Tomei a decisão. Deixei minha cidade para trás e enfrentei uma viagem de cinco horas, cada minuto consumida pela mesma obsessão: você. A cada curva da estrada, minha mente recriava tua boca, tuas mãos, teu corpo se impondo sobre o meu. Eu ardia só de imaginar o que me esperava nos próximos dias.
O coração disparava como se cada quilômetro me deixasse mais nua, mais vulnerável, mais tua. Eu não via a hora de te encontrar — e sabia que, quando isso acontecesse, nada em mim teria forças para resistir.
Passei o dia inteiro à espera de você. Não sabíamos exatamente como seria, mas eu sentia, no fundo, que aquela noite queimaria na minha pele. Quando vi seu carro parar diante de mim, meu coração acelerou de um jeito que denunciava o quanto eu te desejava.
O jantar foi só um pretexto. A pizza quase esquecida no prato, e o vinho incendiando cada fibra do meu corpo. Bastou uma taça e já me sentia mais quente, mais entregue, rindo das tuas palavras enquanto, por dentro, só imaginava tua boca na minha, tua língua explorando cada espaço, teu corpo se impondo sobre o meu.
No quarto do hotel, ainda tentamos prolongar com conversa leve, mas era inútil. Eu mal ouvia o que dizia, distraída pelo modo como teus olhos pousavam em mim. Meu corpo já te chamava antes mesmo de você me tocar.
E quando sua mão finalmente encontrou a minha pele, não houve resistência possível. Bastou um toque e eu já me desfazia, já me entregava. O primeiro beijo foi devastador. Tua boca na minha era febre e delírio. O sabor dos teus lábios, a língua que me dominava sem pedir licença — eu me perdi inteira ali. O beijo me arrancou da razão, me deixou sem fôlego, como se cada investida tua fosse um aviso de que eu jamais teria controle naquela noite.
Me despi para você sem notar, ou talvez tenha sido você quem me despiu sem que eu percebesse. Só sei que, quando percebi, já éramos pele contra pele, e meu corpo já não era meu. Teus beijos desciam pela minha boca, meu pescoço, meu colo, marcando em mim o território que agora era teu. Cada centímetro que tua boca tocava me fazia tremer, cada vez mais molhada, cada vez mais tua.
Gozei no primeiro toque profundo, sem conseguir segurar, sem vergonha. Meu corpo te implorava mais, e você sabia exatamente como me levar. Me conduziu em ondas e ondas, me provocando com calma cruel, saboreando cada reação minha. Eu gemia, clamava, me perdia em súplicas, e você me possuía ao seu ritmo, como quem brinca com o fogo certo de que não vai se queimar.
Perdi a conta de quantas vezes me desfiz. A cama molhada, meu corpo entregue, sem nenhum domínio de si. Você me virou, me moldou, me usou em todas as formas, e eu obedecia, sempre querendo mais. Eu adorava estar de quatro para você — porque assim sentia cada centímetro teu dentro de mim, me preenchendo até o limite, até a dor se confundir com prazer. E mesmo quando me machucava, meu corpo só sabia implorar que não parasse.
Era êxtase puro. Tua boca me devorando, tua respiração misturada à minha, tua língua me enlouquecendo a cada investida. Eu já não existia fora de ti. Só havia o teu corpo, a tua força, o teu domínio sobre mim.
E quando, enfim, te senti explodir dentro de mim, um calor intenso me atravessou inteira. Era o ápice, o selo da entrega, a consumação do meu desejo. Eu tremi inteira, sem forças, esgotada e completa, enquanto o prazer me despedaçava e me reconstruía nos teus braços.
Depois, silêncio. Só nossas respirações pesadas, o quarto impregnado do nosso cheiro, o corpo em abandono. Não havia promessas, não havia ilusão — apenas a certeza de que aquela noite nos pertencia.
Ainda na madrugada, nos despedimos. E, ao me deitar sozinha, sentindo meu corpo relaxado e exausto, sorri em segredo. Porque mesmo saciada, meu desejo não tinha acabado. No fundo, eu ainda queria mais de você.