Putinha pra dois

Um conto erótico de Regard
Categoria: Gay
Contém 2658 palavras
Data: 04/08/2025 17:58:24
Última revisão: 04/08/2025 18:17:22

Do seu apartamento em Curitiba, no Água Verde, Andre, vinte e cinco anos de idade, desemprego, observava a luz leitosa do inverno tardio banhar os móveis com uma pátina de tédio. O zumbido da geladeira era a trilha sonora da sua inércia. A TV, ligada na GloboNews, tagarelava sobre reformas e crises distantes que, de alguma forma, pareciam a causa direta da sua bunda afundada no sofá e da sua conta bancária seca.

Ele se levantou, sentindo os músculos protestarem contra a falta de uso. Caminhou até a janela. A cidade se movia lá embaixo, um organismo indiferente à sua paralisia. Andre era bonito e sabia disso. A academia, paga com o seguro-desemprego, tinha esculpido seu corpo com dedicação. Ombros largos, cintura fina e uma bunda que atraía olhares e mensagens explícitas – uma bunda farta, redonda, pesada. Um patrimônio inútil naquela tarde.

O tédio era um inimigo, mas o tesão era um predador. E ele estava caçando. Com um suspiro de autodepreciação, ele pegou o celular, o brilho da tela um pequeno oásis no deserto da sua tarde. O ícone laranja e preto do Grindr era uma promessa de complicação, um portal para o tipo de problema que ele secretamente desejava.

Abriu o aplicativo. A grade de torsos anônimos e rostos cortados piscou, uma colmeia de desejos urgentes. Ele rolou sem interesse, o dedo deslizando sobre fotos, closes de peitorais peludos, sorrisos forçados em banheiros mal iluminados. Nada. A mesma paisagem de sempre. Estava prestes a fechar o app quando uma notificação vibrou na parte superior da tela.

Um perfil sem foto. O nome era apenas um ponto: "."

A curiosidade, essa vadia traiçoeira, o fez tocar na mensagem.

[.]: Oi.

Andre revirou os olhos. A epítome da preguiça digital. Mesmo assim, seus dedos responderam quase por instinto.

Andre: Opa. E aí. Quem é?

A resposta foi imediata, quase como se o outro estivesse esperando por ele.

[.]: Leandro. 34a. Ativo. 1.82, 80kg. E vc?

A falta de foto ainda era um sinal vermelho gritante, mas a precisão das informações era um pequeno aceno de normalidade.

Andre: Andre. 25. Versátil. 1.78, 75kg. Cadê a foto?

[.]: Não mando foto. Mas garanto que vale a pena.

Andre bufou. Clássico. Um velho, um cara comprometido, ou um golpe. As possibilidades eram todas ruins. O dedo pairou sobre o botão de bloquear. Ele já estava farto de jogos. Queria carne, suor, um corpo quente contra o seu para espantar o frio da solidão. Não um enigma digital.

Vibração.

Uma nova mensagem. Não era texto. Era uma foto. Mas não do rosto ou do corpo de Leandro. A imagem mostrava uma mão masculina, forte, de dedos longos e unhas bem-cuidadas, segurando uma taça de cerveja artesanal. A espuma cremosa transbordava levemente. Ao fundo, desfocado, um cenário que gritava dinheiro: o deck de madeira de uma piscina, uma área gourmet com churrasqueira de inox e, mais além, o verde exuberante de um jardim bem cuidado. A luz do sol na foto era quente, vibrante, o oposto do cinza pálido que entrava pela sua janela.

A foto era uma isca muito mais poderosa do que um pau. Era uma promessa de um estilo de vida, de um mundo diferente do seu apartamento entulhado de boletos.

A mensagem seguinte chegou como um tiro de misericórdia.

[.]: Bora tomar uma cerveja? Aqui.

Andre riu alto, o som ecoando na sala vazia. A audácia era quase cômica. Duas da tarde de uma terça-feira.

Andre: Tá maluco? Agora? Quem é vc, um herdeiro?

[.]: Tô de folga. E gosto de aproveitar. Se quiser vir aqui brincar... rsrsrs.

A palavra "brincar" ficou suspensa no ar, carregada de subtexto. Não era um convite para conversar. Era um convite para foder. O mistério, a casa de luxo, a confiança arrogante de Leandro... tudo se misturou em um coquetel perigoso de medo e tesão. A prudência gritava: "É furada, Andre! Você vai ser roubado, esquartejado, vendido para uma rede de tráfico de órgãos." Mas o seu pau, latejando dentro da calça de moletom, sussurrava: "E se for a melhor foda da sua vida?"

O tesão pelo perigo sempre vencia.

Andre: Me manda uma foto sua. Uma só. De rosto.

[.]: Já disse que não. Você manda primeiro. Se eu gostar, te passo o endereço.

Era um jogo de poder. Ele estava no controle. Andre hesitou, mas a imagem daquela piscina, daquela mão forte, já estava gravada em sua mente. Ele se rendeu. Abriu a câmera, tirou uma foto casual do rosto, o cabelo meio bagunçado, um sorriso de canto de boca que ele sabia que funcionava. Enviou. Em seguida, uma que ele guardava para ocasiões especiais: de costas, vestindo apenas uma cueca boxer preta que esculpia cada curva da sua bunda. Uma obra de arte da provocação.

A resposta demorou uns trinta segundos. Trinta segundos em que Andre sentiu o coração bater na garganta.

[.]: Caralho. Que raba. Perfeito. Bora?

A pergunta prática, quebrou a tensão. Andre sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo. Ele tinha sido aprovado. A validação era um afrodisíaco potente.

Andre: Ok. Mas preciso de um banho. Me dá 40 minutos.

[.]: Perfeito. O endereço é esse.

Uma localização foi enviada. Era em um dos bairros mais nobres de Curitiba. Um lugar de muros altos e cercas elétricas, onde a vida acontecia em um universo paralelo.

A decisão estava tomada. O medo ainda estava lá, um nó gelado no estômago, mas agora ele estava coberto por uma camada espessa de excitação crua. Ele caminhou para o banheiro, arrancando a roupa no caminho. A água quente do chuveiro bateu em sua pele, e ele fechou os olhos. A imagem que veio à sua mente não era de um rosto, mas de uma mão forte o segurando, de um corpo dominante o usando naquele deck de luxo. Ele se ensaboou com pressa, o pau duro. Cada toque era uma antecipação. Ele estava indo para o desconhecido, e cada fibra do seu ser vibrava com a possibilidade do que encontraria lá.

O Uber deslizava silenciosamente pelas ruas bem pavimentadas. As casas, verdadeiras fortalezas de vidro e concreto, se sucediam atrás de muros impenetráveis. O motorista, um senhor de óculos, cantarolava uma música gospel baixinho, alheio ao turbilhão de adrenalina e luxúria que se passava no banco de trás. Andre olhava pela janela, o coração martelando contra as costelas. Ele vestia seu melhor jeans, um que ele sabia que valorizava sua bunda, e uma camiseta preta simples.

O carro parou em frente a um portão de aço escovado, alto e sem detalhes, cego para a rua. Número 437. Era ali.

"É aqui, moço", disse o motorista.

Andre pagou, agradeceu e desceu, sentindo as pernas um pouco trêmulas. Parado na calçada, diante daquele muro, ele se sentiu pequeno, um intruso. Ele mandou uma mensagem.

Andre: Cheguei.

A resposta foi apenas um bipe. Um segundo depois, com um zumbido hidráulico suave, o portão começou a deslizar para o lado, revelando uma entrada de pedras portuguesas e um jardim impecavelmente cuidado. Ninguém apareceu. O portão se abriu por completo e parou. Era um convite silencioso.

Respirando fundo, ele entrou. O cheiro era de grama recém-cortada e cloro. O som era o de água caindo em cascata em algum lugar próximo. O portão se fechou atrás dele com o mesmo zumbido suave, selando-o para dentro. O nó de medo em seu estômago se apertou. Agora não tinha mais volta.

Ele seguiu o caminho de pedras, que contornava a lateral de uma casa moderna e imponente. E então ele o viu.

Leandro estava de pé ao lado da piscina, ele era alto, corpo definido sem ser exagerado – o tipo de físico de quem faz crossfit e come direito. Vestia uma bermuda de surf e estava sem camisa, o peito liso. O cabelo era escuro, curto, e ele tinha um sorriso divertido nos lábios. Ele era bonito. Perigosamente bonito.

"Andre", ele disse, a voz calma e um pouco rouca. Não era uma pergunta. "Pontual. Gosto disso."

"Leandro", Andre respondeu, tentando manter a voz firme. "Sua casa é... uau."

"É só uma casa", ele disse, dando de ombros, um gesto que minimizava o luxo evidente ao redor. "Cerveja?"

Ele apontou para um balde de gelo sobre a mesa da área gourmet, cheio de garrafas de cerveja artesanal. Andre assentiu, ainda se sentindo deslocado. Leandro pegou uma, abriu com um abridor fixado na parede e a entregou. Seus dedos roçaram nos de Andre, um toque deliberado, quente. Leandro o observava por cima da borda da sua própria garrafa, os olhos percorrendo o corpo de Andre sem pressa, um scanner avaliador. Ele não estava disfarçando. Estava inspecionando a mercadoria.

"Então", Leandro começou, encostando-se na bancada de granito. "Desempregado, hein? Deve ser um tédio."

"Tem seus dias", Andre respondeu, tomando um gole generoso da cerveja. O álcool gelado ajudou a acalmar os nervos.

"Imagino. Muito tempo livre pra pensar besteira. Ou pra fazer." O sorriso de Leandro se alargou, cheio de malícia. Ele deu um passo à frente, diminuindo o espaço entre eles. O cheiro dele era uma mistura de protetor solar e um perfume amadeirado caro. "Sua bunda é ainda melhor pessoalmente."

A frase foi dita com a mesma naturalidade com que se comenta o tempo. Direta, objetiva. Andre sentiu o rosto esquentar. "Obrigado, eu acho."

"Não ache. Tenha certeza." Leandro estendeu a mão e, sem aviso, a pousou na nuca de Andre, os dedos se emaranhando em seu cabelo. O gesto foi possessivo, dominante. "Gosto de homens que têm certeza do que querem."

O coração de Andre disparou. A mão em sua nuca o mantinha preso, vulnerável. Ele podia sentir a força nos dedos de Leandro. Ele estava prestes a responder, a tentar retomar um pingo de controle, quando um som o fez congelar. A porta de vidro que dava para a sala da casa deslizou para o lado.

Um outro homem saiu.

Ele era um pouco mais baixo que Leandro, mas visivelmente mais forte. Branco, de cabelo raspado, o corpo era um mapa de músculos densos e definidos. Braços grossos, peitoral largo, coxas que pareciam prestes a rasgar a bermuda de tactel que ele usava. Tinha uma expressão neutra, quase entediada, mas seus olhos, de um azul gelado, fixaram-se em Andre instantaneamente. Um predador silencioso avaliando a presa. E, mesmo sob a bermuda folgada, era impossível não notar o volume pesado e grosso entre suas pernas.

Andre olhou de Leandro para o recém-chegado, o cérebro tentando processar a nova variável. O sorriso de Leandro não vacilou.

"Ah, que bom que acordou", disse Leandro para o homem. "Andre, este é o Tomas meu primo. Tomas, este é o Andre. A nossa... brincadeira da tarde."

Tomas não disse nada. Ele apenas deu um passo à frente, parando ao lado de Leandro. Os dois juntos formavam uma muralha intimidadora de masculinidade. O plano original, o encontro arriscado, tinha se transformado em algo completamente diferente. Isso não era um encontro. Era uma armadilha. Uma armadilha para a qual ele tinha caminhado de bom grado.

O medo, que antes era um nó, agora era uma bola de gelo se expandindo em seu peito. Mas, por baixo dele, uma corrente elétrica de pavor e excitação o percorreu. Ele estava em desvantagem, completamente à mercê deles. E uma parte suja e profunda de si mesmo achou aquilo insuportavelmente excitante.

"Você... você não mencionou isso na conversa", Andre gaguejou, tentando um humor que saiu patético.

Leandro riu, um som baixo e gutural. Ele apertou os dedos no cabelo de Andre. "Onde estaria a graça se a gente contasse tudo? Relaxe. Você vai gostar." Ele se virou para Tomas. "O que achou?"

Tomas finalmente se moveu. Ele circulou Andre lentamente, como um tubarão. Seus olhos azuis nunca piscavam. Ele parou atrás de Andre. Andre podia sentir o calor irradiando do corpo dele. Então, ele sentiu a mão de Tomas, grande e áspera, pousar em sua bunda, sobre o jeans. A mão apertou com força, os dedos cavando o músculo, possessivos, avaliadores. Tomas se inclinou, o hálito quente no ouvido de Andre.

"Gostosa", ele rosnou, a voz grave e arrastada.

Leandro sorriu, satisfeito, como um diretor que vê sua cena sair perfeita. "Eu não disse?"

A mão de Leandro ainda estava na sua nuca. A mão de Tomas, na sua bunda. Ele estava preso entre os dois. O cheiro deles, a presença deles, a energia predatória... era avassalador. Andre fechou os olhos. A prudência estava morta e enterrada. Só restava o desejo bruto, o medo e a rendição.

"Entra", ordenou Leandro, soltando sua nuca e o empurrando levemente na direção da casa. "A gente vai se divertir mais lá dentro."

Andre tropeçou para frente, o corpo se movendo por puro instinto de obediência. Ele sabia que tinha cruzado um limite. Ele não era mais um convidado. Era o prato principal. E o banquete estava prestes a começar.

Eles o conduziram para dentro. A porta de vidro deslizou e se fechou, abafando os sons do mundo exterior. O interior da casa era ainda mais impressionante. Um pé-direito duplo, móveis de design que pareciam flutuar sobre um piso de cimento queimado, e uma parede inteira de vidro que dava para o jardim de inverno. O ar era fresco, com um leve aroma de madeira e de alguma essência cara. Andre se sentiu como um animal selvagem em um museu, um elemento de caos em um ambiente de ordem imaculada.

Leandro gesticulou para um sofá de couro branco, vasto como um iceberg. "Sente-se. Vamos conversar um pouco."

A palavra "conversar" soava absurda, uma formalidade frágil tentando conter a energia predatória que pulsava no ar. Andre obedeceu, sentando-se na beirada do sofá. Seu corpo inteiro estava tenso, um instrumento de cordas esticado ao máximo. Leandro sentou-se em uma poltrona em frente, cruzando as pernas com uma elegância casual. Tomas permaneceu de pé, um pouco atrás de Leandro, os braços cruzados sobre o peito maciço. Ele não se moveu. Apenas observava, seus olhos azuis perfurando Andre, despidindo-o camada por camada.

Começou a conversa mais surreal da vida de Andre.

"Então, o que você fazia antes de... ter mais tempo livre?", Leandro perguntou, o tom leve, como se estivessem em um café.

"Eu era analista de marketing. Numa startup", respondeu Andre, a voz saindo mais baixa do que ele pretendia.

"Interessante. Muita pressão, imagino."

"Sim. Mas eu gostava."

A conversa durou talvez dez minutos, mas pareceu uma eternidade. Leandro perguntava sobre seus hobbies, sobre Curitiba, sobre seus planos. Eram perguntas normais, mas o contexto as tornava bizarras, ameaçadoras. Era um interrogatório disfarçado de socialização. Cada resposta que Andre dava parecia inútil. Ele não estava ali para ser conhecido. Ele estava ali para ser usado. A presença silenciosa e imóvel de Tomas era um lembrete constante disso. O ar ficava mais denso a cada segundo, a tensão se enrolando como uma serpente em seu estômago.

Foi Tomas quem finalmente quebrou o feitiço.

Ele descruzou os braços e deu um passo à frente, a paciência evaporando de sua expressão. Seus olhos gelados fixaram-se em Andre, e a máscara de civilidade caiu.

"A gente não tá aqui pra conversar", ele rosnou, a voz grave cortando o silêncio tenso. "Estamos aqui porque você vai servir a gente hoje, Andre. Tu vai ser nossa putinha." Ele olhou para Leandro, depois de volta para Andre, a autoridade em sua voz era absoluta. "Olha como eu já tô."

Com um movimento lento e deliberado, Tomas levou a mão à sua bermuda e apertou o volume duro e grosso por cima do tecido. A forma do seu pau, grosso e pesado, ficou claramente delineada. Era uma declaração. O fim da farsa.

O corpo de Andre reagiu antes de sua mente. Uma onda de choque, uma mistura de pavor e uma excitação nauseante, o percorreu. O ar fugiu de seus pulmões. Leandro sorriu, um sorriso de pura satisfação. O show ia começar.

"Ajoelha aqui" disse Tomas.

E assim ele obedeceu a ordem, e o que acontece a seguir, a submissão de André, voce confere aqui: https://privacy.com.br/@Regard

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