Para entender melhor esse conto, leia antes a trilha: Você me deve -> Cinquenta Reais -> Ruan_Barber -> O Presente.
A noite de sábado tinha o cheiro de promessas. Na casa de Renato, a promessa era de um caos meticulosamente orquestrado. Ele era o diretor de uma peça profana, e naquela noite, todos os seus atores principais estariam no palco.
O primeiro ato do jogo começou com duas ligações. A primeira, para Felipe. "Preciso de você. Agora." A resposta foi um "Tô a caminho" que já carregava a cumplicidade de quem sabia que não era um convite para uma noite tranquila.
A segunda ligação foi para Ruan. "Chega aqui em casa, tem uma surpresa pra você." A voz de Renato era um anzol. Ruan, lembrando-se da última vez, não hesitou. "Em dez minutos tô aí."
Ruan chegou primeiro, a postura confiante de quem já conhecia o território. Seus olhos avistaram Felipe, já relaxado no sofá, mas a surpresa foi rapidamente substituída por um sorriso de putaria.
Renato fechou a porta, o primeiro clique da armadilha se fechando. "O plano pra hoje é diferente", ele anunciou, a voz carregada de uma excitação mal contida. "Hoje o Kaio vem aqui. E a estrela da noite é você, Felipe." Ele olhou para Felipe, que o encarava com uma diversão predatória. "Quero ver você com ele."
Felipe riu, um som baixo e gutural.
Para selar o pacto, para alinhar as energias antes da chegada do alvo principal, Felipe se levantou e caminhou até Ruan. Sem uma palavra, ele se ajoelhou. Foi um "aquecimento". Uma mamada rápida, mas intensa, um lembrete do poder que ele tinha, um gesto que dizia a Ruan: Hoje, jogamos no mesmo time. Ruan recebeu o ato com um suspiro de prazer, a mão emaranhada nos cabelos de Felipe.
Foi quando o celular de Renato vibrou na mesinha de centro. Uma mensagem de Kaio.
"Tô subindo."
"Ele tá vindo", Renato anunciou, a voz um pouco mais alta que o necessário.
Como se um alarme tivesse soado, Felipe e Ruan pararam. Felipe se levantou, limpando a boca, e os dois se recompuseram, a energia sexual sendo guardada, contida, pronta para explodir no momento certo.
"Vou esperar ele lá no portão", disse Renato, uma desculpa para o seu próximo movimento de mestre de marionetes. Ele precisava deixar os dois sozinhos, mesmo que por um instante.
No momento em que Renato saiu, Ruan se aproximou de Felipe. A aliança precisava de um termo final. Ele se inclinou e sussurrou em seu ouvido, a voz rouca de desejo.
"Adorei essa sua boca, puto", ele disse, a mão apertando a nuca de Felipe. "Esse rabo guloso e quentinho."
Felipe não respondeu, apenas sorriu. O pacto estava selado. Ele não era o prêmio de Renato. Era o prêmio a ser compartilhado pelos dois.
Renato encontrou Kaio na entrada do prédio, a arrogância habitual em seu caminhar. "E aí, tava com saudade?", Kaio disse, já esperando subir e encontrar Renato sozinho e submisso.
A surpresa veio quando a porta do apartamento se abriu. A visão de Ruan e Felipe, relaxados na sala como se fossem os donos do lugar, fez o sorriso de Kaio desaparecer. Sua primeira reação foi de irritação pura, o ego de predador territorial se sentindo ameaçado.
"Que porra é essa, Renato? Virou casa da luz vermelha?"
Mas a presença de Ruan, um "parça", um igual, o impediu de explodir completamente. Ele cumprimentou Ruan com um aceno de cabeça, um reconhecimento entre machos.
Renato, agindo como o perfeito anfitrião, entrou em cena para acalmar a situação. "Calma, gente. Somos todos amigos aqui. A noite é uma criança." Ele foi até a cozinha e voltou com quatro cervejas estupidamente geladas. "Vamos beber."
A cerveja ajudou a quebrar o gelo inicial. Mas Renato sabia que precisava de um catalisador mais potente. Ele pegou do armário uma garrafa de Licor 43, a bebida doce e dourada que descia fácil e subia rápido. Ele serviu doses generosas para todos em copos de shot.
A primeira dose foi para quebrar a desconfiança. A segunda, para relaxar os músculos. Na terceira, a hostilidade de Kaio já havia se dissolvido, dando lugar a uma curiosidade excitada. Ele olhava para Felipe não mais como uma ameaça, mas como um enigma intrigante. O álcool lubrificava as engrenagens da putaria.
O palco estava montado. Os atores, posicionados. O alvo principal, embriagado e curioso. Renato sentou-se em sua poltrona, o diretor observando sua obra-prima prestes a começar, e sorriu. Seria uma noite memorável.
O Licor 43 havia cumprido seu papel. A sala estava impregnada de uma névoa de álcool, testosterona e desejo contido. Kaio e Ruan, os dois titãs, conversavam em um canto, a hostilidade inicial substituída por uma camaradagem bêbada. Felipe observava a cena, um predador esperando o sinal. E Renato, o maestro, decidiu que era hora de a orquestra começar a tocar.
O primeiro movimento foi súbito e chocante. Renato se aproximou de Kaio, que estava sentado na beirada do sofá, e com um puxão leve e delicado, tirou sua bermuda. O corpo de Kaio, as coxas grossas e a bunda grande, foi exposto à luz da sala.
"Olha isso, Felipe", disse Renato, a voz alta, teatral, direcionando o espetáculo. "Puta que pariu, que tesão de homem."
A mente de Felipe, seu instinto, queria atacar o alvo principal. Mas seu corpo se virou para Ruan. Ele se ajoelhou na frente do barbeiro e começou a mamar seu pau com uma vontade renovada, um fervor que era parte do show. Ruan, entendendo a deixa, desempenhou seu papel: enquanto recebia o boquete, sua mão desceu e começou a dedar o rabo guloso de Felipe, um aquecimento para o prato principal.
A cena era um triângulo de desejo, mas uma peça estava de fora. Kaio, com a bunda exposta e o pau começando a endurecer, sentiu uma pontada de irritação. Ele não era um espectador. Com um rosnado possessivo, ele se levantou, foi até Felipe e o puxou pelo braço.
"Vem cá, porra", ele ordenou. "Sua boca agora é minha."
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