Largados e Pelados: A Viagem Escolar que Terminou em Uma Ilha Deserta! (Capítulo 16)

Um conto erótico de Exhib
Categoria: Heterossexual
Contém 2046 palavras
Data: 01/08/2025 16:19:29

Não acredito que concordei com isso. Pensei enquanto andava pela mata. Nas extremidades dos pés, sentia o solado de madeira e bambu trançado das sandálias que Andressa tinha feito para nós dois. Era uma ideia bastante engenhosa de sua parte. Pelo que me lembro, no dia anterior, quando fomos colocados para andar a tarde inteira atrás de Eric, o que mais provocava desconforto em mim, além do peso de Carol sobre minhas costas, era pisar com os pés nús na vegetação rasteira e pedras pontiagudas. Aquela garota era realmente boa com trabalhos artesanais, não atoa, Eric a fez manufaturar tantas coisas.

Em minha cintura, Andressa se deu ao trabalho de incluir uma discreta alça de cipó onde encaixei minha faca de pedra lascada e eu andava coletando coisas com ela, sempre tendo cuidado para ajeitar depois a única folha na frente de minha virilha. Eventualmente ela espiava aquela região, eu corava e percebendo como estava revelando demais, me cobrindo em seguida.

Horrível. Eles me submeteram a uma situação como aquela logo de manhã. Tal qual esperado, minhas bolas apareciam lateralmente a cada passo que dava e, quando me agachava, demorava um tempo para perceber que meu penis estava totalmente exposto, chegando a andar desapercebido por alguns minutos e só depois ajeitar a folha delicada que deveria o cobrir. Andressa, percebia, de propósito ficava as vezes atrás de mim para me ver com a bunda para cima quando agachava para coletar alguma erva ou cogumelo no chão. Em uma ocasião, decidi apenas me abaixar de cócoras, mas aquilo revelava minhas bolas caídas e a ponta do meu pau sempre que o fazia.

Nós dois andamos por um tempo na mata. Eric tinha dito que, se seguíssemos naquela direção, logo encontraríamos outra praia. Eu perguntei como ele tinha certeza e, em nosso acampamento improvisado o rapaz falou:

— Eu subi na rocha da cachoeira e vi de lá de cima.

No momento, Andressa comentou com divertimento para ele:

— Deve ter sido uma vista bonita. Com essa sua saia, daqui de baixo, consegui ver suas bolas.

O garoto não corou ou pestanejou ao prosseguir sua explicação, mesmo diante do comentário que, se fosse eu em seu lugar, me deixaria tão envergonhado que me faria gaguejar em desespero. Ele tinha realmente algo de especial, talvez uma loucura própria. Por isso, pensei, todos estivessem seguindo suas diretrizes sem questionar.

Quando abandonei o acampamento com Andressa, uma bolsa de folhas, uma tanga que mal cobria minhas partes e uma faca de pedra, admito, temi deixar Carol sozinha com os caras. “sua Carolzinha é sua” lembrei das palavras de Guilherme, o que me fazia confiar em meu amigo. Meu problema agora era com Eric. Ele estava chamando muito a atenção. Sua atitude era calma, certeira e, nunca achei que o veria dessa forma, agora aquele garoto parecia uma ameaça. Merda! Praguejei mentalmente ao me recordar de todas as vezes em que Carol parecia olhar para ele.

— Para de viajar. Preste atenção nos suprimentos. — Andressa me repreendeu. Eu confirmei com a cabeça, sentindo que precisava mesmo parar de pensar em coisas assim em uma hora como aquela. Eu comecei a olhar a minha volta e vi alguns cogumelos crescendo em uma árvore logo ao meu lado. Orelha de pau? Me perguntei e sem chegar a qualquer conclusão, raspei o fungo com minha faca, guardando seus pedaços na bolsa.

— Como sabemos o que é comestível e o que não é? — Questionei Andressa.

— Não sabemos. Eric disse para levarmos tudo o que acharmos de volta para o acampamento e ele vai dizer o que é venenoso e o que não é. — Ela respondeu. Esse era um nível de confiança em Eric que eu certamente não possuía.

Continuamos a andar, sempre parando para pegar mais coisas agarradas ao solo ou troncos de árvores, tal como raízes, pequenas frutas e mais cogumelos. Eu realmente não tinha o costume de conversar com Andressa, então a maior parte do caminho foi bem chata e silenciosa. Nós dois simplesmente não tínhamos assunto e, sempre que olhava para seu rosto, ficava envergonhado ou por ela estar olhando para meu corpo que tanto lutava para esconder, ou por eu lembrar imediatamente de sua melhor amiga, ou pelo fato de ter ocorrido aquele primeiro contato tão embaraçoso com ela lá na praia.

Ao menos consegui me segurar para não ter uma ereção perto dela até que chegasse à praia. Como Eric mencionou, aquela ilha realmente parecia possuir outro local onde areia tocava o mar. Passamos algumas horas perambulando por lá, coletando ostras até que nossas sacolas de folhas ficassem quase que totalmente cheias. Aquilo, para mim, fazia sentido. Como aprendido no dia anterior, comer aquele fruto do mar era sim uma possibilidade. O que não entendi foi o porque de Andressa recolher também conchas vazias, bem como me orientou a fazer o mesmo que ela. Quando a questionei, apenas uma justificativa ouvi: “Eric pediu”. Para mim, aquilo ainda assim não explicava nada.

Não demoramos muito em voltar para a mata novamente, seguindo a mesma rota que nos levou até a praia. Eu definitivamente estava cansado de tudo aquilo, daquela ilha, de ficar tão exposto naquele local na frente de cada vez mais colegas de classe, de Andressa que mal se comunicava comigo enquanto caminhávamos um do lado do outro, embora ela ainda lançasse olhares cada vez mais indiscretos em direção ao meu corpo e da forma como todos pareciam obedecer cegamente tudo o que Eric ordenava como se ele fosse alguma espécie de especialista. Tudo bem, ele certamente ajudou bastante a gente com a comida, fogo, água e demais coisas, devo admitir, mas isso não lhe dava o direito de agir como líder daquela forma. Pelo que me lembrava, o garoto também vinha provocando confusões no grupo e nos usava para conseguir o que queria. Tal qual discuti com Guilherme, era óbvio o que ele estava fazendo: não sobreviveria naquele local sozinho sem nossa força e por isso devia estar nos enganando para parecer mais útil que, na verdade, era. Aquela história doida sobre falar com astronautas provava tudo isso, com certeza.

Assim continuei pensativo enquanto voltávamos para o acampamento, absorto em indagações internas no silêncio apenas preenchido pelo chacoalhar das folhas ao vento e cantos de aves silvestres. Isso até que, no meio do caminho, Andressa dissesse com espanto:

— O que é aquilo?

Olhei para onde ela apontava. Escondido em um pequeno arbusto, vi no chão o pequeno animal cinzento e peludo surgir. Suas grandes orelhas se levantaram assim que, assim como eu, ouviu a pergunta de Andressa. Assustado, parou de roer um pedaço de grama e nos encarou de volta. Um coelho?

Andressa me segurou pelo braço, congelada para não espantar a pequena lebre. Sem saber o que fazer, me mantive paralizado também assim como ela. Dali, vimos aquele fofo animal felpudo voltar a mastigar o pedaço de arbusto em que antes estava escondido, parecendo totalmente indiferente a nossa presença.

— O que tá esperando? — Ouvi Andressa sussurrar. Quando olhei para ela, vi que agora ela portava sua faca de pedra em uma das mãos.

— O que quer que eu faça? — A questionei confuso.

— É comida. — Ela respondeu baixinho, mas ainda assim, parecendo indignada com minha lerdeza.

Deixei minha bolsa de folhas no chão com cuidado para não fazer barulho e saquei minha faca de pedra lascada também. Olhei para o coelho de novo. Ele não percebeu nossas intenções. Ela tinha razão, embora não soubesse como fazer aquilo. Por mais que não estivesse com vontade de passar mais um dia comendo ostras em volta da fogueira, mas carne de verdade, engoli o seco por perceber que teria de matar uma criatura tão inocente. Era estranho. Eu era um rapaz criado em cidade grande, e não algum tipo de caipira que desde criança é ensinado a matar porcos e galinhas.

— Como assim? Eu nunca fiz isso antes… — Sussurrei para ela, na esperança de que Andressa se proposse a fazer o trabalho sujo.

— Eu também não! — Ela falou um pouco brava. — Você é homem, não é? Os caras não gostam de caçar ou coisa do tipo? — Questionou impaciente.

— De onde você tirou isso? — Perguntei indignado. A percepção de Andressa sobre o que era ser um homem era tão distante da verdade quanto as maluquices que Eric falava. Era óbvio que nem todos os rapazes matavam animais para se divertir, ou, ao menos, não era meu caso. Ainda assim, senti por pressão que tinha o dever de fazer aquilo como única figura masculina naquele local.

— Que merda. Vocês meninos são uns inúteis. — A ouvi dizer.

— Não estou te vendo enfiar a faca nesse bicho também. — Respondi ao seu insulto.

— Que seja. No três a gente pula nele então? — Propôs ela, claramente tão ansiosa e assustada quanto eu. Concordei com a cabeça, embora meu coração tenha acelerado com tal possibilidade.

Ela então começou a contagem, de forma silenciosa, apenas com os dedos. Demos um passo lento para frente no “um”, cada vez mais próximos do pobre animal que agarraríamos, esfolaríamos e depois nos alimentarmos de sua carne. Era muito estranho. Eu sequer conseguia ver aquele coelho, quieto na dele e apenas vivendo sua vida pacata como alimento. No “dois”, estávamos já tão próximos que sentia, a qualquer momento aquele bixo correria ou, talvez, avançaria contra nós para nos atacar. Parte de mim queria que ele fugisse. Ele virou a cabeça de supetão, olhos bem abertos e escuros nos olhando a menos de 1m de distância dele. Vi seus pés se moverem.

— Três! — Gritamos juntos e avançamos no animal. Ele saltou, tal qual premeditado, desviando do golpe de minha lâmina de pedra. Com o brusco movimento, me desequilibrei e fui ao chão. Minha faca voou para longe na confusão, mas, em um reflexo de susto, consegui agarrá-lo pela pata direita. Os gritos de desespero dele se fizeram audíveis enquanto se debatia para tentar se libertar. Andressa, por outro lado, já se preparava para apunhalá-lo ali mesmo.

Todavia, o chão pareceu se mover debaixo de nós. Em um instante, fui golpeado no rosto por um pedaço grosso de corda misturada a terra e folhas, de baixo para cima. Andressa caiu encima de mim e vi, em meio a confusão, sua faca voar para longe também.

Ah! — Berrei quando levei uma excruciante mordida na mão. Era o maldito coelho, agora liberto e correndo para longe a toda velocidade depois de entranhar os finos e pontiagudos dentes debaixo da minha unha.

Levantar não foi uma opção quando senti toda a parte de baixo do meu corpo se elevar, rodeada por dezenas de cordas formando uma grande rede e, em segundos eu e Andressa sermos arremessados para cima tal qual se estivéssemos em um elevador extremamente veloz. Ela gritou e eu também e ambos nos agarramos em pânico, sentindo por todo corpo a rede de cipós nos envolver até formar uma cesta que nos capturou em pleno ar.

A adrenalina do susto era tamanha que, agora que balançavamos juntos naquela armadilha doida, sequer conseguia ouvir os gritos de Andressa que inundaram meus ouvidos dormentes e cheios de zumbido. Só sabia que ela gritava mesmo assim, tentando me empurrar para longe, mas sem sucesso. Não tinha para onde ir. Estávamos presos, ensacados juntos em um espaço tão pequeno e apertado.

Minha visão ficou embaçada, se misturando com a vista da mata de cima daquela área tão alta perto da copa das árvores e memórias que não sabia se real ou alucinações. Eu estava preso nelas também, mas não voando tal qual agora, mas debaixo d’água. E certamente me debatia, com o corpo rodeado por algas que me seguravam e me faziam afundar cada vez mais na escuridão do mar. Eram como todas essas cordas e cipós que uniam meu corpo com o de Andressa, cada vez mais desesperada e escandalosa.

Quem tinha feito aquilo? Me perguntei quando recobrava aos poucos os sentidos. Na realidade, deveria talvez me perguntar como uma armadilha de cipós conseguia sustentar o peso de duas pessoas. Tinha sido Eric? Questionava, mas ainda com ceticismo. Quem mais faria uma doidera como aquela?

E então senti meu coração acelerar cada vez mais quando lembrei do que ele tinha dito. Sobre estarmos sozinhos naquela ilha. Agora, eu não tinha mais certeza sobre nada.

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