Era o café-da-manhã de nossos 15 anos. Eu e meu marido olhando pela janela, com o meu braço enlaçando a sua cintura. Esse grude nosso se mantém ao longo desses anos. Um jardineiro, suadão e sem camisa dava duro com uma serra circular no pátio vizinho. Era como se fosse o Thor dos meus sonhos, e me imaginei naqueles braços.
Meu marido me olhou, olhou para o serviçal, me olhou de novo, novamente pra ele, até que perguntou:
− Querida, viu aquele homem?
Retirei os óculos de sol com desdém:
− Aquele? Não tinha visto, não! Mas já que falou, o que tem ele?
− O que acha daquilo?
Enlacei o pescocinho, dei uns selinhos, e comentei:
− Não sei o que é aquilo, mas não troco advogado por roceiro.
O beijo foi intenso, até porque ficou se achando, meu marido que não é de se jogar fora, mas “aquilo” entre as pernas do jardineiro parecia desafiar.
À tarde fui falar com o homem. Era só atravessar a rua, mas dei três voltas no quarteirão. Fingi-me de perdida, e baixei o vidro do carro. De perto, era mais tanquinho ainda, aquela barriga. Perguntei:
− Sabe moço, não quer orientar melhor uma mulher meio confusa?
Ele baixou, e a respiração ficou pele a pele:
− Em que posso ajudar, madame?
− Tenho serviços. Sou mulher de advogado.
− Não entendi. Quer está sendo processado?
Alisei o vestido por cima. Quando cheguei na barra, suspendi de leve, até revelar a tirinha. E passando a língua no lábio superior, disse:
− Eu vou te analisar inteirinho!
*******
No caminho para o motel, eu já mudei a conversa para tamanho de cacetes, e perguntei ao jardineiro se ele tinha enchimento na calça. Ele disse que as calças são agarradinhas por questão do calor, e também por moda sertaneja.
− Legal! – eu disse – mas prefiro tocar flauta!
Já no motel, eu desliguei o carro, e fui começar a gulosa na fila de espera. Quando a camareira chegou para avisar que o quarto estava pronto, sem tirar a boca do pau, fiz sinal de positivo para ela.
Já na cama redonda, o bofe tava de costas recebendo o meu boquete, pois que eu não conseguia largar aquela jeba, já imaginado aquilo tudo nas minhas pregas do cu. Deveria deixar essa parte para a presença do doutor? Sim, é melhor, até porque, se ele quiser dar uma de machão, só vai sobrar a buceta mesmo, e em simultâneo. O gostosão acabou falando:
− E se ele souber?
− Chuif, chuif, chuif... O que tem?
− Vai estourar comigo?
− Chuif, chuif, chuif, não sei.
Percebi que ele mudou o semblante, só um pouquinho, e tranquilizei.
− Relaxa! Pau de advogado só costuma rebentar em audiências.
Quando tirei a boca, um fiozinho de esperma ficou grudado, e o brucutu tomou forma de tigre. Me agarrou pelos cabelos, me jogou de lado, arrancou a tirinha que eu chamo de calcinha, e me castigou legal pelas vias dianteiras.
*******
Eu tinha passado instruções, e o jardineiro tocou a campainha de casa ao cair da noite, pois que eu tinha deixado o portão propositadamente aberto. Meu marido foi atender, e eu novamente de óculos no sofá. Escutei a conversa:
− Olá, doutor! É aqui que estão precisando de um roceiro?
− Doutor? Quem te contou que sou advogado?
Houve um silêncio. E a possibilidade de estar um olhando para o outro, me fez encharcar a calcinha.
− Vou ver com a minha mulher. Senta aí e aguarda. Nó nem temos jardim, e...
O jardineiro sentou no sofá em frente, e cruzei as pernas estando de saia curta para ele. Meu marido me puxou pelo braço, e me levou até o quarto empurrando-me pela nuca.
− Você resolveu, Regina? Então é hoje?
Coloquei o antebraço direito no pescoço, e a mão esquerda na rola. Ele próprio me retirou os óculos, colocando na cômoda. Houve uma troca de olhares no fundo, por cerca de meio minuto, quando interrompi:
− Não sei não, doutor! Aqui, fora dos tribunais, o senhor está em desvantagem.
Liberei o pescoço dele, baixei o zíper da saia, e dei um lance de olhar na direção da sala. Era uma dica para o Edgar chamar o jardineiro.