Os pecados de um padre - Parte 4

Um conto erótico de Histórias romanticas
Categoria: Homossexual
Contém 742 palavras
Data: 07/08/2025 21:28:25

Os pecados de um padre — Parte 4

O tempo passou como num sussurro. As semanas se arrastavam lentamente para os outros, mas para Felipe, voavam. Cada dia sem ver Augusto parecia incompleto. Cada noite sem ele era vazia, fria, solitária.

Mas quando se viam… ah, quando se viam…

Os encontros deixaram de ser só na casa paroquial. Começaram a se encontrar em outros lugares: um antigo galpão abandonado atrás da igreja, fechado há anos; o porão da casa paroquial, com paredes de pedra e cheiro de história; até mesmo, uma vez, dentro da sacristia após uma missa noturna, com as portas trancadas e o silêncio da igreja ao redor tornando tudo mais perigoso — e excitante.

Naquela noite de lua minguante, Felipe entrou no galpão com o coração acelerado. A madeira velha estalava sob seus passos, e o cheiro de pó misturado à umidade dava um ar clandestino à cena. Augusto já estava lá, encostado em um dos pilares, vestindo apenas uma camisa grossa de flanela e calça jeans.

Sem dizer uma palavra, ele pegou Felipe pela nuca e o beijou com força. Era bruto, faminto. A barba por fazer arranhava de leve o rosto liso do jovem, que se derretia por inteiro.

— Você me faz perder o juízo — sussurrou Augusto entre os beijos, enquanto abria o zíper da calça de Felipe.

— Então me usa. Aqui mesmo.

E ele usou.

Augusto virou Felipe de costas, encostando-o num balcão velho coberto por um pano empoeirado. Puxou sua calça até os joelhos e abaixou sua própria, revelando o membro já duro. Sem tempo para longas preliminares, lambuzou o dedo com saliva, preparou o suficiente e o penetrou ali mesmo, com força, com necessidade. Felipe mordeu o punho para não gritar.

O barulho das estocadas ecoava pelo galpão, misturado ao som da respiração dos dois, e ao rangido das tábuas do chão.

Augusto o segurava pela cintura, metendo com firmeza, com o quadril batendo na bunda pequena e firme de Felipe. O orgasmo veio rápido e forte, intenso demais. Quando terminou, ainda colado no corpo do jovem, ficou ali ofegante, suando, os dois abraçados como se o mundo não existisse.

Na semana seguinte, o clima mudou.

Estavam deitados no quarto da casa paroquial, nus sob os cobertores. Tinham acabado de transar com calma, com carinho, com toques longos e beijos demorados. Felipe estava deitado com a cabeça no peito de Augusto, ouvindo o coração dele bater.

— Sabe o que é estranho? — disse Felipe.

— O quê?

— Eu gosto de ficar aqui. Mesmo quando a gente não faz nada. Só de deitar assim.

— Eu também — respondeu Augusto, acariciando seus cabelos. — E é isso que me assusta.

— Por quê?

— Porque isso aqui... virou mais do que deveria ser.

Felipe não respondeu. Apenas ficou ali, em silêncio. Sabia que o padre tinha razão. Aquilo já não era só sexo. O jeito que se olhavam. O cuidado com que Augusto lhe servia um chá depois do banho. O modo como Felipe ajeitava os lençóis pra esperar o outro chegar. As mãos entrelaçadas enquanto dormiam. Era amor. Mas nenhum dos dois ousava dizer isso em voz alta.

Na casa de Felipe, a mãe já não sabia mais o que pensar. Ele andava mais calmo, mais recolhido, mas também mais... vivo. Às vezes, sumia por horas. Voltava com cheiro de incenso, ou de vinho. Outras, ficava no quarto o dia inteiro, ouvindo música baixa e sorrindo sozinho.

— Felipe, pelo amor de Deus, você tá usando alguma coisa? — perguntou ela uma noite.

— Hã? Claro que não, mãe.

— Sei lá… você tá estranho. Feliz demais. Assustadoramente feliz.

Felipe riu, abraçou a mãe e disse apenas:

— Tô apaixonado, mãe. É só isso.

Ela sorriu, aliviada. Mas nem imaginava por quem.

Augusto, por sua vez, também mudou. Começou a dar sermões mais leves. Falava de amor, de compaixão, de liberdade. E vez ou outra, lançava olhares discretos para o banco onde Felipe estava sentado, olhos brilhando.

Eles continuaram se encontrando. Explorando. Se conhecendo mais. Fazendo amor em silêncio e às vezes com selvageria. Brincando, rindo, dividindo vinho, chá, cobertores, fantasias.

Felipe já conhecia cada curva do corpo envelhecido de Augusto. Cada dobra, cada suspiro. Amava o cheiro, o peso, a firmeza das mãos. E o padre, por sua vez, parecia rejuvenescido. Mais leve. Mais homem.

Mas ainda havia medo. Medo de alguém ver. Medo de algum deslize. Medo de perder o que tinham.

E ao mesmo tempo, um desejo louco de viver aquilo até o fim.

...

Continua...

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