Risco

Um conto erótico de Lore <3
Categoria: Lésbicas
Contém 2532 palavras
Data: 17/08/2025 09:38:37
Assuntos: Lésbicas

Terminei o meu cárdio e ia em direção ao banheiro para me refrescar quando olhei para cama e vi minha gatinha agarrada no meu travesseiro.

— Acordou cedinho — Falei, e fui dar um beijo nela.

— Estou me sentindo esquisita, fica comigo um pouquinho— Júlia disse, enquanto me abraçava.

— Por que eu volto a trabalhar hoje? — Brinquei, estreitando os olhos.

— É sério, meu corpo... Tá estranho — Ela insistia.

— Seu corpo está a mesma delicinha de sempre — Brinquei e a beijei novamente.

— Você não está me levando a sério, amor — Juh falou, soltando meu pescoço.

— Tá bom... O que quer que eu faça, meu amor? — Perguntei.

— Nada, deixa para lá — Ela disse, visivelmente chateada, voltando a abraçar o travesseiro.

— Oxente, gatinha... — Falei, me aproximando mais.

Tomei lentamente os lábios dela em um beijo mais calmo, que foi imediatamente retribuído na mesma tranquilidade.

— Não é difícil, tá vendo? — Juh disse.

— É denguinho que você quer? — Perguntei, passando o nariz no pescoço dela.

— Atenção, sua atenção — Ela respondeu.

Dei mais um beijinho em sua boca e finalizei com alguns selinhos.

— Mas eu posso tomar um banho também? Te dou todo carinho possível até às 7 horas — Falei, rindo e ela assentiu após roubar um novo beijo.

Tomei meu banho rindo sozinha, lembrando de como Juh fica engraçadinha quando está manhosa. É uma mistura irresistível de voz suave, olhinhos pidões e um jeitinho de quem quer ser mimada até... Eu adoro dar todo o dengo do mundo para ela, mas confesso que existe um sabor especial quando percebo que não é só eu querendo, é ela ansiando, buscando, quase implorando por aquele cuidado. Nessas horas, o carinho parece ganhar outro peso, fica mais prazeroso ainda de ofertar.

— Voltei, neném — Falei, engatinhando em direção ao meu amor.

— Vem — Júlia me chamou, ao me abraçar não só com os braços, mas também com as pernas.

Nos encaixamos perfeitamente, fiquei sentindo a respiração de Juh contra o meu pescoço. Passei os dedos devagar por seus cabelos, fazendo pequenos círculos em um cafuné, enquanto ela me agarrava, como se quisesse se fundir a mim. Ficamos assim, sem pressa, apenas trocando afagos e deixando que o silêncio preenchesse o ambiente.

— Me abraça forte — Ela pediu e eu atendi.

Permanecemos assim até quando eu realmente precisei sair.

— Desfaz esse biquinho e me leva até a porta — Pedi e ela veio, agarradinha em mim.

— Queria que você não fosse — Juh falou, e quanto nos direcionávamos para a saída.

— Por que tá assim, meu amorzinho? — Perguntei rindo.

— Você fica indo tomar banho e indo para o hospital — Ela disse, mas assim que se deu conta das palavras que saíram d sua boca, começou a rir junto comigo.

— Eu acho que se aproxima uma TPM estratosférica... Mas não tem problema, tá? Eu volto rapidinho hoje, um pouco depois das 12h para cuidar do meu amô — Garanti.

— Eu duvido... Você voltando depois de quinze dias fora? Amor, eu duvido... — Júlia falou, decidida.

— Prometo que chego — Disse-lhe e dei um beijinho.

— Então só almoço quando você chegar — Ela falou, com um rostinho convencido.

— Que muié, meu Deus... — Disse rindo e a agarrando contra a porta.

Dei um beijo em Kaique e quando já estava de saída encontrei Loren e Victor tomando um sol com meus sobrinhos.

Fui até eles apreciar aquelas gracinhas, coincidentemente, estavam usando roupinhas que eu dei com a escrita: "Sou o amor da Titia"

— Assim eu morro de amores — Brinquei, chegando os dois.

— Eles estão tão espertinhos — Minha irmã comentou.

— Como pode... Dois seres humanos tão lindos terem saídos de vocês dois — Zoei, e eles riram.

Eu conseguia vê-los as vezes, porém se não fosse a pandemia, eu seria muito mais presente. Sempre quis ser tia, para babar, acompanhar tudo de pertinho. Ser o que Loren e Lorenzo foram para mim, mas infelizmente existiam certos limites que eu preferia respeitar pela saúde de todas, principalmente a de Alice e Tiago.

Esses quinze dias serviram para que eu os paparicasse bastante, consegui dedicar muito da minha atenção para eles.

No caminho, fui treinando uma cara de surpresa, pois eu tinha certeza que haveria algo do tipo preparado pela equipe... Mas eu sou péssima nisso, então ficou um pouquinho óbvio que eu já desconfiava.

Foi um dia leve, eu fui atualizada de tudo, contudo, a situação, apesar de caótica, pelo tempo atípico, estava estabilizada.

— Homeostase! — Exclamei e a coordenação riu.

— Intacta, toda sua — Brincou um colega, me entregando uma chave específica.

Como prometido, consegui manter a minha palavra e retornei pouco depois do horário do almoço.

Juh estava toda dengosinha então, colhi algumas flores de um jardim no caminho de casa e levei para ela.

~ Desculpa aí, Prefeitura Municipal de Salvador, mas foi por uma boa causa 🤣

Quando cheguei, ela estava deitada com a cabeça no colo de Sarah e Léo e Jamile estavam zoando o quanto ela gosta de ser mimada. Bruna só ria da implicância deles, enquanto minha cunhada defendia a pupila dela com unhas e dentes.

Tomei um banho e me juntei a eles, obviamente, trazendo minha muiezinha para mim e enchendo de beijinhos.

— Você acertou, era TPM, já estou com cólica — Juh sussurrou no meu ouvido.

— Vou cuidar direitinho de você — Respondi, após uma sequência de selinhos.

Léo comentou sobre os novos primos, questionando se tudo que Jú havia contado era verdade e eu confirmei. Sarah se mostrou abismada e eu tive que fazer o papel de advogada do diabo, mostrando um outro ponto de vista, mesmo não concordando com as atitudes deles referente a Júlia.

Relembramos alguns momentos que já vivemos e, quando Kaique terminou as atividades, se juntou a nós. A gente se divertiu com um jogo de cartas e nesse momento a gatinha, repentinamente começou a tossir, sentindo um incômodo na garganta.

A tarde, Léo recebeu uma ligação informando que os pais estavam um pouco agitados e foram colocados em um quarto juntos, que resolveu a afobação. Já estavam sem sintomas, apenas aguardando o período de acordo com o protocolo do hospital para retornarem para casa.

No outro dia Juh amanheceu com febre e completamente congestionada.

— Não encosta — Ela disse, da porta do banheiro enquanto eu me aproximava.

— Mulher, ontem a noite eu estava com a língua quase que na sua garganta... — Tentei.

— Mas agora eu sei que posso estar com aquele vírus maldito — Juh me respondeu, fechando a porta.

— Deixa eu entrar... — Pedi, batendo na porta.

— Com quantos dias de sintomas eu posso fazer o teste? — Júlia me perguntou.

— Três dias — Respondi.

— Até lá eu não chego perto de ninguém — Ela disse, enfaticamente.

— Amor... Não exagera... — Falei.

— Se muda de quarto — Juh ordenou.

Respirei fundo e decidi fazer uma nova tentativa mais tarde.

Desci para preparar o café do pessoal e levei o dela no quarto. Conversei sobre com Léo, Jamile e Bruna, que também concordavam comigo.

Kaká ficou preocupado com a possibilidade e assim que ele soube, Mih ligou já querendo atualizações. Eu os tranquilizei, sempre com os pés nos chão, focando no que tínhamos no momento: As possibilidades.

Poderia ser COVID? Poderia... Mas isso não extinguia a chance de ser uma gripe.

Não existia motivos para entrar em pânico e se assustar. Seja lá o que fosse, iríamos cuidar dela da melhor maneira possível.

Três dias depois o teste rápido foi feito e positivou.

Léo e Jamile já estavam com os pais em casa, e então eu tive uma conversa bem tranquila com Kaique e Milena sobre a atual situação. Dá mesma maneira que eu tive, a outra mamãe deles também contraiu o vírus e nós íamos dar o nosso melhor para que ela se recuperasse logo para voltarmos a nossa vida normal.

Mesmo triste, os dois entenderam e afirmaram que iam ajudar tentar passar leveza para Juh.

Certo dia, enquanto Kaique brincava na casa de Lorenzo, notei que Júlia não levantou para pegar o seu café da manhã no horário em que geralmente fazia isso.

Mandei mensagem, liguei, chamei, bati na porta e nada. Sem respostas!

Peguei uma escada e coloquei para ter acesso a sacada do nosso quarto, mas a janela estava fechada e a cortina me impedia de enxergar o interior do cômodo. Por uma pequena fresta, eu consegui ver o pezinho dela para fora do edredom que usava.

Bati na janela inúmeras vezes e Júlia não movia um milímetro do seu corpo.

Eu comecei a me desesperar.

O tempo passava e eu não conseguia fazer com que ela despertasse. Eu liguei, conseguia ouvir o celular chamando e vibrando, porém isso não a fazia acordar.

— Amor!!!! — Eu gritava e batia na janela, mas de nada adiantava.

Desci e retornei para a porta, onde tornei a bater e a chama-la.

Encarei a porta e pensei: O jeito é tentar arrombar.

Chamo alguém?

Chuto?

Desarmo a fechadura?

Eram coisas que passavam pela minha cabeça, eu não estava com paciência para tutorial no YouTube, a minha cabeça já gritava por socorro. Eu estava muito preocupada com o que poderia estar acontecendo.

Primeiro dei um chute só para fazer mais barulho, na torcida de ser apenas um sono pesado, contudo, não obtive resultado.

Com toda a minha força, meti o pé no meio da porta e ela se abriu, Júlia me olhava completamente assustada.

— Amor, por que você fez isso com a nossa porta? — Ela me perguntou incrédula, com a carinha de quem tinha acabado de acordar e não estava entendendo nada.

Eu não consegui responder de imediato, apenas pulei em cima dela em um abraço.

— Você tá doida? Eu estou doente, vou te passar COVID — Ela dizia, mas nitidamente sem forças para sair dos meus braços.

— Você me deu um grande susto — Eu finalmente disse.

— Não estou entendendo nada do que está acontecendo — Ela falou.

— Tem horas que te chamo, hoje você não levantou... Fiquei muito preocupada, amor... Muito! — Enfatizei e dei um beijo em sua boca.

— Desculpa, não percebi... Não ouvi você me chamar... — Júlia falou, tocando meu rosto carinhosamente.

Ela estava com febre e resolvi eu servir o café antes dos medicamentos e vitaminas.

— Você não deveria estar aqui — Juh disse, deitada sobre o meu peito.

— Eu não saio daqui nem sobre a mira de um arma — Garanti, apertando o abraço.

E assim eu cuidei do amor da minha vida, de perto.

Pedi que Kaká continuasse na casa de Lorenzo e dia após dia dei todo carinho possível. Ela dormia bastante sobre os meus carinhos e acordava preocupada com a possibilidade de me contaminar.

— O que tiver de ser, será... Aceito o risco, o que eu não vou fazer é sair de perto da minha gatinha — Falei, tomando o pescoço dela em beijos.

— Não vale, quando você ficou dodói eu fiquei longe — Juh disse, em um tom dengoso.

— Desista, eu vou cuidar do meu neném assim — Falei, puxando seu corpo para mim.

Avisei na Filial e trabalhei de casa, a maior parte do tempo enquanto Júlia dormia.

Entre um relatório e outro, eu olhava para ela, ajeitava o edredom, conferia a temperatura e deixava a água sempre por perto. Conciliei diversas reuniões com cafunés e carinhos e nada me deixava mais tranquila do que estar ali, vendo de perto cada suspiro, cada vez que ela acordava me procurando com os olhos e eu amava largar qualquer coisa para dar um bom dia gostoso e observar sua melhora.

Foi assim até Júlia se recuperar, eu não tive nem um resquício de suspeita de estar incubando o vírus novamente.

Recebemos os novos autotestes em casa, por insistência de Juh e desencargo de consciência eu também iria fazer.

Há algo muito engraçado na minha gatinha... Ela morre de medo de agulhas, mas se eu estiver envolvida no processo, é muito pior. Com os profissionais ela demonstra um medoaos contido, comigo é escancarado e, por isso, demora mais.

Com os testes foi a mesma coisa.

— Vai devagar — Ela pediu.

— Eu sempre começo devagar — Falei, tudo maliciosamente.

Quando encostei no nariz dela, Júlia se afastou abruptamente.

— Dá muita agonia, amooooor — Ela reclamou.

— Vamos fazer em mim primeiro? — Propus e Juh aceitou.

Ela estava tão concentrada que parecia esquecer até de piscar, segurava o cotonete com firmeza, mostrando cuidado em cada movimento. Aproximou-se de mim devagar, ajeitou meu rosto entre as mãos e conduziu a coleta como se eu fosse a pessoa mais frágil do mundo. Depois, preparou o teste com a mesma atenção,, acompanhando a reação. Seus olhos estavam fixos, sérios, quase ansiosos, até que a segunda linha não apareceu.

— Negativo! — Júlia exclamou, dando um pulinho na cama.

— Se você não quiser fazer, não precisa, amor — Disse-lhe.

— Eu quero, mas é muito chato — Juh disse, com um biquinho, deitando sobre o meu peito.

Eu a apertei em um novo abraço e beijei sua testa.

— Fica quietinha que vai ser rapidinho — Garanti.

Repeti o processo observando das expressões e lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Proooonto, acabou o sofrimento — Falei.

— O que a moça fez doeu mais — Ela disse, mexendo no nariz.

— Eu fiz com carinho — Brinquei.

Logo depois vibramos com o negativo dela também, foi aliviante saber que tudo havia ocorrido da melhor maneira e que agora nosso filho poderia retornar para casa.

Ligamos para os dois para contar, Mih visivelmente parecia ter tirado um peso das costas e Kaká comemorava como se Neymar tivesse acabado de fazer o gol do hexa.

Como eles estavam no meio da aula, foi um contato bem rapidinho, só para levar a boa nova e combinamos que logo após, Kaká já poderia retornar ao nosso lar.

— Sabe do que eu lembrei quando você estava presepando para fazer teste? — Perguntei, após finalizarmos a ligação.

— O quê? — Juh quis saber, rindo.

— Das aplicações para estimular sua ovulação — Falei.

— Nossa, essa parte foi horrível — Ela disse.

— Mas quando positivou... — Comentei, completamente sem querer.

— Foi incrível... — Juh completou, ao perceber o meu desconforto.

— Vou pegar seus suplementos — Falei, olhando para o relógio em meu pulso.

Estava realmente no horário, porém eu só queria um motivo para sair de um assunto que eu mesma trouxe a tona.

— Amor... — Júlia me chamou, segurando o meu braço.

E por medo do que ela me diria, eu virei e meti um beijão na boca dela.

— Oi — Respondi, enquanto cheirava o pescoço dela.

— Eu te amo muito — Juh falou, acariciando meus rosto.

— Eu também te amo muito, minha gatinha — E demos um selinho.

Desci pensativa.

Era aquilo mesmo que Júlia queria me dizer ou ela notou o meu incômodo com o rumo que a conversa estava tomando?

Eu odeio evitar diálogos que precisam acontecer... Porém, não me sentia pronta para escutar que Juh desejava tentar uma nova inseminação. Não era e nunca foi sobre métodos é sim por medo de reviver um pesadelo. Perder outro filho e vê-la novamente despedaçada.

Será que valia a pena correr todo esse risco?

Eu entendia perfeitamente a vontade de aumentar a quantidade de filhos, porque estava sendo delicioso e satisfatório criar Milena e Kaique dentro do nosso amor, mas o fato de ter sentido a dor de Maya não chegar aos nossos braços, pesava demais... Eu, definitivamente, não queria sentir aquilo outra vez.

Entretanto... Será que estávamos condenadas a repetir a dor ou eu não estava dando espaço para a vida permitir esse final?

Ficava cada vez mais difícil responder quando eu via Júlia com Alice e Tiago no colo.

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Foto de perfil de Lore Lore Contos: 133Seguidores: 44Seguindo: 4Mensagem Bem-vindos(as) ao meu cantinho especial, onde compartilho minha história de amor real e intensa! ❤️‍🔥 (sou casada e completamente apaixonada por uma mulher ciumenta, mantenha distância ✋🏽💍)

Comentários

Foto de perfil de Jubs Oliver

"Era aquilo mesmo que Júlia queria me dizer ou ela notou o meu incômodo com o rumo que a conversa estava tomando?"

Eu ia falar sobre bebês, n sobre querer engravidar, mas em relação a como eu ainda queria mais um filho... Não mudei pelo incômodo e sim porque EU fiquei sem rumo com o beijo 😂

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Foto de perfil de Lore

Toda vez que você pedir um mininu eu vou meter um beijão, então 😂😂😂😂😂

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