fodiam com a cabeça de Renato.

Desde que Kaio se aproximara do grupo, há algumas semanas, trazido por um amigo em comum, Renato desenvolvera uma obsessão silenciosa e masoquista. Ele catalogava cada detalhe: a forma como os pelos loiros se espalhavam pelos antebraços grossos, o jeito que ele ria, jogando a cabeça para trás e exibindo uma garganta forte, e, acima de tudo, o volume pesado e constante que se projetava na frente de suas calças jeans. Aquela protuberância era uma arma que Kaio parecia exibir com uma confiança quase insultuosa. Renato imaginava o peso daquilo em sua mão, o cheiro, o gosto. Fantasias que viviam e morriam em sua mente, deixando-o com uma excitação frustrada e um gosto de vergonha na boca.

O foco de Kaio, no entanto, era outro. Seus olhos de predador casual estavam fixos em Carla, a melhor amiga de Renato. Carla era a personificação da autoconfiança: inteligente, sarcástica e com uma beleza cortante que intimidava a maioria dos homens. Ela sentia o peso do olhar de Kaio e o ignorava com uma maestria que só aumentava o desespero dele.

Renato observava o balé patético. Kaio tentava cruzar o olhar com o dela. Carla virava o rosto para rir de algo que outro amigo do grupo, dizia. Kaio ajeitava a postura, estufando o peito. Carla pedia outra bebida. Era um jogo que Renato conhecia bem, mas pela primeira vez, ele se sentia uma peça crucial nele. Ele era a ponte. O amigo gay, inofensivo e discreto, que poderia facilitar o caminho.

A noite se arrastava nesse ritmo de tensão e desejo não correspondido em todas as direções. Renato já estava no seu terceiro copo, o álcool começando a corroer sua fachada de autocontrole. Ele se permitiu olhar para a virilha de Kaio por um segundo a mais do que o seguro. A costura do jeans parecia esticada ao limite, e a sombra que se formava ali era um abismo para o qual sua imaginação despencava.

De repente, como se sentisse o calor do olhar, Kaio desencostou da parede. Seu movimento foi decidido. Ele não foi até Carla. Ele veio direto na direção de Renato.

O coração de Renato deu um solavanco, martelando contra suas costelas. Merda. Ele foi pego. Kaio atravessou o pequeno vão entre as mesas com a confiança de um trator, seu corpo deslocando o ar quente do bar. Ele parou ao lado de Renato, perto o suficiente para que seu cheiro — uma mistura de amadeirado do perfume, suor e uísque — o envolvesse como uma névoa.

"E aí, cara", a voz de Kaio era um rosnado baixo, quase inaudível por cima da música. Ele se inclinou, sua boca perto do ouvido de Renato. O hálito quente e alcoólico fez os pelos da nuca de Renato se arrepiarem. "Preciso de uma ajuda."

Renato engoliu em seco, sentindo a boca pastosa. "Claro, fala aí." Sua própria voz soou fraca, patética.

"Sua amiga", Kaio disse, sem rodeios, fazendo um gesto discreto com a cabeça na direção de Carla. "Qual é a boa? Ela não dá brecha. Descola ela pra mim."

Era exatamente o que Renato esperava. A abordagem clichê do homem hétero usando o amigo gay como um cupido assexuado. Um amargor subiu por sua garganta. Ele se preparou para dar a resposta padrão, um "Vou ver o que posso fazer" que não significava nada. Mas antes que as palavras pudessem se formar, o olhar de Kaio mudou.

Ele não estava mais olhando para Carla. Seus olhos desceram do rosto de Renato, passaram pelo seu peito e pousaram, por um instante que pareceu uma eternidade, na sua boca. Depois, desceram ainda mais, para a virilha de Renato, como se soubesse exatamente onde a mente dele estava momentos antes. Um sorriso lento, malicioso e terrivelmente conhecedor se espalhou pelos lábios de Kaio.

"Na verdade", ele continuou, a voz ainda mais baixa, um sussurro sujo e conspiratório. "Podemos fazer melhor. Uma troca."

Renato sentiu o sangue fugir de seu rosto, apenas para retornar como uma onda de calor que o deixou febril. "Troca?"

Kaio se inclinou mais, sua coxa grossa roçando a de Renato. O contato foi elétrico, uma descarga de pura luxúria que viajou pela perna de Renato e se alojou, pulsante, em sua virilha.

"É," Kaio disse, o sorriso se alargando. Seus olhos encontraram os de Renato de novo, e desta vez não havia dissimulação. Havia uma clareza brutal, uma avaliação crua que o despiu ali mesmo, no meio do bar lotado. Kaio sabia. De alguma forma, ele sempre soube.

Ele umedeceu os lábios. "Você arruma ela pra mim... e em troca, eu deixo você me mamar."

O mundo de Renato parou de girar. A música, as conversas, o tilintar dos copos, tudo desapareceu, substituído pelo som ensurdecedor de seu próprio sangue pulsando nos ouvidos. As palavras de Kaio não foram um convite, foram uma sentença. Elas pegaram a fantasia mais secreta e suja de Renato e a jogaram na sua cara com a delicadeza de um soco.

Deixar você me mamar.

Não era "a gente transa". Não era "a gente fica". Era um ato específico, unilateral. Uma concessão. Um prêmio. Kaio o colocava na posição exata que ele ocupava em suas fantasias: de joelhos, submisso, servindo ao prazer daquele homem. A arrogância era tão excitante quanto a oferta em si.

O rosto de Renato queimava. Ele abriu a boca, mas nenhum som saiu. Um milhão de pensamentos colidiram em sua mente. A humilhação, o choque, a negação... e por baixo de tudo, uma onda avassaladora de tesão. Um tesão culpado, vergonhoso e incontrolável. Ele podia sentir seu pau começando a despertar dentro da calça, uma traição física à sua compostura recatada.

"Eu... eu não sei do que você tá falando", ele gaguejou, a mentira soando oca até para si mesmo. Seus olhos, contra sua vontade, dispararam para a protuberância na calça de Kaio, que parecia ainda maior de perto.

Kaio soltou uma risada baixa, um som gutural que vibrou no peito dele. "Sabe sim, porra. Eu vejo o jeito que você me olha. Acha que eu não noto? Você praticamente me come com os olhos toda vez que eu tô por perto." Ele se afastou um centímetro, o suficiente para avaliar a reação de Renato. "Não tem problema. Eu não ligo. Na verdade, acho até... interessante."

A palavra "interessante" saiu carregada de uma curiosidade perversa. Kaio não estava oferecendo afeto, nem mesmo um envolvimento. Estava oferecendo seu pau como uma peça de carne em uma transação comercial, e a ideia era a coisa mais degradante e excitante que Renato já tinha ouvido.

"Eu vou falar com a Carla", Renato disse, a voz trêmula, tentando desesperadamente recuperar o controle. "Mas pela amizade. Só porque somos amigos. Não por... por isso aí."

"Claro," Kaio disse, o tom zombeteiro. "Pela amizade." Ele deu uma piscadela lenta e deliberada. "Mas a minha proposta tá de pé. Você me entrega ela, e eu te entrego o meu pau. Pensa bem."

Com isso, ele se endireitou, deu duas batidinhas no ombro de Renato, um gesto falsamente camarada que parecia mais uma marcação de território, e se afastou, voltando para seu posto na parede como se nada tivesse acontecido. Ele pegou seu copo de uísque e tomou um gole, seus olhos encontrando os de Carla mais uma vez, mas agora havia um novo brilho neles. Um brilho de triunfo antecipado.

Renato ficou paralisado, o corpo em chamas, a mente em frangalhos. A proposta ecoava em sua cabeça, cada palavra se repetindo em um loop sujo. Eu deixo você me mamar. Deixo. Você. Me. Mamar. A semente da putaria não havia sido apenas plantada; ela havia sido regada com gasolina. Seu desejo platônico, antes um segredo seguro e inofensivo, agora tinha um preço. Tinha uma forma, um cheiro, e a textura áspera do jeans de Kaio contra sua bochecha.

Ele olhou para Carla, que agora conversava animadamente, alheia ao fato de que acabara de se tornar moeda de troca em uma negociação sórdida. E olhou para Kaio, que o observava por cima da borda do copo, um sorriso fantasma nos lábios.

O jogo havia começado. E Renato, o "recatado", o observador silencioso, sabia, com uma certeza aterrorizante e deliciosa, que ele faria qualquer coisa para não perdê-lo. A imagem de si mesmo, de joelhos na frente daquele homem, era forte demais para ser ignorada. Era uma promessa perigosa, e ele já estava viciado nela.

A casa de Kaio cheirava a desleixo. Um odor de pizza amanhecida, roupa suja e um ar viciado que nenhuma janela aberta poderia curar. Quando Renato e Carla entraram, a cena que os recebeu foi um monumento ao anticlímax. Kaio estava jogado no sofá, vestindo a mesma camisa polo da noite anterior, agora amassada e com uma mancha suspeita perto da gola. Na TV, um programa de auditório gritava para uma plateia vazia. E no outro canto do sofá, como uma peça de mobília esquecida, estava Jonas.

Renato sentiu uma pontada de decepção. A imagem de Kaio que ele alimentara por horas — o predador confiante, o dono de um pau arrogante — se desfez diante daquela figura largada e despreparada. A tensão erótica que o consumia desde a proposta no bar murchou, substituída por um constrangimento quase cômico.

Kaio se levantou num pulo, um sorriso forçado no rosto. "E aí! Chegaram. Pô, nem vi a hora passar."

Carla, no entanto, não tinha paciência para desculpas. Seus olhos varreram o ambiente com o desprezo de um general inspecionando uma trincheira imunda. Ela parou o olhar em Kaio, de cima a baixo.

"Que porra é essa, Kaio? Chamou a gente pra um lixão?", ela disse, a voz cortante. "E você nem pra tomar um banho? Tá com o mesmo cheiro de ontem."

Kaio corou, a arrogância do bar completamente evaporada. "Eu ia agora... tava só esperando..."

"Esperando o quê? Um convite formal?" Carla não esperou resposta. Em um movimento que chocou a todos, ela largou a bolsa no chão, tirou os sapatos e, com uma fluidez predatória, começou a se despir ali mesmo, no meio da sala. A blusa caiu, revelando um sutiã de renda preta. A calça jeans deslizou pelas pernas, deixando-a apenas de calcinha e sutiã.

Renato prendeu a respiração. Jonas, no canto, endireitou a postura, os olhos arregalados. Kaio ficou paralisado, uma mistura de pânico e tesão estampada em sua cara.

"Já que você é lento, eu resolvo," Carla declarou. Ela marchou até Kaio e, com uma força surpreendente, agarrou a barra da camisa polo dele e a puxou para cima, arrancando-a sobre sua cabeça. Os botões protestaram, um deles saltando e batendo no chão. "Anda. Pro chuveiro. Agora."

Ela desabotoou a calça dele e a empurrou para baixo, junto com a cueca. O pau de Kaio, semi-flácido e confuso, foi exposto à luz fraca da sala. Carla o agarrou pelo braço e o arrastou, tropeçando, na direção do corredor.

A porta do banheiro bateu, seguida pelo som da tranca e, segundos depois, pela água do chuveiro caindo com força.

O silêncio que se instalou na sala era denso e carregado. O programa de auditório na TV parecia uma zombaria distante. Renato ficou parado, o coração batendo descompassado. A imagem do pau de Kaio, mesmo que por um instante, estava gravada em sua retina. A promessa. O prêmio do acordo.

Ele se virou lentamente e seus olhos encontraram os de Jonas.

E ali, naquele olhar, algo aconteceu. Não havia julgamento no rosto de Jonas, nem surpresa. Havia... cumplicidade. Um entendimento silencioso. Jonas sabia. Assim como Kaio, ele também tinha visto o jeito que Renato olhava, mas sua percepção era diferente. Era mais calma, mais curiosa. Um leve sorriso brincou no canto de sua boca.

O som da água e de uma risada abafada de Carla vinha do banheiro. Eles tinham tempo. Ninguém estava prestando atenção.

Um impulso selvagem, nascido da frustração e do álcool da noite anterior, tomou conta de Renato. Seu lado "safado", aquele que vivia trancado em sua imaginação, chutou a porta e saiu. Ele caminhou até o sofá e se sentou, não muito perto, mas de frente para Jonas. Seus olhos não se desgrudaram dos dele.

Lentamente, como se testasse os limites de uma realidade nova e perigosa, Renato levou a mão à própria virilha, por cima do jeans. Ele viu as pupilas de Jonas se dilatarem. Era um convite e uma aceitação.

O zíper desceu com um som que pareceu um trovão no silêncio da sala. Renato liberou seu pau já duro, a cabeça latejante de desejo reprimido. O ar da sala, antes viciado, agora parecia elétrico. Sem desviar o olhar de Jonas, que o observava, hipnotizado, Renato começou a se tocar.

Não havia pressa. Sua mão subia e descia em um ritmo lento e deliberado, cada movimento uma performance. Era um ato de pura ousadia. Ele estava se masturbando para outro homem no sofá do cara cujo pau ele estava obcecado em chupar, enquanto este tomava um banho forçado com sua melhor amiga. A situação era tão bizarra, tão fodida, que o tesão se tornou quase insuportável. Jonas não se moveu, não disse uma palavra. Ele apenas assistia, o cúmplice silencioso daquela putaria secreta. Sua respiração estava mais pesada, e Renato podia ver um volume se formando na calça dele também. O olhar de Jonas era o combustível. Saber-se observado, desejado naquele instante, era uma droga potente. Ele acelerou o ritmo, o prazer subindo em ondas quentes, até que, com um suspiro contido, ele gozou quente e grosso em sua própria mão, a poucos metros de seu espectador.

No exato momento em que o espasmo terminava, a porta do banheiro se abriu.

Com a agilidade de um criminoso, Renato se ajeitou, limpando a mão na parte interna da calça e fechando o zíper. Quando Kaio e Carla entraram na sala, enrolados em toalhas, ele estava sentado, ofegante, tentando parecer o mais natural possível.

Kaio parecia um homem derrotado. Limpo, sim, mas com os ombros caídos. Carla, por outro lado, irradiava energia. Estava no auge do tesão, a pele brilhando de umidade.

"Bem melhor," ela disse, jogando a toalha no chão. Ela se ajoelhou na frente de Kaio, que se sentou na beirada do sofá, e olhou para o volume inexistente sob a toalha dele. "E agora, a parte boa."

Ela puxou a toalha dele e levou a boca ao seu pau com uma fome predatória. Renato assistiu, o coração na boca, uma mistura de ciúme e expectativa. Aquele deveria ser ele. Aquele era o seu prêmio.

Mas nada aconteceu.

Carla trabalhou com dedicação, mas o pau de Kaio permaneceu teimosamente mole. Inerte. A pressão, a humilhação do banho forçado, a imagem de Renato sentado ali, observando... tudo conspirou para matar sua ereção. O grande prêmio era um soldado abatido.

Após um minuto que pareceu uma hora, Carla se afastou com um som de frustração. "Qual é o seu problema? É brocha?"

Kaio gaguejou, o rosto vermelho de vergonha. "Não, é que... o nervosismo..."

Carla não quis ouvir. Ela se levantou, a impaciência fervendo. Seus olhos varreram a sala e pousaram em Jonas. "Você."

Jonas pareceu encolher.

"Vem aqui," ela ordenou. "Pelo menos um de vocês deve funcionar."

Jonas, pego de surpresa e claramente intimidado, obedeceu. Carla tentou o mesmo com ele, mas o resultado foi idêntico. A pressão do momento, a performance exigida, a energia caótica do ambiente... nada. Outro fracasso.

Foi a gota d'água. A frustração de Carla explodiu em fúria.

"Ah, quer saber? Cansei dessa palhaçada!", ela gritou, a voz ecoando na sala silenciosa. Ela se levantou, pegou suas roupas do chão e começou a se vestir com uma raiva contida. "Dois homens e nenhum pau duro. Que merda de noite."

Ela se virou para Renato. "Renato, vamos embora. Perda de tempo."

Chocado, mas com um inegável e secreto fio de diversão percorrendo seu corpo, Renato se levantou. Ele não ousou olhar para Kaio.

Carla, já vestida, agarrou-o pelo braço e o arrastou para a porta. Ao sair, Renato deu uma última olhada para trás. A imagem era patética e inesquecível: dois homens, Kaio e Jonas, seminus e de pau mole, sentados no sofá de uma sala imunda. A expressão no rosto de Kaio era um furacão de raiva, humilhação e, acima de tudo, um tesão frustrado que parecia prestes a fazê-lo explodir.

A noite do grande plano havia terminado em um fracasso retumbante. Mas para Renato, enquanto a porta se fechava, uma nova certeza se formou. O acordo não estava cancelado. Estava apenas começando. E agora, com o "macho" no auge de sua frustração, era Renato quem tinha todo o poder.

O silêncio do apartamento de Renato era um bálsamo depois do caos. Eram quase três da manhã. Ele havia deixado Carla em casa, ouvindo-a xingar a incompetência masculina durante todo o trajeto. Agora, sozinho, ele estava no sofá, o corpo ainda vibrando com a adrenalina da noite. A imagem da punheta secreta para Jonas se misturava com a visão humilhante de Kaio, derrotado e de pau mole. Havia uma satisfação cruel nisso, mas por baixo de tudo, a velha ferida do desejo não realizado ainda latejava. A fantasia principal, a razão de toda aquela noite, tinha morrido na praia.

Foi quando o telefone tocou, o som rasgando a quietude como um alarme de incêndio. O nome na tela fez seu coração dar um salto mortal. Kaio.

Ele atendeu, a mão trêmula. "Alô?"

A voz do outro lado era um rosnado baixo, uma mistura de fúria e álcool. "Cadê ela?"

"Ela quem?", Renato se fez de desentendido, saboreando o momento.

"Não se faz de idiota, porra. A Carla. Cadê ela?"

"Eu a deixei em casa. Acho que você perdeu sua chance, cara."

Um silêncio tenso, seguido por um soco em algo – uma parede, talvez. "Merda! Eu tava nervoso, cara, muita gente... Olhando... A culpa não foi minha." A desculpa era patética. Kaio não estava se justificando; estava tentando reconstruir seu ego espatifado. Então, a voz dele mudou, o tom baixou, tornando-se mais focado, mais predatório. "Onde você tá?"

Renato sentiu um arrepio percorrer sua espinha. "Em casa, por quê?"

"Tô descendo aí."

Ele não pediu. Avisou. Antes que Renato pudesse protestar, a chamada foi encerrada. O pânico e uma onda de excitação doentia tomaram conta dele. Ele correu para a janela a tempo de ver o carro de Kaio cantando pneu na esquina e parando bruscamente em frente ao seu prédio. Não havia tempo para pensar. O som do interfone foi um choque elétrico.

Renato apertou o botão para abrir o portão, a mão suando. Seu corpo agia por instinto, movido por uma força que ele não controlava mais. Segundos depois, batidas pesadas e impacientes soaram em sua porta.

Ele abriu. Kaio estava parado ali, uma figura que parecia grande demais para o corredor do prédio. Os olhos estavam injetados, o cabelo úmido de suor, e ele fedia a uísque e frustração. Ele empurrou a porta e entrou, o olhar varrendo o pequeno apartamento, confirmando a ausência de Carla.

O alívio em seu rosto foi substituído por uma nova determinação. A caça havia mudado de alvo.

Ele se virou para Renato, o corpo tenso como uma mola prestes a estourar. "Foda-se ela", ele disse, a voz rouca, gutural. "Foda-se a noite, foda-se todo mundo. Mas eu ainda preciso me aliviar. E você me deve."

O olhar de Kaio desceu para a boca de Renato, e depois para sua virilha. A dívida. A proposta indecente.

"Você me deve aquela mamada."

Essa história continua em um lugar mais... reservado. Tenha seu acesso exclusivo. https://privacy.com.br/@Inimigointimo

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UAI, MAS CARLA MAMOU KAIO E NADA ACONTECEU. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS AGORA QUER QUE RENATO DÊ UMA MAMADA SERÁ QUE ESSE PAU VAI ENDURECER? SERÁ QUE RENATO VAI FAZER MILAGRE RSSSSSSSSSSSSSS AGUARDANDO CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS. E BEM CURIOSO AQUI. RSSSSSSSSSSSS CONTINUE RAPIDINHO.

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