Na Calmaria do Controle - CAP 05

Um conto erótico de LAW
Categoria: Gay
Contém 1460 palavras
Data: 31/08/2025 09:54:32

Todo Esse processo de afastamento do Raul não ocorreu de forma rápida, isso levou tempo e foi se escalando a cada dia. Quando nossa relação chegou ao auge da indiferença eu já tinha terminado a escola e começado em um serviço temporário de meio período enquanto me decidia qual faculdade fazer, Raul já estava para finalizar também o ensino médio já estava mais maduro e sua vida seguia uma nova faze, novos amigos, começou a ir em festas, nosso afastamento não parecia incomodar ele, acho que só eu sentia falta de nossa amizade, éramos praticamente dois estranhos que dividiam a mesma casa. Percebi que ficar esperando não ia adiantar. Se eu queria que as coisas voltassem a ser como antes, eu teria que fazer alguma coisa. Não era só saudade das nossas conversas — era saudade de me sentir parte da vida dele.

Então decidi tentar fazer as coisas voltarem a ser como antes, comecei aos poucos, sem querer forçar nada, nem parecer invasivo na sua nova vida. Quando passava pela sala e ele estava no sofá jogando, eu ia até a cozinha de proposito tomar água e na volta trazia um copo de suco ou uma fruta para ele. Às vezes deixava do lado, só dizia:

— Peguei isso pra você.

Ele agradecia, mas não tirava os olhos da tela. Era um “valeu” rápido, quase automático.

Fiz isso mais de uma vez. Pequenos gestos, como quem diz sem palavras: “eu ainda tô aqui”. Mas Raul não parecia notar a intenção por trás. Não reclamava, mas também não puxava assunto, não tentava reaproximar como eu esperava.

Aos poucos, comecei a sentir aquela sensação amarga de estar tentando demais. Como se eu estivesse dando passos em direção a alguém que nem se importava de ficar parado.

Mas, mesmo assim, continuei tentando. Porque, por mais que eu quisesse parecer forte, a verdade é que eu sentia falta dele — da presença, das conversas, até das pequenas bagunças que ele me enfiava.

Aos poucos meus pequenos gestos começaram a virar um hábito. Se ele estava sentado no sofá, eu já pensava em trazer alguma coisa da cozinha. Se deixava o casaco jogado no canto, eu recolhia.

Não era como antes — não era ele pedindo. Era eu oferecendo. Talvez por medo de perder de vez o pouco que restava, talvez por vergonha de admitir que sentia falta.

Comecei a reparar que fazia isso sem nem pensar muito. Quando percebia, já estava agindo: arrumando os controles do videogame, tirando um prato da mesa. Raul agradecia, às vezes com um sorriso distraído, outras nem tanto.

Mas, diferente do que eu esperava, essa atitude não o trouxe de volta. Ele continuava distante, gentil, mas alheio, como se estivesse acostumado àquilo, mas sem enxergar o esforço por trás. Eu, por outro lado, ficava, com um pouco de frustração por não receber a mesma atenção de antes.

A sensação era de estar reconstruindo uma ponte sozinho, martelando cada tábua enquanto ele assistia do outro lado sem se mexer.

Depois de meses assim, alguma coisa começou a mudar de novo. Raul passou a me cumprimentar com mais frequência, a puxar conversa. Os silêncios que antes deixavam um espaço frio entre nós foram se enchendo de novo com piadas, histórias do dia, até as sessões de videogame começaram a voltar, não era como antes ainda, mas aos poucos as coisas estavam começando a voltar a ser como eram.

Eu percebia, mesmo sem ele dizer nada, que meus pequenos gestos tinham feito diferença. Não foi um pedido direto, nem uma conversa sincera, mas aquela fruta deixada na mesa, o copo de suco oferecido sem que ele pedisse, a ajuda aqui e ali… tudo isso parecia ter puxado ele de volta, pouco a pouco.

Não era como se ele tivesse agradecido, ou reconhecido o que estava acontecendo. Mas, de alguma forma, a presença dele voltou a ocupar aquele espaço que antes eu sentia vazio. E, mesmo sabendo que estava fazendo esforço para isso, eu me sentia melhor assim — com ele por perto, rindo, falando besteira, deixando nossas noites menos silenciosas. pela primeira vez em meses, a sensação de estar sozinho foi sumindo.

eu acreditava que as coisas tinham voltado a ser como antes. As risadas, os jogos, as conversas jogadas no sofá. Mas isso foi fruto de um esforço de minha parte.

Foram vários meses nessa dinâmica, quando Raul finalmente se reaproximou de mim eu já estava trabalhando em período integral na empresa que comecei depois de sair do ensino médio, Raul já tinha terminado o ensino médio e resolveu iniciar de imediato na faculdade, ele escolheu o curso de direito.

Eu acreditava que as coisas tinham voltado ao normal entre a gente, mas não demorou para eu perceber que havia algo escondido por trás desse “retorno”. Era como se Raul tivesse assumido um novo jeito de ser.

Eram detalhes: quem ficava com o controle melhor quando íamos jogar, um copo d’água que ele pedia e eu hesitava em buscar, um favor que ele deixava no ar. Se eu tentava me esquivar, ele não reclamava, mas ficava diferente. Silencioso. Com aquela expressão fechada, meio emburrada, que não precisava de palavras para me fazer sentir que eu estava estragando o clima.

Mesmo que agora nosso tempo juntos fosse reduzido por conta das novas rotinas que cada um assumia, durante a noite pouco a pouco, eu ia cedendo a essa nova postura do Raul. Pegava o copo. Entregava o controle melhor. Fazia o favor. Não porque ele pedia diretamente, mas porque eu queria evitar aquela distância súbita que se abria quando eu não fazia.

Então percebi que as paredes que ele ergueu quando a gente se afastou ainda estavam ali, só que agora ele as levantava e abaixava conforme eu correspondia às suas pequenas expectativas. Era um jogo sutil: quando eu cedia, ele era o mesmo Raul de sempre — risonho, próximo, presente. Quando eu não cedia, ele se fechava.

E eu, mesmo vendo isso acontecer, acabava voltando atrás. Porque a ideia de perder de novo aquela amizade me incomodava mais do que carregar esse peso em silêncio.

O padrão não era explícito, nunca foi. Raul não exigia nada de cara — só deixava aquele silêncio no ar, aquela mudança de expressão quando eu não fazia o que ele queria. E, de alguma forma, isso era pior do que uma exigência direta.

No começo, eu fingia que não percebia. Mas a sensação de estar afastando-o de novo me incomodava. Era como se a cada pequeno “não” uma parede se erguesse entre nós, e eu já tinha sentido o que era ficar do outro lado dela. Então, sem perceber, comecei a ceder outra vez.

Primeiro foram os gestos simples: pegar um copo d’água, entregar o controle melhor, imprimir um trabalho da faculdade. Depois, vieram os pedidos maiores: revisar uma redação inteira, ajudar a montar uma apresentação, pesquisar coisas para a prova. E eu ia aceitando. Cada “sim” trazia Raul um pouco mais para perto — mais risadas, mais companhia, mais aquela sensação de que eu fazia parte da vida dele.

Até que um dia, sem nem me dar conta de como tinha chegado lá, eu estava de novo no quarto dele, recolhendo as roupas do chão, tirando os pratos da mesa, dobrando a coberta e varrendo o chão. Ele estava na escrivaninha, mexendo no celular, rindo de alguma coisa que não tinha nada a ver comigo.

Depois de limpar seu quarto naquela noite, Raul fez algo que abalou toda minha estrutura, ele girou a cadeira ficando de frente para mim. — Obrigado, Marcos! Você se esforça tento por mim, que não sei como te agradecer.

— Não foi nada, falo meio confuso com aquele agradecimento.

— Na verdade eu sei, Disse ele virando novamente a cadeira para a escrivaninha. Ele abriu a gaveta e tirou lá de dentro uma cueca preta, ele jogou para mim e eu a agarrei meio que por reflexo, — o que é isso? Eu perguntei.

— Um presente para você, pode ficar com essa pra cheirar, eu a usei ontem.

uma mistura de vergonha e nervosismo tomou conta de mim naquele momento, eu não sabia como reagir.

— Fica tranquilo Marcos, ou acha que eu não lembro naquele dia quando éramos adolescentes que voltei no quarto e você estava com uma de minhas cuecas enfiada no rosto? Eu sei que você gosta. ele disse rindo e já se levantando da cadeira e saindo do quarto.

Fiquei parado ali, sozinho, ainda com aquela cueca nas mãos. A porta bateu levemente atrás dele. Havia um jeito quase inocente na forma como ele falava. Era como se, para ele, tudo aquilo fosse só uma piada íntima, um episódio engraçado

apertei aquele tecido por mais alguns minutos, sentindo um peso estranho nas mãos. Não estava esperando nada assim. Era um gesto inesperado, quase íntimo demais.

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TUDO BEM VOCÊ QUERER VOLTAR A FAZER PARTE DA VIDA DE RAUL, MAS VOCÊ NÃO FAZ PARTE DA VIDA DELE. TUDO BEM VOCÊ QUERER, MAS SEM SER ESCRAVO DELE. NÃO TEM NADA DE INOCENTE NAS PALAVRAS DE RAUL, É TUDO MEDIDO, TUDO PLANEJADO PRA TE ESCRAVIZAR. E VOCÊ OTÁRIO NEM SE DÁ CONTA DISSO, OU SE DÁ CONTA E ACEITA. ELE CONTINUA O MESMO MIMADO E EMBURRADO QUANDO SUAS ORDENS NÃO SÃO CUMPRIDAS. ISSO É ULTRAJANTE, VOCÊ ESTÁ PERDENDO SUA IIDENTIDADE DE SER HUMANO, DE HOMEM PARA SER SOMENTE O ESCRAVO DE RAUL. LAMENTÁVEL. NÃO QUERO ACREDITAR QUE AINDA EXISTAM RELAÇÕES ASSIM.

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