Parte 7.
Da série: Maha – esposa e atriz
Quando ouvimos o motor da Moto do Gênio que estacionava na calçada em frente ao restaurante, notei que a Maha se movimentou na cadeira, como se preparasse para um momento determinante. Suas mãos apertavam o telefone, talvez para lhe dar algum ponto firme onde se agarrar. E de certa forma, ela estava certa. Aquele era um momento crucial da nossa relação.
Reparei no Gênio prendendo os dois capacetes na moto, levando alguns segundos a mais do que necessário, e certamente, deveria estar pensando como agir ao chegar. Eu sabia que mesmo sendo um safado conquistador e predador, o Gênio sempre foi meu amigo, por muitos anos, não era um sujeito mau caráter, e tanto ele sabia como eu pensava e agia, como eu também o conhecia bem. Ele se virou e veio caminhando em nossa direção.
Quando ele chegou, se inclinou para beijar a Maha no rosto e em seguida estendeu a mão, formalmente, para me cumprimentar.
— Boa, noite. Então… O que se passa?
Apontei a cadeira livre, ao nosso lado. Maha estava à minha direita, e eu fiz questão de apontar a cadeira à minha esquerda, para ele não ficar ao lado dela. Ele hesitou um segundo mas puxou a cadeira que eu indiquei e se sentou. Sua expressão parecia ser meio sem graça.
Eu confesso que naquele momento, eu sentia até um pouco de pena dos dois, pois estava sendo muito duro, mesmo tendo dito que aceitava tudo. Mas, era importante, pois queria medir o grau de sinceridade e transparência deles, e a firmeza do Gênio em seu propósito. Eles haviam me desafiado, de certa forma, quase que me impuseram uma vontade deles. E eu estava disposto a testar seus limites até onde pudesse. Eu já havia me convencido de que podia passar por aquilo, sem me destruir. Era o contrário, me sentia fortalecido. Ele corria o risco de perder a Maha e o amigo, se desse um vacilo. E a Maha sabia que perderia todos os pontos a seu favor, se não se mantivesse coerente e firme.
Eu disse:
— Como eu havia previsto, as coisas caminharam para onde eu já desconfiava, mesmo tendo a declaração de que não passava de um processo do curso. Tudo bem, era mesmo previsível.
Fiz uma ligeira pausa, só para respirar e continuei:
— Estou aqui conversando com ambos, pois foram verdadeiros e transparentes comigo, nas conversas anteriores, pelo menos é o que me passaram. E agora a Maha disse que a situação evoluiu para um desejo intenso, e assumiu que quer ir além. Quero ouvir de você, o que tem para me dizer.
Eu sabia que o Gênio é esperto, mas mesmo sendo esperto, não esperava que eu fosse tão direto ao ponto, e de forma tão objetiva. Ele olhou para mim, olhou para a Maha, e ficou calado por uns segundos, pensando no que dizer e como dizer. Imaginei que o discurso que ele havia preparado teve que ser readaptado. Vi que a Maha ia falar e fiz um gesto com a mão para que ela esperasse. Finalmente, o Gênio falou:
— Então, “bro”, eu não sei explicar direito… Mas, eu sempre tive o maior desejo na Maha, sempre a admirei e senti grande atração. Tu sabe, nunca escondi. Mas, respeitei sempre. Com o curso e os exercícios, a nossa proximidade, isso tudo cresceu muito. Quando almoçamos no outro dia, eu achava que ficaria tudo sob controle, foi o que eu disse, até porque a Maha, também se mantinha isenta, mesmo com nossa maior intimidade nos exercícios. Mas, na nossa conversa no almoço, eu senti que tu deixava espaço para uma abertura, e na brincadeira, tu me deixou com a impressão de que eu podia tentar. Quando eu falei que ficava cheio de tesão com ela me apalpando, tu não ficou puto, só desconfiou da safadeza do curso. Eu falei que ela é muito assediada, e tu devia começar a desencanar, e se preparar para aceitar mais essas coisas. Tu disse que te incomodava um pouco mas concordou que a Mah é liberada e eu falei que com o tempo tu iria se acostumar. Eu disse que nada do que pudesse fazer, não arranca pedaço e tu ficou quieto.
Eu podia interromper, para dizer que ele entendeu mal, conforme lhe interessava, mas continuei ouvindo.
— Depois, no curso, com os exercícios mais íntimos, simulando uma relação, eu vi que a Maha ficava muito excitada, e comentei com ela que eu também estava louco de tesão. E disse que me sentia meio mal com isso, pois eram meus amigos, e pensei, sinceramente, em não fazer mais dupla com ela. A Maha mesmo me disse que eu não devia me preocupar. Que ela conversava tudo contigo, e que os dois estavam de boa. Disse que tu estava só inseguro e ciumento, mas tinha liberado. Preferia não saber de nada.
Ele deu uma ligeira parada, só para engolir em seco. Prosseguiu:
— Então, eu relaxei, mas hoje, no ensaio da nova peça, seguindo o roteiro, nós fomos nos despindo, acariciando, simulando uma cena de sexo, e quando vimos, estávamos nus, nos esfregando, e ficamos num tesão louco. Não deu para continuar. Ia dar B.O.. Paramos o ensaio e eu disse que não aguentava mais, e ela concordou. A Maha me disse que estava cheia de tesão e que a gente tinha que tirar esse desejo da fantasia senão não ia dar certo. Concordei. Então, após o ensaio, combinamos que ela iria falar contigo hoje à noite. E explicar o que está acontecendo. É isso.
Fiquei olhando para ele, por alguns segundos, calado. Minha expressão era uma incógnita. Eu sabia que ele havia minimizado as provocações que teria feito na cena, deixando a Maha excitada, mas sabia, pelas conversas que eu já tivera com ela, que a danada da minha mulher, no fundo, também estava mesmo com tesão de fazer aquilo, nem que fosse para saber como seria. O Gênio era um ser sexual, e ela também. Eu tive uma ideia, e virando-me para a Maha, perguntei:
— Procede? Tem algo a acrescentar?
Ela não esperava a minha pergunta. Fez que sim, depois de um segundo, resolveu dizer:
— Eu assumo que fui para aquele ensaio já a fim de levar nossas provocações ao máximo, estava meio motivada pela nossa fala na noite anterior, e disposta a pagar para ver. Eu disse mesmo ao Gênio que ele não tinha que se preocupar, que no fundo tu sabia que aquilo ia acabar acontecendo, e tinha me liberado, só não queria saber.
Ouvi aquilo concordando com a cabeça. Eu tinha conseguido as informações que eu queria, e senti que eles assumiram ali claramente seu comportamento, e suas vontades. Eu respirei fundo, disse:
— Muito bem. Está ótimo. Então, senhor Gênio, pode me dizer claramente com suas palavras quais as suas intenções com a minha esposa?
O Gênio não acreditou que eu estivasse falando daquele jeito, meio formal, e sem alterar um músculo da face serena. Ele olhou meio intrigado para a Maha que parecia também meio sem-jeito. Não entendeu nada. Eu estava tratando com formalidade aquela situação, esfriava a coisa, deixava o clima bem protocolar, e era proposital. Tentava dar um ar de banalidade, uma foda fora do casamento, e com uma dose de ironia ao momento, e isso incomodou a ambos, até porque, eu me portava de forma tremendamente tranquila e até fria. Reparei que eles estavam tão desnorteados com a minha atitude que não sabiam o que dizer.
Vendo que nenhum dos dois falava nada, resolvi começar o jogo, e perguntei:
— Segundo me consta, pelo que disse a minha esposa, você e ela estão loucos para ter uma noite livres, para foder até enjoar, matar esse tesão que alimentaram, e, segundo ela, saciar essa vontade de sexo que vem crescendo dia após dia nos ensaios e nos laboratórios sérios do curso de teatro. Então, espero que tu me fale as tuas razões e o que deseja, para eu entender e me pronunciar.
Conforme eu ia falando, percebi que os dois ficavam bastante sem-graça, e vislumbrei uma sobrancelha torta da Maha, que indicava que ela estava ficando puta com aquilo. Eu não podia dar tempo para que eles raciocinassem e tomassem as falas.
Gênio ensaiou uma fala:
— Bem, é isso… Mas, já disse, não foi trairagem, eu não queria que fosse dessa forma…
Eu estava completamente puto também, mas disfarcei bem, controlando totalmente minhas reações. A vantagem de ser mais cérebro do que ação, é que temos sempre o controle dos nossos movimentos. Eu disse com ar de “meio cagando pro mundo”:
— O que foi, não me interessa, já não faz diferença. Os dois é que sabem, e eu não quero mesmo saber. Mas, tu tem dois minutos para dizer o que veio fazer aqui.
Olhei no relógio do telefone e continuei:
— Eu tenho um compromisso também, com uma simpatia baiana que eu conheci na praia hoje, e não posso mais demorar. Deixei-a esperando uma resposta minha e está ficando tarde. Já que estamos definitivamente na fase da vida liberal, eu também me dou o direito de aproveitar. Minha esposa já havia dito que eu podia. Então, fale, senhor Gênio, que eu quero ouvir.
Lá no equipamento de som do restaurante ao fundo, estava tocando “Se”, do Djavan...
“Você disse que não sabe se não”
“Mas também não tem certeza que sim”
“Quer saber?”
“Quando é assim, deixa vir do coração”
“Você sabe que eu só penso em você”
“Você diz que vive pensando em mim”
“Pode ser, se é assim”
“Você tem que largar a mão do não”
“Soltar essa louca, arder de paixão”
“Não há como doer pra decidir”
“Só dizer sim ou não”
“Mas você adora um se”
Sentia que naquele momento acontecia novamente a eterna sincronicidade das coincidências e das referências que parecem mágica, do nada. A música emoldurava o momento. Eu sorri e eles ficaram meio estúpidos com o que eu acabava de falar.
Gênio disse:
— Sim, eu queria… eu quero… mas não quero que isso estrague nossa amizade.
Maha falou:
— Ah… agora eu entendo a tua frieza…
Eu falei:
— Tempo esgotado, Gênio. Aceito o teu pedido. Se me dão licença, desejo uma excelente noite para os dois. Aproveitem.
Fiquei de pé, virei-me para a Maha e falei:
— Não é frieza não querida. É a blindagem de defesa, contra os fatos repentinos que acontecem vindos de onde eu menos esperava. Mas está tudo certo. Já nos entendemos. A liberdade é o melhor dos mundos. Um boa noite e com licença.
Me inclinei e beijei a testa da Maha que ficou me olhando sem acreditar. Ela estava pasma e sem reação. Falei para ela.
— Aproveite bastante Maha, estou sendo o corno que tu queria, do jeito que tu pediu. Então não me desaponte. Foi difícil me acostumar com o chifre.
Saí com a chave do carro e o telefone na mão, e nem me dei ao trabalho de despedir do Gênio. Ele se levantou mas eu já estava andando para fora do restaurante enquanto a música do Djavan ficou mais audível pois o silêncio foi enorme.
“Você sabe que eu só penso em você”
“Você diz que vive pensando em mim”
“Pode ser, se é assim”
“Você tem que largar a mão do não”
“Soltar essa louca, arder de paixão”
“Não há como doer pra decidir”
“Só dizer sim ou não”
“Mas você adora um se”
“Eu levo a sério, mas você disfarça”
“Você me diz à beça e eu nessa de horror”
“E me remete ao frio que vem lá do sul”
“Insiste em zero a zero, e eu quero um a um”
“Sei lá o que te dá, não quer meu calor”
“São Jorge, por favor, me empresta o dragão”
“Mais fácil aprender japonês em braile”
“Do que você decidir se dá ou não”
A música foi sumindo ao longe. Entrei no carro, manobrei e saí, contornando a Lagoa Rodrigo de Freitas.
Meu coração estava acelerado a mil, parecia que eu tinha dado uma cafungada numa carreira de pó.
Sentia uma ligeira tremedeira de nervoso nas mãos e nos joelhos, consequência da adrenalina despejada no sangue. Eu precisava dar uma parada pois nem estava conseguindo dirigir. Seguia pela Av. Borges de Medeiros, na direção do Leblon e Ipanema, e assim que encontrei um local mais seguro para estacionar, parei o carro e fiquei uns dez minutos relaxando. Senti que meu telefone vibrava com mensagens e depois com chamadas. A Maha tinha mandado três mensagens.
“Amor, o que foi isso? Já tinha tudo panejado?”
“Me senti pega numa armadilha”
“Não achei legal isso que tu fez, saindo desse jeito”
Depois tinha uma ligação de Maha, não atendida.
E uma ligação do Gênio, também não atendida.
Continuei ignorando. Eu deveria estar calmo, pois agira conforme eu havia pensado, porém, sabia que eu com a minha atitude, havia empurrado a Maha e o Gênio para o tão desejado encontro de ambos, e aquilo também ainda me incomodava um pouco. Talvez se eu batesse mais, eles até poderiam recuar. Mas estava feito.
Aos poucos eu fui me acalmando e vi que já passava da uma hora da manhã. Mesmo assim, eu mandei uma mensagem para a Shakira:
“Oi, tudo bem? Já é tarde. Ainda acordada?”
Logo ela respondeu:
“Oiii! Que bom que lembrou de mim!”
Devolvi:
“Lembrei, senti saudade, me sentindo sozinho na rua, quem sabe tu não quer dar um rolê na noite de sábado?”
“Super topo” - Ela respondeu.
Depois acrescentou:
“O Melga e a Sharon estão apagados. Acho que exageraram nas preliminares. Rs rs!”
Digitei:
“Estou pertinho, em quinze minutos estarei aí.”
“Pode vir. Vou só me vestir e desço. Encontro você em baixo”.
Segui para Ipanema, pensando que ainda teria de esperar um tempo, e em dezoito minutos eu cheguei na porta do hotel, e ela estava já à minha espera. Linda, um vestidinho leve cor de caramelo, bem fininho, sem costas, e na parte da frente apenas duas partes de tecido que saiam da cintura e envolvendo apenas os seios, se amarravam com alças finas na nuca. Era curto, deixando suas lindas pernas morenas à vista. Os pezinhos pequeninos de unhas pitadas de banco, calçando sandálias delicadas de salto alto.
Estava com os cachinhos castanhos de pontas douradas, soltos, dois brincos de argolas douradas e pouca maquiagem. A boca com batom cor de coral. Ao avistá-la, na mesma hora minha tensão de pouco antes, se dissipou. Pensei comigo: “Eu também mereço”.
Parei o carro, e ela entrou, me dando beijinhos de leve nos lábios. O perfume dela era amadeirado, e eu desconfiei qual era. E eu arrisquei:
— Esse perfume me parece ser o Givenchy L’Interdit.
— Nossa! Reconheceu? Conhece perfumes? – Ela exclamou enquanto eu saía com o carro.
Respondi:
— Alguns são muito marcantes. Esse eu nunca mais vou esquecer. Tem uma fragrância sensual e envolvente, perfeita para ti. É mesmo a tua cara. Uma mulher independente, que deseja deixar uma marca inesquecível por onde passa.
Ela sorriu satisfeita. Perguntou:
— De onde vem esse conhecimento e essa malandragem toda?
— Trabalho com propaganda, já lancei alguns perfumes pela agência. Eu adoro os perfumes amadeirados como esse, mas com o toque feminino floral.
Ela parecia contente e falou:
— Pois é exatamente o que me agrada nele.
Fui tocando o carro saindo de Ipanema em direção ao Leblon, não sabia exatamente para onde iria levá-la, e perguntei:
— O que é que tu gostaria de fazer? Dançar, ouvir música num bar aconchegante, passear e só dar um rolê...
— O que você achar melhor, gosto de tudo, mas o importante é estar com você. – Ela disse.
— Como não me apaixonar assim? – Respondi.
Ela me abraçou e me deu um beijo no pé do ouvido, sussurrando:
— Desde que termine a noite comigo, qualquer coisa me agrada.
Passei a mão pelas coxas dela, fazendo um carinho e subi até encostar na xoxotinha. Vi que estava sem calcinha. Meu pau deu um salto na mesma hora. A safadinha veio preparada para a provocação.
Na hora eu fiquei pensando como é fácil mesmo uma garota linda e deliciosa como aquela, atrair um homem para a sua cama e para o seu corpo. Ela reparou que eu estava pensativo e perguntou:
— Está pensando no quê? Posso saber?
Respondi:
— Estava pensando como é mesmo fácil uma garota linda e deliciosa como tu, ousada e arrojada, atrair um homem para a tua cama e para o teu corpo quente. É irresistível.
Ela ronronou igual a uma gata, suspirou e disse:
— Ainda bem que a sua esposa lhe deu “vale-night”. Eu só tenho que agradecer. Estava lá, jogada no quarto do hotel, num sábado para domingo, no Rio de Janeiro, cidade que quase não conheço, a amiga dormindo com o Melga, e eu com saudade dos seus toques. Pedi ajuda para minha padroeira, e a minha mãe Iemanjá me ajudou. Não demorou nada e você chamou.
Eu poderia dizer um monte de coisas, para agradá-la, mas fui direto:
— Eu estava sozinho, já tinha resolvido a parada que eu fui tratar, e com muita saudade de te rever. Temia ser tarde e tu já estar dormindo.
Ela era esperta:
— Você foi jantar com a esposa? Ficou sozinho por quê? Posso saber?
Eu não tinha nada para esconder com ela:
— Depois do jantar, ela queria ir passar a noite com o meu melhor amigo, que é parceiro de teatro dela. Minha esposa quer ser atriz e estuda teatro. Estavam loucos de tesão um no outro, me pediram o alvará, e eu liberei.
— Já disse, a sua esposa é louca. Que sorte a minha. Obrigada Mãe Iemanjá. - Ela exclamou.
Eu liguei o som do carro, e disse:
— Vou fazer um tour de carro contigo pela zona sul, Barra e Recreio. Assim tu vai poder conhecer os principais circuitos badalados do Rio de Janeiro.
Na mesma hora botei para rodar um álbum da Nana Caymmi, onde eu marquei a canção “Não se esqueça de mim”.
A voz rouca e afinada daquela que foi uma das maiores cantoras da nossa música invadiu a cabine do S.U.V. soando pelas 4 potentes caixas de som.
“Onde você estiver, não se esqueça de mim”
“Mesmo que exista outro amor que te faça feliz”
“Se resta em sua lembrança um pouco do muito que eu te quis”
“Onde você estiver, não se esqueça de mim”
“Eu quero apenas estar no seu pensamento”
“Por um momento pensar que você pensa em mim”
“Onde você estiver, não se esqueça de mim”
“Quando você se lembrar, não se esqueça que eu”
“Que eu não consigo apagar você da minha vida”
“Onde você estiver, não se esqueça de mim”
Na mesma hora a Shakira exclamou:
— Nossa, essa música é para não esquecer jamais! E com uma baiana! Em minha homenagem?
— Sou apaixonado em uma baiana! – Respondi sorrindo.
Mas, na verdade, aquela música também servia para embalar os sentimentos meio confusos que eu ainda sentia em relação ao que havia acontecido com a Maha. A sensação que eu tinha era de que realmente, os anos encantados da paixão inicial com a Maha, tinham chegado ao fim. E eu não sabia como seria a nova etapa, com essa pretensa liberdade que ela havia proposto. Não era um modelo que eu busquei. Mas não estava mais sofrendo com aquilo.
Eu que nunca me imaginei com outra mulher, além dela, estava ali, muito satisfeito, desfrutando daquela presença linda, sensual, morna e serena, que me acariciava com carinho e malícia. Certamente, ainda gostava muito de Maha, mas um momento novo se iniciara.
Enquanto eu dirigia pelo Lebon em direção à Gávea, para pegar o Túnel Zuzu Angel, antigamente Túnel Dois Irmãos, fui explicando onde estávamos. Durante o trajeto, ela se ajeitou ao meu lado, e ficava me fazendo cafuné, ou dava umas acariciadas em meu pau enquanto eu dirigia. Aquilo era excitante. Começo de namoro.
Eu fui falando onde estávamos passando, contando um pouco da história dos lugares, Alto Leblon, Gávea, passando no túnel por baixo do morro Dois Irmãos, vendo a Favela da Rocinha toda iluminada, e seguimos pelo túnel que com 1.590 metros de extensão, integra o chamado Sistema Zuzu Angel, com a Autoestrada Lagoa-Barra, ligando os bairros da Gávea a São Conrado, na Zona Sul da cidade.
Eu contei que o túnel recebeu o seu atual nome em homenagem à estilista mineira Zuzu Angel, encontrada morta em um de seus acessos, entre as ferragens do Karmann Ghia que dirigia. Shakira me ouvia satisfeita. Expliquei que depois se descobriu que ela tinha sofrido um atentado pelas forças da ditadura militar que havia tomado o poder no Brasil com o golpe de 1964.
Nosso tour foi um longo trajeto de duas horas e meia, que passou por São Conrado, pela Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e retornamos, pela Avenida Niemeyer, podendo admirar a beleza daquela cidade maravilhosa numa madrugada de sábado. Na volta, ela retirou meu pau para fora da calça, montou a cavalo no meu colo, encaixando minha rola entre suas coxas, e ficou se masturbando ali enquanto eu dirigia.
Quando passamos novamente pela praia da Ipanema, paramos para tomar uma água de coco geladinha num dos quiosques que fica aberto toda a noite. E depois voltamos ao hotel Ipanema Inn às 4h30 da manhã. Um banho a dois, extremamente refrescante, e novamente um sexo que começou ainda no banho, com ela me chupando deliciosamente por uns cinco minutos. Depois eu a levei para a cama e foi a minha vez de retribuir a ela o prazer que havia me proporcionado.
E depois que ela havia gozado duas vezes, gemendo e puxando meus cabelos, forçando minha boca contra sua xoxotinha cheirosa e melada, ela fez questão de me cavalgar deitado de costas sobre a cama, e com meu pau atolado até o colo do útero. Essa moreninha endoidou, remexia, se esfregava, gemia, me unhava o peito, me sugava a língua e não consegui controlar mais o tesão, explodindo num orgasmo simultâneo com ela depois de uns sete minutos de foda. Estávamos finalmente arriados dos quatro pneus. Tombamos lado a lado na cama, e apagamos quase instantaneamente.
Continua na parte 8.
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