O Gosto da Tentação
O ar da casa era pesado, como se as paredes engolissem os ecos das brigas que vinham do quarto da minha mãe, Helena, e do meu padrasto, Ricardo. Eu, Camila, 22 anos, estudante de publicidade, sempre fui de observar, quieta, com um caderno de esboços onde traço o que não ouso dizer. Sou introvertida, dizem, mas quando me solto, é como se uma chama oculta incendiasse tudo. Naquele fim de tarde, o sol dourado entrava pela janela, mas não aquecia o vazio que crescia entre eles. Ouvi a discussão, de novo.
— Você acha que eu sou uma vadia de 20 anos, Ricardo? — A voz da minha mãe tremia, misturando raiva e uma vergonha que cortava. — Não tenho mais corpo pra isso, nem idade!
— Helena, para! Você quer uma vida sem fogo, sem nada? — Ricardo retrucou, a voz grave, carregada de um desespero que fez meu lápis parar.
Eles brigavam por sexo. Sempre o mesmo. Minha mãe, 48 anos, achava que o tempo roubara sua vitalidade, que seu corpo, com rugas e curvas suavizadas, não merecia mais ser desejado. Ricardo, 50, era o oposto: corpo esculpido por corridas matinais, cabelo grisalho bem aparado, uma energia que pulsava. Ele queria tudo — gozar na boca dela, foder o cu, sentir o calor dos corpos colados. Ela recusava, como se o amor que sentia por ele não pudesse reacender a chama. Eu, encolhida no sofá, sentia um nó no peito. Minha mãe o amava com uma devoção cega. Se ele a deixasse, ela desmoronaria. E eu, que sempre o enfrentei, cuspindo “você não é meu pai” quando ele tentava me corrigir, via a verdade: ele era o pilar dela. E estava prestes a ruir.
Naquela noite, no meu quarto, o perfume de jasmim do difusor não acalmava o turbilhão na minha cabeça. Pensei em ideias absurdas: conversar com ela, sugerir terapia, até seduzir Ricardo pra oferecer o que ela negava. Essa última ideia me fez corar. Era loucura, um pecado que queimava. Meus dedos, quase sem querer, deslizaram por baixo da calcinha. Estavam pegajosos, o calor entre minhas pernas traindo o quanto aquilo me agitava. Afastei a mão, enojada. Não. Eu não podia. Mas a ideia, quente e proibida, já tinha fincado raízes, e eu lutei contra ela, tentando apagá-la com a força da razão.
A Faísca da Transgressão
Dias depois, cheguei mais cedo da faculdade. A casa estava quieta, um silêncio enganador, como o calmantes antes da tempestade. Minha mãe estava no mercado — vi a lista de compras na cozinha. O risco de ela voltar a qualquer momento fazia meu coração disparar. Entrei na sala e vi Ricardo no sofá, a cabeça entre as mãos, uma garrafa de uísque quase vazia na mesinha. O cheiro forte de álcool misturava-se ao perfume amadeirado dele, e a camisa entreaberta revelava o peito bronzeado, firme. Ele parecia um homem quebrado.
— Camila? — Ele ergueu os olhos, vermelhos, a voz arrastada. — Não te vi chegar.
— Cheguei agora — menti, sentando na poltrona oposta, o couro frio contra minhas coxas. — Tá tudo bem?
Ele riu, um som seco, amargo. — Tudo bem? Sua mãe acha que sou um velho tarado. Tô pensando em ir embora. Não aguento mais.
Meu estômago revirou. Ir embora? Não. Isso destruiria ela. A ideia proibida voltou, mais nítida, mais perigosa. Eu podia dar o que ele queria. Podia salvar o casamento deles. Mas era errado, um abismo que me assustava. Lutei contra o pensamento, o coração batendo forte, mas ele não saía da minha cabeça. Levantei-me, os pés descalços no tapete macio, e me aproximei. — Ricardo... e se eu pudesse... mudar isso?
Ele franziu a testa, confuso. — Mudar como? Do que você tá falando?
Sentei ao lado dele, tão perto que o calor do corpo dele me envolveu. O cheiro de uísque e perfume entorpecia. — Ela não te dá o que você precisa. Mas... e se eu pudesse? — Minha voz saiu baixa, hesitante, como se eu mesma quisesse recuar.
Ele se afastou, os olhos arregalados. — Camila, isso é loucura. Você é minha enteada, caralho! Tá brincando comigo? — A voz dele era uma mistura de raiva e algo mais, uma faísca que traía o que ele tentava esconder.
— Não é brincadeira — murmurei, o coração na garganta. — Ela te ama. Você sabe disso. Mas se você for embora, ela não sobrevive. Eu só... quero ajudar. — As palavras saíam trêmulas, e eu sentia o peso delas, como se cada uma me puxasse mais fundo no abismo.
Ele balançou a cabeça, levantando-se, o copo de uísque quase caindo. — Isso é errado, Camila. Errado pra caralho. Não vai acontecer. — Mas seus olhos, fixos em mim, brilhavam com algo além da culpa. Havia fome ali, e eu sabia que ele estava lutando tanto quanto eu.
— Só pense nisso — sussurrei, me levantando e saindo antes que ele pudesse responder. Entre as pernas, o calor úmido gritava que uma parte de mim queria que ele cedesse, mesmo que eu odiasse admitir.
O Abismo do Pacto
Naquela noite, minha mãe voltou do mercado, alheia, enquanto eu e Ricardo trocávamos olhares furtivos no jantar. O tilintar dos talheres era o único som, mas o ar estava carregado, elétrico. Ela foi dormir cedo, exausta, e a porta do quarto ficou entreaberta — um risco que tornava tudo mais perigoso. Fui até a cozinha, onde Ricardo estava, encostado na pia, sem a garrafa, mas com o mesmo olhar atormentado. O cheiro de café velho pairava no ar, misturado ao perfume dele.
— Você não desiste, né? — ele murmurou, a voz baixa, como se temesse ser ouvido. Mas havia algo novo no tom dele, uma rendição que ele tentava disfarçar.
— Não posso deixar você destruir ela — respondi, aproximando-me. O cheiro dele, agora só perfume e suor, me embriagava. — Você sabe o que quer. E eu posso te dar.
Ele hesitou, os punhos cerrados, o rosto contraído. Isso é errado, pensava ele. Ela é a filha da mulher que amo. Mas Helena não me quer mais, não como antes. E Camila... ela tá aqui, oferecendo o que eu sonho toda noite. A culpa o esmagava, mas o desejo era mais forte, uma corrente que o puxava. — Isso é um erro, Camila — disse, a voz frágil, quase suplicante. — Mas... eu não sei se consigo dizer não.
— Então não diga — sussurrei, tirando a blusa. O tecido caiu no chão frio da cozinha, o ar arrepiando minha pele. Ele me encarou, os olhos descendo pelo meu corpo, e, com um gemido baixo, cedeu.
Seus lábios colaram nos meus, o gosto de uísque ainda presente, a língua quente e faminta. Suas mãos ásperas agarraram minha cintura, e o volume duro do pau dele pressionou minha coxa, quente, pulsante. O risco de minha mãe entrar na cozinha, de ouvir um passo no corredor, só aumentava o fogo. Ele me levantou, sentando-me na bancada gelada, o metal frio contra minhas coxas. — Sem barulho — ele sussurrou, rasgando minha calcinha.
Eu não queria silêncio. Queria o caos. Ele chupou meus seios, a barba roçando a pele, e desceu, a língua traçando um caminho até minha buceta. Gemi alto, mordendo o lábio pra abafar, enquanto ele me lambia, o som molhado ecoando na cozinha. Gozei rápido, o corpo tremendo, as unhas cravadas na borda da bancada. — Fode minha buceta, Ricardo — implorei, a voz crua.
Ele entrou em mim, o pau quente, grosso, cada estocada um risco, um pecado. O som dos nossos corpos batendo, o cheiro do sexo, o medo de sermos pegos — tudo era intenso demais. Ele me virou, metendo no meu cu com uma urgência que me fez gritar contra a mão que tapei na boca. Gozei de novo, o corpo convulsionando, e ele gozou dentro de mim, o calor inundando, o gemido dele abafado contra meu pescoço.
Mas não acabou aí. Ele me puxou de novo, ainda ofegante, e me fez chupá-lo. O gosto salgado do gozo dele, misturado ao meu, encheu minha boca enquanto eu lambia, engolia, os olhos fixos nos dele. Ele gemeu, baixo, as mãos no meu cabelo, e eu sabia que estávamos cruzando uma linha sem volta.
Quando terminamos, o silêncio pesou. Ele se afastou, o rosto pálido, a culpa estampada. — Isso nunca mais pode acontecer — disse, a voz trêmula.
— Não vai parar — retruquei, limpando a boca com o dorso da mão. — Você fica com ela. Eu te dou o que ela não dá. É o nosso pacto.
Ele me encarou, dividido, mas assentiu. — Só... não conta pra ninguém. E eu fico.
— Eu sei guardar segredos — murmurei, com um sorriso que escondia o peso e a excitação.
Dias depois, o pacto se firmou em silêncio. Uma noite, ouvi gemidos vindos do quarto deles. Minha mãe e Ricardo, transando — algo básico, lento, o som de corpos se movendo sem pressa. Fiquei parada no corredor, um sorriso torto no rosto. Ela estava feliz, ele estava com ela. Mas eu sabia: a buceta dela era o básico, o suficiente pra manter o amor. A boca, o cu, o tesão cru — isso ele pegava comigo. Na lavanderia, ele comeu meu cu com força, o som da máquina abafando meus gemidos. Outra vez, chupei ele no banheiro, engolindo cada gota, o coração disparado com o risco. Cada vez era mais sujo, mais nosso. Minha mãe sorria mais, alheia, achando que Ricardo tinha mudado. E eu, que antes era a Camila tímida, agora era outra. O desejo me engoliu, e eu me vi querendo mais — não só o sexo, mas o poder de segurá-lo, o risco de sermos pegos, o controle de ser o que ele precisava. Salvei o casamento deles, mas me perdi em mim mesma. E, no fundo, eu queria que o abismo crescesse.