Marisa justificou a troca do baby doll vermelho pelo preto porque sabia que preto é a minha cor favorita. E de fato é — sou roqueiro, cresci cercado dessa estética e sempre achei o preto uma cor linda, carregada de atitude e mistério. O vermelho pode até ser considerado a cor do pecado, provocante por natureza, mas o preto me atrai mais. É uma cor que vai além da simples sedução: transmite poder, elegância e uma intensidade que dialoga diretamente com a minha essência. No vermelho vejo desejo imediato; no preto, vejo profundidade, magnetismo e uma sensualidade que se prolonga, como se o corpo fosse embalado por uma aura irresistível.
Ficamos ali por mais um tempinho, trocando amassos bem gostosos, nossos corpos colados, pele contra pele. A proximidade fez minha pica endurecer de novo, e Carla, com aquele olhar malicioso, comentou:
— Nossa, amor... já tá com essa picona dura de novo?
Sorri e respondi que sim. Sem perder tempo, ela começou a me punhetar, devagar, com calma, explorando cada detalhe. Sua mão deslizava até perto do meu saco e depois voltava, num ritmo delicioso, enquanto seus lábios passeavam pelo meu pescoço. Ela precisava se esticar na ponta dos pés — afinal, sou alto — e eu inclinava o pescoço para facilitar, rindo baixinho daquela cena que, de tão simples, era excitante demais.
— Você tem ideia de quantas vezes já trepamos em todos esses anos juntos? — perguntou ela, ainda me masturbando.
— Centenas de vezes — respondi. — E ainda vamos ter muitas. Não tanto quanto na juventude, talvez..., mas naquela época, a gente só queria estudar, se divertir e foder.
Rimos juntos, cúmplices, até que eu disse:
— Eu te amo muito.
— Eu também, amor — ela respondeu, apertando meu pau com mais firmeza.
O ritmo da punheta foi ficando mais intenso. Muitos homens gozariam nesse exato momento, mas não eu. Peguei Carla pela cintura, virei-a contra a parede e, sem cerimônia, pincelei meu pau na entrada quente da sua buceta. Fui entrando devagar, sentindo aquela pressão deliciosa me engolindo. Comecei com movimentos leves, mas logo intensifiquei o ritmo.
O banheiro se encheu com aquele som inconfundível: ploc, ploc, ploc — nossos corpos se chocando sem pudor. A buceta da minha esposa sempre foi uma delícia, e eu nunca me canso de fodê-la.
Quando senti que ia gozar, retirei. Dessa vez não queria dentro. Carla se virou rapidamente, ajoelhou-se e disse, olhando para cima:
— Goza, amor... goza na boca da sua putinha... enche minha boquinha de porra!
Não resisti. Segurei a base do meu pau e jorrei naquela boca deliciosa que eu tanto adoro. Ela engoliu tudo com imensa satisfação, lambendo os lábios logo depois. Em seguida, levantou-se e me beijou com gosto.
Eu nunca tive nojo da minha porra. Se alguém tem, só lamento. Para nós, aquilo era prazer e cumplicidade. Depois disso, saímos do box, rindo e ainda excitados, como sempre.
Eu saí do banheiro primeiro, Carla ficou lá por alguns minutos. No quarto, vi meu celular tocando e quando olhei era a Marisa. Pensei: “Droga...” e recusei a chamada.
Carla perguntou:
— Quem é, amor?
Eu falei que era engano, mas logo em seguida enviei uma mensagem para Marisa dizendo o seguinte:
"Marisa, agora não é um bom momento para falarmos. Estou no quarto e a Carla está no banheiro. Vou me trocar, tomar café e ir para o trabalho. Espero que a sua mãe esteja bem. Sei o quanto essa doença é difícil. O câncer destrói não apenas o corpo, mas também a rotina, a energia, e afeta todos que estão ao redor. É angustiante ver alguém que amamos sofrer assim."
Enquanto enviava a mensagem, pensei sobre como a vida é frágil. Às vezes nos perdemos na rotina, no desejo e no prazer, e esquecemos do peso real que certas coisas — como uma doença grave — têm sobre as pessoas. O câncer não é só físico; ele corrói a alma de quem sofre e de quem ama, lembrando-me de valorizar cada instante, cada gesto, cada palavra.
Eu amo minha esposa. Amo de verdade. Mesmo assim, me perdi, e a culpa me corrói todos os dias. Já faz algum tempo que venho mantendo um caso com Marisa — algo que jamais imaginei acontecer comigo. Sempre fui fiel. Sempre. Já recebi cantadas, provocações sutis, olhares de outras mulheres. Nunca cedi. Nunca houve espaço para traição, nem por desejo, nem por oportunidade. Com Carla, então, não havia do que reclamar. Nosso sexo sempre foi intenso, quente, verdadeiro. Ela me satisfaz. Me completa. Eu a amo. E, ainda assim, traí.
Marisa mexeu comigo de um jeito que ninguém jamais conseguiu. Desde o início, quando Jorge começou a namorá-la, havia algo nela que me deixava inquieto. Um calor estranho, um tesão que surgia sem aviso. Eu sabia que aquilo não passaria de desejo e que jamais faria nada se não fosse pela iniciativa dela. E, de fato, nunca teria feito. Marisa provocou, avançou, tocou, olhou, falou de um jeito que só podia ter um significado: testar-me, me levar ao limite. Resistir tornou-se uma luta diária. Cada gesto, cada sorriso, cada toque casual começava a quebrar minhas defesas.
Quando finalmente cedi, senti uma mistura avassaladora de prazer e culpa. Quebrei um voto sagrado do meu casamento. Fiz isso consciente, sabendo exatamente o que estava em jogo. Traí Carla, a mulher que amo e que sempre me deu tudo. Traí meu irmão também, embora ele seja mulherengo. E isso me envergonha.
Para piorar, não faço ideia de como eles ficaram sabendo que o apartamento ao lado do nosso estava disponível para venda. Eu jamais teria comentado. Jorge me disse que um amigo dele soube e contou para ele, mas achei muito estranho. Perguntei qual amigo, e ele desconversou, dizendo que eu não conhecia. Jorge não era próximo dos nossos vizinhos, o senhor Olavo e a dona Cecília. Claro, houve algumas ocasiões em que ele interagiu com eles, mas nada que justificasse essa informação. Talvez esse amigo trabalhe na imobiliária responsável pela venda do imóvel, sei lá. Mas por que Jorge não me falou claramente? A história toda me parece mal contada, estranha.
Perguntei a Carla se, por acaso, ela havia comentado algo com Jorge ou com Marisa. Ela disse que não. Lembro-me perfeitamente do quanto Marisa ficou feliz ao saber que havia um apartamento disponível no prédio em que Carla e eu moramos — e que era ao lado do nosso. Seríamos vizinhos de porta. Ter Marisa tão próxima, literalmente ao alcance da minha mão, tornou-se uma tortura diária. Ela se apegou, se apaixonou. Eu? Eu só vejo atração física. Mas o fato de ela envolver sentimentos me prende, me enreda numa teia da qual não sei como escapar.
Não foi falta de amor, não foi falta de sexo, não foi rotina. Eu sempre estive satisfeito com Carla, sempre feliz com o que tínhamos. O que me levou a ceder foi a provocação deliberada de Marisa. Ela queria, foi atrás, e eu, como homem, acabei cedendo. Vergonhoso admitir, mas é a verdade: ela mexeu comigo de um jeito que ninguém jamais conseguiu. Eu falhei. A culpa é enorme, mas a atração que sinto por ela mantém viva essa escolha errada.
Cada vez que penso em Carla, sinto remorso. Cada vez que penso em meu irmão, sinto vergonha. Cada vez que penso em Marisa, sinto desejo — misturado a medo e culpa. É um ciclo perverso: prazer e destruição no mesmo gesto. Cada encontro com ela é caminhar sobre vidro quebrado: excitante e doloroso, prazeroso e perigoso.
Às vezes penso em terminar tudo. Mas não é simples. Marisa se apegou de verdade. Cortar isso pode gerar consequências que nem consigo imaginar. Tento me convencer de que consigo separar corpo e sentimento, mas cada vez que a vejo percebo que essa separação não existe. Não para ela.
Não há desculpas. Eu escolhi ceder. Escolhi trair. Escolhi atravessar uma linha que sempre respeitei. E isso me faz sentir fraco, vulnerável, humilhado diante de mim mesmo. Cada toque dela me lembra que eu poderia ter resistido. Cada beijo me lembra que eu poderia ter dito “não”. Mas eu disse “sim”. E agora carrego o peso disso todos os dias.
Mesmo com toda a culpa, não consigo negar a atração. Quando estamos próximos, meu corpo responde antes da minha mente. É instantâneo, irracional. Um desejo bruto, que me lembra que sou humano — falho, vulnerável, com limites quebráveis. E isso me atormenta. Não é falta de amor, não é rotina, não é insatisfação. É a verdade nua e crua: eu me deixei levar por uma provocação irresistível. E isso me transformou no vilão da minha própria história.
Sinto-me encurralado, sem saída. Preso entre a culpa que corrói e o desejo que incendeia. Cada escolha errada só me empurra mais fundo nesse buraco que eu mesmo cavei. E, ainda assim, há uma parte de mim que quer se perder, que quer ceder, que quer sentir prazer apesar de tudo. É enlouquecedor, sufocante, uma mistura de prazer e destruição que me domina completamente.
Nunca imaginei que um ato de sedução pudesse desmoronar tanto meu mundo, minha consciência e minha integridade. Amo Carla. Sei que a amo profundamente. Sei que não deveria ter cedido. Mas Marisa me testou, me provocou, me levou ao limite. E eu falhei. Não há desculpa para isso. É essa consciência — fria, clara, implacável — que me destrói um pouco mais a cada dia.
Voltando à mensagem que enviei para Marisa, ela respondeu: “Danilo, estou com muita SAUDADE DE VOCÊ. Volto amanhã. Eu te amo.” Puta que pariu… pensei comigo mesmo, porra, porra, porra! Aquela caixa alta, aquela saudade gritada como se quisesse me perfurar, deixou claro que o envolvimento dela não era apenas físico. Ela se apegou, se apaixonou, e eu, que tentei me convencer de que era só desejo, percebi que estava em um território perigoso demais. Meu coração disparou, mas junto veio um peso esmagador, uma culpa tão intensa que parecia me sufocar. Que problema eu me meti. Que linha eu atravessei. Que destruição silenciosa estou provocando.
Não respondi à mensagem. Mantive o celular comigo, mas cada vibração parecia um lembrete da minha traição. Troquei-me rapidamente e avisei a Carla que iria preparar nosso café. Ela respondeu de forma tranquila, sem perceber nada: “Tá bom, amor.” E eu, por dentro, estava em guerra. Cada passo em direção à cozinha parecia mais pesado do que o anterior. Cada movimento era acompanhado por pensamentos caóticos: como sair dessa situação sem destruir tudo? Como proteger Carla e, ao mesmo tempo, lidar com Marisa e seu envolvimento emocional que só crescia? Eu sentia minha própria mente se despedaçando, o conflito entre o amor por minha esposa, a culpa, o medo de ser descoberto e o desejo irresistível por Marisa criando um nó quase insuportável no peito. Era como viver em dois mundos simultaneamente, sabendo que em qualquer instante tudo poderia desabar, e que eu, sozinho, estava cavando a própria ruína emocional.
continua...