Depois daquela conversa direta — e um tanto ácida — com Breno, percebi que ele deu uma leve recuada. Continuava aparecendo, claro. Sempre com uma desculpa qualquer. Um relatório, uma dúvida, uma conversa com Francisco que poderia muito bem acontecer por mensagem.
Mas o olhar dele... aquele olhar que media território, que calculava cada gesto meu, continuava ali. E, cada vez que me via de mãos dadas com Francisco, ou quando o abraçava, deixava escapar um incômodo quase imperceptível. Quase.
Eu fazia questão de mostrar que ali existiam limites. Que ele podia até tentar alguma coisa, mas não ia passar de tentativa. Francisco era meu. E mesmo quando não dizia isso em voz alta, meu corpo deixava claro cada vez que me colava nele.
Francisco, por sua vez, parecia alheio a qualquer coisa que não fosse a gente. Depois de ajustar os últimos detalhes do novo contrato, ele delegou quase tudo aos dois novos profissionais que contratou pra cuidar da produção e da logística da fazenda.
Foi aí que os nossos dias começaram a ter mais do que apenas calor do sol — começaram a pegar fogo de verdade.
As duas semanas que seguiram foram um presente. Momentos nossos, inteiros, sem relógio. Francisco me levava pros lugares mais inusitados daquela imensidão verde: uma trilha escondida atrás do galpão, o depósito desativado que ninguém mais usava, uma árvore com sombra densa e raízes largas onde ele me deitou com a sede de um homem faminto. E era mesmo isso. Francisco parecia sentir desejo por mim todos os dias, como se nossos corpos tivessem saudade até quando estavam colados.
Tinha dia em que o cansaço vencia, claro. Dias longos de sol, poeira e decisões que exigiam dele mais do que deveria. Mas mesmo nesses momentos, eu me enroscava no corpo suado e forte dele e oferecia o que podia: massagem, carinho, toque. Passava as mãos pelos ombros, descia pelas costas, sentia a respiração dele ficar mais lenta. Francisco dormia sorrindo, e eu também.
Não era só tesão. Era intimidade. Era entrega.
E cada vez que ele me puxava pela cintura ou sussurrava que me amava entre uma risada e outra, eu tinha certeza: era ali que eu queria estar.
A primavera chegou como um respiro. O calor intenso deu lugar a brisas suaves, e a paisagem foi ganhando tons mais vivos — verdes mais claros, flores brotando onde antes havia só poeira. A vida na fazenda parecia acompanhar esse ritmo, e nós também.
Não havia mais provas, nem prazos, nem despedidas. Eu estava ali, inteiro. Ao lado de Francisco, dormindo na mesma cama todas as noites, dividindo o café da manhã, as conversas jogadas no fim da tarde, e até as preocupações com a próxima safra. A gente cresceu juntos naquele espaço.
Francisco já não tentava esconder o que sentia. Me abraçava na frente dos funcionários, me beijava pelos cantos, me elogiava no meio do almoço com todos presentes — e eu ria, vermelho, mas feliz. Tão feliz.
Elisa, que viveu semanas incríveis conosco, voltou pra cidade no fim de outubro, chamada por um novo projeto pessoal. A casa ficou mais silenciosa sem as piadas dela ecoando pelos cômodos, mas sabíamos que ela estava exatamente onde precisava estar.
Lucas ficou. E ficou de um jeito bonito. Com menos provocações, mais afeto, mais escuta. Ele e Rafael se aproximaram tanto que não dava mais pra fingir que era só amizade. Viviam grudados — Lucas se fingindo de difícil e Rafael achando isso o máximo. A verdade é que estavam construindo algo ali. E eu torcia por eles.
Bárbara floresceu. Passou a viver seu amor com Diego sem a distância, cuidava dos cachorros, da horta. Fazia bolos comigo enquanto Marlene gritava pra sairmos da cozinha dela, mas no fundo a gente sabia que era só mais uma forma de amor.
Quando dezembro chegou, os dias se tornaram ainda mais quentes. O verão bateu à porta com força, e junto dele veio o Natal.
Minha mãe ligou na semana anterior avisando que viria com Antônio. Eu gelei. Francisco ficou em silêncio por alguns segundos, mas depois apenas assentiu, dizendo que estava tudo bem.
Eles chegaram na véspera, com malas, presentes e um panetone gigante que ninguém pediu. Helena abraçou Francisco como se não o visse há anos, e depois fez o mesmo comigo. Antônio... bem, ele foi mais contido. Cumprimentou a todos com um aceno de cabeça e um “boa noite” seco. Mas ao longo das horas, foi se soltando. Conversou com Rafael sobre política, riu de uma piada do Lucas, e até elogiou a farofa da Bárbara — o que, vindo dele, era quase uma declaração de paz.
Naquela noite, sentados à mesa iluminada por luzes simples e velas que Bárbara insistiu em acender, eu olhei em volta e entendi.
A gente não construiu só um relacionamento. A gente construiu um lar.
Um lugar onde eu podia amar sem medo. Onde o Francisco podia ser inteiro. Onde as dores do passado não eram esquecidas, mas abraçadas e transformadas.
E ali, entre uma risada e outra, um pedaço de rabanada e o calor do corpo dele ao meu lado, eu tive certeza de que o que a gente viveu naquele ano inteiro não era só uma história de amor. Era uma história sobre coragem, sobre recomeço.
Era a nossa história.
A noite foi se aquietando aos poucos. Depois da ceia, das piadas do Rafael, das provocações da Bárbara e das piadas secretas do Lucas sussurradas no ouvido dele, cada um foi se dispersando pela casa. Helena e Antônio subiram cedo, alegando cansaço da viagem. Bárbara ficou na sala, cochilando ao lado de Diego com metade de uma taça de vinho na mão. E lá fora, o céu parecia mais limpo que o normal.
Francisco me puxou pela mão, em silêncio. Subimos pro quarto sem dizer uma palavra, mas com os corpos se entendendo no toque leve dos dedos entrelaçados. Ao entrar, ele trancou a porta e foi até a gaveta da cômoda. Voltou com um pequeno embrulho de papel reciclado, preso com uma fita vermelha.
— Feliz Natal, meu amor — disse ele, e o olhar brilhou como as luzes penduradas na varanda.
Eu abri devagar. Dentro, uma pequena caixa de madeira com um caderno artesanal. A capa de couro trazia meu nome gravado e, ao abrir, vi que a primeira página já estava escrita.
Era uma carta.
“Eu não sabia amar direito. Não sabia dividir a vida, a cama, os planos. Mas você foi me ensinando. Com carinho, com paciência, com amor. Esse caderno é pra você escrever as histórias que quiser, e se for escrever sobre nós, prometo continuar sendo personagem. E protagonista. Te amo. Francisco.”
O aperto no peito veio rápido, mas era bom. Como uma emoção quente invadindo tudo.
— Eu não tenho um presente bonito assim — falei, ainda emocionado. — Mas escrevi uma coisa também.
Fui até minha mochila e tirei um envelope simples. Entreguei com as mãos um pouco trêmulas.
Francisco leu ali mesmo, em silêncio. Era um poema. Curto. Direto. Nosso.
Ele me olhou no final, com os olhos úmidos.
— Você é meu lar, Samuel. É isso que você é.
Nos beijamos. Lentos, conscientes, gratos.
Nos deitamos sem pressa naquela noite. A pele se encontrando devagar, como se soubesse o quanto já era conhecida. O amor, ali, não era só prazer — era gratidão, era verdade.
E enquanto a gente se perdia no toque e no abraço, lá fora a noite respirava calma. Porque, enfim, tudo estava no lugar.
*****
Na varanda...
— Eu sabia que você era mais do que só piadinha pronta e covinhas lindas — disse Lucas, debruçado sobre o parapeito, olhando o céu escuro salpicado de estrelas.
— E eu sabia que você era mais do que só um cara de óculos com respostas afiadas — respondeu Rafael, chegando mais perto, com uma cerveja em uma das mãos.
Eles se olharam, próximos, mas sem pressa.
— Quer entrar? — perguntou Lucas.
— Só se for pra não sair mais — Rafael respondeu.
Eles riram.
E entraramEPÍLOGO
A cidade já não me parecia tão barulhenta quanto antes. Talvez porque, depois de viver tanto tempo entre o canto dos pássaros e o ranger do portão da fazenda, eu tenha aprendido a encontrar silêncio mesmo onde ele não existe.
Francisco e eu morávamos em uma casa de esquina, com janelas grandes e um quintal que ele insistiu em encher de plantas. A fazenda continuava funcionando, mas agora era administrada por gente de confiança, e a gente ia até lá só para matar a saudade do cheiro de terra molhada e da imensidão de verde.
Dois anos. Era pouco e muito ao mesmo tempo. Nesse tempo, aprendi que amor não é só sobre os dias bons, mas sobre escolher ficar nos dias ruins. E Francisco escolheu ficar. Eu também.
Lucas e Rafael agora dividiam uma casa a três de distância da nossa casa. Não sei dizer quem dos dois se apaixonou mais, mas sei que viraram parceiros não só de vida, mas de caos. Sempre que saímos juntos, alguma confusão acontece — e, honestamente, eu gosto assim.
Elisa seguiu a vida dela longe daqui. Está trabalhando como roteirista em uma produtora grande e sempre manda mensagens dizendo que vai escrever uma série inspirada nas nossas histórias. A gente ri, mas no fundo sabe que material não falta.
Nosso aniversário de namoro estava chegando e, com toda a agitação do meu trabalho e do dele, passamos alguns dias entre beijos lentos e massagens no corpo, sempre duros, mas acabamos dormindo rápido. Francisco ficava cada vez mais apaixonante e cheio de tesão e na pressa, eu satisfazia meu homem chupando o pau dele e tomando cada gota de leite que ele podia oferecer.
Eu queria experimentar algo novo, fazer algo especial e quente. Sexy o suficiente pra ele perceber o quanto meu cu estava com saudade de estar com o pau dele socado dentro. Conversei com o Lucas, que me deu várias ideias e opções, mas lembrei de algo que o Francisco mencionou querer experimentar.
Pedi folga na sexta feira e preparei tudo o que eu precisava. Francisco chegou no final da tarde, eu estava usando um sobretudo e sentado no sofá o aguardando.
— Amor, nem está tão frio hoje, pra que o sobretudo?
— é parte da surpresa. Vai tomar um banho, nós vamos dormir fora. Já tenho tudo preparado — beijei sua boca.
Ele foi pro banho e minutos depois apareceu arrumado. Cheiroso.
Chegamos no motel, Francisco riu um pouco no carro já sabendo o que estava acontecendo, mas não imaginou que iríamos muito além do que ele pensava. Estacionei o carro na entrada do quarto e saímos. Dei um beijo apaixonado no meu macho e entramos.
— Não acredito que você fez isso — falou surpreso.
— Essa não é toda a surpresa. Ainda tem mais — empurrei ele até deitar na cama — me entrega o celular.
Ele entregou. Guardei na pequena bolsa que eu levei.
— A partir de agora, você só vai pegar esse telefone quando formos embora. Não se preocupe que as pessoas que precisam sabe que estamos aqui, curtindo nosso momento.
Tirei o tênis dele, as meias e senti o cheiro do pé dele, o aroma do meu macho. Beijei os dois e fui subindo até tirar a bermuda dele com cueca e tudo. A rolona pulou firme pra fora da cueca, o cheiro gostoso da baba e do sabonete me deixaram ainda mais excitado.
Francisco tirou a camisa, ainda deitado na cama e continuou me olhando. Ver o peito peludo daquele macho enquanto eu subia lambendo seus pés, sua perna até encontrar a virilha era deslumbrante. Lambi as bolas dele, ouvi um gemido leve.
— O que você tem embaixo desse sobretudo, ãn? — perguntou.
— calma, peão, jaja você vai ver. Se eu te mostrar agora, tenho certeza que quem vai estar nessa cama sendo usado serei eu — ri
— E você tá querendo usar? Tô aqui ansioso pra usar todos os brinquedos desse quarto.
Francisco segurou minha cabeça enquanto eu mamava sua rola, alisou meus cabelos e foi forçando a minha garganta contra a sua virilha. Senti o gosto da baba a cada nova sugada que eu dava naquele mastro grosso.
Eu levantei, olhei pra ele e sorri.
Comecei a abrir o sobretudo e fui exibindo a lingerie que eu estava usando na parte de baixo. A meia calça, as tiras presas nas minhas coxas, a sainha de renda mal cobrindo a cueca fui dental embaixo. Virei de costas e fui expondo a minha bunda pra ele, que não esperava. Francisco levantou tão rápido que eu senti de forma abrupta o seu abraço por trás, ele mordeu o meu pescoço e enquanto deslizava as mãos pela minha bunda.
— Meu puto, gostoso — falou no meu ouvido — você tá ainda mais delicioso assim.
Francisco levou a mão até o meu cuzinho e encontrou o plug que eu havia colocado lá, ele riu, deu um tapa na minha bunda e tirou o plug. Francisco me virou de frente e beijou a minha boca.
— Você realmente quer fazer isso? — perguntou
— Quero. Eu estou preparado. Eu sou todo seu meu amor, pode fazer o que quiser — falei
— Samuel, estou falando sério. A partir de agora tu vai ficar amordaçado e amarrado. Não vai ter como adivinhar que você quer ou não parar. Quando eu começar a te foder aqui, eu não vou pensar em nada além de mim e do quanto eu vou esfolar teu cuzinho — me beijou
— Eu quero. Me fode amor. Meu macho. Meu mestre, eu... — Francisco deu um tapa na minha cara e me segurou pelo pescoço.
Ele lambeu meus lábios e me virou de costas de novo. Fui sendo direcionado até a cama. Francisco me amordaçou e me virou de costas, colocando as algemas que tinham uma corda entre elas. Ele pegou um chicote que estava pendurado na parede.
Meu coração estava acelerado. Ele me fez ficar de quatro, tirou o fiozinho da cueca do meu anel e meteu a língua dentro. Francisco não teve pena, colocou a pica na entrada do meu cuzinho e socou de uma vez só. Com uma mão ele segurava a corda das algemas e com a outra o chicote, cada vez que eu parava de empinar, eu ganhava uma chicotada nas costas ou na bunda, com uma ordem de manter arrebitado.
Ele socou, sem medo, com força e cheio de tesão, meu cu se abriu fácil pra ele e apesar da dor, eu estava com meu pau babando. Francisco me fez levantar e me levou até um banco, ele deitou e me fez sentar na sua pica, de costas.
Era difícil, ainda mais com as mãos presas, mas ele empurrava seu quadril pra cima enquanto me mandava continuar. Ele me fez ficar de frente pra ele e enquanto eu me esforçava pra sentar, ele dava tapas no meu rosto. Quando ele colou o corpo dele no meu, eu vi o tesão dentro dos seus olhos, puxou meus cabelos para trás e mordeu meu pescoço. Ali eu comecei a gemer e a gozar no tecido da cueca.
Ele sentiu meu cu se contraindo e riu.
— Minha putinha tá gozando, que bom, sinal de que tá gostando — Eu balancei a cabeça — Eu vou gozar daqui a pouco, mas tô sentindo que vou querer continuar sem tirar de dentro. Faz tempo que a gente não faz isso né — apertou meu maxilar.
Ele estava dentro de mim. Eu já tinha gozado. Meu cu tava ardendo. Ele percebeu que eu não aguentava mais pular naquela pica estando algemado e me colocou na cama. Liberou as algemas, mas voltou a me prender com os braços pra frente em um aro que estava preso pouco acima da cabeceira da cama.
Fiquei empinado, fio da cueca esmagando meu anel sensível. Ele deitou entre as minhas pernas e me mandou sentar com o cuzinho na boca dele. Francisco afastou o fiozinho e lambeu.
A língua ia fundo no meu cu, eu estava aberto, largo, mas aquilo era tão gostoso quanto as melhores declarações de amor que ele já me fez. Toda vez que eu subia um pouco mais o quadril pensando que ele precisava respirar, ele me dava um tapa e puxava de volta.
Ele fez isso até sentir que estava prestes a gozar, então, socou a pica dentro do meu cu e macetou até encher com cada gota do seu leite. E ele não parou.
Francisco gozou duas vezes dentro de mim, a segunda com certeza me deixando marcado, pois a cada estocada eu ganhava uma mordida ou um soco leve nas costas.
Ele finalmente me liberou, tirou as algemas e a mordaça e me fez deitar de frente pra ele, com uma perna em cima da dele e a cabeça apoiada no seu braço.
— Isso foi maravilhoso, obrigado — Disse me beijando
— Foi sim. Eu te amo, Francisco. Eu sou seu.
— Eu sei, e é recíproco. Nunca mais eu vou ficar tanto tempo sem comer esse cuzinho — Riu.
— Obrigado, ele sentiu a sua falta
— Você sabe que ainda não estou satisfeito, né
— Eu sei. Seu pau já está ficando duro de novo
— Você todo gostoso e vestido assim, feito uma puta, tá mexendo com meu consciente. Conseguiu misturar amor e putaria na mesma pessoa.
Eu subi nele. Comecei beijando sua boca e com uma das mãos eu puxei o fio da cueca, ele colocou a pica na entrada e perguntou se eu aguentava. Sentei.
Voltamos pra casa no sábado a tarde, depois de foder muito e dormir pouco. Eu estava exausto. Dormimos na nossa cama, de conchinha até o domingo de manhã, onde encontramos o Lucas e o Rafael pra um almoço.
E desde então, não deixamos a rotina nos privar do corpo um do outro. Tínhamos o costume de ir juntos pra academia de manhã antes de eu ir pra Lumen e ele ir pro escritório que ele montou na cidade junto a Rafael pra gerenciar os produtos derivados da fazenda. Como a academia estava quase sempre muito vazia naquele horário, passamos a foder no banheiro quando tínhamos oportunidade.
Outras vezes, fodiamos no carro, dentro do estacionamento com baixa luz, ou até mesmo no escritório dele, quando eu passava no final do dia pra voltarmos juntos pra casa. Passei a mamar o pau dele em toda oportunidade que tínhamos, era gostoso, divertido e cheio de tesão, mas também, cheio de amor.