Aquelas palavras que a Manú disse me atingiram com força.
Eu tinha que me controlar.
Ainda ali, sentado na cadeira, olhei para o porta retratos que estava sobre a mesa e me mostrava carregando a Manú nas costas, na viagem que fizemos à Chapada dos Veadeiros. Os sorrisos estampados em nossos rostos mostravam claramente a felicidade de estarmos juntos. Agora, isso já parecia que aconteceu em uma vida anterior.
Ainda fiz uma última tentativa. Mais ou menos uma hora após a Manú descer do sótão, eu fui atrás dela. Dei duas batidas na porta da suíte master e, como a Manú não respondeu, eu abri a porta e encontrei a minha esposa deitada na cama. Me aproximei e percebi que rapidamente ela enxugou as lágrimas dos olhos e ainda deu uma fungada, antes de se virar de costas para mim. Seus olhos estavam inchados e seu rosto vermelho, de tanto chorar. Ainda lhe perguntei, da forma mais gentil que eu pude:
— Meu amor, você está bem?
— Porra Beto, só me deixa em paz! Que parte de “não quero mais você na minha vida” você não entendeu!
Agora vocês imaginem alguém derrotado. Esse era eu! Todo o meu amor pela Manú gritava para que eu chegasse perto dela, a abraçasse forte, a protegesse e a consolasse. Porém, eu tinha a absoluta certeza que aquela barreira intransponível que a Manú levantou ao seu redor me rechaçaria.
Mesmo triste, mais uma vez eu me coloquei no lugar dela e, ao invés de me aproximar, eu saí do quarto, voltei para o sótão e passei aquela noite em claro, pensando no que a Manú havia falado. Era incrível como a violência que sofreu mudou a minha esposa. Está certo que ela já tinha um grande problema anterior, gerado pelo seu relacionamento tóxico com o Lorenzo, e que não foi tratado corretamente. Só que aquela mulher forte, inteligente, destemida, resiliente, decidida, gentil e carismática, com quem eu me casei não existia mais. A Manú maravilhosa, que motivava e inspirava as pessoas agora era uma mulher totalmente magoada, amargurada e destruída. E ela me disse com todas as palavras que não gostava mais de mim e que nosso relacionamento havia acabado.
Desde o começo eu nunca me iludi. Eu sabia que teríamos dias difíceis e sempre acreditei que iríamos superar tudo juntos. E é claro que me voltou à mente aquela insegurança que eu tinha, de não ser bom o suficiente para ela.
Sabendo de todos os problemas que ela estava passando, resolvi não desistir da minha mulher. Não existe só sim ou não, então, depois de pensar muito e conversar com a terapeuta da Manú, com meu irmão e minha cunhada, eu resolvi que daria mais espaço para ela, que sugeriria, mas não insistiria mais para sairmos ou programarmos de fazer coisas juntos. Eu também tinha quase certeza que ela ainda não havia contado para a família sobre o que havia acontecido, e eu estava respeitando o pedido que ela fez de não contar. E conversando com a terapeuta, o meu irmão e a minha cunhada eu toquei no assunto e todos os três foram unânimes em dizer que em hipótese alguma eu deveria fazer aquilo e que esperasse que a Manú tomasse essa iniciativa.
A minha esperança era que ela continuava fazendo regularmente o acompanhamento com a terapeuta e tomando os remédios receitados.
Mal a vi no domingo. E, na manhã do dia seguinte, encontrei sua aliança de casamento e o anel de noivado sobre a bancada da cozinha.
Aquilo me machucou muito mais do que qualquer outra ofensa que ela pudesse me fazer. Foi profundo e dolorido.
Eu peguei os dois anéis, coloquei-os em uma caixinha e os guardei na minha parte do cofre do escritório da nossa casa. Apesar de ter ficado arrasado com aquilo, continuei meu monitoramento na internet. Também quase não dormi naquele dia, tamanhas eram minhas dúvidas, apreensões e decepções.
Na nossa casa haviam dois cofres. Um grande no escritório, que já estava lá quando compramos a casa. Dividimos esse cofre em duas partes. A parte de cima era dela e eu nunca tive a curiosidade em mexer lá. A parte de baixo era minha e continha basicamente alguns documentos e arquivos em mídia de meus projetos de pesquisa, além da minha pistola e do revolver dela. Também tínhamos um cofre menor, que mandamos instalar no closet do nosso quarto e era onde a Manú guardava suas jóias, relógios, passaportes e algum dinheiro, além da pistola que ela tinha (Isso quando ela não estava portando essa arma).
Na segunda-feira fui trabalhar morrendo de sono. Quase passo maquiagem no rosto, pois minhas olheiras estavam enormes. E, chegando ao escritório, foi a secretária do Oskar que me salvou, quando me ligou e disse que ele queria conversar pessoalmente comigo, às 15 horas daquele dia. Avisei a minha secretária que estaria indo para São Paulo e resolvi ir para casa e dormir por umas duas ou três horas antes de ir dirigindo para São Paulo.
A minha secretária, a Carmem, e o Nunes, o meu parceirão e braço direito, foram as pessoas que mais me ajudaram nesse período conturbado de minha vida. Eles seguraram as pontas na empresa. Eu não contei para eles o que aconteceu com a Manú, só que eles logo perceberam que eu não estava nada bem e me ajudaram da melhor forma possível.
Ao lado da minha sala havia uma pequena sala de reuniões que eu quase nunca usava. Eu transformei essa sala no escritório do Nunes e ele passou a cuidar da empresa. Como ele conhecia os nossos projetos e a grande maioria dos nossos clientes, ele acabou assumindo uns 70% do meu trabalho, enquanto eu cuidava da Manú e planejava a vingança sobre o Anderson. Eu continuei cuidando de alguns projetos e clientes bem específicos e dos contatos com a direção. E esse direcionamento a Carmem fazia com maestria.
Voltei para casa e a Manú já havia saído para o trabalho. Resolvi separar uma roupa nova para a reunião com o chefe.
Meus melhores ternos ainda estavam no closet da suíte master e eu estava evitando ao máximo entrar naquele quarto, pois lá eu e a Manú havíamos compartilhado tantas coisas importantes que me doía muito só de entrar lá.
Mesmo assim, fui ao closet do quarto da Manú (desde o estupro eu estava dormindo em um dos quartos de hospedes) para pegar um terno e arrumar minhas coisas, antes de ir dormir um pouco. Entrei lá e quase tropeço na mala que a Manú havia levado da última vez que foi para Brasília.
Levei minha roupa para o outro quarto, mas senti uma tensão estranha quando olhei para aquela mala, que até hoje não sei explicar, e resolvi voltar para o closet. Peguei na mala para tirá-la do caminho e algo me chamou atenção. A etiqueta de bagagem estava como destino GRU (que pela sigla de código da IATA — International Air Transport Association quer dizer Guarulhos), só que a origem do voo não estava SBS (Brasília) e sim MCZ (Maceió). Virei a etiqueta e, do outro lado, vi que a data do voo estava correta: sete de outubro de 2023. O que não batia era o nome do passageiro: Não estava escrito Malcher/Fernanda (eu e a Manú concordamos em não mudar nossos nomes por causa do casamento e só voltar a falar sobre isso quando nosso primeiro filho fosse nascer) e sim Malcher/Fabíola, que é o nome da irmã da Manú.
Meu coração disparou. Pensei: Que merda a Manú havia aprontado?
Abri a mala e dentro dela havia um aparelho celular, um tablet, dois discos rígidos de computador e uma carteira de identidade da Fabíola. Na mesma hora eu me lembrei que a Fabíola tirou uma nova carteira de identidade em São José, para levar para o Consulado Americano e que ela acabou levando a versão digital dessa identidade, pois a versão impressa demorou para ficar pronta. Dias depois a Manú pegou esse documento e ficou de entregar a carteira de identidade para a Fabíola, quando nos encontrássemos no final de ano, nos Estados Unidos.
A primeira coisa que me veio na mente foi que a Manú foi para Maceió, matou o Anderson e aquelas coisas eram dele!
Agora mesmo que eu não conseguiria dormir! Liguei para a minha secretária e pedi para ela tentar reservar um horário no laboratório seguro da sede da empresa e parti na mesma hora para São Paulo. Esse laboratório, no subsolo do prédio que ficava a filial de São Paulo, era projetado para não sofrer interferências eletromagnéticas ou de qualquer sinal de telecomunicações e eu esperava ligar o aparelho celular e o tablet dentro daquela sala, sem o risco de ser rastreado.
Como o Anderson havia sido baleado, abri os cofres de casa e encontrei nossas três armas lá. Chequei uma por uma. Elas estavam limpas, lubrificadas e sem resíduos de pólvora. Só que a Manú também sabia limpar as armas. Então fui conferir nossa munição, que eu controlava em um caderninho. Não tínhamos nenhum cartucho deflagrado, pois depois da última vez que atiramos deixei todos eles com um amigo que recarregava (o cartucho recarregado fica bem mais barato que o comprado na loja) e já haviam se passado cinco meses e eu não tinha ido buscar esses cartuchos com ele. Pelo meu controle deveríamos ter 40 munições de calibre 38, 57 munições de .380 e 220 munições de 9mm. Só fiquei mais tranquilo quando terminei de conferir e não estava faltando nem um só cartucho.
Por sorte a Carmem conseguiu reservar esse laboratório para mim das 13 às 14 horas.
Cheguei na empresa e já fui direto para esse laboratório. Lá constatei que realmente tudo aquilo era do Anderson. Eu não consegui desbloquear o tablet, mas o aparelho celular foi fácil, pois usava a mesma senha do aparelho celular antigo do Anderson. Fiz um backup de tudo o que havia de interessante naquele aparelho e, antes de desligá-lo, fui bisbilhotar as mensagens trocadas, para tentar entender como a Manú havia se apoderado daquilo.
E, para aumentar o meu sofrimento, haviam várias conversas do Anderson com ela.
O primeiro contato era dele para a Manú, com uma mensagem enviada no domingo passado, ou seja, apenas dois dias após o meu ataque cibernético contra ele. Na mensagem ele pergunta se ela estava bem e se poderia ajudá-lo.
Ela respondeu:
“[Manú] — Olá Dr. Pena, eu estava preocupada de você ter sumido. A PF está lhe procurando. Em que posso lhe ajudar?
[Anderson] — Seu marido não te falou nada, não lhe mostrou nada?
[Manú] — Meu marido! O senhor conhece o Beto?
[Anderson] — Não Dra. Fernanda. Eu estou numa situação muito difícil e devo ter me confundido.
[Manú] — Para você é Manú! Estou com saudades das nossas conversas.
[Anderson] — Eu também! Vivo pensado em você...
[Manú] — Não fala assim, que você sabe que eu sou uma mulher casada.
[Anderson] — Eu já te disse que é das casada que eu gosto mais. E amei cada momento que fiquei contigo.
[Manú] — Não podemos nunca mais repetir aquilo. Eu devo ter bebido muito e eu amo meu marido.
[Anderson] — E eu amo você toda. Eu me recordo de tudo e adorei cada segundo que passamos juntos. Você é uma mulher especial!
[Manú] — Para com isso, que... deixa para lá! O que você precisa?
[Anderson] — Alguns hackers invadiram o meu computador e o meu telefone celular e apagaram todos os meus documentos e ainda esvaziaram as minhas contas bancárias. Enfim, fizeram um estrago. Paguei o resgate que os bandidos pediram, mas até agora não liberaram os meus arquivos. Os meus técnicos não conseguiram recuperar nada e estou pedindo ajuda de todos os meus amigos para encontrar esses hackers. Você é do governo, tem acesso a muitos recursos e poderia me ajudar?
[Manú] — É claro que eu te ajudo, meu querido. É só me dar mais detalhes. Podemos nos encontrar pessoalmente para conversar sobre isso?”
Ele então passou vários dados técnicos para ela (coisas que obviamente eu havia plantado de propósito para bagunçar ainda mais qualquer investigação que houvesse) e depois disse para ela que viria ao Brasil ainda naquela semana. Assim que ele sentisse que fosse seguro voltar.
Li aquilo morrendo de ódio da Manú, por ter flertado com ele. Por estar tratando ele tão bem e com tanta atenção e intimidade.
E ele estava usando toda a sua personalidade e sua cara de pau para cantar a Manú, como se nada de errado tivesse acontecido antes.
Nos próximos três dias eles continuaram conversando e meu ódio crescia à media que ela se insinuava para ele e até deixava no ar seu interesse em foder novamente com ele. Claro que eu imaginei que ela estava usando o narcisismo dele para levá-lo para uma armadilha mortal, mas isso não diminuía o meu ódio, pois ela não me contou nada sobre aquelas conversas. Fora que eu também não queria que aquele desgraçado tivesse qualquer outro contato com a minha esposa.
Na quarta-feira ele informou para ela que chegaria em Maceió na quinta-feira, para pegar um dinheiro com uns sócios. Ele disse que pegaria um voo comercial até a Venezuela e que de lá iria para Maceió no jatinho de um amigo. Falou também que já estava tudo certo para ele burlar a fiscalização do aeroporto e assim entrar no país sem ser identificado. E logo em seguida a Manú lhe respondeu, dizendo que iria ao encontro dele na sexta-feira, pois estava morrendo de saudades.
Na quinta-feira eles ainda trocaram algumas mensagens e marcaram de se encontrar na casa dele às 18 horas do dia seguinte.
Nessa hora me recordei que ela havia me dito que precisava amanhecer nessa sexta-feira em Brasília e o idiota aqui ficou horas preparando uma documentação para ela levar.
Na sexta-feira ela mandou, para o Anderson, uma mensagem pela manhã, dizendo que já estava na cidade. E a última mensagem entre eles foi pouco depois das 15 horas, em que ele dizia que já estava em casa e iria preparar algo inesquecível para ela.
Nessa hora me veio à mente uma coisa que ela havia dito no sábado à noite, logo que voltou para casa. Ela me falou que o Anderson tinha merecido morrer com o pau e as bolas enfiadas dentro da boca. Esse era um detalhe que eu não havia visto em nenhuma reportagem e, antes eu achei que ela sabia daquilo por alguma informação que havia recebido das autoridades. As reportagens somente diziam que ele havia sido torturado até a morte e baleado quando já estava morto. Será que a Manú castrou aquele crápula e enfiou-lhe as bolas garganta adentro?
Eu estava em choque. Imaginando o que aconteceu entre a Manú e o filho da puta do Anderson no encontro que tiveram?
Tive que parar tudo para participar da minha reunião. Me lembro de pouca coisa dessa reunião que tive com o Oskar, além dele ter comentado que eu estava muito magro, logo da primeira vez que me viu. Foi daquelas reuniões chatas e longas e que eu só pensava em saber o que tinha nos discos rígidos. Isso sem contar o sono. Me levantei umas quatro vezes no meio da reunião, só para lavar o rosto. E tomei meia garrafa de café.
A reunião demorou umas três horas e, ao seu final, eu falei para o pessoal que iria para um dos laboratórios de informática, para adiantar uns trabalhos, enquanto esperava diminuir o trânsito do horário de pico.
Então fui ver o que havia nos discos rígidos de computador que estavam na mala da Manú.
Como eu imaginava os HDs eram do sistema de vigilância da casa do Anderson.
O Anderson era um comedor realmente insaciável. As primeiras imagens que me interessavam eram dele chegando de viagem, na madrugada da quinta-feira e, umas duas horas depois chegaram duas gurias bem novinhas na casa. Ele as recebeu e as acompanhou até o seu quarto. E lá ele comeu as duas.
Depois de muitos beijos e chupadas ele se deitou na cama, colocou uma para cavalgar em seu pau, enquanto a outra esfregava a sua xoxota na boca dele, sentada sobre o seu rosto. Depois de algum tempo elas trocaram de lugar. Depois ele colocou as duas ajoelhadas, lado a lado, sobre a cama, e revezou, fodendo as duas por um bom tempo.
Ele então mandou as duas se beijarem. E ficou sentado na cama, alisando o seu pau, enquanto as duas se pagavam. Elas começaram se beijando, depois uma mamou na outra e elas partiram para um 69. Passados alguns minutos o Anderson se posicionou entre as perdas da menina que estava de barriga para cima e voltou a fodê-la bem lentamente. Às vezes ele parava e enterrava a pica na boca da garota que estava por cima e em seguida voltava a foder a que estava por cima. Então ele deu uma palmada na bunda da garota que estava por cima e pediu para ela se deitar na cama, de barriga para baixo. Ele se deitou sobre ela e enrrabou a menina. Sem preparação, sem dó nem piedade.
Certamente ele havia tomado algum estimulante, pois depois de foder muito o cú da garota, ele saiu de cima dela e voltou a foder a bocetinha da outra guria. Ele a mudou de posição umas três vezes, enquanto metia a pica sem dó. Finalmente ele a colocou de quatro sobre a cama e também comeu o cuzinho dela. Ele socou forte nela até gozar.
Eles dormiram juntos e elas foram embora pela manhã.
Ele saiu de casa por volta das 11 horas e retornou pouco depois das 15 horas. E, exatamente às 15 horas e 42 minutos, dois homens mascarados pularam o muro lateral da casa e foram até onde o Anderson estava. Após agredirem muito o filho da puta do Anderson (o que eu adorei ver), eles prenderam seus pés e mãos com aquelas fitas de nylon do tipo “engasga gato” e depois destruíram várias das câmeras. Às 17h 01mim deu para ver, através da câmera no portão, que dois veículos estacionaram na frente da casa. Quatro homens desceram, um deles ficou de guarda junto ao portão e os outros três homens entraram pelo portão principal da casa.
Às 17h 26mim todos os cinco homens saíram pelo portão de entrada, entraram nos dois carros, que esperavam por eles já do outro lado da rua, e foram embora. Não deu para ver o rosto de todos eles, porém anotei e dei um print na placa de um dos carros.
Faltando três minutos para as 18 horas, ou seja, apenas meia hora depois dos assassinos deixarem a casa, a Manú chegou e, vendo que o portão estava aberto, entrou na casa. As filmagens terminaram uns oito minutos depois, possivelmente com as câmeras sendo desligadas pela Manú.
Aparentemente ele foi morto por aqueles dois ou por um dos três que chegaram depois. Acredito até que o mandante foi terminar o serviço pessoalmente. Isso me deu um acerto alívio quanto à inocência da Manú, porém fiquei super preocupado, pois ela poderia ter sido pega no meio desse acerto de contas.
Copiei todas aquelas imagens para o meu computador e, em seguida, coloquei os HD, o aparelho celular e o tablet para serem destruídos junto com todo o material das pesquisas que fiz sobre o Anderson, os quais eu já havia separado anteriormente e levado comigo para São Paulo. Acompanhei pessoalmente todo aquele material ser triturado e depois incinerado até não restar nada além de uma massa metálica toda chamuscada, que era exatamente o que fazíamos com todo o nosso material de pesquisa, para não haver risco de alguma coisa cair nas mãos de nossos concorrentes.
Quando terminei tudo já eram quase 21 horas. Antes de voltar para casa ainda acessei os meus computadores para ver se havia alguma novidade no monitoramento que eles faziam. Só encontrei que o filho e a ex-esposa do Anderson já estavam no Brasil para participar do enterro e que o velório seria feito na Assembleia Legislativa de Alagoas, em um caixão fechado.
Ví uns três vídeos de reportagens, li alguns artigos que saíram e, quando conferi o meu telefone já eram 10 horas da noite. E não havia qualquer mensagem ou ligação da Manú. Ela não sentiu a minha falta e estava pouco se lixando para mim.
Então peguei o meu carro e segui em direção a São José dos Campos.
Foi aí que eu quase morri.