Estar trancado naquela sala minúscula mexia comigo de um jeito estranho. O calor parecia aumentar a cada segundo, como se o ar rarefeito fosse feito para nos punir. O suor escorria pela pele e, logo, o espaço ficou impregnado com aquele cheiro cru, inconfundível: suor, couro, pólvora e testosterona. O cheiro de homem.
Imaginem aí, caros leitores: dois homens grandes e fortes, de mais de 1,90m de altura, em uma sala minúscula sob um calor escaldante… Era como se as paredes estivessem se fechando e nos comprimindo lá dentro. Qualquer movimento fazia com que entrássemos em contato. E, bom… não vou mentir: estar diante daquele homem marrento e gostoso, no que parecia ser o próprio inferno de tão quente, estava me deixando com bastante tesão.
Queria desviar a atenção, mas era impossível. A respiração dele estava forte, fazendo o peitoral largo se mover em um ritmo acelerado. O suor escorria pelo pescoço e sumia na gola da camisa, e o cheiro dele me prendia como um feitiço. Eu não sabia o que fazer. Precisávamos sair dali logo… ou não sei se conseguiria manter o resto de controle que ainda me sobrava.
Estava preso nos meus pensamentos quando, de repente, o ouvi murmurar: — Desse jeito não vai dar.
E simplesmente ele tirou a camisa, revelando o peitoral robusto, com mamilos pequenos e amarronzados — um deles parcialmente coberto por uma tatuagem que seguia em direção ao braço musculoso. Mais abaixo, o abdômen trincado descia num caminho de pelos finos até a calça social preta, justa nas pernas torneadas. O volume perceptível ali fez minha imaginação trabalhar sem piedade.
— Oh, princeso! — falou ele, com um sorriso de canto. — Não basta esse calor e você ainda quer tirar o resto de água que há em mim, me secando desse jeito?
— Tá se achando o Shrek? — respondi com ironia.
— Eu ouvi direito? Você me chamou de Shrek? Pegou pesado, hein? — retrucou ele, rindo.
— Ei! Vai mesmo ficar de camisa no calor desses? — provocou, olhando pra mim.
Pensei em inventar alguma desculpa, mas, de certa forma, ele estava certo. Eu mesmo já não aguentava mais o abafado. Respirei fundo e comecei a desabotoar minha camisa social, botão por botão, até revelar meu tórax bem desenvolvido pelos anos de academia.
— Nada mal para um princeso! — disse ele, me olhando de cima a baixo.
O olhar dele percorreu minha pele como se fosse toque. Cada segundo sob aqueles olhos castanhos me deixava mais vulnerável, como se estivesse nu de verdade. O silêncio ali dentro não era mais só abafado pelo calor, mas pesado de desejo.
Nossos peitos nus quase se roçavam cada vez que respirávamos. Eu sentia o calor do corpo dele irradiar como brasas, o cheiro de suor e homem me dominando, grudando na minha pele, me enlouquecendo.
— Para de me olhar assim… — murmurei, sem nem reconhecer minha própria voz.
Ele inclinou a cabeça, aquele sorriso cafajeste ainda preso no canto da boca.
— Assim como? Como se eu estivesse pronto pra te devorar inteiro?
Engoli seco, mas meus olhos ficaram presos nos dele. Não havia mais saída, não havia mais desculpa. O desejo bateu contra minha costela como uma marreta.
E antes que eu percebesse, minhas mãos já estavam na nuca dele. Avancei e o beijei com uma força que nem sabia que tinha.
Não foi um beijo doce, não foi um beijo de descoberta inocente, foi um beijo faminto. Bruto. Um choque de bocas que se abriram e se encontraram com violência, como se quisessem arrancar o ar um do outro.
Era a primeira vez que eu beijava um homem — e não parecia novidade, parecia destino.
O gosto dele era forte, másculo, salgado de suor e proibido E não foi como fogos de artifício iluminando o céu.
Foi dinamite. Crua, devastadora, explodindo dentro de mim e me despedaçando em mil pedaços.
Senti meus músculos tremerem com a descarga que atravessou meu corpo. E, ainda assim, mesmo depois da explosão, eu só conseguia pensar em uma coisa:
Mais.
O beijo foi tão brutal que, quando me afastei, fiquei sem ar. Meu peito arfava, os lábios ainda latejando pelo impacto. Olhei para Matteo, atordoado, como se tivesse acabado de cometer um pecado imperdoável.
— O que eu acabei de fazer? — pensei, mas não tive coragem de dizer em voz alta. Um medo estranho, misturado ao tesão, percorreu minha espinha.
Dei um passo para trás, tentando recuperar o controle, mas ele não deixou. Matteo avançou, segurando firme meu braço, e me puxou de volta, colando nossas testas. O olhar dele ardia.
— Não ouse fugir agora, princeso. Você já me provou o gosto, não vai recuar.
A provocação me atingiu em cheio. Algo dentro de mim quebrou. Sem pensar, agarrei os ombros dele com força e o empurrei contra a parede. O impacto fez um som seco ecoar pelo espaço apertado.
Nossos corpos se chocaram, e então aconteceu: o volume dele roçou no meu. Pesado, duro, pulsante.
Um gemido escapou da minha garganta antes que eu pudesse conter.
— Merda… — sussurrei, mais para mim do que para ele.
Matteo riu baixo, o sorriso cafajeste estampado no rosto mesmo preso contra a parede.
— Tá sentindo isso, Javier? — disse, arqueando o quadril contra o meu, aumentando ainda mais o atrito. — Não tem como negar agora.
O calor explodiu entre nós. Eu o beijei de novo, ainda mais forte, esmagando nossos volumes um contra o outro, sentindo cada centímetro da dureza dele pressionada contra mim.
O ar rarefeito da sala não importava mais. Eu já não sabia se suava pelo calor ou pela excitação. Só sabia que, ali, contra aquela parede, eu tinha cruzado uma linha que jamais poderia voltar atrás.
O beijo se tornava cada vez mais urgente, mais animalesco. Nossos corpos esmagados contra a parede, o calor insuportável, o volume dele pulsando contra o meu… tudo parecia prestes a explodir de novo, mais forte ainda.
Eu já não pensava em mais nada. Minhas mãos percorriam as costas dele, arranhando, puxando, querendo mais contato, mais pele, mais dele.
E então…
TRRRAC!
Um barulho metálico ecoou do lado de fora, como se a trava estivesse sendo forçada. No mesmo instante, congelamos. A respiração ainda ofegante, os corpos colados, os lábios vermelhos e úmidos do beijo proibido.
Matteo me olhou com um sorriso maldito no canto da boca.
— Parece que a nossa sauna particular acabou, princeso.
Afastei-me às pressas, pegando a camisa para disfarçar. Meu coração ainda batia tão rápido que eu mal conseguia abotoar os botões. O gosto dele ainda queimava na minha boca. O corpo ainda gritava pelo toque que tinha acabado de perder.
A porta se abriu com um rangido lento, e a claridade invadiu a sala. Era hora de sair dali.
E, no entanto, ao passar por ele, senti a ponta dos dedos de Matteo roçar discretamente minha cintura, um gesto rápido, escondido… mas suficiente para me deixar em chamas de novo.
Engoli seco, tentando me recompor. Sabia que não importava o quanto eu quisesse fingir, o que tinha acontecido ali dentro já estava gravado em mim. E a tensão, agora, não iria embora.
Só ia crescer.
A maçaneta rangeu, e o coração quase pulou da minha boca. Matteo ajeitou a camisa aberta no corpo, tentando esconder o peito suado, enquanto eu lutava para abotoar a minha, as mãos tremendo.
A porta finalmente se abriu com um estalo seco. A luz invadiu a sala, nos cegando por um instante. Respirei fundo, pronto para encarar quem quer que estivesse do outro lado.
Mas… não havia ninguém.
O corredor estava vazio, silencioso, como se fosse um cenário abandonado. Só o eco distante do prédio parecia responder ao nosso medo.
Olhei para Matteo, confuso.
— Que porra é essa?
Ele deu de ombros, mas o olhar sério entregava que também estava desconfiado. Foi então que vi, no chão, bem diante da porta, um pedaço de papel dobrado em quatro.
Abaixei-me, hesitante, e peguei. O papel estava amassado, como se tivesse sido jogado ali às pressas. Minhas mãos suadas quase deixaram escapar quando abri.
E lá estava, escrito em letras grossas e rabiscadas:
“Isso foi só um teste. Vocês não têm ideia do que está por vir.”
O estômago revirou. A sala parecia ainda menor, o ar ainda mais sufocante, mesmo já do lado de fora.
Matteo pegou a carta da minha mão, leu rápido e soltou uma risada baixa, cínica, como se quisesse disfarçar.
— Heh… se isso foi um teste, princeso, parece que alguém quer brincar pesado com a gente.
Eu engoli seco. O calor do corpo dele ainda ardia em mim, mas agora havia algo mais queimando junto: medo.
Medo do que vinha a seguir
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Saímos da sala como se o ar lá dentro ainda estivesse preso em nossos pulmões. O corredor parecia mais frio, mas não era suficiente para apagar o calor que queimava sob minha pele.
Matteo caminhava ao meu lado, a carta amassada em seus dedos. Ele não dizia nada. Nem eu. O silêncio entre nós era tão pesado quanto o recado que tínhamos acabado de ler.
De vez em quando, nossos braços se roçavam, e cada toque acidental era como uma descarga elétrica. Eu tentava me concentrar nos passos, na saída, em qualquer coisa que não fosse a lembrança da boca dele na minha… ou do corpo dele esmagado contra o meu. Engoli em seco, mas não ousei olhar para ele. Sabia que se encontrasse aqueles olhos castanhos outra vez, perderia o resto de controle que me restava.
Assim, seguimos adiante. Sem palavras, apenas carregando o peso do desejo não consumado e o aviso sombrio que agora pairava sobre nós dois.
E, no fundo, eu sabia: tanto o beijo quanto a ameaça eram apenas o começo.
O carro deslizou pela rua silenciosa, Matteo ao volante, uma mão firme no volante, a outra apoiada casualmente sobre a alavanca de câmbio. Cada curva parecia prolongar o tempo, mantendo-me preso àquele calor que ele deixara em mim. O ar-condicionado não era suficiente para apagar o calor que queimava entre minhas pernas, nem o arrepio que percorria minha coluna toda vez que lembrava do corpo dele colado ao meu.
O silêncio dentro do carro era quase insuportável. Matteo olhava para a estrada, mas eu podia sentir seus olhos sobre mim, imaginando o que ele pensava, imaginando o que poderia acontecer se ousasse olhar para ele. Cada memória do beijo surgia em flashes: o roçar de nossos peitos, a pressão de suas mãos, a boca dele contra a minha. Eu apertava os joelhos, tentando me concentrar na estrada, mas o calor e o cheiro dele pareciam ter se impregnado em mim, impossíveis de ignorar.
Em certo momento, Matteo passou o braço pelo encosto e a ponta de seu cotovelo encostou levemente na minha coxa. Um arrepio disparou da minha espinha até a base da minha ereção, já pulsando de excitação. Eu engoli seco, tentando disfarçar, mas sabia que ele percebeu. O silêncio ficou ainda mais pesado, carregado de tensão, quase insuportável.
Quando finalmente chegamos à minha mansão, eu estava suando, ofegante, mesmo sem ter feito esforço físico. Matteo desligou o carro com um gesto firme e me olhou de canto, aquele sorriso provocador queimando mais que o calor do verão.
— Chegamos, princeso — disse ele, abrindo a porta.
Eu saí devagar, sentindo cada centímetro do corpo dele ainda na minha memória. A tensão era quase insuportável, como se cada passo em direção à porta de casa me lembrasse de tudo que acabara de acontecer.
….
Fechei a porta do quarto com cuidado, mas mal cruzei o espaço até a cama, já estava nu, tentando aliviar o fogo que queimava dentro de mim. Me encostei na cabeceira e olhei para meu próprio corpo no reflexo do espelho. Cada músculo do peito, cada veia saltando nos braços, lembrava a força de Matteo e a pressão que ele exercera contra mim.
Minhas mãos desceram sem pensar, tocando meu próprio membro. Grosso e imponente, com 25 cm de comprimento, de cor morena como o resto do meu corpo, ainda mais escuro na cabeça, roçando levemente as bolas grandes, os pelos aparados perfeitamente, com o peso e a firmeza que eu conhecia tão bem. Um arrepio percorreu minha espinha enquanto comecei a deslizar a mão, sentindo cada centímetro do meu próprio comprimento pulsar entre os dedos.
Fechei os olhos e revivi cada detalhe: o peito largo de Matteo pressionado contra o meu, a boca dele queimando nos meus lábios, a tensão que nos esmagava contra a parede. Gemidos baixos escapavam da minha garganta, abafados pelo silêncio do quarto. Cada toque, cada movimento, era guiado pelas memórias dele, aumentando o calor e a urgência dentro de mim.
O prazer subiu rápido, intenso, um turbilhão que percorreu cada músculo e veia. Meu corpo tremia, meus dedos apertando, deslizando, contornando cada detalhe do que eu conhecia tão intimamente. Quando finalmente cheguei ao ápice, estremecei, suado, sem fôlego, sentindo a descarga de energia percorrer todo meu corpo. Encostei a testa no espelho, os olhos semicerrados, ainda saboreando o gosto da lembrança de Matteo, sabendo que aquela explosão era apenas o começo — e que a tensão entre nós ainda estava longe de se dissipar.
Continua…