Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu - Parte 07

Um conto erótico de Érico
Categoria: Heterossexual
Contém 8008 palavras
Data: 15/08/2025 10:53:55
Última revisão: 15/08/2025 14:22:33

Bom dia, prezados leitores. Eu me chamo Érico, tenho 28 anos. Minha esposa, Sarah, tem 27 anos. Esta é a história das confusões que aconteceram durante uns meses muito loucos em que inventamos de abrir o relacionamento sem saber direito como se faz isso e de como nós lidamos com isso.

Trabalho como analista em uma grande empresa de tecnologia. Meu corpo que nunca chamou muita atenção. Nem forte, nem magro demais, do tipo que parece comum até sem camisa. Moreno claro, cabelo escuros curto, olhos castanho-escuros. Aquele cara totalmente na média. Talvez por isso, quando conto que sou casado com a Sarah, muita gente ache que estou mentindo.

A Sarah é engenheira civil, com doutorado, e atualmente trabalha para uma daquelas construtoras gigantes. Sempre foi dedicada e responsável, mas com um senso de humor afiado que aparece quando você menos espera. Seus peitões, firmes e arredondados, tinham um tamanho perfeito. Eram cheios, sem exagero. O quadril seguia a mesma linha: elegante, proporcional, com uma bunda que, mesmo sem ser grande, sempre me deixou hipnotizado pelo jeito que encaixava nas roupas. As pernas, longas e finas, começavam em coxas esguias e firmes. Tudo nela passava uma mistura de delicadeza e provocação. Os braços finos, as mãos de dedos compridos, o rosto de traços suaves, os olhos castanho-escuros e os cabelos pretos, caindo em ondas até o meio do braço, com aquelas mechas na frente que emolduravam o rosto como se ela tivesse nascido pra ser retrato.

Eu nunca precisei de muito pra desejar a Sarah. Bastava olhar pra ela. Bastava vê-la se mexer, ou até mesmo só respirar perto de mim. E mesmo depois de anos de casados, era difícil não sentir aquele frio no estômago toda vez que ela passava do meu lado.

No capítulo anterior, a Sarah tinha conseguido completar o desafio de seduzir e transar com o seu Roberto (o marido dominado, e psicologicamente quase castrado, da megera ultraconservadora do condomínio, dona Marieta) na minha frente. Agora, ela tinha como prêmio poder transar com outros dois homens gostosos a escolha dela. Estava tudo perfeito pros dois. Até que...

Era domingo de manhã. Eu estava jogado no sofá, de bermuda velha de moletom e uma camiseta do Iron Maiden esgarçada, quando a Sarah apareceu da cozinha com uma tigela de pipoca. Ela usava aquele shortinho cinza que deixava metade da bunda de fora e uma regata frouxa que mal escondia os mamilos duros. Sempre achei que ela ficava mais gostosa assim, sem esforço, meio desleixada em casa. Tudo feliz. Tranquilo. Até a campainha tocar.

Me levantei devagar e fui até a porta. Quando abri, levei um susto.

Era a Natália.

A ruiva estava parada ali, linda de um jeito que parecia estar indo pra um encontro. Vestia um vestido preto curto, colado no corpo, com um decote que mostrava a curvatura perfeita dos seios. As pernas, longas e lisas, terminavam num salto fino que a deixava ainda mais alta. A maquiagem estava impecável, com batom vermelho vivo e delineador preciso.

— Natália?

Ela congelou. E atrás de mim, ouvi a Sarah correndo pro quarto. A porta bateu baixinho. Me virei de novo pra Natália. Ficamos parados na porta num silêncio constrangedor. Ela me olhava como quem está se preparando para uma discussão. Eu não sabia o que fazer.

— Oi... Érico. Então... Eu... posso entrar?

Ela não parecia tão confiante quanto no nosso encontro. Em compensação, eu tava em pânico. Abri mais a porta e dei passagem.

— Claro, entra.

Ela entrou, olhando ao redor como quem escaneava o ambiente à procura de, sei lá, uma armadilha? Um altar com uma foto dela?

— Bonito seu apartamento.

— Obrigado? — dei um sorriso idiota e fui até a sala.

Ela me seguiu, mas não se sentou. Ficou de pé contra a parede, braços soltos. Como se quisesse estar preparada pra uma luta.

— Você falou pra alguém que me conheceu no Tinder?

— Quê? Não. Claro que não.

— Não? Então como é que você descobriu que eu morava aqui?

— Eu não descobri. Quer dizer, só quando a gente se esbarrou no elevador naquela mesma noite e...

— Aham. E aí, você andou perguntando por mim, não andou?

— O quê? — cada vez mais confuso.

— Não finge que não sabe. Você ficou sondando com todo mundo quem eu era e onde eu morava. — Ela inclinou a cabeça, me analisando.

— Não, Natália. Eu juro. Tudo que eu menos queria era arrumar confusão contigo e...

— Eu vim aqui pra dizer pra você parar com esse negócio de querer descobrir coisa sobre mim, onde eu moro. Isso é coisa de maluco. De stalker.

— Stalker? — ri nervoso. — Natália, eu não fiz nada disso.

— Não vem com essa — retrucou, com um tom quase debochado. — Érico, eu literalmente passei as últimas semanas tentando descobrir qual era o teu apartamento! Você quer que eu acredite que você não fez o mesmo?

— Peraí... Você o quê? — comecei a falar, mas fui interrompido.

— Eu estava me antecipando pra evitar o pior — disse ela, como se fosse algo normal. — Como você acha que eu me senti nos últimos dias, com medo de você aparecer na minha porta a qualquer momento? De você me seguir, me cercar, me mandar mensagem?

Fiquei mudo. Ela deu um passo à frente.

— Eu estou aqui pra dar um basta nisso. Pra deixar claro que não vai rolar de novo. E, se tentar você se aproximar de mim, eu sei me defender!

— Ótimo, porque eu não quero confusão contigo. Até porque eu já disse que sou casado e...

— Você é o quê?

Ela desviou o olhar por um momento, como se estivesse decidindo se acreditava ou não. Foi quando seus olhos pararam na minha mão esquerda. Mais especificamente, na aliança.

— Você é casado!

— Sim. Eu te contei. A gente tem um acordo de relacionamento aberto e...

— E você não achou que era importante me contar isso antes de comeu o meu cu?

Silêncio. Eu só conseguia ouvir a minha própria respiração, meio falhada. Ela tava certa. A Natália me olhou com um misto de raiva, incredulidade e decepção. Mas nada que parecesse choro.

Foi quando seus olhos passearam pelo ambiente e ela viu a estante cheia de porta-retratos, todos com fotos minhas e da Sarah: na praia, em festas, abraçados, sorrindo. Notei o momento exato em que a ficha caiu para ela. O silêncio ficou pesado, mas não era mais o mesmo constrangimento inicial. Agora tinha um quê de acusação no ar.

Antes que eu ou Natália pudéssemos abrir a boca, ouvi passos rápidos vindos do corredor. A Sarah surgiu correndo de volta para a sala.

— Eu te conheço! — exclamou Natália, arregalando os olhos. — Você é a moça simpática da lavanderia. Prima da Carolina. Da turma da academia!

Sarah parou, sem fôlego, e abriu um sorriso sem graça.

— É... sou eu. E, sim, eu sabia sobre você desde o começo.

A Natália estranhou.

— Sabia que tinha sido corna desde o começo?

— Ei, calma — tentei entrar no meio. — Tecnicamente, a Sarah não foi “corna” porque houve anuência de ambas as partes e...

— Eu fui corna sim — Sarah me interrompeu, me lançando um olhar que misturava reprovação e divertimento. — Mas não é sobre isso. — Ela se virou para Natália. — Quero pedir mil desculpas em nome dos dois. A gente jura que não fazia ideia de que você morava aqui no condomínio.

— Então por que você mentiu sobre conhecer ele quando eu perguntei?

— Não menti — Sarah respondeu com firmeza. — Só omiti alguns detalhes. Tipo o fato de que ele era meu marido.

A Natália bufou.

— Ah, omitir detalhes sobre casamento... é coisa da família, né?

Sarah ergueu o queixo, pronta para contra-atacar.

— Olha, Natália, vou te falar uma coisa. Eu deixei ele sair com você porque tinha certeza absoluta de que você era linda demais pra alguém como o Érico. Achei que ia ser um desastre completo. — Ela olhou para mim, meio rindo. — E eu estava errada. Porque aparentemente milagres acontecem e esse bocó é um para-raios de gostosas.

A Natália deu um meio sorriso.

— Bom, pelo menos nisso a gente concorda. Eu sou areia demais pra ele.

Eu me encolhi no sofá, tentando me fazer invisível, enquanto as duas trocavam farpas com um sorriso quase amigável.

— Mas o Érico não é um cafajeste — continuou Sarah, virando-se para Natália. — Ele é mais bocó do que qualquer outra coisa. Tipo um bocó nível internacional.

— Ei! — tentei protestar.

— Shhh, amor, tô te defendendo — disse Sarah, como se estivesse proferindo o discurso mais romântico do mundo.

— Não parece... — murmurei, mas ninguém ouviu.

A Sarah estreitou os olhos para Natália.

— Agora, a pergunta que não quer calar: por que você veio até aqui? E mais por que veio toda arrumada pra um encontro?

— Não é um encontro — respondeu Natália rápido, como quem já tinha ensaiado. — Eu tava saindo pra um café da manhã com umas amigas, mas aí decidi passar aqui antes. Só pra esclarecer as coisas.

— Aham — Sarah disse, com um sorrisinho cético. — E por coincidência você escolheu justamente o vestido que mais valoriza a sua bunda pra esclarecer as coisas.

Natália deu uma risada curta.

— Bom, desculpa se, diferente de umas e outras, eu tenho uma bunda.

A Sarah se eriçou, mas antes que a guerra começasse, a Natália respirou fundo, e desescalou a treta.

— Vamos tentar isso do começo. Sem brigas. Quero entender essa história porque parece que eu entrei direto no capítulo quatro sem aviso.

A Sarah deu um meio sorriso e fez um gesto com a mão para a poltrona.

— Senta aí, vai. Vamos contar tudo desde o começo. — Assim que Natália se acomodou, Sarah não resistiu e soltou: — Porque de sentar e quicar você entende, né?

— Se você soubesse sentar direito, Sarah, talvez seu marido não tivesse procurado alguém que sentasse e quicasse bem.

A Natália gostava de rir na cara do perigo, mas a Sarah não podia reclamar porque todas as patadas foram no contra-ataque.

Eu pigarreei alto, tentando me enfiar no meio antes que as duas começassem a se matar sem nem saberem a razão.

— Certo... — comecei, olhando para Natália. — Então, a história toda é assim...

Então, contei toda a minha história de amor com a Sarah, sobre como abrimos a relação, dos dois usando o Tinder, de como os dois foram pra encontros na mesma noite e sobre como apostamos um desafio com o outro. A Natália ficou ali, sentada, me olhando enquanto eu terminava de contar tudo. Enquanto eu falava, parte de mim ainda não acreditava que estava verbalizando aquilo. Como se colocar em voz alta alguns detalhes que rolaram tornasse tudo ainda mais ridículo.

— Então, se você perdesse o desafio de comer uma gostosa anônima e aleatória que conheceu no Tinder, você ia ter que seduzir e se deixar ser enrabado pelo porteiro?

— Sim... — suspirei.

— Falando em voz alta assim parece uma ideia bem idiota — ponderou Sarah.

— E o porteiro era o seu Geraldo?

— Sim — respondi, tentando não imaginar a cena.

A Natália repetiu, pausadamente, como se quisesse saborear a frase e me fazer suar mais:

— Vocês apostaram que, se você perdesse, o seu Geraldo ia te enrabar?

Eu e a Sarah assentimos ao mesmo tempo. Eu já estava preparado pro julgamento, mas ela veio com gargalhada.

— Meu Deus — Natália segurava a barriga, rindo sem piedade. — Como vocês dois são loucos! O seu Geraldo? Eu duvido que a pipa dele ainda suba!

A Sarah caiu na risada junto. Aquilo já estava virando um stand-up, e eu era a piada principal.

— Seria muito engraçado mesmo! — disse ela, enxugando uma lágrima de tanto rir.

— É... — resmunguei, meio birrento. — Engraçado ia ser se vocês duas fossem enrabadas pelo seu Geraldo.

Na minha cabeça, Sarah e Natália, de quatro se contorcendo de rir, enquanto o pobre seu Geraldo, com sua barriguinha de chope, tentava meter com alguma dignidade. Cômico? Sim. Erótico? Nem de lon... Um pouco. Tipo a Sarah dando pro Roberto e topando repeteco no chuveiro.

— Ia ser mais engraçado ainda — rebateu Sarah, com aquele sorrisinho travesso que me deixava nervoso —, se nós duas déssemos pro seu Geraldo e pro seu Zé Maria num surubão, na sua frente, e você só pudesse assistir.

— Tá, tá... — balancei a cabeça, rindo sem graça — mas já que a Natália tá aqui, deixa eu dizer uma coisa, pra ficar claro. Natália, sim, eu te acho muito linda e muito atraente. Talvez uma das mulheres mais lindas que eu já vi na vida.

— E olha que ele já viu a Eliana de biquini — enfatizou Sarah. — Isso é um baita elogio.

— A Eliana não conta — retrucou Natália, humilde. — É comparar uma semideusa com meras mortais.

— Mas, sério, você não precisa se preocupar comigo indo atrás de você ou qualquer coisa do tipo. Porque... — respirei fundo, e olhei pra Sarah — eu amo essa mulher aqui.

A Sarah reagiu surpresa.

— Eu amo como ela me entende, como a gente ri junto até das coisas mais idiotas, como ela sabe exatamente quando me provocar e quando me acalmar. Amo que ela é minha parceira, minha cúmplice, e que mesmo nas ideias mais malucas, ela tá comigo. Ela é meu lar, minha pessoa favorita no mundo. Pra mim, a Sarah sempre vai ser a mulher mais linda ou gostosa do mundo. Não tem Eliana perto dela. Por isso, nada, nem ninguém, me faz querer trocar o que tenho com a Sarah.

Vi Sarah levar a mão à boca, emocionada, e senti aquele orgulho bobo por ter acertado no discurso.

— Amor... — ela disse, com a voz embargada. — Isso foi cafona.

— Foi cafona e brega — concordou Natália.

— Não tiraria uma palavra disso — respondi, firme. Por dentro, eu pensava que, se amar a Sarah era cafona, então eu queria ser cafona pelo resto da vida.

— E é justamente por isso que eu te amo — retrucou Sarah, sorrindo. — Porque você não tem medo de ser cafona.

— Confesso que queria achar um cafona pra mim também — disse Natália, meio rindo.

E eu achei curioso como aquele foi talvez o maior elogio que eu já tinha ouvido dela.

Ela suspirou, relaxando no encosto da poltrona. Percebi que ela estava mais à vontade.

— Tá... já que você abriu o coração, eu vou abrir o meu também. Eu não sou muito de Tinder, sabe? Mas tava numa época puxada... Tinha terminado um relacionamento uns oito meses antes, tava atolada no trabalho, estressada, e ainda meti uma mudança de apartamento no meio disso tudo. Eu sentia que ia pirar. Então usei o Tinder pra... extravasar. Conheci uns caras interessantes, outros... nem tanto. Mas você, Érico... foi o único que me fez rir e me divertir de verdade.

— Ele tem mesmo vocação pra palhaço — comentou Sarah, rindo.

— Pois é. Eu gostei de você. E se não fosse essa confusão de descobrir que a gente morava no mesmo prédio, talvez eu tivesse te ligado depois. Vai saber o que poderia ter rolado. Mas olha... — ela olhou pra Sarah — você ganhou na loteria com esse homem. Não devia sair dividindo ele com ninguém, pra não estragar.

A Sarah abriu um sorriso largo, e eu senti aquela pontinha de vaidade inflar no peito.

— Eu sei. E por isso mesmo que ele tá aqui, inteiro, comigo.

— E feliz da vida — completei, porque era a mais pura verdade.

A Natália se recostou na poltrona e disse com aquele tom de quem está encerrando um assunto:

— Então pronto, tudo resolvido. Vocês dois tiveram sua noite de sexo do Tinder, cada um feliz e satisfeito.

Eu e a Sarah trocamos um olhar rápido. Não era bem assim...

— É... Sobre isso... — cocei a nuca, sentindo aquele desconforto conhecido.

— Na verdade, o meu homem do Tinder furou comigo. — Sarah mordeu o lábio e riu sem graça.

A Natália arregalou os olhos.

— Mentira! O cara te deu bolo? — Ela olhou pra Sarah de cima a baixo, incrédula. — Esse homem é um idiota. Devia ser estudado pela ciência.

— Pois é... — bufou Sarah, meio indignada — Até hoje, eu tô atrás da minha noite de sexo com um homem gostoso.

— Eu e o Érico temos a obrigação moral de te ajudar a achar esse homem gostoso — respondeu Natália.

— Eu não sirvo? — perguntei, tentando entender quando tinha sido excluído da lista de “homens gostosos” pelas duas únicas mulheres que comi nos últimos seis anos.

As duas se entreolharam e caíram na gargalhada como se eu tivesse contado a piada do ano.

— Ah, Érico... — Natália enxugava uma lágrima de tanto rir — Você é fofo. Mas não é disso que a gente tá falando.

— É, amor — completou Sarah, ainda rindo. — Aqui o critério é outro.

Natália apoiou o cotovelo no braço da poltrona.

— Eu conheço uns caras solteiros, colegas meus da faculdade. Posso apresentar pra Sarah. Vou fazer o que puder pra ajudar, porque, sinceramente, ainda tô com um peso na consciência por ter transado com o seu marido.

— Não precisa ficar assim.

— Não gosto de parecer a “outra”.

Sarah abriu um sorriso satisfeito, quase malicioso.

— Então, aceito com prazer, mas só se você me prometer que vai escolher a dedo.

— Pode deixar. E você, Érico, vai ajudar também. — Natália me apontou o dedo como se fosse uma ordem judicial. — Nós dois vamos fazer de tudo pra achar esse homem gostoso.

Eu fiz uma careta automática.

— Peraí, eu não quero ser tão ativo assim na minha própria cornitude.

— Você me deve, bonitão — retrucou Natália. — Boca, buceta, cu e ainda te dei minha calcinha, lembra? Sem saber que você era casado. Se ajudar, a gente fica quites pra sempre.

Depois disso, fiquei só assistindo as duas lado a lado, enquanto a Natália puxava o celular e começava a mostrar fotos de colegas pra Sarah, comentando cada um. E um pensamento me passou pela cabeça: aquilo ainda ia acabar em sexo. Mas não hoje. E nem eu tinha como adivinhar quem ia acabar com quem.

As horas passaram e, de tarde, a Sarah foi pra academia. Ela usava um conjunto rosa bem claro, desses que grudavam no corpo. O top justo moldando seus peitões e uma legging que parecia feita sob medida pra sua bundinha arrebitada. O top deixava o umbigo de fora e aquele pedacinho de barriga sarada brilhando de suor fresco.

Quando passou pela portaria, ela encontrou nosso porteiro favorito, seu Geraldo. Ele tava no balcão, com aquele sorriso bonachão de sempre.

— Boa tarde, seu Geraldo! — iniciou Sarah, sempre simpático.

— Boa tarde, dona Sarah — cumprimentou o seu Geraldo, sempre solícito. — Indo malhar?

— Tô sim! — respondeu Sarah, sorrindo. — Preciso manter a sanidade, né? Academia me salva.

Enquanto dava uma risadinha, a Sarah observava o velho porteiro e pensava em como ele enganava bem com aquele jeito inocente. De manhã, na minha presença e na da Natália, ela tinha brincado quando Natália soltou que “a pipa do seu Geraldo nem devia subir mais”. Mas na hora, Sarah teve que engolir a resposta, porque ela sabia muito bem que não era bem assim.

Aquele “velho e inocente” porteiro, tão bonzinho, era um “come-quieto” de primeira. Já tinha passado a vara em algumas condôminas e diaristas. No auge, tinha comido até a prima dela, Carolina. Dessa, a Sarah tinha certeza absoluta, pois tinha sido a própria Carolina quem a confidenciou. E se sabia dessa, quantas outras ele não teria comido no sigilo?

Foi quando a porta automática se abriu e a Anacleta entrou, chamando atenção de imediato. Estava com um vestidinho floral de alcinha, solto, mas curto. Decotado na medida para exibir parte generosa dos seios fartos e firmes. Nos pés, sandália rasteirinha. Os cabelos longos, castanho-escuros, caíam para um lado.

Sarah a reconheceu imediatamente. A Anacleta era uma das principais “asseclas” da Marieta, esposa do Roberto. Se a história da transa com o Roberto vazasse, a Anacleta estaria entre as primeiras a saber e a espalhar com todo o entusiasmo de quem comenta se sentia numa cruzada.

No instante seguinte, a sandália escorregou num pedacinho de papelão e a mulher caiu de joelhos.

— Ai, Jesus!

— Meu Deus! — Sarah correu sem pensar e a ajudou a se levantar.

— Obrigada, moça... ai, que vergonha — agradeceu Anacleta.

— Que isso! Você tá bem?

— Tô sim. Foi só um susto.

Anacleta fez uma pausa, olhando-a nos olhos, e Sarah percebeu que ela não conhecia a moça que a ajudara. Seu Geraldo, sempre pronto, apontou com a mão.

— O nome dela é Sarah.

— Ahh, prazer! Eu sou a Anacleta.

— O prazer é meu. — disse Sarah, sorrindo enquanto estendia a mão e já maquinando um novo plano. — Eu já te vi algumas vezes, acho. Você mora em qual andar?

— No 402. Mas quase não saio muito, sabe como é. Trabalho, igreja, essas coisas — respondeu Anacleta, sorrindo meio sem jeito.

Enquanto trocavam mais palavras, a Sarah percebeu que havia uma química ali. Não era difícil conversar com Anacleta, e já lhe veio à mente que se manter próxima dela poderia ser um trunfo. Se a Marieta resolvesse farejar algo, era quase certo que a Anacleta saberia primeiro. E Sarah, com um pouco de jeito, seria a segunda. E, assim, a Sarah farejaria o perigo antes que ele chegasse.

Não demorou pras duas trocarem números de WhatsApp. Tudo parecia perfeito.

A única coisa estranha pra Sarah era o olhar do seu Geraldo sobre elas enquanto elas conversavam. Não era apenas curiosidade. Ele tinha aquela expressão que Sarah conhecia bem. A forma como seus olhos iam de uma para a outra deixava claro que ele provavelmente estava imaginando as duas juntas, e não tomando café.

Em vez de se ofender, a Sarah segurou o riso. Pensou como o seu Geraldo era um safadinho. As duas já eram muita areia pro caminhão dele sozinhas, imagine juntas. E para completar o quadro, ambas eram casadas, e a Anacleta provavelmente daquelas conservadoras malucas, o que tornava a fantasia dele ainda mais ousada.

— Bom, seu Geraldo, vou nessa antes que eu desista da academia — disse Sarah, se despedindo.

— E eu vou subir antes que caia de novo, né? — riu Anacleta.

— Se cuida, viu? — respondeu Sarah pra ela.

— Você também. Me chama no zap.

Com isso, a Sarah foi pra rua, sentindo os olhares do porteiro metido a tarado ainda acompanhando o balanço dos quadris dela e de Anacleta, cada uma indo para um lado.

Naquela noite, aproveitei que ela estava tomando banho e entrei no banheiro. Fiquei olhando a minha querida esposa tomando banho pelo box que tinha vidro transparente. Ela estava embaixo do chuveiro, a água escorrendo pelo seu corpo nu e perfeito. Entrei no box pra admira-la como ela merecia.

Seus peitões pareciam ainda mais apetitosos com a água escorrendo por eles. No centro dos pequenos globos firmes de pele bronzeada, grandes mamilos marrom escuros. Sua bucetinha era bem depiladinha, exceto por um risquinho de pelinhos na base que ela fazia questão de deixar porque eu amava.

Demos um pequeno beijo na boca. Começamos a revezar no banho quando ela soltou a indireta:

— A Natália ia te ligar se tu fosse solteiro. Já pensou nisso? Em alguma linha do tempo, você estaria namorando aquela gostosa agora.

— Isso não aconteceria em nenhuma linha do tempo.

— Aham... Sei...

— Porque em nenhuma linha do tempo, eu teria tido coragem de dar match nela sem você me incentivando e desafiando. E, em todas as linhas do tempo que eu te conhecesse, eu sempre te amaria e nunca te trocaria por nenhuma outra.

A Sarah demorou para responder. Fez um cara de quem tinha certeza de que estava dizendo o que ela queria ouvir. Pra mostrar minha seriedade, juntei meu corpo ao dela e coloquei minhas duas mãos em sua bundinha, fazendo sua bucetinha encostar no meu pau. A Sarah entendeu o recado. Ela abraçou meu pescoço e me beijou.

— E, ainda assim, você vai deixar eu te trair com outros dois caras?

— Não é “traição” se foi previamente acordado pelos dois. E você merece uma compensação depois da Natália e do Roberto.

— E como você sabe que não vou te trocar por eles?

— Porque você me ama.

— Convencido! — Nos beijamos com paixão. — E o que você vai querer de compensação depois que eu der pra esses dois e te lançar um desafio? Aposto que vai querer que eu libere alguma amiga...

— Na verdade, estava pensando em outra coisa em troca. Com você mesma... — respondi, passando a mão pela bunda dela e escorrendo os dedos até alisar o cuzinho.

A Sarah entendeu muito bem o que eu queria. Eu nunca tinha comido o cuzinho dela, mas até o momento ela não tinha topado.

A Sarah não era exatamente virgem de sexo anal, mas ela sempre enfatizava que aquela primeira “não contava”. A primeira vez dela por trás foi uma confusão completa quando o segundo namorado dela, que a largou pra namorar o melhor amigo dos dois na época, a convenceu a fazer um ménage com o tal. Na confusão de buracos, o tal namorado meteu em ambos os cus. E enrabou a pobre e doce Sarah, com apenas uma enfiadinha e duas reboladas, apenas pra disfarçar porque que tava louco pra enfiar no cu do amigo. E terminou com ela menos de uma semana depois. Talvez, eu conte melhor a história do dedo podre que a Sarah tinha pra namorados antes de mim em capítulos futuros.

Ela respondeu com mais um beijo de língua.

— Safadinho! Todo esse drama de abrir a relação era só um plano maquiavélico pra comer o meu cuzinho...

— Tudo arquitetado desde o começo.

— Vou pensar no seu caso...

Fizemos um amor bem gostoso logo em seguida.

Na terça de noite, tivemos um momento estranho. Estávamos já os dois em casa. A campainha tocou e fui atender. Quando abri a porta, dei de cara com a Anacleta.

Ela estava num vestido comprido, azul-escuro, desses bem “de igreja”. As mangas iam até o cotovelo e o decote era tão comportado que quase escondia o pescoço. Só que o tecido marcava o corpo dela de um jeito que nenhum hino cristão conseguiria disfarçar. Os seios fartos e em formato perfeito de gota empurravam o tecido pra frente, a cintura bem definida desenhava uma curva natural, e o quadril arredondado terminava numa raba que, mesmo sob a saia larga, se denunciava. O vestido caía até os tornozelos, mas ainda assim dava pra perceber o desenho das coxas fortes pelo balanço quando ela mudava o peso de uma perna pra outra. O cabelo castanho-escuro, longo e jogado pro lado.

— Oi... Você é o Érico, né? — perguntou ela, sem fazer menção de entrar. Ficou plantada no corredor, as mãos segurando a bolsa na frente do corpo.

— Sou sim — respondi, meio sem saber o que ela estava fazendo parada ali. Eu lembrava vagamente da Sarah comentar que as duas tinham virado amigas, mas ainda assim era estranho.

Ela só se moveu quando ouviu a voz da Sarah vindo lá de dentro:

— É a Anacleta? Entra, mulher! — Sarah apareceu na sala, sorridente, e se aproximou pra abrir mais a porta.

Anacleta então deu um passo pra dentro e a Sarah fez as apresentações:

— Érico, essa é a Anacleta. Anacleta, esse é meu marido.

— Prazer. — Ela sorriu, e logo em seguida completou: — Desculpa não ter entrado antes, mas seria imoral eu entrar na casa de um homem sozinho. O que os vizinhos e as boas mulheres da igreja iam pensar de mim?

Pensei comigo mesmo que vir com esse vestido marcando tudo e ficar parada no corredor com o quadril rebolando discretamente definitivamente seria algo que não ia pegar mal com as boas mulheres da igreja.

A Sarah não perdeu tempo em tentar deixá-la confortável, quase como se quisesse que a visita esquecesse que tinha ficado um tempão plantada na porta.

— Senta aqui no sofá, Anacleta. Quer água? Café? Chá?

— Um copinho de água, por favor.

A Sarah voltou da cozinha com um copo e se sentou ao lado dela. As duas começaram a conversar como se fossem amigas desde sempre. A Sarah ria de tudo o que a Anacleta falava, mesmo das coisas mais banais, e eu sabia que aquilo não era só simpatia: tinha um objetivo escondido ali. Eu só não sabia ainda qual, e essa dúvida me deixava observando a cena como quem via um filme ruim, mas queria saber o final.

O mais curioso era que a Anacleta parecia acreditar em cada palavra e gesto da Sarah, sem notar que aminha esposa estava no modo “encantadora profissional”. As duas trocavam olhares que, se fossem mais longos, iam precisar de legenda, e a cada risinho cúmplice delas eu ficava pensando se a Sarah realmente percebia o jeito como encarava a evangélica ou se achava que estava apenas sendo educada.

Se eu fosse tarado, juraria que a Sarah estava flertando, sem perceber, com uma evangélica da linha de frente de Gilead.

Em determinado momento, a Sarah se levantou e começou a massagear os ombros da Anacleta.

— Nossa, tá tensa... — disse ela, apertando devagar.

— É que eu fico muito tempo sentada...

Meu Deus! Cadê a Sarah que emendaria com um “gosta mesmo de sentar, hein?”???

— Você precisa relaxar... — Sarah continuou, quase ronronando.

Anacleta fechou os olhos por alguns segundos, aproveitando, e sorriu de um jeito satisfeito. Parecia a primeira vez em muito tempo que alguém tocava nela com aquela atenção.

— E como anda a nossa vizinhança? — perguntou Sarah.

— A dona Marieta tá com uma ideia de querer proibir as mulheres de irem de biquíni ou mesmo maiô muito colado na piscina.

Eu notei na hora a expressão de ódio e contrariedade da Sarah. Mas ela respondeu com a voz doce, como se concordasse:

— Nossa, é... Complicado... Tem que ver isso direitinho, né?

Depois de mais uns quinze minutos, a Anacleta disse que precisava sair.

— Mas a gente marca de conversar mais... — falou ela.

— Com certeza — respondeu Sarah, e as duas se despediram com beijinhos no rosto que, na minha visão, ficaram perigosamente perto da boca.

Assim que a porta fechou, a Sarah lançou um olhar de puro ódio pra porta, daqueles que quase queimam a madeira. Eu percebi na hora e comentei:

— Então era isso... Você tava sendo toda amiguinha da Anacleta pra sondar o que a Marieta sabe sobre a sua transa com o Roberto, né?

— Sim. Mas descobri que aquela cobra é pior do que eu imaginava.

— Olha, essa sua ideia de se aproximar via Anacleta não é muito boa... Se a Marieta souber de algo e contar pra ela, a Anacleta nunca vai te contar. Afinal de contas, quem chifrou a Marieta foi você! — tentei explicar.

A Sarah me ignorou, já entrando no modo indignada total:

— Essa mulher é insuportável com esse moralismo barato! Olha isso, proibir biquíni na piscina?! É o fim!

Foi direto pro celular e já entrou no grupo da academia contar sobre isso.

— Pegaremos em armas, se preciso! — bradou.

Eu me recostei no sofá, apenas observando.

Naquela noite, eu estava de boas na cama, lendo uma ficção científica. Achava que nem ia rolar sexo. Foi quando a Sarah surgiu do banheiro, se aproximou da cama e abriu o roupão, deixando-o cair no chão e revelando sua nudez pra mim.

O meu pau já tava dando sinais de vida dentro do pijama. Quando ela se aproximou, já puxei pra perto de mim para tascar um beijão daqueles apaixonados. Que ela logo correspondeu.

Aos poucos, enquanto continuávamos com as línguas entrelaçadas, fui levando minha mão para os cabelos dela. Ela entendeu o recado e foi descendo, puxando a minha calça pijama. O meu cacete pulou duro direto na cara dela.

A surpresa logo virou um sorriso em seu rosto e a Sarah começou a lamber e chupar o meu saco. Deu um bom banho de língua, lambendo desde o saco até a base do pau, sugando uma e outra bola, babando tudo, enquanto deixava meu pau duro solavancando incólume. Tive que pedir pra ela parar um pouco antes de eu gozar.

Parti para minha vez. A minhas mãos, a minha boca e a minha língua passaram a percorriam o corpo da minha esposa, explorando as curvas de seus seios, sua barriguinha, sua bundinha. Não demorou muito pro primeiro orgasmo da Sarah.

Quando ela se recompôs, não perdi tempo e apontei meu pau duro pro seu rosto. Ela beijou a cabeça e já foi engolindo ele, girando a língua em torno da cabeça do meu pau. Logo, o meu pau foi sumindo em sua boca e senti cutucando a parte de trás da sua boca.

Aos poucos, a segurei pela boca e comecei a recuar e empurrar o meu pau em sua boquinha, fodendo a sua boca como se fode uma buceta. A Sarah não sufocava porque era acostumada com isso. Nós dois fazíamos nesse estilo desde a época do noivado. Ficamos assim até que percebi que ia acabar gozando.

Tirei o pau na boquinha dela, me abaixei entre as suas pernas dela e abri os seus quadris. Me ajoelhei na cama e ergui os tornozelos dela para cima dos meus ombros. Apontei o meu cacete na entradinha e lentamente comecei a empurrar o meu pau buceta adentro.

A Sarah gemia alto e contorceu suas costas na cama enquanto eu empurrava o meu pau dentro dela e apalpava seus peitões. Uma vez que eu tinha metido ele todo, até as bolas, esperei um segundo até recuperar o fôlego. Recuei o meu pau para fora e, em seguida, meti nela com força. Ela soltou um gemido de quem amava quando eu metia assim.

A partir daí, passei a estocar com vontade. Afundava meu pau dentro daquela bucetinha apertada que era só minha (e que às vezes emprestava). Estocava forte. Com vontade. Pra fazer barulho. Não demorou pra Sarah ter seu segundo orgasmo. Ela mergulhou sua cabeça para trás, se retorcendo em êxtase. Eu continuei bombando e estocando em sua buceta.

Eu metia forte e veloz. A Sarah se contorcia, arranhando a cama e mordendo os lábios. Os peitões dela balançavam no ritmo das metidas e eu já estava quase lá.

Eu estava dando tudo que podia naquelas estocadas finais, quando senti o vulcão emergindo e soltei algumas jatadas de porra quente dentro da sua bucetinha. Em êxtase, cai em cima da minha mão, que me recebeu de peito aberto e um abraço caloroso. Ficamos assim por algum tempo. Minutos, talvez.

Quando tive forças pra fazer algo, a primeira coisa foi acariciar o rosto dela, a olhar nos olhos e dar um beijo na sua boca. Um não precisava dizer que amava o outro. Os dois sabiam.

Na quinta de noite, eu e a Sarah estávamos no estacionamento, prontos para uma noite perfeita: cinema, jantar e, claro, muito amor depois. Eu tinha escolhido uma camisa social azul-clara, mangas dobradas, e uma calça jeans escura. Já a Sarah estava de vestido preto colado, que parava logo acima do joelho, com um decote que não era exagerado, mas suficiente para me fazer agradecer aos céus por ela ser minha esposa. O salto médio deixava as pernas dela ainda mais lindas, e o cabelo solto caía como uma moldura perfeita pro sorriso dela. Eu estava, honestamente, me sentindo o homem mais sortudo do mundo.

Quando chegamos ao nosso carro, vimos o seu Geraldo, agachado ao lado de uma coluna, mexendo numa caixa de ferramentas. Ele se levantou quando nos viu.

— Ô, boa noite, casal bonito! — disse ele, com aquele sorriso largo e jeito simpático que todo mundo adorava.

— Boa noite, seu Geraldo! — respondi, já sorrindo de volta.

A Sarah também sorriu, com aquele jeito doce dela:

— Boa noite, seu Geraldo! Tá resolvendo o quê aí?

— Ah, é um probleminha na iluminação aqui do estacionamento. Nada demais. — Ele limpou as mãos numa flanela. — Mas e vocês, tão indo pra onde, tão chiques assim?

— Cinema, depois jantar.

— Pois se divirtam bastante — disse ele, num tom meio brincalhão, deixando o olhar demorar um pouco na Sarah. — Mas tô vendo que a patroa tá bonita que só hoje.

A Sarah riu de leve, meio que abaixando o olhar, mas não de vergonha. Era mais aquele riso de “eu sei que você notou”. E ele, como quem aceitava o desafio, manteve o sorriso e voltou a encarar os olhos dela, descendo rápido para o vestido e subindo de volta.

O porteiro seu Geraldo não estava apenas admirando a minha esposa. Estava olhando pra ela com desejo. Não era um olhar longo nem escancarado, mas estava ali com um temperinho de malícia. E a Sarah tinha notado também, claro. Pelo jeito como ela retribuiu com um meio sorriso divertido, parecia achar o porteiro “safadinho”.

— A Carolina me contou umas histórias engraçadas a seu respeito, seu Geraldo — disse ela, inclinando levemente a cabeça, como quem provoca.

Ele soltou um riso rápido e desviou, ajeitando o boné.

— Deve ter sido a história do chuveiro no apartamento da dona Carolina na semana passada. Pensei num chuveiro que deu dor de cabeça pra consertar.

Sinceramente, não sentia um pingo de ciúmes. Em parte porque o seu Geraldo sempre foi gente boa. Em parte porque eu sabia que esse olhar tinha um tempero extra: ele já tinha comido a Carolina, prima da Sarah. E a Sarah sabia disso. Embora, eu, teoricamente, não devesse saber, já que quando a Carolina contou, eu estava de fone de ouvido. Então, eu precisava manter minha cara mais neutra possível.

— E o senhor, seu Geraldo? — perguntou Sarah. — Tá de plantão a noite toda?

— Tô sim. Hoje o negócio tá tranquilo, então acho que vou até ver um filminho no celular depois. — Ele riu, mas ainda deu uma olhada de canto para ela.

— Escolhe um bom, hein — falei, abrindo a porta do carro.

— Ah, pode deixar. — Ele se afastou um pouco pra gente passar. — Aproveitem o passeio. E se cuidem.

— Sempre — respondeu Sarah, já entrando no carro, mas ainda trocando um último olhar divertido com ele.

Nós nos despedimos com acenos. Enquanto subíamos a rampa de saída, me peguei imaginando como seria engraçado marcar um double date: eu e a Sarah, e o seu Geraldo com a Carolina. Eu apostava que ele teria uma coleção de causos e histórias de porteiro que fariam a noite render horrores. Mas, conhecendo a Carolina, era mais fácil ela ir pra Marte do que topar um jantar assim.

Naquela noite, conforme combinamos, depois do jantar e do cineminha, decidimos pagar um motel daqueles bem caros. Que era pra gente urrar como se não houvesse amanhã sem a vizinha do lado vir reclamar (de novo) na manhã seguinte.

Metemos como dois loucos aquela noite. Os dois fizeram questão de fazer muito barulho, eu metia o caralho com muita força mesmo na buceta da Sarah, pra ela também gemer alto. Por entre beijos e suspiros, coloquei-a de quatro e enquanto a pegava por trás apreciava a bela bundinha perfeita, que dentro algumas semanas poderia ser minha, comecei a acelerar as estocadas. Ouvíamos o barulho das minhas coxas batendo no quadril dela.

Não demorou pra Sarah decidir me desafiar.

— Mete gostoso, amor! Prova que tu é mais comedor que os dois gostosões que vão me comer!

Aquele desafio me deixou completamente pirado. Aumentei ainda mais o ritmo e gozei feito um alucinado na buceta da minha esposa. Até metemos de novo antes de ir pra casa porque eu ainda queria mais e ela ainda aguentava o tranco.

A manhã da sexta veio com uma reviravolta que nos assustou. Era ainda antes das oito. Eu já havia saído e agora era a vez da Sarah. Usava uma calça social preta que abraçava suas curvas de forma elegante, combinada com uma camisa de tecido leve azul-escura, de mangas dobradas até o cotovelo, e um colar delicado que pendia discretamente sobre o decote sutil.

Quando a porta do elevador se abriu pra Sarah, lá estava o Roberto. Sozinho. Ele vestia uma camisa social amassada, gravata frouxa e aquela expressão meio abatida que parecia permanente nele. Os dois se entreolharam rapidamente, e foi como levar um pequeno choque. Ambos arregalaram levemente os olhos, surpresos de se verem pela primeira vez desde aquela transa toda do sábado anterior.

Na mente da Sarah, flashes constrangedores da péssima transa pipocaram. Ao mesmo tempo, surgiu o receio dele comentar sobre isso com alguém. Pela cara do Roberto, ela logo percebeu que ele estava com o mesmo medo.

Por alguns segundos, a Sarah considerou simplesmente ficar parada e não entrar no elevador, mas a ideia de parecer grosseira, ou dar a impressão errada que motivasse o Roberto a fazer besteira, a fez criar coragem. Respirou fundo, ajeitou o sorriso e entrou no elevador.

— Bom dia — disse ela, com um sorriso polido.

— Bom dia — respondeu ele, mais como um suspiro do que uma saudação.

A porta se fechou, e o elevador começou a descer. A Sarah encostou discretamente no corrimão lateral, olhando para o painel com os números descendo, tentando manter o rosto neutro. De rabo de olho, notou que o Roberto permanecia com os olhos fixos na porta de aço, mas em seguida percebeu que, do mesmo jeito que ela o espiava, ele também a espiava, desviando rapidamente quando seus olhares quase se encontravam.

O constrangimento parecia ter um peso físico, deixando o ar mais denso a cada segundo. Era evidente que nenhum dos dois tinha a menor ideia de como puxar assunto. Ou se queriam, de fato, puxar assunto.

A Sarah ponderava que, se desse corda, o Roberto talvez fosse do tipo de soltar uma frase como “te vi pelada” já na segunda frase. E aí, claro, ela teria que responder com algo do tipo “pois é, se raspasse mais o matagal no saco, talvez desse pra ver alguma coisa ali”. Melhor não.

O silêncio se instalou, como uma mancha que se expandia até ocupar todos os cantos. A cada andar descendo, sem ninguém entrar, o desconforto só aumentava. Mas ela não queria que aquela descida inteira fosse assim. Não queria que o resto da sua vida, sua relação com um dos pouquíssimos homens com quem transou (e um dos únicos três com quem repetiu a transa) fosse assim, já que ele não tinha sido escroto com ela. Só era chato e ruim de cama. Respirou fundo e resolveu tentar.

— Então... — começou ela, mas não chegou a completar a frase.

Nesse instante, o elevador chegou ao estacionamento e a porta se abriu. Ambos soltaram um “ah” quase simultâneo, como quem era salvo pelo gongo.

— Bom dia — disse Sarah, já dando um passo para fora.

— Bom dia... — respondeu Roberto, acenando rapidamente, antes de seguir na direção oposta.

Sarah caminhou até o carro, balançando a cabeça.

De noite, as coisas foram menos constrangedoras. Era por volta das nove quando eu desci até a portaria. O meu pacote do Mercado Livre tinha finalmente chegado depois de quase duas semanas de espera. O saguão da portaria tava calmo. O seu Geraldo, sempre com aquele sorrisão malandro, tava encostado no balcão, e o Zé Maria sentado na cadeirinha de metal, os dois tavam assistindo uma partida de futebol na televisão da guarita.

— Boa noite. Chegou meu pacote? — perguntei, chegando perto e já reparando que era uma partida da Série C.

— Chegou sim, seu Érico — respondeu seu Geraldo, girando pra abrir o armário de encomendas. — Mercado Livre, né? O senhor é freguês.

— E o senhor é meu entregador oficial — respondi rindo, mas já com o olho voltando pra tela.

— A gente tá aqui vendo o jogo do meu Londrina — explicou Zé Maria.

— Londrina? — falei, me animando. — Você torce pra eles mesmo?

— Ué, nasci lá. Vou torcer pra quem? — disse com um orgulho manso. — É Série C, mas é meu time do coração.

O seu Geraldo, mexendo nas caixas, entrou na conversa:

— Eu sou Náutico, também tá na Série C. Sei que nunca vou ver meu time disputando a Série A quase todo ano, como o Sport, mas torcer é torcer, né? — falou com aquele tom resignado, mas brincalhão.

— Pelo menos, você é feliz sendo realista — completei, ainda sorrindo.

— Realista e sofredor — ele devolveu, puxando meu pacote e colocando no balcão. — Aqui, seu Érico.

Foi nessa que a porta de vidro se abriu e entraram Sarah e Natália, vindas da academia. Eu juro que a cena parecia câmera lenta.

A Sarah tava com aquele shortinho preto justinho que moldava a bundinha dela, e o top lilás destacanvam seus peitões fartos e firmes e seu corpo levemente suado. O cabelo preso num rabo de cavalo e a expressão determinada lhe davam um ar de “mulher que acabou de destruir o treino”.

A Natália usava uma legging azul clara que abraçava cada curva das suas coxonas e do quadril largo, e um top branco que moldava seus seios médios, no ponto exato de provocar sem exagerar. Sua bela bundona, redonda e alta, dominava a visão de quem estivesse atrás. O cabelo ruivo preso alto, o brilho do suor na pele e o leve rubor no rosto.

A Sarah foi direto cumprimentar o seu Geraldo:

— Oi, seu Geraldo! Tudo bem?

— Melhor agora, dona Sarah.

A Natália, por sua vez, antes de falar com o Zé Maria, lançou um olhar curioso para a TV onde passava o jogo. Então se inclinou levemente pro balcão, sorrindo para ele:

— Boa noite, Zé Maria. Quanto tá o jogo do Londrina?

Ele riu, surpreso:

— Olha só! Você conhece o meu time?

— Ei! Não me ofensa! Eu também sou de Londrina! — ela respondeu com um sorriso cúmplice. — Morei lá até me mudar pra cá quando passei no curso de engenharia aqui.

Só depois disso, as duas perceberam o que acabaram de fazer. As duas se olharam, depois olharam pra mim e começaram a rir, como se compartilhassem um segredo só delas. Eu fiquei ali, meio sem saber como reagir.

— E a academia? — perguntei, tentando entrar na conversa.

A Natália se adiantou:

— Foi ótima! Mas olha, treinar com a Sarah é um privilégio. Mulher perfeita. Forte, disciplinada, linda demais. Eu acho que nunca vou chegar no nível dela.

A Sarah deu um meio sorriso, visivelmente constrangida:

— Ah, Natália, para com isso...

— Tô falando só a verdade — insistiu Natália.

Dava pra sentir que a Natália tava fazendo de tudo pra conquistar a simpatia da Sarah. E a Sarah não parecia tão empolgada assim.

Depois de mais umas trocas de elogios e risadas, as duas seguiram pro hall dos elevadores. A Sarah ia à frente, com o quadril rebolando de um jeito tão natural que parecia coreografado. A bundinha redondinha parecia pedir olhares, e as pernas, definidas e ainda úmidas do treino. A Natália vinha logo atrás, como se fizesse questão de não ficar na sombra. Sua bunda grande e firme dominava a visão, balançando sob a legging azul clara que abraçava suas coxas grossas com malícia. O rabo de cavalo ruivo se movia como um pêndulo, acompanhando o caminhar confiante dela.

Eu, o seu Geraldo e o Zé Maria ficamos em silêncio, hipnotizados pela cena e por aqueles dois rabos, bem diferentes entre si, mas igualmente gostosos. Nenhum de nós ousou dizer nada, mas percebi quando eles notaram o que estavam fazendo (demorou uns segundos pra lembrar que eu era o marido de uma das duas) e disfarçaram rápido, pigarreando e desviando o olhar.

— Mas então, seu Érico, tem acompanhado a Terceirona? Acha que o Londrina tem chance esse ano? — perguntou Zé Maria, tentando recuperar o ar de normalidade.

— Chance sempre tem — respondi, ainda com o riso preso na garganta.

O seu Geraldo coçou a cabeça, meio sem jeito, e completou:

— É, mas precisa melhorar muito a defesa.

— Defesa e ataque — rebateu Zé Maria, como se falar de tática fosse a salvação do momento constrangedor.

Eu só balancei a cabeça, sabendo que, por mais que tentassem, nenhum dos dois ia conseguir se concentrar no jogo depois daquelas imagens gravadas na mente.

Pois bem, leitor. Nos próximos capítulos, vamos ter mais confusões com a Sarah transando com o primeiro homem. Enquanto isso, eu e a Natália acabamos parando um date simulado pra vigiarmos o date da Sarah com um colega da Natália. Será que vai rolar com esse carinha ou será o misterioso homem que a Sarah conhecerá no elevador? O que o futuro nos aguarda?

Respondam nos comentários o que acham que poderá acontecer entre nós, em relação ao seu Geraldo, seu Zé Maria, Natália, Anacleta, Roberto e Marieta. E quem é o homem que a Sarah vai conhecer no elevador?

Coloquem nos comentários para o que vocês torcem que aconteçam nos próximos capítulos. Daqui a duas ou três semanas, teremos a continuação.

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