Com Você Descobri o Amor -10

Um conto erótico de AYOON
Categoria: Gay
Contém 1257 palavras
Data: 24/08/2025 00:32:08

Ele desligou e imediatamente se ergueu, os olhos escuros encontrando os de Elijah.

— Pegue só o que estiver no seu alcance. Não temos tempo. — Sua voz foi grave, autoritária, sem espaço para perguntas.

Elijah arregalou os olhos, confuso, mas o tom de Dantas o fez obedecer sem questionar. Ainda assim, a voz trêmula escapou:

— O que está acontecendo?

Dantas atravessou a sala em passos largos, já verificando as armas e documentos que havia preparado para uma eventual fuga.

— Jonas sabe. — respondeu seco. — Ele vem atrás de mim… e de você.

Elijah empalideceu, o corpo inteiro congelando. Jonas. O nome sozinho já lhe causava pavor. As mãos tremiam tanto que ele mal conseguia pegar sua mochila.

De repente, ouviram um barulho vindo do corredor do prédio. Passos apressados, muitas vozes, e o tilintar metálico de armas sendo carregadas.

Dantas estalou os dentes, já puxando Elijah pelo braço e o empurrando suavemente em direção à porta dos fundos.

— Olhe para mim. — ordenou, segurando o rosto do garoto com firmeza. — Eu prometi que ninguém tocaria em você. Não vai ser agora que vou quebrar essa promessa.

Os olhos azuis de Elijah se encheram de lágrimas, mas havia algo mais ali: confiança. Uma confiança desesperada, como se Dantas fosse a única âncora em meio ao caos.

Do outro lado, as batidas pesadas na porta principal ecoaram pelo apartamento.

— Edgar! — a voz de Jonas reverberou pelo corredor. — Abra a porta e entregue o garoto. Não torne isso pior do que já está!

Dantas respirou fundo, ergueu a arma e, com um meio sorriso frio, murmurou para Elijah:

— Hora de sair do jogo de fachada, garoto.

As batidas na porta ficaram mais violentas. Elijah recuava, os olhos arregalados, enquanto Dantas já se movia com a precisão de um predador.

— Fique atrás de mim. — ordenou, puxando Elijah pela cintura e guiando-o até a porta dos fundos.

O som metálico de uma fechadura sendo forçada ecoou. Em segundos, a porta principal cederia. Dantas, de arma em punho, abriu a saída de emergência e empurrou Elijah para o estreito corredor de serviço.

— Corre. Agora. — sussurrou, a voz grave e urgente.

O garoto hesitou apenas um segundo, mas o olhar de Dantas o fez obedecer. Seus pés descalços batiam no chão frio enquanto avançava pelo corredor, sentindo o coração martelar no peito.

De repente, o estrondo: a porta do apartamento foi arrombada. Gritos e passos pesados inundaram o local.

— Eles estão aqui! — Elijah murmurou, quase sem ar.

Dantas agarrou seu braço, puxando-o para trás de uma coluna. Dois capangas armados surgiram no corredor, varrendo o ambiente com fuzis. O policial respirou fundo, seus olhos ficando frios como aço.

Um movimento rápido. PÁ! PÁ! Dois disparos secos ecoaram, certeiros. Os homens caíram antes mesmo de reagir. Elijah arregalou os olhos, o som dos tiros zunindo em seus ouvidos.

— Não para. — Dantas rosnou, empurrando-o adiante. — Nunca olhe para trás.

O cheiro de pólvora misturava-se ao suor e ao medo. Elijah mal sentia as pernas, mas corria, guiado pela mão firme que o arrastava.

Quando alcançaram a escada de incêndio, mais vozes soaram de baixo. Estavam cercados. Dantas fechou os olhos por um instante, calculando. Sem hesitar, empurrou Elijah contra a parede e pressionou o corpo dele com força.

— Fica quieto. Respira fundo. — murmurou ao ouvido do garoto, tão próximo que Elijah pôde sentir o calor e o cheiro intenso de Dantas, uma mistura de suor, sabão e pólvora.

Os passos ecoaram perigosamente próximos. Três homens passaram correndo pela escada, sem perceber que os dois estavam ocultos na sombra. O corpo de Elijah tremia, e seu rosto estava colado ao peito nu de Dantas.

Quando o perigo imediato passou, Dantas se afastou e puxou Elijah novamente pela mão. Desceram os degraus em silêncio até o segundo andar, onde uma janela levava direto para o estacionamento.

— Vai primeiro. — disse Dantas.

— Eu… eu não consigo! — Elijah tremia, olhando para o vão aberto.

Dantas não perdeu tempo. Agarrou-o pela cintura, erguendo-o como se fosse leve, e o colocou para fora. Elijah caiu no gramado, atordoado, mas ileso.

Dantas saltou logo atrás, rolando no chão e erguendo a arma novamente. Uma van preta surgiu do outro lado do estacionamento — homens de Jonas.

— Corre, Elijah! — gritou, disparando contra o para-brisa do veículo. O vidro estilhaçou-se, e o motorista perdeu o controle.

Elijah correu em direção à rua, o coração batendo descompassado. Atrás dele, tiros ecoavam, mas a presença de Dantas era como um escudo vivo, cada bala respondida com precisão mortal.

Quando finalmente alcançaram o carro de fuga que Dantas havia preparado, Elijah entrou ofegante, lágrimas escorrendo pelo rosto.

Dantas entrou logo em seguida, ligando o motor com brutalidade. Seus olhos faiscavam com a adrenalina.

— Acabou de começar, garoto. Agora eles sabem quem eu sou.

Elijah, ainda em choque, só conseguiu murmurar:

— Mas… por que arriscar tanto por mim?

Dantas não respondeu de imediato. Apenas acelerou, os pneus cantando no asfalto enquanto deixavam a cena para trás.

A van inimiga já estava longe no retrovisor, reduzida a pontos de luz vermelha que sumiam na noite. Dantas manteve as mãos firmes no volante, mas Elijah podia ver os nós de seus dedos esbranquiçados pela força com que segurava.

Nenhum dos dois falou durante todo o trajeto. O silêncio só era quebrado pelo som dos pneus no asfalto e pela respiração ofegante de Elijah, que tentava controlar o tremor no corpo.

Depois de quase uma hora em estradas secundárias, Dantas saiu da rodovia e entrou por uma estradinha de terra ladeada por árvores densas. A escuridão ali era quase total, e Elijah se encolheu no banco, apertando os dedos contra o tecido da calça.

— Estamos quase. — disse Dantas, a voz grave e seca.

Alguns minutos depois, o carro parou em frente a uma cabana isolada, escondida no meio da mata. A construção era simples, de madeira envelhecida, mas parecia sólida. Ali, não havia vizinhos, nem testemunhas, nem olhos curiosos.

Dantas desligou o motor, respirou fundo e finalmente olhou para Elijah.

— Aqui eles não vão encontrar você. —

Elijah hesitou antes de sair do carro, mas seguiu o homem. Seus pés afundaram levemente na grama molhada pelo sereno da noite. O frio lhe arrepiava a pele, mas havia algo reconfortante em saber que estavam longe da cidade, longe de Jonas.

Dantas abriu a porta da cabana e entrou primeiro, verificando cada canto com a arma em punho. Depois fez sinal para Elijah entrar.

Por dentro, o lugar tinha um cheiro forte de madeira e lareira antiga. Havia um sofá gasto, uma mesa pequena, uma lareira apagada e dois quartos simples. Sobre o balcão da cozinha, caixas de suprimentos e garrafas de água denunciavam que o esconderijo já estava preparado há tempos.

— Vai tomar um banho. — ordenou Dantas, colocando a arma sobre a mesa e tirando o casaco encharcado de suor. — Depois, pode escolher um dos quartos.

Elijah apenas assentiu, mas antes de seguir para o quarto olhou para ele, a voz hesitante, quase infantil:

— Você… você sempre tem um lugar assim preparado?

Dantas o fitou em silêncio por um instante, como se calculasse se deveria responder. Então, com um meio sorriso carregado de mistério, disse:

— Precaução é o que mantém um homem vivo.

Elijah desapareceu no corredor, e Dantas ficou sozinho na sala, passando a mão pelos cabelos úmidos de suor e respirando fundo. Ele sabia que Jonas não iria parar. Aquele esconderijo só ganhava tempo… mas também lhe dava algo inesperado: a chance de entender quem era, de fato, aquele garoto que agora estava completamente q!+sob sua proteção.

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