O Numero errado

Um conto erótico de pcamargo
Categoria: Heterossexual
Contém 1853 palavras
Data: 03/09/2025 07:18:47

Era uma noite chuvosa em São Paulo, daquelas que transformam as ruas em rios de asfalto reluzente, refletindo as luzes neon dos prédios altos. Ana Clara, uma publicitária de 32 anos, estava sozinha em seu apartamento no centro da cidade. O ar condicionado zumbia baixinho, contrastando com o barulho da chuva batendo na janela. Ela havia terminado um relacionamento tóxico há meses, com Pedro, um cara que a deixava sempre na dúvida, sempre ansiando por mais. Naquela noite, o vinho tinto – um Malbec argentino que ela adorava – a fez sentir nostálgica. Pegou o celular, digitou o número que achava ser o dele, mas errou um dígito. Um erro bobo, daqueles que a vida adora pregar.

O telefone tocou duas vezes antes de uma voz grave, rouca, atender. "Alô?"

Ana Clara congelou por um segundo. Não era Pedro. A voz era mais profunda, com um sotaque sutil do interior de São Paulo, talvez Campinas ou algo assim. "Desculpa, acho que liguei errado", ela murmurou, pronta para desligar.

"Não desliga não. Quem é você?" A voz do homem soou curiosa, quase divertida. Havia um tom de comando sutil, que a fez hesitar.

"Eu... sou Ana. Estava tentando ligar para um amigo antigo. Desculpa mesmo."

"Ana, hein? Eu sou Marcos. E se eu disser que não foi erro nenhum? Talvez o universo quisesse que a gente se falasse."

Ela riu, nervosa. O vinho ajudava a soltar a língua. "Universo? Tá bom, Marcos. Me diz, o que você faz da vida pra acreditar nessas coisas?"

Conversaram por dez minutos. Nada demais: ele era engenheiro, trabalhava em uma firma de construção, viajava muito. Ela contou sobre sua agência de publicidade, as campanhas estressantes. Mas havia algo na voz dele – um timbre que vibrava baixo, como um ronronar – que a deixava inquieta. Quando desligaram, ela sentiu um formigamento estranho no estômago. "Pessoa errada", pensou, balançando a cabeça.

Mas na manhã seguinte, uma mensagem chegou: "Bom dia, Ana. Dormiu bem depois do nosso papo inesperado? Marcos."

Ela piscou, surpresa. Como ele tinha o número dela? Ah, claro, a ligação. Respondeu por impulso: "Bom dia. Dormi sim, mas sonhei com vozes estranhas. rs"

Assim começou. Mensagens trocadas ao longo do dia, leves no início. Ele contava piadas sobre o trânsito paulistano, ela respondia com memes de gatos estressados. Mas aos poucos, o tom mudava. "Você tem uma voz sexy, Ana. Me deu vontade de imaginar como você é."

Ela corou sozinha no escritório, olhando ao redor para ver se alguém notava. "Você nem me viu, Marcos. Pode ser que eu seja horrível."

"Duvido. Me descreve você."

E ela descreveu: morena, cabelos cacheados até os ombros, olhos castanhos, corpo curvilíneo – fruto de anos de academia e dieta irregular. Ele respondeu: "Perfeito. Eu sou alto, moreno, barba por fazer. Imagina minhas mãos grandes te tocando."

O tesão veio como uma onda. Ana Clara sentiu o calor subir entre as pernas, cruzando-as sob a mesa. "Pessoa errada", repetiu para si mesma. Mas continuou.

Os dias viraram semanas. As conversas evoluíam para ligações noturnas. Marcos tinha uma forma de falar que a hipnotizava – pausas calculadas, sussurros que faziam sua pele arrepiar. Ele contava histórias de suas viagens: uma vez em uma obra no Nordeste, onde o sol queimava a pele e as noites eram cheias de forró e corpos suados. "Imagino você dançando comigo, Ana. Seu corpo colado no meu, sentindo meu calor."

Ela se masturbava depois dessas ligações, imaginando aquelas mãos grandes explorando seu corpo. Tocava-se devagar, os dedos circulando o clitóris inchado, gemendo baixo no escuro do quarto. "Marcos", sussurrava, como se ele pudesse ouvir.

Mas o suspense começou a se instalar. Ele nunca mandava fotos, alegando que preferia o mistério. "Quero te ver pessoalmente primeiro. Marca um encontro?"

Ana hesitava. "E se você for um psicopata?"

"E se eu for o homem da sua vida?"

Ela ria, mas sentia um frio na espinha. Pesquisou o número dele no Google, mas nada. Talvez fosse paranoia. São Paulo era cheia de histórias assim – encontros online que viravam pesadelos. Mas o desejo era mais forte.

Uma noite, após uma ligação onde ele descreveu em detalhes como a lamberia inteira, do pescoço aos pés, ela concordou. "Tudo bem. Vamos nos encontrar. No bar do MASP, amanhã à noite?"

"Perfeito. Vou estar de camisa preta. Procura por mim."

Aquela noite, Ana não dormiu. O suspense a consumia: e se ele fosse feio? Velho? Casado? Mas o tesão a impulsionava. Vestiu um vestido vermelho justo, que realçava suas curvas, e maquiou-se com cuidado. O coração batia forte no metrô lotado, corpos se esbarrando no caos da hora do rush.

Chegou ao bar, um lugar moderno com luzes baixas e música lounge. Olhou ao redor, procurando uma camisa preta. Lá estava ele: alto, ombros largos, barba escura. Mais bonito do que imaginava. Sorriu ao vê-la, acenando.

"Ana?"

"Marcos?"

Eles se abraçaram, e o cheiro dele – um misto de colônia amadeirada e suor sutil – a deixou tonta. Sentaram-se, pediram drinks. Caipirinhas de limão, geladas, contrastando com o calor que crescia entre eles.

A conversa fluiu fácil, mas havia algo nos olhos dele. Um brilho escuro, como se escondesse um segredo. "Você é mais linda do que eu imaginei", ele disse, a mão roçando a dela na mesa.

Ela sentiu o toque elétrico. "Você também. Mas me diz, Marcos... por que tanto mistério?"

Ele sorriu, enigmático. "A vida é melhor com surpresas, não acha?"

Beberam mais, riram. Mas o suspense pairava. Quando ele a beijou, no canto escuro do bar, foi como uma explosão. Lábios quentes, língua invasora, mãos apertando sua cintura. Ana gemeu baixo, sentindo a ereção dele pressionando contra sua coxa.

"Vamos pro meu apartamento?", ele sussurrou.

Ela assentiu, o tesão nublando o julgamento. "Sim."

O apartamento dele era em Pinheiros, um bairro boêmio cheio de grafites e bares alternativos. Subiram as escadas de mãos dadas, o elevador quebrado adicionando ao suspense – cada degrau uma antecipação. Dentro, o lugar era minimalista: sofá de couro, paredes com quadros abstratos, uma garrafa de uísque aberta.

Mal a porta fechou, ele a prensou contra a parede. Beijos famintos, mãos subindo por baixo do vestido, apertando suas nádegas. "Você é deliciosa, Ana. Quero te devorar."

Ela arfou, as unhas cravando nas costas dele. "Me come, Marcos. Me faz gozar."

Ele a carregou para o quarto, jogando-a na cama king size. Tirou a roupa dela devagar, beijando cada centímetro exposto: pescoço, seios fartos com mamilos endurecidos, barriga, coxas. Quando chegou à calcinha, já molhada, lambeu por cima do tecido, fazendo-a arquear as costas.

"Porra, você é safada", ele grunhiu, arrancando a peça e mergulhando a língua na sua buceta depilada. Lambia com fome, o dedo médio entrando e saindo, curvando para acertar o ponto G.

Ana gritava, as mãos no cabelo dele, puxando. "Mais... não para!"

Ele subiu, beijando-a com o gosto dela na boca. Tirou a própria roupa, revelando um pau grosso, veias pulsantes, cabeça inchada. "Quer isso, Ana?"

"Sim... me fode."

Entrou devagar, esticando-a, preenchendo cada espaço. Movia-se ritmado, forte, os quadris batendo nos dela. O quarto ecoava com gemidos, o cheiro de sexo no ar úmido.

Mas no meio do êxtase, algo chamou sua atenção. Sobre a mesinha de cabeceira, uma foto. Uma mulher loira, sorridente, ao lado dele. Uma aliança no dedo dela.

Ana congelou. "Quem é essa?"

Marcos parou, ainda dentro dela, o suor pingando. "Minha esposa. Mas ela não importa agora."

O suspense virou pânico. "Você é casado? Porra, Marcos!"

Ele sorriu, sombrio, segurando seus pulsos. "Sim. E você é a pessoa errada, Ana. Mas é isso que torna tudo tão bom."

Ela tentou se soltar, mas o desejo traía. O pau dele ainda pulsava dentro dela, e o risco a excitava mais. "Seu safado... me solta."

"Não antes de você gozar pra mim."

Ele continuou, mais forte, uma mão no pescoço dela, apertando levemente. O ar rarefeito, o medo misturado ao prazer. Ana gozou forte, o corpo convulsionando, esguichando no lençol.

Ele veio logo depois, enchendo-a de porra quente.

Ofegantes, deitaram lado a lado. "Por que não me contou?", ela perguntou, a voz trêmula.

"Porque você não teria vindo. E olha só... foi incrível."

O suspense não acabava. Ana sabia que deveria ir embora, mas algo a prendia. A "pessoa errada" era perfeita em sua imperfeição.

Nos dias seguintes, Ana tentou ignorar as mensagens dele. "Saudades do seu gosto", ele mandava. Ela deletava, mas o corpo traía – masturbava-se pensando nele, no risco, no proibido.

São Paulo seguia seu ritmo frenético: reuniões na Avenida Paulista, cafés apressados, noites solitárias. Mas Marcos invadia seus pensamentos. Uma noite, ele ligou. "Vem me ver de novo. Tenho uma surpresa."

"Não, Marcos. Você é casado. Isso é errado."

"Errado é o que te faz sentir viva, Ana."

Ela cedeu. Foi ao apartamento, coração acelerado. Desta vez, ele a esperava com velas acesas, música de Tom Jobim ao fundo. Beijaram-se na porta, roupas voando.

No quarto, ele a amarrou aos postes da cama com lenços de seda. "Confia em mim?"

O suspense a consumia. "Sim..."

Vendou-a, e o mundo virou sensações: gelo derretendo nos mamilos, plumas roçando a pele, a língua dele em lugares inesperados. Quando ele entrou, foi bruto, possessivo. "Você é minha agora, Ana. Mesmo sendo errada."

Ela gozava repetidamente, o corpo tremendo. Mas no pós, a dúvida voltava. "Onde está sua esposa?"

"Viajando. Mas e se ela voltar? E se nos pegar?"

O tesão no risco crescia. Eles transavam em lugares públicos: no carro estacionado em uma rua escura de Vila Madalena, ela cavalgando nele enquanto carros passavam; no banheiro de um bar lotado, ele a fodendo por trás, mão na boca para abafar gemidos.

Cada encontro adicionava camadas: ele contava segredos, como um caso anterior que quase destruiu seu casamento. Ana se via obcecada, a "pessoa errada" virando vício.

Uma semana depois, Ana recebeu uma mensagem anônima: "Cuidado com Marcos. Ele não é quem diz ser."

Coração disparado, ela confrontou ele. "Quem é você de verdade?"

No apartamento, ele confessou: "Meu nome não é Marcos. É Ricardo. E sim, sou casado, mas há mais. Trabalho em algo... perigoso. Construção é fachada. Lido com gente errada, Ana."

Suspense máximo: ele estava envolvido em corrupção, subornos em obras públicas – comum no Brasil, mas letal. "Por que me conta agora?"

"Porque me apaixonei por você. O erro virou algo real."

Eles transaram com fúria, como se fosse a última vez. Ele a dominava, batendo em sua bunda, puxando cabelo, chamando-a de puta. Ela adorava, gozando em ondas.

Mas o perigo se aproximava. Uma noite, batidas na porta durante o sexo. "Polícia!", gritou uma voz.

Pânico. Ricardo – ou Marcos – a ajudou a se esconder no armário. Ouviu vozes, algemas. Ele foi preso.

Ana fugiu pela janela de incêndio, coração na boca. A "pessoa errada" a havia levado ao abismo.

Meses depois, Ana tentava reconstruir a vida. Novo emprego, terapia. Mas o tesão por ele persistia. Recebeu uma carta da prisão: "Você foi o melhor erro da minha vida. Me espera?"

Ela sorriu, tocando-se ao ler. O suspense continuava – visitaria? Continuaria o erro?

No Brasil, onde a vida é cheia de curvas inesperadas, a pessoa errada pode ser a certa. O desejo, irresistível, eterno.

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Foto de perfil genéricapcamargoContos: 38Seguidores: 43Seguindo: 3Mensagem Eu sou, de fato, um mestre das palavras que dançam no limite do proibido, um tecelão de narrativas onde o desejo se entrelaça com a carne, e os fetiches emergem das sombras mais profundas da alma humana. Minha pena – ou melhor, meus dedos ágeis no teclado – já explorou os abismos do prazer explícito em incontáveis contos, inspirados não só em fantasias alheias, mas em vivências pessoais que me marcaram como ferro em brasa na pele. Já me perdi em noites de látex sussurrante, em cordas que mordem a pele com ternura cruel, em sussurros de submissão que ecoam como sinfonias eróticas. Fetichismo? Ah, eu vivo isso: o cheiro de couro novo, o som de saltos altos ecoando em corredores escuros, o gosto salgado de suor misturado a lágrimas de êxtase.

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