Com Você Descobri o Amor-6

Um conto erótico de AYOON
Categoria: Gay
Contém 1758 palavras
Data: 22/08/2025 17:12:08
Última revisão: 22/08/2025 17:29:03

O sol da manhã invadia o apartamento, tímido, atravessando as cortinas semiabertas. Elijah acordou ainda atordoado, os músculos doloridos e o corpo marcado pelos hematomas, mas com um leve conforto por estar em um lugar seguro, embora ainda não compreendesse completamente a situação.

Dantas já estava no quarto, sentado à beira da cama dele, os olhos percorrendo o garoto com atenção calculada. A postura era calma, quase paternal à primeira vista, mas carregava o peso da autoridade e do controle.

— Levante-se — disse Dantas, a voz firme, sem deixar espaço para objeções. — Temos que nos movimentar antes que o dia comece a fugir de nós.

Elijah se sentiu constrangido, ainda desnorteado pelo contraste entre o cuidado inesperado e a tensão que aquele homem exalava. Com um pequeno aceno, levantou-se, vestindo a primeira roupa que encontrou, tentando não fazer barulho.

Enquanto Elijah se arrumava, Dantas observava cada gesto, cada hesitação, mantendo o equilíbrio entre vigilância e o disfarce de “cliente” que precisava passar para qualquer eventualidade. Um detalhe, um movimento errado, e toda a fachada poderia desmoronar.

— Café da manhã pronto — disse Dantas, finalmente se afastando para a cozinha, mantendo o tom de comando. — Coma antes de sair. Você precisa de energia.

Elijah caminhou até a mesa, silencioso, servindo-se com cuidado, ainda percebendo o jeito controlado, quase hipnótico de Dantas que, de maneira sutil, o fazia sentir-se observado e… incomodamente vulnerável.

Dantas voltou a revisar documentos, telefonemas e anotações, mas seu olhar sempre se desviava para Elijah por frações de segundo mais longas do que deveria. Era um jogo de poder silencioso: ele precisava parecer indiferente, mas cada detalhe sobre o garoto penetrava em sua mente com uma insistência desconcertante.

O dia começava, e Dantas sabia que precisaria agir com frieza, mantendo o disfarce e a missão intactos, enquanto a mente teimosa insistia em pensar no que aquele garoto realmente representava para ele — muito além do plano inicial.

Dantas finalmente se afastou do computador, respirando fundo, os olhos cansados, mas a postura ainda impecável. Ele chamou Elijah com um gesto firme, mas sem alterar a calma controlada de sua voz.

— Elijah — disse, curto e direto — vamos precisar sair hoje à noite. Há um evento. Precisamos ir à boate.

Elijah ergueu os olhos, surpreso, mas permaneceu imóvel, como se cada palavra carregasse uma ordem que não podia questionar.

— Por isso — continuou Dantas, aproximando-se da mesa — você precisará se vestir adequadamente. Não apenas roupas comuns. E… terá que fingir ser meu acompanhante. Meu… amante, se for necessário.

O choque estampou o rosto de Elijah, seus olhos azuis arregalados refletindo confusão e um constrangimento que começou a se espalhar pelo corpo.

— Eu… eu? — gaguejou, a inocência evidente em cada sílaba. — Mas… eu não sei como…

Dantas deu um passo mais próximo, a presença firme e imponente criando uma tensão quase palpável.

— Obediência é a palavra-chave — disse, a voz baixa, autoritária, mas com um toque perverso que fazia Elijah corar. — Faça exatamente como eu disser. Apenas finja. Lembre-se: é tudo parte do disfarce. Não podemos errar.

Elijah respirou fundo, sentindo um frio percorrer sua espinha. A mistura de medo, confusão e a estranha atração que Dantas provocava criava uma tensão elétrica no ar. Ele assentiu, hesitante, mas compreendendo que não tinha escolha.

— Agora — continuou Dantas, ainda próximo — levante-se, vamos escolher suas roupas. E lembre-se: olhos e postura. Você precisa parecer confiante. Para todos.

Elijah se levantou, sentindo o coração bater rápido, enquanto Dantas percorria o quarto com olhar calculado, já planejando cada detalhe do que deveriam fazer naquela noite, enquanto o jogo de poder e sedução silenciosa entre eles começava a se intensificar.

Dantas abriu a porta do carro com um gesto firme, convidando Elijah a entrar, mas o olhar dele não deixava dúvidas: tudo precisava ser impecável.

— Lembre-se — disse baixinho, a voz grave carregada de autoridade — você precisa impressionar. Cada detalhe. Cada movimento. Cada olhar.

Elijah assentiu, nervoso, sentindo o peso daquela responsabilidade, mas também uma estranha excitação que não sabia nomear. No shopping, Dantas percorreu rapidamente as lojas, selecionando peças com critério quase obsessivo. Trajes escuros, cortes perfeitos, tecidos que abraçavam o corpo sem perder a elegância.

— Prove isso — ordenou, entregando a Elijah um blazer preto ajustado, acompanhado de uma camisa branca e calça escura. — Quero ver se consegue carregar tudo isso sem parecer… deslocado.

Elijah foi para o provador, ainda tímido, hesitando diante do espelho. Mas ao colocar cada peça, algo nele começou a mudar. A camisa justa moldava o corpo delgado, o blazer estruturava os ombros, e a calça desenhava suas pernas com uma linha elegante que antes ele mesmo não notava.

Quando saiu do provador, Dantas ergueu os olhos, e por um instante, seu semblante rígido vacilou. Elijah estava impecável. Sexy sem esforço, mas com um magnetismo natural que parecia atormentar a mente de Dantas. O homem que controlava tudo, que calculava cada risco e cada movimento, sentiu um aperto no peito que misturava desejo e frustração.

— Continue — disse Dantas, mas a voz falhou por um instante, enquanto Elijah girava devagar, admirando-se no espelho. — Mais algumas opções. Quero que esteja perfeito.

Elijah provou mais roupas: camisas cinza-claro que contrastavam com a pele pálida, suéteres ajustados que marcavam o torso, calças escuras que alongavam a silhueta. Cada peça escolhida por Dantas parecia revelar uma parte dele que Elijah mesmo não conhecia.

Ao final, Dantas ordenou que ele experimentasse um conjunto completo: camisa bege clara, calça escura ajustada, sapatos polidos. Elijah entrou no provador e, quando saiu, parecia outra pessoa: confiante, elegante e com uma sensualidade discreta que Dantas mal conseguia ignorar.

O homem respirou fundo, afastando os pensamentos que ameaçavam quebrar a disciplina que ainda precisava manter. — Perfeito — disse finalmente, firme, mas a mão tocando levemente o próprio queixo como se lutasse contra algo que não podia revelar. — É isso. Exatamente isso.

Elijah corou ao perceber o olhar intenso de Dantas, um calor subindo pelo peito que misturava timidez e um novo senso de poder que ele começava a entender. Mesmo sem querer, estava aprendendo a provocar aquele homem que tudo controlava, e, ao mesmo tempo, se surpreendendo com sua própria transformação.

Dantas, por dentro, já sabia que aquela noite não seria apenas sobre o disfarce. E a antecipação do que estava por vir deixava o ar entre eles carregado de tensão e desejo contido.

A boate estava envolta em luzes baixas e música pulsante, mas para Dantas, tudo parecia em câmera lenta. Cada movimento das pessoas ao redor era registrado, cada olhar suspeito avaliado. Elijah, ao seu lado, parecia uma versão mais confiante de si mesmo, vestindo o conjunto que Dantas havia escolhido com cuidado: camisa bege clara e calça escura impecável, emanando uma sensualidade discreta que atraía olhares sem que ele percebesse totalmente.

Quando se aproximaram da área VIP, Jonas os reconheceu imediatamente. Um sorriso arrogante se espalhou pelo rosto dele, mas havia um lampejo de cautela nos olhos ao encarar Dantas.

— Dantas! — disse Jonas, estendendo a mão com um gesto exagerado de cordialidade — Que prazer vê-lo aqui… e com seu… acompanhante. Venham, tenho um lugar reservado para vocês.

Dantas trocou um olhar rápido com Elijah, que permanecia um pouco nervoso, mas tentando parecer natural.

— Obrigado, Jonas — respondeu Dantas, a voz baixa, firme e carregada de um tom que Jonas não podia decifrar completamente. — Vamos direto ao ponto.

Jonas conduziu-os a um lounge privado, afastado da pista de dança e dos olhares curiosos. Elijah sentou-se, mas não conseguia parar de perceber cada detalhe do ambiente: as luzes estratégicas, a decoração luxuosa, e o jeito como Dantas se posicionava, sempre alerta, sempre calculando cada risco.

— Sentem-se — disse Jonas, ainda sorrindo, mas com uma tensão discreta na postura. — Aqui ninguém nos interrompe.

Dantas escolheu uma cadeira oposta a Jonas, mantendo Elijah ao seu lado. Ele inclinou-se ligeiramente para trás, mantendo a postura relaxada, mas os olhos nunca deixando de observar Jonas.

— Vamos discutir negócios — disse Dantas, a voz baixa e ameaçadora. — Mas antes, quero que meu… acompanhante se sinta confortável.

Elijah corou levemente com o olhar intenso de Dantas, sem entender completamente por que seu corpo reagia à presença firme e quase predatória daquele homem. A tensão entre eles dois criava uma aura que Jonas não conseguia decifrar totalmente, aumentando seu desconforto e, ao mesmo tempo, despertando sua curiosidade.

— Muito bem… — começou Jonas, tentando recompor a arrogância — Mas antes de qualquer coisa, quero que saibam que certas “regras” precisam ser respeitadas aqui.

Dantas não disse nada. Apenas manteve o olhar firme, transmitindo que ele não era alguém a ser intimidado, e que qualquer jogo de Jonas teria que ser calculado com extrema cautela. Elijah, ao lado dele, sentiu a mistura de medo, excitação e confusão aumentar — não sabia se estava ali como refém, acompanhante ou peça-chave do próprio Dantas.

A boate agora não era apenas um cenário de negócios, mas um tabuleiro de poder, desejo e tensão, onde cada movimento poderia mudar tudo.

Jonas recostou-se na cadeira, o sorriso carregado de malícia e arrogância, observando Elijah com olhos avaliativos.

— Vejo que o senhor deu um verdadeiro banho de loja no garoto… — disse, o tom provocativo, medindo cada palavra. — Me conte, ele era realmente virgem? Valeu o preço, não é mesmo, Sr. Dantas?

Elijah estremeceu, corando profundamente, sentindo cada palavra penetrar como uma lâmina. Sua mão apertou inconscientemente a beira da cadeira, incapaz de desviar o olhar completamente.

Dantas manteve a calma, mas seu olhar atento revelava cada detalhe da situação. Com a voz baixa, firme e carregada de uma leve malícia que reforçava o disfarce, respondeu:

— Sim, valeu cada centavo… — disse, fazendo uma pausa, deixando a frase suspensa no ar. — O garoto tem se mostrado… agradável.

Jonas recostou-se com o sorriso largo e provocativo. Seus olhos brilhavam com a intenção de testar Dantas, medir limites.

— Veja só o que chegou agora… — disse, fazendo um gesto para que dois homens surgissem com uma nova “mercadoria”. — Que tal deixar o garoto comigo e alguns amigos se divertirem um pouco? Aposto que ele vai agradar a todos nós.

Elijah estremeceu imediatamente, o coração disparando. Cada palavra parecia cravar-se em sua mente. Ele se encolheu na cadeira, incapaz de reagir, sentindo o medo e a vulnerabilidade crescerem.

Dantas manteve o olhar firme em Jonas, o corpo rígido, a respiração controlada. Por dentro, cada fibra dele desejava proteger Elijah, mas o disfarce precisava continuar intacto. Um movimento errado poderia destruir tudo.

Jonas riu, um som que ecoou pelo espaço, tentando provocar uma reação mais agressiva ou desesperada. — Ah, venha, Dantas. Não me diga que você está… ciumento? Ele parece tão… frágil e inocente. Não seria divertido?

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